quarta-feira, maio 30, 2007

As mulheres e o sexo: para acabar de vez com os lugares comuns

O artigo "Mulheres despidas de preconceitos" no jornal gratuito Metro de hoje é um tratado de lugares comuns e o espelho de uma sociedade enlouquecida...
Os lugares comuns de "dantes as mulheres estavam cerceadas" deixam-nos com uma pergunta no ar: se durante milénios o sexo foi uma contrariedade ou uma fonte de infelicidade para as mulheres, como é possível que tenham continuado a nascer crianças, acontecido romances e também pouca-vergonhas, (in)fidelidades e momentos arriscados e loucos? Porque é que as mulheres aceitaram ao longo dos séculos ter relações com os homens, procurarem e ser procuradas? Por espírito de sacrificio? É realmente um lugar comum, indemonstrável cientificamente e provavelmente uma estupidez se olharmos para a história e experiência da humanidade!
(mas curiosamente um mote, a par da marca de abordagem cientifica, de muita da produção pornográfica ou erótica)
Coisa diferente essa sim é dizer que dantes a pornografia (porque é disso que se trata na maior parte das noticias, livros e programas que surgem referidos em artigos como os citados) era uma coisa restrita, geralmente de consumo por homens e não tinha invadido a sexualidade, como hoje o faz, tornando-se o modelo dominate das relações intímas.
Por pornografia se entendendo toda a criação literária, artistica, etc., que tem por propósito a excitação de que quem a consome e no fim uma sociedade dominada pela masturbação (não é por acaso que este tipo de séxologos hoje na moda dedicam amplo espaço à matéria).
A razão de eu escrever isto não é para moralizar, mas porque estou sinceramente convencido que este tipo de sociedade e mentalidade, sobreexcitada sexualmente, onde parece que o amor e romance deixaram de ser ideiais, só dá lugar a pessoas frustadas, a um clima geral de infelicidade, porque, mostra-o a experiência humana, o sexo sendo uma fonte potentissima de fruição não responde por si só ao desejo de plenitude do coração humano nem é por si só capaz de sustentar uma vida na sua diversidade (prazer e sofrimento, alegrias e contrariedades, doença e saúde, etc.).
Outro ponto: observava-me um Padre meu amigo como este tipo de mentalidade é completamente "espiritualista" no sentido de que admitindo a exposição da intimidade do corpo (e o seu uso), o separa totalmente do ser, da pessoa, daquilo que ela é. Ou seja, uma coisa é o meu corpo, e outra a minha alma, a psique, o que quiserem. Ora, isso é o contrário da fé católica (neste sentido completamente carnal). Para nós, católicos, o homem é corpo e espírito indissoluvelmente ligados. E por isso não é indiferente o que se faça com o corpo ou andar a mostrá-lo (além do problema conexo da indução de outros em apetites para os quais nem sequer há possibilidade de resposta).
Nota final: tenho 4 filhos dos quais 3 raparigas com idades entre os 11 e os 18, que pelas suas próprias circunstâncias, tem acesso aos jornais gratuitos (o rapaz tem 4 anos e para já está fora deste campeonato). Não me agrada nada que estes jornais dêem espaço em fotografias e textos, a um tipo de informação que nestas idades pode ter uma influência decisiva (é na altura delicada da formação da juventude que as primeiras experiências, informações e conhecimentos, são decisivos para o resto da vida). Algum bom senso que atendesse às diferentes idades dos consumidores, seria muito benvindo!
Embora, como dizia o outro, há coisas que só para maiores de 80 anos e quando acompanhados dos seus pais...! :-)

terça-feira, maio 29, 2007

A minha filha na Juventude Popular: babadice de pai...

A minha filha Madre de Deus (18 anos e 12º ano num liceu público da capital) está inscrita na Juventude Popular e esteve no respectivo Congresso este fim de semana na Covilhã, na qualidade de delegada. Saiu de lá eleita para o respectivo Conselho Nacional.
Uma curiosidade: até há bem pouco tempo, na verdura dos seus 18 anos, dizia que não iria para a política, porque "tinha visto com o Pai que isso o afastava do convivio da família"... :-)
Mas a babadice não veio daí. Mas desta história:

O Congresso desenrolava-se sobre o lema "Atreve-te!". Sob esse lema apareceu um orador a defender que Pedro Moutinho (candidato à liderança da JP e entretanto eleito Presidente da mesma) devia atrever-se a mudar os valores da JP. Que os tempos mudam, o casamento dos homossexuais, a eutanásia, etc....

Em resposta a essa intervenção a minha filha leu o seguinte discurso de sua autoria e de uma prima (a Benedita Bettencourt) que a acompanhou ao Congresso:

"Caros congressistas

O ser humano é mutável. Estamos, ao longo da vida, a mudar constantemente as nossas opiniões em relação a vários assuntos. Por isso mesmo, precisamos de algo imutável perante o tempo, perante as gerações. E são os valores e a moral, algo que tem de permanecer para nos guiar nessa constante mutação que é a vida.
Os valores da JP já estão há muito tempo definidos. Já estão há muito a ser seguidos, pelo menos, por alguns. E não podemos, portanto, só porque agora é moda, mudar valores.
Não podemos reinventar valores democráticos e cristãos que permanecem há muito. Não podemos tentar reinventar princípios da dignidade humana ao sabor dos acontecimentos.
Estes valores devem ser os nossos da JP para a tonar maior capaz de responder aos diversos problemas falados hoje.
Por isto, digo eu agora, atreve-te JP a seguir sempre melhor o caminho da democracia cristã, a defender valores imutáveis sobre o tempo.
E por isso te peço Pedro que os valores que já tens (e por eles tamos aqui) os sigas sempre para que os outros te sigam também."

Contam-me foi muito aplaudida! (alguém me passa um lenço, por favor? :-)

A Maçonaria, a República e o PS

Grande artigo de D. António Marcelino no Correio do Vouga!
Sobre Maçonaria, república e poder governativo e o Partido Socialista.
No momento em que se prepara o centenário da República não há como uma voz esclarecida para nos irmos preparando para um debate que vai ser vivo, útil e importante.
Aconselho vivamente a leitura.

sexta-feira, maio 25, 2007

Câmara de Lisboa: o tempo dos independentes

As eleições para a Câmara de Lisboa tem já um vencedor na iniciativa civica e política dos independentes. É promissor para o sistema político que grupos de cidadãos rompam as baias do sistema partidário e vençam a surdez das máquinas políticas pela ousadia da afirmação no espaço público.
Parece-me que esta é a única forma de convencer os partidos que ou se abrem à sociedade civil ou vão perder influência: arriscar ir a votos e estragar os grandes planos das estruturas de poder.
Confesso a minha curiosidade com os estragos que Carmona e Roseta irão provocar nas habituais àreas de apoio da direita e da esquerda.
Mesmo que à direita e infelizmente para o PSD, isso signifique uma menor votação em Fernando Negrão, cuja estatura humana, moral e política, posso atestar por conhecimento pessoal, e que em circunstâncias recentes (referendo do aborto) teve a coragem de fazer campanha connosco.
Quanto ao Povo da Família e da Vida, o critério será claro e o juízo partirá da verificação de que listas integrarão pessoas da nossa área e quais as candidaturas que incorporarão nos seus programas os nossos temas fundamentais: respeito e promoção da Vida, defesa da Família, liberdade de Educação, princípio da subsidariedade e uma perspectiva realista da acção social.
Eis uma matéria a seguir com atenção.

Pela Liberdade: "Crimes" políticos nunca mais!

A Petição de denúncia da intolerável perseguição política na DREN do Ministério da Educação para ser subscrita online está em: http://www.petitiononline.com/libertas/petition.html
Defendendo a liberdade de um, defende-se a liberdade de todos!

quarta-feira, maio 23, 2007

O caso da piada sobre o Primeiro-Ministro: em defesa da Liberdade.

O que se passou no Porto com Fernando Charrua (professor requisitado no Ministério de Educação e meu colega deputado do PSD na 9ª Legislatura) é gravissimo.
Onde estamos nós que um funcionário público diz uma piada em que se retoma o tema nacional da "licenciatura" do Primeiro-Ministro e a respectiva Directora-Regional o suspende e coloca um processo disciplinar...!?
Afinal o 25 de Abril de 1974, foi para quê? Para nem sequer haver liberdade de expressão quando os socialistas governam?
Imaginem que o caso se tinha passado durante um dos governos de direita ou, pior ainda, durante o governo de Santana Lopes...!? Que escândalo: pedidos de audiência ao PR, todos os comentadores a darem em cima do governo, "fascistas!" ouvir-se-ia...
Para mim a questão é clara: há que defender o Fernando Charrua, independentemente de qualquer outra opinião (sobre o seu partido, sobre as suas opiniões em matéria de educação, sobre a questão da "licenciatura" de Sócrates, sobre este Governo, etc.) porque a liberdade é um bem frágil e defendendo a liberdade de um, defende-se a liberdade de todos.
Contem comigo para isso.

terça-feira, maio 01, 2007

Linguagem politicamente correcta

Não sei quem é o autor, mas chegou-me este texto por mail, que achei uma delícia...! :-)
Abaixo o politicamente correcto!
O texto é este:

"Evolução da Língua Portuguesa

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar "afro-americanos" a pretos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado!
As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico". De igual modo, extinguiram-se nas escolas os"contínuos";passaram todos a "auxiliares da acção educativa". Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de "delegados de informação médica". E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas".
Os drogados transformaram-se em "toxicodependentes" (como se os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em "interrupção voluntária da gravidez"; os gangues étnicos são "grupos de jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são "centros de decisão nacionais".
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à "iliteracia" galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes "Conforto" e "Turística".
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe> solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um "comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de desenvolvimento instável".
Ainda há cegos, infelizmente, como nota na sua crónica o Eurico. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o "politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas", "políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem.
Para finalizar este ramalhete, a última que ouvi diz respeito aos arrumadores de carros" ; passaram a ser designados por "gestores dos espaços vagos no parqueamento urbano" . E esta?E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico."