terça-feira, fevereiro 23, 2010

A entrevista de Sócrates

Não vi a entrevista de Sócrates (ontem à noite estive na Missa que assinalou o 28º aniversário do reconhecimento pontificio da Fraternidade de Comunhão e Libertação e o 5º aniversário da morte de D. Luigi Giussani, fundador do movimento)mas li os jornais e ouvi a rádio, além dos comentários dos colegas aqui no escritório.
E a sensação de incomodidade com isto tudo permanece...não sei explicar bem, mas é como se todo o barulho à volta deste "diz que disse" me parece não interessa nada (é coscuvilhice politica), revela o que o debate político tem de pior (agir sobre a escandalosa revelação de escutas e/ou segredo de justiça é cumplicidade com uma coisa perigosissima que hoje magoa o PS, mas um dia pode magoar outros ou a nós próprios...) e, sobretudo, passa ao lado do que são as questões fundamentais do momento político actual: a situação financeira do Estado, a má governação do PS, a fragilidade aflitiva da oposição, o debate sobre o que interessa (que projecto de sociedade temos, de onde partimos, o que queremos, como se defende a liberdade).
Além disso e do ponto de vista humano, mesmo não gostando da personagem (do primeiro-ministro), acho que há limites que não se devem passar e alguma agressividade injustificada com um homem que para ser criticado basta já o que fez.
Mas talvez isto seja "angelismo" político...?

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Grande Futebol Clube do Porto!

A magnifica vitória sobre o Braga é a coroa de glória sobre a extraordinária conferência de imprensa em solidariedade com o Hulk e o Sapunaru. Lindo!

Um pouco de Guerra Junqueiro sobre o mal e a nossa sociedade

Citação de Guerra Junqueiro retirada de um artigo extraordinário de Jorge Laiginhas no Jornal de Notícias de 21 de Fevereiro (chama-se "Estaroiçamento pecaminoso na escrivadoria municipal" e em bom rigor devia levar bolinha vermelha mas nos tempos que correm umas ousadias literárias heterosexuais já equivalem a virtude ;-):
"A sociedade portuguesa está organizada para o mal. Não é já o mal esporádico e fortuito em casos isolados que rapidamente se combatem. Não; é o mal colectivo, o mal em norma de vida, o mal em sistema de governo. Os poderes funcionam, deliberadamente, com um fim: produzir o mal. Porquê e para quê? Porque, o mal, são eles e querem conservar-se. Um regimen corrupto só na corrupção subsiste. Mantém-se na corrupção, como alguns bacilos na porcaria. O seu ódio ao bem é orgânico. A filosofia de vida dum tal regimen é a filosofia do porco: devorar."

A lei esfumada ou o fascismo higienista

Vou morrer sem conseguir perceber porque multiplicam as proibições, os mesmos que não se cansam de propôr "liberdades" (casamento gay, aborto, procriação artificial, divórcio, etc.)...!?
O artigo "A lei esfumada" de Fernanda Câncio, publicada na revista do Jornal e Diário de Notícias, é o exemplo acabado de como quer mandar na vida dos outros quem aparentemente diz não ter nada a ver com isso...
Fumadores, caçadores, apreciadores do alcóol e da tauromaquia, de todo o mundo: uni-vos! Porque se não com o fascismo higiénico a avançar desta maneira, qualquer dia temos de ir para a clandestinidade...

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Ainda este escândalo das escutas

Continuo a achar que o mais importante que se está a passar na divulgação das escutas, não é o que elas revelam de combinações, mas o próprio facto das escutas saltarem para os jornais, o que mostra um estado incapaz de garantir a segurança e intimidade das conversações, de fazer respeitar isso pelos seus serviços e de punir todos os que violam o segredo de justiça (em sentido amplo e não apenas formal)...
Este artigo do João César das Neves parece-me corroborar esta minha opinião e merece ser lido (retirei-o do Blog Povo):

DESTAK |18 | 02 | 2010 08.42H

João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

Assistimos a um grande embate entre Governo e imprensa, onde os políticos estão a perder em toda a linha. Mas se as irregularidades governamentais são muito graves, é bom não perder de vista também as culpas do outro lado. Os políticos corromperam os valores, mas é verdade que as escutas e o jornalismo de buraco de fechadura são péssimos. Os jornais apresentam-se como juízes nacionais e garantes da moral pública, mas acabam envolvidos na sujidade que dizem limpar. Um caricato exemplo recente, alheio à controvérsia, mostra-o bem.

O Papa vem a Portugal em Maio. Essa visita levanta muitas questões, algumas polémicas, várias dificuldades. Há muito a dizer sobre ela. O Expresso, uma das principais publicações nacionais, decidiu fazer uma reportagem sobre o tema. Mandou uma repórter às lojinhas do santuário e fez uma notícia de página inteira com chamada à capa: «Bento XVI é um fracasso de vendas em Fátima» (13/Fev.).

O assunto é menor, mas revelador. Há muitas opiniões sobre a personalidade do Papa e o seu significado. Mas será que ninguém nesse grande semanário tem influência para dizer que isto é muito estúpido? Será tal especulação tonta digna de primeira página? Porque entrou o periódico em boçalidade tão infantil, jornalismo de cordel que confirma o pior que dizem?

O principal mal dos escândalos nacionais é que desmoralizam o País. Quando os líderes são arrastados na lama os cidadãos sentem-se mergulhados em maldade. O exemplo público da corrupção propaga a mediocridade em todas as actividades. Até naquela que o denuncia.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Mãe lésbica: mudava...Dah...!

Anda por ai uma campanha mais de promoção da homossexualidade intitulada "Se a tua mãe fosse lésbica mudava alguma coisa?" que apesar de termos de reconhecer primorosamente concebida (veja-se o video no mesmo Blog) só merece a resposta acima: "Mudava...Dah...!".
Podia mudar para bem ou para mal, umas coisas se calhar bem, outras mal, podia até parecer que não mudava, mas mudava de facto...Dah...!
Sobre esse assunto na Sábado de hoje Pacheco Pereira escreveu umas linhas luminosas sob o título "Propaganda falsa paga com o nosso dinheiro" que enviarei a quem me o pedir por não ter conseguido encontrar este texto na net.
Parece-me também que no tempo actual de discussão do casamento entre pessoas do mesmo sexo a Câmara Municipal não podia nem devia ter colaborado com a mesma...?

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

A noticia de hoje sobre Pedro Santana Lopes

A noticia de hoje no Correio da Manhã sobre Pedro Santana Lopes é inacreditável. Basta lê-la para perceber que não tem pés nem cabeça o título da mesma. Mas entretanto as pessoas (e aqui ele mesmo) vão sofrendo com este jornalismo que não cuida o minimo da responsabilidade do que faz e diz...
Não sei se alguma coisa na sua vida, de Santana Lopes, justificaria ele passar pelo purgatório (a mim bastam-me as minhas, das dos outros não cuido), mas com coisas destas e o sofrimento que trazem, fica tudo mais do que descontado...! ;-)
Muito bem sobre isto o post de José Paulo Fafe.

Um juizo claro: o de Alberto João Jardim

Quanto mais o tempo passa, mais gosto de Alberto João Jardim!
Se duvidas restassem sobre a sua clareza de juizo e diagnóstico, vejam-se estas declarações à Renascença:

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"O país parece uma Sicília" - Alberto João Jardim
Inserido em 12-02-2010 23:00

Num país com tradição democrática um Primeiro-ministro na situação de José Sócrates já teria sido substituído, afirma o presidente do Governo Regional da Madeira e do PSD/Madeira.

"O país parece uma Sicília", declarou Alberto João Jardim aos jornalistas, ao chegar à sede do PSD, em Lisboa, para a reunião do Conselho Nacional social-democrata.

Questionado se concorda com o seu colega de partido António Capucho, que defendeu que José Sócrates não tem condições para se manter no cargo de Primeiro-ministro e deveria ser substituído, mantendo-se o PS no Governo, Jardim respondeu: "Em primeiro lugar, não são as pessoas do PSD que têm de dizer quem deve ser o líder do PS, mas tudo o que se tem passado não era possível num país de longa tradição democrática como a Inglaterra".

"Depois de tudo o que se passou, em Inglaterra o partido do poder continuava no poder mas tinha mudado o Primeiro-ministro. E é assim que se faz nos países democráticos", considerou.

Depois de comparar a situação do país com a da Sicília, o presidente do PSD/Madeira responsabilizou os portugueses: "A culpa não é só dos políticos, é de um povo que deixou este país chegar ao estado em que está, de um povo que não tem valores, de um povo que acha piada em todas estas golpadas que vão por aí. Cada povo tem aquilo que merece".

"Vamo-nos deixar de hipocrisias. Este país precisa de disciplina democrática. Continuar a consentir na asneira e depois dizer que a culpa é dos políticos, isso é bem português", acrescentou.

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quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Sócrates e a liberdade de expressão

Trata-se obviamente de um exagero metafórico, mas recebi esta e achei graça ;-)

"Sócrates foi a uma escola conversar com as criancinhas, acompanhado de uma comitiva.
Depois de apresentar todas as maravilhosas realizações de seu governo, disse às criancinhas que iria responder perguntas.

Uma das crianças levantou a mão e Sócrates perguntou:
- Qual é o teu nome, meu filho?
- PAULINHO. (lembre-se bem deste nome)
- E qual é a sua pergunta?
- Eu tenho três perguntas:

1ª)Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?
2ª)Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?
3ª)O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?

Sócrates fica desnorteado, mas neste momento a campainha para o recreio toca, ele aproveita e diz que responderá depois do recreio.

Após o recreio, Sócrates diz:
- Porreiro Pá, onde estávamos? Acho que eu ia responder perguntas.
Quem tem perguntas?
Um outro garotinho levanta a mão e Sócrates aponta para ele.
- Podes perguntar, meu filho. Como é o teu nome?
- Joãozinho, e tenho cinco perguntas:
1ª)Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?
2ª)Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?
3ª)O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?
4ª)Por que é que a campaínha do recreio tocou meia hora mais cedo?
5ª)Onde está o PAULINHO??"

Lol!

Manifestação hoje Pela Liberdade

Fico contente saber correu bem. Não pude ir por razões profissionais. Mas a notícia está no Público. É importante a sociedade civil ganhe o hábito de se manifestar e as pessoas percebam que:
- ou se toma conta da política ou a política toma conta de nós
- poucos podem dar origem a muito (basta entender que o valor da vida está em que ela pode ser dada)
- não podemos assegurar o resultado da luta mas de nós depende que ela exista!

Paulo Rangel e o PSD

Gostei ontem de ver a apresentação da candidatura de Paulo Rangel pelo tom e sobriedade, pelo ponto de partida, o discurso da ruptura e a ideia de não hipotecar o futuro.
A entrevista de hoje no Público também está boa.
Mas a questão para nós (os que filiados no PSD subscrevemos a agenda Mais Vida Mais Família: liberdade de educação e religiosa, subsidiariedade, defesa da familia e da vida) é qual o interesse efectivo de uma nova liderança do partido em deixar de dizer Besices (coisas do BE ;-) com as quais não ganha um voto e perde-os para o PP, e marcar efectivamente a diferença com o Partido Socialista, reconhecendo o povo PPD quando ele se mexe (por exemplo a campanha do referendo pelo casamento) e que as ideias acima são aquelas que se reconhecem na base popular dos votantes no partido.
Quando tivermos uma resposta de todos os candidatos a estas questões (independentemente do que cada um individualmente pense) então saberemos a quem apoiar.

3º aniversário referendo do aborto

Passam hoje três anos sobre o segundo (para distinguir do terceiro que terá lugar quando as condições políticas nos forem favoráveis) referendo do aborto.
Como me comentava uma amiga e companheira de anos de defesa da Vida "porque é que ter razão pode às vezes não dar alegria nenhuma...?"...
Na verdade lê-se o DN de ontem e tudo o que prevíamos se confirmou...!
Mas a concentração hoje em frente da Clinica dos Arcos demonstrou que não desistimos. Como dizia Madre Teresa de Calcutá "não pararemos enquanto houver nas nossas cidades uma mulher que diga: eu abortei porque não encontrei quem me ajudasse"!

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Petição a pedir explicações a Sócrates

Através da lista Mais Vida Mais Família de que sou editor (alguns textos estão guardados no blog do mesmo nome), divulguei e pedi a assinatura da petição online Pela Liberdade.
Juntei o seguinte texto a explicar o meu apoio mas também a ressalva que fazia quanto a este fenómeno incrivel da publicação de escutas:

Caros amigos: é para mim claro que o primeiro-ministro não tem mais condições para governar por uma questão de credibilidade pessoal, consequente falta de autoridade do Estado e obsessão ideológica com desrespeito pela vontade popular (vejam-se as leis do aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual, casamento gay, etc.). Para quem achar que exagero neste último ponto leiam as declarações do Ministro Santos Silva ou do próprio primeiro-ministro (no Congresso da JS) quando enumeraram ambos quais as leis mais importantes do seu governo.
Nessa medida o que possa ajudar a deitar este Governo abaixo, parece-me útil, pedindo desculpa por isso aos nossos amigos da agenda Mais Vida Mais Família que são simultaneamente da área socialista, mas a política nestes limites e fronteiras tem sempre momentos em que é preciso decidir por uma opção política e não nos devemos zangar por isso ;-)
O movimento que presidiu a esta Petição e convocou para a próxima 5ª feira, 11 de Fevereiro uma concentração às 12h30 junto à Assembleia da República, onde se reconhecem muitos bloguistas e outras pessoas que conheço e cujo trabalho acompanho é mais uma manifestação da sociedade civil que acho importante acarinhar.
Dito isto não posso deixar de chamar a atenção para estes fenómenos gravíssimos de violação do segredo de justiça e/ou da violência injustificada e injustificável que á a publicação das escutas, a bandalheira do aparelho de segurança e justiça onde estas circulam e os perigos evidentes para a democracia da manipulação das mesmas como arma política. Desse ponto de vista, subscrevo o comentário do primeiro-ministro quanto ao "jornalismo que espreita pelo buraco da fechadura". Para quem estranhar esta minha posição, justifico: hoje são as escutas sobre Sócrates que são publicadas, amanhã podem ser as minhas ou as vossas...importa por isso para defender a nossa própria liberdade, defender também a liberdade dos outros.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

O que fazer no avião quando o passageiro do lado é um chato?

Espero não ofender ninguém...;-)

O que fazer no avião quando o passageiro do lado é um chato?

PASSO 1. Tirar o portátil da mala;
PASSO 2. Abrir o portátil devagarinho e calmamente;
PASSO 3. Ligar o portátil;
PASSO 4. Assegurar-se de que o vizinho está olhando;
PASSO 5. Ligar a Internet;
PASSO 6. Fechar os olhos por breves momentos, abri-los de novo e dirigir o olhar para o Céu
PASSO 7. Respirar profundamente e abrir este site: http://www.myit-media.de/the_end.htmlPASSO 8. Observar a expressão facial do vizinho

terça-feira, fevereiro 02, 2010

A violência do activismo gay

Estou impressionado com o nível de confronto civil que brota da discussão à volta do casamento gay. E sobretudo com uma coisa nunca vista em batalhas civilizacionais anteriores (tipo as do aborto ou da procriação artificial ou a do divórcio): ir aos sites dos outros colocar comentários de altissima e ofensiva ordinarice (tem sucedido em algumas das nossas petições e nos locais do Facebook), convocar acções e manifestações para a mesma altura e local dos outros (ao que parece estão a convocar uma paralela à nossa na Av. da Liberdade), insultos a esmo nos comentários na net (embora aí haja às vezes algum vernáculo de oponentes ao casamento que é completamente evitável, mas que ao contrário do outro lado parte de espontâneos e não das nossas fileiras enquadradas e organizadas...).
Ou seja, uma violência que não sei de onde lhes vêm ou se faz parte deles, uma raiva sem paralelo e também muito cobarde que entristece e sobretudo prejudica todos, porque não deixa cada um dar as suas razões.
Realmente a tolerância de uns, passa sempre pela exclusão de alguém, mas aqui deste lado não há Fernanda Câncio que se interesse pelo assunto...

A Plataforma e a cidadania digital

Num curioso artigo publicado na Semana Informática Carlos Marçalo (creio que director ou editorialista da revista) escreve sob o título "Cidadania digital é bem utilizada pelos portugueses". utilizando a Plataforma Cidadania e Casamento como exemplo e partindo do que aconteceu (por enquanto...;-) com o nosso pedido de referendo, conclui: "ficou demonstrado que os portugueses entenderam o papel e o poder das redes sociais para exercer pressão sobre o poder legislativo, mas esta iniciativa também serve para provar que a opinião dos cidadãos, dos movimentos cívicos e a mobilização da sociedade portuguesa pouco interessa aos nossos representantes na Assembleia da República quando aquilo que defendem é contrário à agenda política dos nossos governantes".
Era dificil ser mais justo...!
Notas: o autor desse artigo logo no início dele diz que discorda da posição que defendemos.
Curioso também é o fim, resumo a conclusão: já temos uma cidadania digital através da web 2.0: falta-nos um estado que saiba viver com isso, um Estado 2.0...;-)