quinta-feira, janeiro 31, 2013

O caso da esterilização forçada de uma mãe




(retirado através com pesquisa família numerosa do Google Images daqui)

O artigo no Público de hoje da autoria de Paula Torres de Carvalho (que passa totalmete ao lado da questão da liberdade religiosa que aqui também está em causa) intitulado "Pais incompetentes e direitos das crianças" vem, apesar da posição eugénica tomada, por o dedo na ferida central do debate em curso sobre a estirilização sugerida e/ou forçada de uma mãe guineense a quem foram retirados sete filhos pela Segurança Social. Isto é: o Estado tem ou não, e em nome de que responsabilidade ou ideal, o direito a decidir se e quantos filhos, uma família, os pais, a natureza em lhe o consentindo, querem ter, ou não?

A resposta para mim é clara: uma família, os pais, tem o direito, a natureza em lhe o consentindo, de ter quantos filhos bem entendam e a função do Estado é subsidiária em relação a estas opções de vida, cabendo-lhe não impedir as pessoas desse facto. Tudo o resto é uma intolerável agressão aos direitos das famílias e por isso à liberdade de todos.

Nota: a ressalva "em a natureza lhe o consentindo" surge para evitar que se entenda um direito genérico a ter filhos, porque não só uma pessoa não pode ser objecto de um direito, como não há um abastracto direito a ter um filho que possa opor-se seja a que entidade for...isto é, ou a natureza o propicia ou não e esse realismo é importante para não deixar espaço a todas as engenharias sociais e médicas com que hoje em dia se procura responder a esse "direito". sendo mais específico há um direito a ter os filhos que bem se entende, mas não o "direito a um filho"...

Ainda sobre este assunto é muito útil ver esta reportagem que passou na semana passada na RTP bem como ouvir esta entrevista de Fernando Ribeiro e Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.

quarta-feira, janeiro 30, 2013

McNamara, a onda da Nazaré e um filme com Keannu Reeves

A proeza ontem de McNamara na Nazaré trouxe-me à memória um filme extraordinário com Keannu Reeves que foi o que me introduziu à dimensão impressionante, fisica e perigosa, das ondas do mar e à aventura de alto-risco, fascinante e belíssima, do Surf. O filme chama-se Point Break (Ruptura Explosiva na exibição em Portugal) e é deste os dois filmes abaixo, encontrados no You Tube (o trailer e a emocionante cena final, precisamente em torno de uma onda gigantesca). Já não tenho idade para isso, duvido tivesse a arte e há no mundo centenas de coisas fascinantes para praticar e fazer, mas não sei se me atire ao Surf numa próxima vida (que terrena não acredito exista, só a Eterna)...

Quanto à onda cavalgada, surfada, dominada, vivida e gozada, sobrevivida, por McNamara, recomendo estas duas fotografias que estão aqui no site da SIC-Notícias, que oferecem um bónus na visualização do que se passou ontem e no ano passado, na Nazaré, qual sejam as medições das mesmas.

Entretanto recomendo vivamente vejam isto:




Cena final com onda gigante, absolutamente emocionante! Aqui (para perceber contexto, 8 min, mas às vezes encalha...) ou então em todo o esplendor de final mesmo, aqui (4 min).




terça-feira, janeiro 29, 2013

Jaime Neves e Novembro de Jaime Nogueira Pinto


 




Na morte de Jaime Neves (a quem presto a minha mais profunda e sentida homenagem oferecendo o que um cristão pode oferecer: a oração por ele e pelos seus) há como que um país que se desvanece e um pedaço da nossa história “recente” (foi há quase 40 anos…!) que desaparece.
"Desvanece-se" o país dos antigos combatentes do Ultramar e em especial das tropas especiais que tem nele um dos seus principais heróis e figuras de referência. “Desaparece” aquele período do PREC e dos poucos lúcidos e bravos que resistiram “against all odds” e a quem devemos o regime democrático e a liberdade que todos, “bons e maus”, gozamos hoje em dia.
Razão por isso redobrada para reler ou ler pela primeira vez o livro “Novembro” de Jaime Nogueira Pinto (o link é para uma entrevista que, sobre o livro, deu à Sábado e está em vídeo) de cuja amizade me orgulho entre muitas outras razões por ele ter feito parte desses poucos que acima referi. E se refiro hoje o livro neste contexto (da morte de Jaime Neves) é precisamente porque nesse como em nenhum outro se descreve o que se passou nesse particular em Portugal entre o antes do 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975, incluindo uma vivida por dentro descrição dessa jornada precisa, factos, expectativas e protagonistas. Imperdível !









segunda-feira, janeiro 28, 2013

Opus Dei no Diário de Notícias




Tenho seguido com atenção a série de artigos sobre o Opus Dei do Diário de Notícias. Por amizade com essa instituição e com os meus amigos que lhe pertencem. Por amor à Igreja e a tudo que dela faz parte, acho que é minha obrigação ficar a par do que é publicado. Mesmo se às vezes com sacríficio pelas incompreensões e preconceitos que leio a propósito. Mas enfim, é uma mortificação também e fica para desconto dos meus pecados e limites...

Até agora, dois dias passados, impressionou-me:

- a paciência da Obra a responder a tudo o que lhe é perguntado, mesmo se as perguntas que lhe são dirigidas, poderiam dar vontade de não o fazer (e a esse propósito é bonito ver o espanto que isso suscitou nos autores da reportagem)
- a incompreensão co-natural diria que muitas das coisas de Deus inevitávelmente suscitam perante quem não vê a partir de dentro, mas apenas de fora, sem afecto pelo que tem por diante, sem lhe pertencer de coração (sem o qual as coisas importantes não são visiveis como dizia Saint-Exupéry)
- o ódio que por vezes se constata em quem se lhe opõem. A esse propósito a entrevista de Pilar del Rio é impressionante e os insultos explícitos são até a "mais branda" forma dessa espuma da raiva...
- a beleza humana da sua presença no tecido social e educativo português, mas sobretudo na vida dos seus membros que transparece daqueles que lhe pertencem e prestaram declarações ao jornal
- a unidade da Igreja católica que transparece no tom geral das declarações de membros da hierarquia e responsáveis eclesiais chamados a pronunciar-se sobre o Opus Dei.

Se houve alguma coisa da Obra que me desiludiu lendo estas reportagens? Sim, confesso. O Vigário em Portugal, Monsenhor Espírito Santo (foto acima), é benfiquista...! Mas enfim, é o problema das matérias que são da responsabilidade pessoal de cada um...;-)

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Cameron e União Europeia: extraordinária atitude política




As notícias de hoje sobre o discurso de Cameron são tão importantes...! Não só pela razoabilidade da proposta feita aos britânicos como pela demonstração de apego à democracia e liberdade que significam. Para além de que este pode ser um momento importantíssimo em que a ideia da Europa é devolvida à sua matriz original, ofuscada pela violência dos burocratas de Bruxelas e pela cegueira ideológica da maior parte dos governantes europeus no que a estas matérias respeita. É uma esperança e um exemplo esta atitude de Cameron. Assim haja em Portugal quem o secunde e com ele aprenda. Assim no nosso centro-direita cresça uma corrente de europeísmo razoável com o princípio da subsidiariedade no seu centro!

A notícia abaixo é retirada do Público de hoje (os sublinhados a negrito são meus):

Cameron promete referendo sobre a UE depois de 2015


Líder do Governo britânico avançará com consulta popular se continuar no cargo na próxima legislatura.

David Cameron, primeiro-ministro britânico, prometeu nesta quarta-feira ao seu eleitorado um referendo "sim ou não" sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE), a realizar depois das próximas eleições legislativas de 2015.
Num muito esperado discurso sobre a sua posição sobre a Europa, virado sobretudo para o eleitorado conservador, Cameron especificou que o referendo ocorrerá apenas se continuar como primeiro-ministro depois de 2015, prometendo realizá-lo no início da próxima legislatura.
Antes do referendo, o chefe do Governo britânico quer uma renegociação dos termos da participação do Reino Unido na UE, deixando implícito que quer uma devolução de algumas competências da esfera europeia para a nacional. Apesar disso, não disse que áreas tem em mente, mas frisou que os novos termos da presença do país na UE terão "o mercado interno no seu coração".
Pelo caminho, atacou as regras de protecção social – que em sua opinião "prejudicam o mercado de trabalho" britânico –, o método de decisão comunitário "esclerosado e ineficaz", a UE "burocrática", "o gigantesco número de dispendiosas instituições europeias periféricas" e a Comissão Europeia, que "se torna cada vez maior".
Segundo Cameron, a sua "preferência" é convencer a totalidade da UE a mudar e a evoluir da forma que considera adequada. No entanto, se não for possível, então o país deverá renegociar com os parceiros uma situação especial para si em função dos seus interesses, defendeu.
Neste contexto, a questão que pretende colocar aos britânicos em referendo será "uma escolha real entre sair ou permanecer, parte de um novo acordo no qual a Grã-Bretanha define e respeita as regras do mercado interno, mas está protegida por salvaguardas justas e livre das regulamentações espúrias que prejudicam a competitividade da Europa". A escolha será entre "ficar na UE com base nos novos termos, ou sair pura e simplesmente". Ou seja, "será um referendo '"dentro ou fora'", vincou.
Esta renegociação, disse, deverá ser concretizada no quadro da alteração dos tratados europeus que Cameron acredita que será levada a cabo pelos países da zona euro para aprofundar a integração necessária para resolver a crise da dívida.
Se conseguir o que pretende dos parceiros, Cameron garantiu que fará campanha "com todo o [seu] coração e alma" para o país permanecer na UE. O calendário que propôs permitirá o tempo necessário "para um debate adequado e fundamentado". "No final deste debate, o povo britânico decidirá", enfatizou.
Ao invés, frisou, a realização do referendo imediatamente, como é pedido pelos eurocépticos do Partido Conservador, sobre a permanência ou saída do país da UE, "seria uma escolha totalmente falsa".
Cameron teve o cuidado de deixar claro que uma eventual decisão de sair da UE não libertará o país do impacto das decisões comunitárias. "Se sairmos da UE não podemos obviamente sair da Europa", que "permanecerá durante muitos anos o nosso maior mercado, e, para sempre, a nossa vizinhança geográfica". "Estamos ligados [à Europa] por uma complexa teia de compromissos jurídicos".
Além disso, "mesmo se saíssemos completamente, as decisões da UE continuariam a ter um profundo impacto no nosso país". Com a diferença que "teríamos perdido todos os nossos vetos e a nossa voz nessas decisões". Ou seja, defendeu, "teremos de pesar com muito cuidado as consequências de deixarmos de pertencer à UE e ao seu mercado interno enquanto membro de pleno direito", frisou, sublinhando que "a permanência no mercado interno é vital para as empresas britânicas e para os empregos britânicos".

quarta-feira, janeiro 23, 2013

O escândalo da esterilização "obrigatória" em Portugal!

É inconcebível a história que veio no Sol desta última sexta-feira e a que se refere a carta aberta da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas que também reproduzo abaixo! Uma história de violência do Estado sobre uma pessoa e uma família, sobre sete (!) crianças, sobre todas as mulheres e homens de Portugal. Decididamente em alguns pontos nevrálgicos (desgraçadamente toda a inexistente "política" familiar) a equipe que conduz o Ministério da Segurança Social está com sérias dificuldades em dominar uma estrutura dominada por uma mentalidade anti-natalista e completamente estatista (veja-se a sistemática retirada de crianças às suas famílias como refiro no meu artigo que tendo saído no Público, está aqui também)...!


Ficou sem 7 filhos por recusar
laqueação de trompas

por Margarida Davim                        18 de Janeiro, 2013

Liliana Melo ficou sem sete dos seus dez filhos há sete meses. Por ordem do Tribunal de Sintra, as crianças, com idades entre os seis meses e os sete anos, foram sujeitas à medida de protecção de menores mais extrema: dadas à confiança para adopção, perdendo todos os vínculos parentais para sempre.

A sentença determinou que as filhas mais velhas ainda menores, na altura com 16 e 11 anos, ficassem com os pais. Mas o tribunal entendeu que a menor de seis meses, os gémeos de dois anos e os irmãos de três, cinco, seis e sete anos estavam em risco, e resolveu retirá-los de casa.

No processo, não há qualquer referência a maus-tratos físicos ou psicológicos ou a outro tipo de abusos. Na sentença, a que o SOL teve acesso, considera-se mesmo que há laços de afectividade fortes na família e refere-se que as filhas mais velhas têm sucesso escolar e estão bem integradas no seu ambiente social. 

A decisão do Tribunal de Sintra sustenta-se nas dificuldades económicas da família e no facto de a mãe ter desrespeitado o acordo de promoção e protecção de menores ao recusar-se a laquear as trompas.

Tribunal determinou laqueação de trompas


Esse acordo – proposto pelas técnicas da Segurança Social e homologado pelo juiz – obrigava os pais a tomar uma série de medidas, entre as quais realizar uma operação para não poderem ter mais filhos.

«Tinha de arranjar emprego, zelar pela higiene e vestuário das crianças, assegurar a pontualidade e a assiduidade deles na escola, ter em dia os planos de vacinação e fazer uma laqueação das trompas», conta a mãe, lembrando que deixou claro ao juiz que, por ser muçulmana, não se poderia submeter a essa operação. 

«O que o juiz me disse foi que tínhamos de deixar em África os nossos hábitos e tradições e que aqui tínhamos de nos adaptar».

Sobre estes factos saiu ontem esta carta aberta da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas:


CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO E AO MINISTRO DA SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL

 

Tomámos conhecimento de que foi imposta pelos serviços de segurança social a uma mãe a obrigação de se submeter a esterilização. O não acatamento desta imposição por essa mãe esteve na base, posteriormente, de uma decisão judicial de retirada à família de sete dos seus nove filhos. Estes estão institucionalizados e sem contacto com os pais e irmãos. Estes filhos perderão, para sempre, a ligação aos seus pais e à sua família biológica.


Atendendo à gravidade do assunto, que fere os mais elementares direitos humanos, torna-se imperioso e urgente o esclarecimento sobre se a imposição da obrigação de esterilização foi uma decisão infeliz dos serviços ou se faz parte das orientações politicas atuais.


Lisboa, 22 de Janeiro de 2013

Associação Portuguesa de Famílias Numerosas


NOTA: A presente Carta Aberta que agora é tornada pública foi enviada por fax para os respectivos gabinetes do Senhor Primeiro-Ministro e Ministro da Solidariedade e Segurança Social



terça-feira, janeiro 22, 2013

Ainda a posse de Obama




 
 
Há quase um ano atrás em Washington participei, pela segunda vez na vida, no National Prayer Breakfast, onde tive a ocasião de presenciar e ouvir, à distância de apenas uns poucos metros, o discurso do presidente Obama.
 
Se o recordo hoje é porque, ao contrário do que tinha sido o teor da sua intervenção no ano anterior (mais na primeira pessoa, sobre a sua experiência de fé cristã) a intervenção de 2012 foi muito política e tendo como conteúdo essencial a defesa das suas políticas "sociais" usando uma hábil analogia com a história da vida pública e pregação de Jesus. Não gostei, confesso, e como eu creio a maioria da sala.
 
A memória desta intervenção veio-me com as referências que hoje vi na comunicação social ao que terá sido o conteúdo do seu discurso ontem na tomada de posse pública como presidente dos Estados Unidos, chegando ao ponto de trazer à baila (sem surpresa, é infelizmente verdade) os temas mais "de ponta" de um discurso aguerrido de quem tem uma agenda (dita progressista) e está decidido a levá-la a cabo, sem as inibições que terá experimentado no seu primeiro mandato.
 
Se por um lado é de temer o pior (não uma tragédia porque graças a Deus lá está o Congresso para o travar...) por outro não se pode deixar de invejar a situação: um presidente que foi eleito e confortado nesse apoio pretende realizar as suas ideias e conta com o apoio dos seus no Congresso e do povo que o elegeu para isso. O que não se pode dizer seja bem o caso em alguns países europeus e no nosso em particular... 


segunda-feira, janeiro 21, 2013

Sobre a posse de Barak Obama




Embora tenha muito sérias dúvidas sobre se é o presidente de que os Estados Unidos e o mundo precisam e fundadas reticências às suas políticas "sociais" (desde o seguro de saúde cuja obrigatoriedade viola a liberdade religiosa, pela primeira vez na história daquele país, ao seu apoio ao aborto e ao casamento gay) não é possível caír no erro frequente da imprensa esquerdista que, no insulto a Georges Bush (filho) ou a Ronald Reagan, admitiam que fosse possível um "pateta" chegar à Casa Branca.

Se Obama é presidente dos Estados Unidos além da primeira e fundamental razão (os americanos assim quiseram por maioria dos seus representantes) é porque para isso tem as qualidades necessárias e o peso político necessário. É uma pena (do meu ponto de vista) mas é assim.

O que não me impede de um sorriso quando penso nas suas promessas irrealistas e ingénuas sobre Guantanamo que infelizmente continua bem aberta entre outras razões porque a Europa tão defensora dos direitos humanos se recusa a aceitar "abrigar" um sequer dos seus prisioneiros...

Uma nota final: o "pormenor" impressionante dos presidentes dos Estados Unidos tomarem posse, jurando sobre uma Bíblia. Se fosse em Portugal era um chinfrin que nem quero imaginar...! Mas sabe Deus como ele (Obama) precisa Dele...! (nomeadamente pelo "simples" facto [que peso, meu Deus!] que decide da morte de pessoas, veja-se ao autorizar o uso e alvos dos Drones, no quadro da guerra ao terrorismo...)

quinta-feira, janeiro 17, 2013

A mala da Pepa e os hipócritas do costume

Acabei de encontrar este artigo (que reproduzo abaixo) no site do Expresso: aqui. Partilho o juízo. "Reza" assim:

Página InicialBlogues100 refénsA mala da Pepa e os hipócritas do costume
 

A mala da Pepa e os hipócritas do costume

Tiago Mesquita
O país, 'tipo', parou: a Pepa quer uma mala. E agora, meu Deus nosso senhor, o que vais ser de nós? Será que vamos conseguir ultrapassar este drama social? Mas, calma, ainda não acabou. A Pepa quer uma mala mas não é uma mala qualquer. Não, a Pepa quer uma mala daquelas 'tipo' pequenas, 'tipo' clássicas, sei lá, 'tipo' pretas da Chanel. Que Nossa Senhora dos estilistas nos ajude.
Primeiro: quem é a Pepa? Segundo: ela fala mesmo assim? Terceiro: é suposto um país normal, que ainda não tenha sido declarado oficialmente doente mental e com necessidade de internamento compulsivo, parar porque uma marca de gadgets decide suspender (através de uma medida de fiscalização sucessiva que deixaria corados alguns juízes do tribunal constitucional) uma campanha publicitária com meia dúzia de bloggers, por mais ridículo que fosse o formato, mais patético o conteúdo e tonta a mensagem transmitida? A Samsung esqueceu-se da fiscalização preventiva? A culpa agora é dos mensageiros?
Se a Pepa quer comprar uma carteira com o dinheiro que juntar, se for esse o seu desejo mais íntimo para este ano, e por mais egoísta e fútil que seja, tem o país de discutir o assunto e condenar a miúda? Se ela quiser gastar o dinheiro todo em sessões de terapia da fala o que temos a ver com isso? Temos de opinar? O Carmo e a Trindade têm de cair? Tem a Pepa de ir para o convento das Carmelitas e jurar que só compra na Parfois todo o ano para se redimir dos pecados da futilidade e sinceridade? E se deixássemos de ser hipócritas? Aposto que os desgraçados que andam a pagar a prestações o plasma maior que a parede da sala foram os primeiros a atirar pedras à rapariga.
O problema da Pepa é o problema de Portugal. Enquanto andamos todos entretidos a discutir a mala da Pepa (espero sinceramente que a consiga comprar) gastam 8 mil milhões de euros do nosso dinheiro na nacionalização de um banco para o venderem por 50 milhões a seguir a privados. E 'pia tudo fininho'. Pergunto: quantas carteiras Chanel, daquelas 'tipo' pequeninas e pretas, comprava o Estado português com este dinheiro?
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/a-mala-da-pepa-e-os-hipocritas-do-costume=f779447#ixzz2IF0jDc7P

Austeridade: as novas funções do Multibanco

Que o apoio ao Governo não nos tire o humor e a possibilidade de uma boa gargalhada, é a condição de homem livre, sobretudo neste momento em que realmente isto está mesmo a doer...;-)

 
Ou então esta:
 
 
Lol! (para não chorar...)

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Gay, francesa e contra o casamento e a adopção




A notícia vi-a primeiro na Tempi (a entrevista que reproduzo abaixo). Depois encontrei aqui também em português, mas não tão completa. Impressiona a naturalidade, equílibrio e razoabilidade da posição. E a denúncia de quanta intolerância praticam os lobbies militantemente LGBT...

«Sono gay, francese e contro le lobby. Non voglio né matrimonio né l’adozione. E ora provate a dire che sono omofobo»


gennaio 11, 2013Leone Grotti
 

Intervista a Nathalie de Williencourt, portavoce di Homovox: «Rappresentiamo la maggioranza dei francesi omosessuali ma non ci ascoltano. Non vogliamo il matrimonio, perché non siamo come le coppie eterosessuali, che possono fare figli».

Sono francesi, sono omosessuali, «la maggioranza degli omosessuali», e non vogliono né il matrimonio né l’adozione per le coppie gay, soprattutto non vogliono essere trattati allo stesso modo delle coppie eterosessuali «perché siamo diversi: non vogliamo uguaglianza, ma giustizia». Parliamo dei cittadini francesi gay rappresentati da Homovox, che non chiede il “matrimonio per tutti” – nome del progetto di legge di François Hollande che legalizzerà il matrimonio gay e l’adozione per le coppie omosessuali – ma “la parola per tutti!”. «In Francia ci censurano, si ascoltano sempre le lobby LGBT, parlano sempre loro nei media, ma la maggior parte degli omosessuali sono amareggiati dal fatto che questa lobby parli a loro nome, perché non abbiamo votato per loro e non ci rappresenta», spiega a tempi.it Nathalie de Williencourt, portavoce di Homovox. Ecco perché l’associazione parteciperà domenica alla grande “Manifestazione per tutti”, che vedrà sfilare dai cattolici agli ebrei ai musulmani ai socialisti ai radicali agli omosessuali contro il progetto di legge di Hollande, che comincerà ad essere discusso all’Assemblea nazionale il 29 gennaio.

Chi rappresenta Homovox in Francia?

Homovox è un collettivo di cittadini francesi che porta la voce degli omosessuali francesi che si oppongono al progetto di legge Taubira. Sul nostro sito Homovox.com si possono trovare le testimonianze delle persone omosessuali che spiegano perché si oppongono al progetto di legge.
Perché avete firmato l’appello della “manifestazione per tutti”?In Francia si ascoltano sempre le lobby LGBT, parlano sempre loro nei media, ma molti omosessuali non fanno parte di questo movimento. La maggior parte degli omosessuali sono amareggiati dal fatto che questa lobby parli a loro nome, perché non abbiamo votato per loro. Noi vogliamo dare la parola alla maggioranza degli omosessuali in Francia e sosteniamo la “Manifestazione per tutti” perché noi gay non vogliamo il matrimonio.
Perché?
Perché la coppia omosessuale è diversa da quella eterosessuale. Ed è diversa per un semplice dettaglio: non può dare origine alla vita, per cui ha bisogno di una forma di unione specifica che non sia il matrimonio. Ha bisogno di un’altra cosa perché la realtà delle coppie omosessuali è diversa da quella delle coppie eterosessuali.
Nel vostro comunicato accusate la comunità LGBT di essersi autoproclamata portavoce della comunità omosessuale.È proprio così. Le comunità LGBT sono composte molto spesso da persone omosessuali che sono state rigettate dalla famiglia, sono venute a Parigi e hanno trovato ospitalità nella comunità Lgbt, sorta nel quartiere del Marais. Queste persone hanno una ferita in rapporto alla loro omosessualità: poiché non la accettano, rivendicano di essere come gli eterosessuali. Il nostro movimento rivendica invece che gli omosessuali siano trattati diversamente dagli eterosessuali, perché siamo differenti. Non possiamo chiedere l’uguaglianza per situazioni che sono differenti. Non è l’uguaglianza ad essere importante, ma la giustizia. C’è un’uguaglianza giusta e un’uguaglianza ingiusta.
E per quanto riguarda l’adozione di bambini da parte di coppie gay?È importante capire che in Francia nella legge non ci sono distinzioni tra il matrimonio e l’adozione: tutte le coppie sposate hanno il diritto di adottare. Quando si propone il matrimonio per gli omosessuali, esso comprende automaticamente l’adozione. Non c’è divisione come in altri paesi europei. Noi crediamo che i bambini abbiano il diritto ad avere un padre e una madre, possibilmente biologici, che possibilmente si amino. Un figlio nasce dal frutto dell’amore di suo padre e di sua madre e ha il diritto di conoscerli. Se le coppie omosessuali adottano dei bambini che sono già privati dei loro genitori biologici, allora li si priva di un padre e di una madre una seconda volta. Questa legge in Francia è stata fatta nel dopoguerra, quando c’erano molti bambini da adottare e si voleva dare loro dei genitori. L’adozione però non è un diritto degli adulti, serve a donare dei genitori ai bambini che non ne hanno, ma oggi non è più così.
Cioè?
Le coppie che fanno domanda attendono anni prima di potere adottare un bambino, perché non ce ne sono più. Inoltre molti paesi del mondo non concederanno più adozioni alla Francia se questa legge sarà approvata, dal momento che paesi come la Cina e altri in Asia hanno procedure nelle quali chiedono che le coppie omosessuali siano escluse. Tutto ciò significa rendere l’adozione per le coppie uomo-donna ancora più difficile.
Chi espone gli stessi vostri argomenti, di solito, viene chiamato omofobo.
È da due mesi che in Francia sono usciti allo scoperto gli oppositori al “matrimonio per tutti”. Prima chi si opponeva al matrimonio gay veniva subito chiamato omofobo da quasi tutti i grandi media ed era impossibile opporsi senza essere immediatamente tacciati di omofobia. Io e i miei amici omosessuali, che non possiamo certo essere accusati di omofobia, chiediamo che ci sia un dibattito per permettere le unioni omosessuali, ma creando un’istituzione diversa dal matrimonio.
Ad esempio?
Che ci sia un allargamento dei Pacs, che si rifletta sui Pacs. Ma noi non vogliamo il matrimonio, che è riservato all’uomo e alla donna in quanto possono procreare. È così da secoli.
Che cosa chiedete quindi al presidente Hollande?Noi domandiamo gli Stati generali del matrimonio, cioè domandiamo un dialogo fra François Hollande e il popolo. Perché il presidente aveva promesso che non avrebbe fatto passare una legge con la forza se il popolo francese non fosse stato d’accordo. Ha detto che voleva dialogare col popolo francese. Speriamo che aprirà il dialogo con degli Stati generali sul matrimonio e con un referendum per interrogare tutti i cittadini su questo argomento.
Hollande ha una grande maggioranza all’Assemblea nazionale. Secondo voi la manifestazione può andare a buon fine, la legge potrebbe non passare?Dipenderà dalla mobilitazione della manifestazione di domenica e del modo in cui il governo ascolterà il popolo francese. La risposta dipende da François Hollande e domenica il popolo francese si rivolgerà a lui, non contro di lui ma per chiedergli di avere tutti insieme il tempo per riflettere su cosa sia meglio per la società francese perché le persone possano vivere in pace.
In che modo?
La pace si costruisce dentro la famiglia e per avere pace nella famiglia bisogna donare ai bambini il quadro più naturale e che più infonde sicurezza per crescere e diventare grandi. Cioè la composizione classica uomo-donna.

Leggi di Più: Francia, gay: «Noi siamo contro il matrimonio omosessuale» | Tempi.it
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terça-feira, janeiro 15, 2013

A Liberdade religiosa em perigo!

Um amigo enviou-me hoje um artigo, creio que retirado do boletim Infovitae editado pelo Padre Nuno Serras Pereira, onde além de se retomar uma exortação do Papa Bento XVI à coragem e desassombro dos Bispos na afirmação das verdades da Fé e das consequências que daí decorrem, também no campo social, se referiam diversas declarações de Bispos americanos que em face da perseguição à Igreja Católica conduzida neste momento por Obama, estes constatavam como cada vez mais cresce uma cristianofobia que qualquer dia não hesitará numa repressão judicial e penal dos católicos e da hierarquia da Igreja. E ás tantas lia-se esta parte:

In Chicago, Cardinal Francis George said in 2010 that, given the hostile direction the US government and society in general, “I expect to die in bed, my successor will die in prison and his successor will die a martyr in the public square.”

Exagero? Infelizmente a notícia abaixo da Renascença dá-nos sérias razões para temer que tudo acabe por acontecer mais rápido que a previsão acima...



Casos de liberdade religiosa rejeitados no Tribunal dos Direitos do Homem
Editado por Filipe d’Avillez
Inserido em 15-01-2013 17:26
Das quatro queixas por discriminação no local de trabalho, apresentados por britânicos em Estrasburgo, apenas foi dada razão a Nadia Eweida, despedida da British Airways por não retirar um crucifixo.

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) rejeitou três queixas de cidadãos britânicos que alegavam discriminação religiosa no local de trabalho.

O tribunal decidiu, esta terça-feira, que os tribunais nacionais tinham agido bem nos casos de Shirley Chaplin, Lillian Ladele e Gary McFarlane.

Chaplin perdeu o seu emprego como enfermeira quando se recusou a retirar um crucifixo de volta do pescoço. Ladele foi despedida depois de pedir para não ter de oficiar em cerimónias de união de facto entre homossexuais e McFarlane, que é terapeuta sexual, ficou sem emprego depois de dizer formalmente que não queria desenvolver esse tipo de trabalho com “casais” homossexuais. Todos invocaram as suas crenças religiosas para defender as suas posições.

A única queixosa a quem foi dada razão foi uma ex-funcionária da British Airways. Nadia Eweida tinha sido despedida quando se recusou a retirar o seu crucifixo, apesar de mais tarde a empresa ter alterado as suas normas, passando a permitir esse tipo de adereços religiosos.

No seu caso o TEDH alegou que os tribunais domésticos tinham dado demasiado peso à pretensão, em si legítima, da BA querer projectar uma certa imagem empresarial, não atribuindo importância suficiente ao direito à liberdade de religião, protegida pelo artigo 9º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

No caso de Shirley Chaplin, contudo, apesar de ser muito parecido, o Tribunal Europeu teve em conta o facto de o hospital ter pedido a remoção do crucifixo por uma questão de saúde, por considerar que poderia ser um veículo de transmissão de infecção, defendendo o direito do hospital tomar esse tipo de decisão.

Já nos dois casos envolvendo objecção à prática homossexual rejeitou as queixas afirmando que em ambos os casos as entidades empregadoras tinham a obrigação de não discriminar contra os seus utentes e que por essa razão não podiam empregar pessoas que se recusavam a trabalhar com “casais” homossexuais.

O Tribunal Europeu atribuiu uma compensação de apenas 2000 euros a Nadia Eweida. A britânica, uma cristã copta de origem egípcia, congratulou-se pela decisão mas lamentou que os outros três queixosos não tivessem visto reconhecidos os seus direitos à liberdade religiosa e de consciência.

Chaplin, Ladele e McFarlane ponderam agora recorrer à grande câmara do TEDH, onde o caso será reavaliado por um painel de 17 juízes.

Economia portuguesa: afinal as perspectivas são boas ou não?




A pergunta nasceu-me do conflito entre as notícias hoje divulgadas sobre as previsões do Banco de Portugal e o documento abaixo, que recebi de um amigo, em que são reproduzidas observações da OCDE sobre a evolução da economia portuguesa...em que ficamos afinal? No meio desta confusão quem nos pode ajudar a ver claro?

OCDE – ECONOMIA PORTUGUESA COM PERSPECTIVAS DE MELHORIA REFORÇADAS

- Indicador avançado regista uma variação positiva em termos homólogos pela primeira vez em largos meses
- Perspectiva da recessão se dissipar nos próximos seis a nove meses

14.01.2013

A mais recente actualização dos indicadores avançados, referente ao mês de Novembro  e hoje divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), continua a apontar para uma progressiva melhoria da conjuntura económica, fazendo-o agora de forma mais marcada. Os indicadores avançados da OCDE tentam antecipar pontos de inflexão da actividade económica em relação à tendência.
Portugal

·         Pelo oitavo mês consecutivo, o indicador registou uma subida mensal (de 0,30%, a maior nesse período).

·         Pela primeira vez em largos meses, o indicador avançado para a economia nacional registou uma variação positiva em termos homólogos (0,71%).

·         O seu valor está, agora, em 99,44, já muito próximo da média de longo prazo, fixada em 100 pontos.

·         Todos estes dados apontam para a perspectiva de a recessão, que dura há sete trimestres consecutivos, se dissipar nos próximos seis a nove meses.

·         Os últimos dados estatísticos do INE sobre a evolução real da economia reportam-se ao terceiro trimestre de 2012 e descrevem um agravamento da recessão: o PIB caiu 3,5% em termos homólogos (mais do que a queda de 3,1% registada no segundo trimestre). Ainda assim, registou uma diminuição de 0,9% face ao trimestre anterior, menor do que a queda de 1% observada no segundo trimestre.
Europa e resto do mundo

 Os indicadores avançados da OCDE apontam, por outro lado, para uma estabilização das perspectivas económicas na maioria das grandes economias mundiais. É o caso, em particular, da AlemanhaFrança, cujos indicadores voltaram a exibir uma variação positiva, determinante para que também a Zona Euro, como um todo, tenha registado uma melhoria nas suas perspectivas económicas.
Também no Brasil e no Japão "os sinais de uma estabilização do crescimento parecem emergir".

Para os Estados Unidos e Reino Unido, a OCDE refere que os respectivos indicadores sugerem a perspectiva de um "crescimento económico sustentado".
Na China e na Índia, "os sinais de presença de um ponto de viragem é mais forte", enquanto Canadá e Rússia continuam com "perspectivas de crescimento fracas".

Link para os indicadores avançados:
http://www.oecd.org/std/leadingindicatorsandtendencysurveys/compositeleadingindicatorsclisoecdjanuary2013.htm



quinta-feira, janeiro 10, 2013

Portugal mais longe da bancarrota!


A informação chegou de um amigo meu com quem partilho intervenções comuns no PSD em Lisboa. Embora ele não indique a fonte, considerando se trata de pessoa séria, com formação nesta área e cujo trabalho passa pela análise destas e de outras informações da mesma natureza, posso dar por fiáveis os dados apresentados. É um quadro que reproduz a avaliação feita a nível profisisonal e internacional do risco de falhanço no pagamento de dívida, por diversos países. E diz assim:


Entity Name
Risco de Default (%)
Greece
97.48
Argentina
67.25
Cyprus
59.40
Pakistan
46.71
Venezuela
37.20
Ukraine
33.27
Illinois/State of
31.25
Iraq
29.85
Egypt
29.44
Portugal
29.14

No mesmo email ele envia um quadro de evolução dos CDS (Credit Default Swap) de, por ordem de pior para melhor, Grécia, Chipre, Portugal, Irlanda e Itália. É impressionante verificar ao longo do tempo a convergência do nosso país com aqueles dois últimos países. A quem me pedir posso enviar esse quadro.

Ou seja: há melhoras! E embora muitas vezes nós não vejamos como nem quando, é possível, vamos, sair do actual estado cataléptico em que nos encontramos. Faça cada um o que deve e chegaremos lá!


quarta-feira, janeiro 09, 2013

Tribunal Constitucional e Orçamento do Estado



Recebi agora, em reenvio, de um meu amigo, este email que me pareceu significativo de como existirá sempre uma dificuldade na compreensão da decisão sobre a constitucionalidade de algumas medidas do Orçamento do Estado que o Tribunal Constitucional venha a tomar...

"Em 2011, o Tribunal Constiitucional considerou constitucional um corte máximo de 10% nos salários da Função Pública.

Em 2012, o Tribunal Constiitucional considerou inconstitucional um corte máximo cumulativo de 24% (10%+14%) nos salários da Função Pública.

Em 2013, o Tribunal Constiitucional vai avaliar a constitucionalidade de um corte máximo cumulativo de 17% (10% + 7%) nos salários da Função Pública.

Portanto, 10% pode-se cortar, 24% não, 17% ninguém sabe."
 
Isto reproduzido ressalvo porém que me andava a assustar esta "suspensão" da Constituição que com o melhor dos motivos (sairmos do buraco em que nos encontramos através de medidas excepcionais) alguns pedem ou toleram. O império da lei é a garantia da liberdade de todos nós, todos os dias.

terça-feira, janeiro 08, 2013

Câmara de Lisboa, Bragaparques e Parque Mayer




Estive a ler a notícia hoje no Público "Caso que fez cair a câmara de lisboa em 2007 começa a ser julgado amanhã" e, não conhecendo os contornos precisos do caso, fiquei sem perceber porque é que os factos estão a ser julgados. A própria notícia (falando da acusação) afasta que tenha existido por parte dos acusados (Carmona Rodrigues, Fontão de Carvalho, Eduarda Napoleão) qualquer benefício que tenham obtido das decisões políticas tomadas. Quanto muito percebe-se que, de acordo com a notícia (a ressalva é necessária porque uma notícia vale o que vale), avaliado hoje, o negócio parece ter sido mais benéfico para a Bragaparques do que para a Câmara (como acontece em tantos negócios por esta vida fora). E também (lamento de saudoso da Feira Popular e de lamentoso que o projecto de Santana Lopes para o Parque Mayer não tenha avançado) é verdade que não se percebe olhando para a realidade hoje o que de útil resultou para Lisboa (vide lamentos atrás). Será que não estamos mas é perante mais um daqueles casos de fazer política por via de tribunal e os juízes a substituir-se aos eleitores? Ou é apenas a sequência lógica e obrigatória de uma manobra que estava pensada para deitar abaixo o governo duma Câmara?

Não conheço pessoalmente os acusados mas apenas indirectamente (por amigos ou conhecidos comuns). E nunca em nenhuma circunstância ninguém me insinuou seja o que for de desonesto em relação a eles, antes pelo contrário (e sabe Deus como a má-língua é grande neste país e na política em especial...!). Além disso fizeram parte da equipe duma pessoa que se conta entre as que mais serviram Lisboa e que não fora as circunstâncias muito mais teria feito: Pedro Santana Lopes. Tudo isto que me leva a desconfiar os acusados estão a passar pelo que não merecem nem se justifica. Claro que é fácil dizer "a Justiça funcionará", mas entretanto e em condições muito desagradáveis denegriram-se pessoas...e isso não há compensação posterior que valha...

segunda-feira, janeiro 07, 2013

Sondagem eleitoral: PSD e CDS sobem!


 

A sondagem que hoje o jornal i publica é uma lufada de ar fresco no panorama político actual porque dá um sinal claro de que afinal a sociedade portuguesa ainda não perdeu o seu tradicional bom senso. Na verdade a subida de intenções de voto nos dois partidos da maioria vem revelar que, no fundo, no fundo, uma parte significativa dos eleitores sabem que este percurso de dificuldades tem de ser feito e confiam o Governo é capaz de conduzir o país e ultrapassar este cabo das tormentas...

Claro que subsistem muitas sombras: a decisão do Tribunal Constitucional sobre os pedidos de fiscalização da constitucionalidade do Orçamento de Estado, artigos de figuras gradas do PSD como Mota Amaral, as debilidades próprias do nosso centro-direita (impreparado, sem ideologia e ideias políticas claras, inábil na comunicação, com alguns "pecadilhos" pessoais, etc.), e a redução da política à economia e às finanças, etc.

E também (sombras) nos próprios resultados da sondagem: o PS ganharia as eleições, a actual maioria perde-a (a absoluta) e os três partidos de esquerda tem-na (um cenário de pesadelo!)...a ver, vamos. Mas o interesse do país parece-me claro: um regresso da esquerda ao poder colocar-nos-ia no sentido figurado e estrito da expressão numa autêntica tragédia grega...

sábado, janeiro 05, 2013

Da defesa da Vida ao Senhor dos Aneis





Estava aqui a preparar uma conferência que amanhã vou fazer sobre A Fé e a Vida e juntando materiais para isso embati num cd que me acompanhou durante toda a campanha do referendo do aborto de 2007.

Hoje como ontem esta história do Senhor dos Aneis continua a ser uma boa representação do que tem sido a nossa vida de combates e compromisso, porque perfeita analogia da vida e dos conflitos da e na nossa humanidade. Por isso desde sempre nos tem acompanhado seja em imagem, como será amanhã, quer em citações como esta que tantas vezes repeti para audiências como a de amanhã numa Paróquia de Lisboa:

“Sam: “As personagens dessas histórias…tinham uma série de hipóteses de voltar para trás, mas não o faziam. Eles continuavam…porque estavam agarrados a uma coisa.” Frodo: “A que é que eles se agarravam, Sam?” Sam: “A que existe algum bem e muito de bom neste mundo, Senhor Frodo. E que vale a pena lutar por isso” (do guião do filme “O Senhor dos Anéis”)

No filme acima a cena que refiro começa aos 1'44 e termina aos 3'43.

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Os Bispos e a defesa da Vida e da Família



Neste momento em que se encontra praticamente concluída a recolha de assinaturas da Petição Defender o Futuro (só faltam 217 para que a Petição seja entregue na Assembleia da República e tendo reunido o número minimo de subscrições seja obrigatoriamente apreciada no parlamento e discutida em plenário) a discussão das leis fracturantes do tempo de José Sócrates regressa à agenda política e com ela a posssibilidade de uma reapreciação desses diplomas conduzir à respectiva revisão ou revogação (uma vez que contra os mesmos na altura votaram os grupos parlamentares da actual maioria).

Num contexto diferente (o da educação na Fé dos crentes e do contributo para o diálogo civil em Portugal) na última semana vem-se sucedendo intervenções lúcidas e corajosas dos nossos Bispos na defesa da Vida e da Família, na linha aliás das constantes intervenções nesse sentido do Papa Bento XVI.

A do Patriarca de Lisboa está aqui.


A de D. Manuel Felício (Bispo da Guarda) está aqui.


E a de D. Manuel Clemente (Bispo do Porto) está aqui.




quarta-feira, janeiro 02, 2013

Orçamento do Estado e Cavaco Silva: qual o caminho?



Tenho sempre aqui manifestado confiança no Governo e na condução que faz das políticas sociais, económica e financeira. Quanto à familiar, por inexistente, estamos falados (sobre este tema ver o que disse o Patriarca de Lisboa ontem no Dia Mundial da Paz)...

Essa confiança deriva de sinais objectivos (quase todos das intervenções e entrevistas de Carlos Moedas e outras das de Vitor Gaspar), da necessidade de como sociedade temos de acreditar que quem governa fá-lo com intenção de servir o bem comum e usando o melhor das suas capacidades, da minha confessada perplexidade perante as propostas em jogo e também de uma esperança de quem sabe que Deus não abandona o seu povo e por isso, em última instância, tudo acaba bem e corre para onde deve correr.

No entanto confesso que às vezes assalta-me a dúvida...e essa é para mim o resultado da comunicação ontem do Presidente da República. De muitas das suas afirmações pode concluir-se que talvez não seja este o caminho, ou que o caminho só pode piorar, ou que há que mudar de caminho, pelo menos em alguns pontos. Ou não? E se nesses pontos ele tiver razão?

Aqui do meu canto de militante partidário e também dirigente de movimentos da sociedade civil parece-me que o caminho para nós, que não governamos, só pode ser um: tentar suprir as lacunas, explicar o que não é claro nem explicado, sugerir aprofundamentos do caminho, reforçar a aliança com o governo para que todos um dia saíamos incólumes, ou pelo menos tanto quanto, deste "pesadelo" absurdo em que estamos mergulhados (a crise financeira também e a crise moral, primeiro). E rezar. Por quem nos governa. Para que Deus lhes dê coragem perante as dificuldades, engenho perante os obstáculos, inteligência nas decisões. Para isso contam comigo.

Nota: resisti aqui heroicamente a ironizar sobre a bondade da escolha de candidato a presidente da república que os dois principais partidos do centro-direita fizeram nas últimas eleições...devem ser resquícios do espírito natalício...;-)
Mas que tal umas primárias antes das próximas eleições presidenciais...?

Relendo Pasolini e dando-me conta da beleza do cristianismo




Estava a reler uma entrevista do Luigi Amicone, jornalista italiano, director da Tempi, e dei com estas palavras de Pier Paolo Pasolini, que me pareceram particularmente proféticas. Foram proferidas já não por ele, assasssinado em condições estranhas, poucos dias antes do congresso do Partido Radical, e por isso lidas por Vincenzo Cerani:

"EU PROFETIZO UMA ÉPOCA NA QUAL O NOVO PODER UTILIZARÁ AS VOSSAS PALAVRAS LIBERTÁRIAS PARA CRIAR UM NOVO PODER HOMOLOGADO, PARA CRIAR UMA NOVA INQUISIÇÃO, PARA CRIAR UM NOVO CONFORMISMO E OS SEUS CLÉRIGOS SERÃO CLÉRIGOS DA ESQUERDA"

Basta pensar em tudo o que se passa a nível da mentalidade dominante, da ditadura intelectual da esquerda, da forma como são tratados os que se opõem aos temas fracturantes, para verificar com tristeza a clarividência do grande escritor e realizador e como isto se tornou realidade...

Nota ainda mais pessoal: quando conheci o movimento Comunhão e Libertação, uma vez abrindo uma das revistas dei com um artigo em que era valorizado o próprio Pasolini e uns seus escritos. Em bom direitista reagi mal e resmunguei...depois lendo o artigo percebi a genialidade do carisma de D. Giussani e a beleza do cristianismo: no confronto com os outros, como aconteceu com Jesus, sempre que estava em face de alguém, o que procuramos é identificar aquela centelha de verdade, que existe no coração de todos os homens, aquela intuição justa, de homem verdadeiro, e a partir daí constrói-se um diálogo que nos revela a iminente e fascinante dignidade de cada pessoa com que nos cruzamos. Pouco importando em nós e nos outros toda aquela tralha de limites, preconceitos e pecados, com que, malfadadamente, nos privamos todos os dias de uma vida melhor e mais feliz.

Como dizia um amigo meu, espanhol, "digam-me se há lugar no mundo onde haja mais beleza e possibilidade de felicidade do que aqui [refiria-se à Igreja católica], é que, se houver, digam-me onde é porque eu vou para lá, porque a mim o que me importa é ser feliz...!"

terça-feira, janeiro 01, 2013

Ainda os desejos de um Bom e Santo Ano Novo!



"Aquilo que todos os dias para nós seria [um] limite é destinado a tornar-se grande como o olhar de Nossa Senhora. Maria compreendia que o conteúdo de cada acção humana desenvolve e realiza o designío de um Outro: não o designío do próprio coração, mas do coração de Deus. As dores, como a vida, não vos faltarão, mas vivereis a vida como um caminho. Mesmo quando este será árduo, será descoberta de um bem verdadeiramente grande"

Luigi Giussani

(tradução certamente imperfeita de um Te Deum de Luigi Amicone publicado na revista Tempi)

Mais aqui sobre Comunhão e Libertação e sobre Luigi Giussani.