sexta-feira, março 26, 2010

Pedofilia: duas verdades inconvenientes

Na pedofilia e/ou o abuso de menores (são duas realidades diferentes em sentido estrito, mas aqui para o caso, ficam por junto) é esmagadoramente proponderante a natureza homossexual da respectiva prática (por isso, como com graça mas também alguma tristeza me dizia um Padre meu amigo, referindo-se à discussão do celibato que estupidamente acompanha às vezes a reflexão sobre os abusos sexuais de membros do clero, "o problema desses Padres não é não poderem casar, porque não é uma mulher que eles querem...").
Uma sociedade que desde os anos 60 exalta a sexualidade, que não põem nenhuma barreira à sua exposição, que injecta doses brutais da mesma em jovens e adolescentes, que deixa que irrompam torrentes de excitação dos meios de comunicação social, de repente, fica muito admirada quando acontecem casos horriveis como esses dos abusos de menores. No entanto é preciso estar muito distraído ou então nunca ter visto nada, ou, paradoxalmente, ser totalmente e por Graça, muito santo, para estranhar a relação causa-efeito entre as duas coisas.

Marcello Pera denuncia um ataque sem precedentes ao cristianismo

Com aquela liberdade de quem não é católico, mas apenas um homem (entre outros títúlos Senador em Itália) que é capaz de fazer um uso adequado e até às suas últimas consequências, da razão humana.

"Uma agressão ao Papa" por Marcello Pera, Publicado no Corriere della Sera 17.III.10

Caro Director do «Corriere della Sera»:

A questão dos sacerdotes pedófilos ou homossexuais, que rebentou recentemente na Alemanha, tem como alvo o Papa. E, dadas as enormidades temerárias da imprensa, cometeria um grave erro quem pensasse que o golpe não acertou no alvo - e um erro ainda mais grave quem pensasse que a questão morreria depressa, como morreram tantas questões parecidas. Não é isso que se passa. Está em curso uma guerra.

Não propriamente contra a pessoa do Papa porque, neste terreno, tal guerra é
impossível: Bento XVI tornou-se inexpugnável pela sua imagem, pela sua serenidade, pela sua limpidez, firmeza e doutrina; só aquele sorriso manso basta para desbaratar um exército de adversários. Não, a guerra é entre o laicismo e o cristianismo.

Os laicistas sabem perfeitamente que, se aquela batina branca fosse tocada, sequer, por uma pontinha de lama, toda a Igreja ficaria suja,e se a Igreja ficasse suja, suja ficaria igualmente a religião cristã.
Foi por isso que os laicistas acompanharam esta campanha com palavras de ordem do tipo: «Quem voltará a mandar os filhos à igreja?», ou «Quem voltará a meter os filhos numa escola católica?», ou ainda: «Quem internará os filhos num hospital ou numa clínica católica?» Há uns dias, uma laicista deixou escapar uma observação reveladora: «A relevância das revelações dos abusos sexuais de crianças por parte de sacerdotes mina a própria legitimação da Igreja Católica como garante da educação dos mais novos.»

Pouco importa que semelhante sentença seja desprovida de qualquer base de prova, porque a mesma aparece cuidadosamente latente: «A relevância das revelações»; quantos são os sacerdotes pedófilos? 1%? 10%? Todos?
Pouco importa também que a sentença seja completamente ilógica; bastaria substituir «sacerdotes» por «professores», ou por «políticos», ou por «jornalistas» para se «minar a legitimação» da escola pública, do parlamento, ou da imprensa. Aquilo que importa é a insinuação, mesmo que feita à custa de um argumento grosseiro: os sacerdotes são pedófilos, portanto a Igreja não tem autoridade moral,portanto a educação católica é perigosa, portanto o cristianismo é um engano e um perigo. Esta guerra do laicismo contra o cristianismo é uma guerra campal; é preciso recuar ao nazismo e ao comunismo para se encontrar outra igual. Mudam os meios, mas o fim é o mesmo: hoje, como ontem, aquilo que se pretende é a destruição da religião. Ora, a Europa pagou esta fúria destrutiva ao preço da própria liberdade.

É incrível que sobretudo a Alemanha, que bate continuamente no peito pela memória desse preço que infligiu a toda a Europa, se esqueça dele, hoje que é democrática, recusando-se a compreender que,destruído o cristianismo, é a própria democracia que se perde. No passado, a destruição da religião comportou a destruição da razão; hoje, não conduz ao triunfo da razão laica, mas a uma segunda barbárie.

No plano ético, é a barbárie de quem mata um feto por ser prejudicial à «saúde psíquica» da mãe. De quem diz que um embrião é uma «bola de células», boa para fazer experiências. De quem mata um velho porque este já não tem família que cuide dele. De quem apressa o fim de um filho, porque este deixou de estar consciente e tem uma doença incurável. De quem pensa que progenitor «A» e progenitor «B» é o mesmo que «pai» e «mãe». De quem julga que a fé é como o cóccix, um órgão que deixou de participar na evolução, porque o homem deixou de precisar de cauda. E por aí fora. Ou então, e considerando agora o lado político da guerra do laicismo contra o cristianismo, a barbárie será a destruição da Europa. Porque, eliminado o cristianismo, restará o multiculturalismo, de acordo com o qual todos os grupos têm direito à sua cultura. O relativismo, que pensa que todas as culturas são igualmente boas. O pacifismo, que nega a existência do mal.

Mas esta guerra contra o cristianismo seria menos perigosa se os cristãos a compreendessem; pelo contrário, muitos deles não percebem o que se está a passar. São os teólogos que se sentem frustrados com a supremacia intelectual de Bento XVI. Os bispos indecisos, que consideram que o compromisso com a modernidade é a melhor maneira de actualizar a mensagem cristã.

Os cardeais em crise de fé, que começam a insinuar que o celibato dos sacerdotes não é um dogma, e que talvez fosse melhor repensar essa questão.
Os intelectuais católicos que acham que a Igreja tem um problema com o feminismo e que o cristianismo tem um diferendo por resolver com a sexualidade. As conferências episcopais que se enganam na ordem do dia e, enquanto auguram uma política de fronteiras abertas a todos, não têm a coragem de denunciar as agressões de que os cristãos são alvo, bem como a humilhação que são obrigados a suportar por serem colocados, todos sem descriminação, no banco dos réus. Ou ainda os chanceleres vindos do Leste, que exibem um ministro dos negócios estrangeiros homossexual, ao mesmo tempo que atacam o Papa com argumentos éticos; e os nascidos no Ocidente, que acham que este deve ser laico, que o mesmo é dizer anti-cristão. A guerra dos laicistas vai continuar, quanto mais não seja porque um Papa como Bento XVI sorri, mas não recua um milímetro.

Mas aqueles que compreendem esta intransigência papal têm de agarrar na situação com as duas mãos, não ficando de braços cruzados à espera do próximo golpe. Quem se limita a solidarizar-se com ele, ou entrou no horto das oliveiras de noite e às escondidas, ou então não percebeu o que está ali a fazer.

segunda-feira, março 08, 2010

Estrasburgo: Tribunal aceita recurso sobre o crucifixo

Finalmente um pouco de bom senso e, espera-se, respeito pelo principio da subsidiariedade, sem o que não há pachorra para aturar a União Europeia...diz a Ecclesia:

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos aceitou o recurso apresentado pelo Governo italiano, depois de ter decidido, em Novembro de 2009, que os crucifixos não deviam estar nas salas de aula das escolas.

A sentença do tribunal dava razão a uma mãe de família que alegava que os crucifixos atentavam contra o seu direito de dar uma educação secular aos filhos.

Perante a decisão, o Governo da Itália defendeu a presença dos crucifixos nas salas de aula dos colégios públicos, como um símbolo que representa as raízes cristãs do país.

A respeito disto, o Reitor da Universidade LUMSA, de Roma, Giuseppe Dalla Torre, comentou em entrevista com a agência SIR que recebeu “com alegria este primeiro resultado”, e espera que o tribunal compreenda os argumentos do Governo e decida a favor da Itália.

“A decisão tomada pelo tribunal em Novembro do ano passado causou um grande impacto não só na Itália, mas também em outros países da Europa”, continuou Dalla Torre, em declarações à Radio Vaticano.

Segundo o reitor universitário, “isto é algo positivo já que os países da Europa, especialmente os da União Europeia, apoiam o facto de que os aspectos religiosos devem ser resolvidos democrática e constitucionalmente pela jurisdição de cada país. Estes casos correspondem à identidade nacional de cada país”, finalizou.


Internacional | Renascença (RR) | 2010-03-07 | 14:25:00 | 1655 Caracteres | Europa

sexta-feira, março 05, 2010

A Câmara de Lisboa e o palco para o Papa

O Vereador do CDS-PP na Câmara de Lisboa (António Carlos Monteiro) esta semana na respectiva reunião teve uma excelente intervenção questionando o executivo camarário sobre por que razão não ajuda a edilidade com os seus próprios meios a realização da Missa do Papa no Terreiro do Paço. As notícias abaixo dão conta disso:

http://www.cds.pt/rubricas.aspx?id_seccao=45&id_rubrica=2913

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=438575

http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=92&did=94050