domingo, setembro 30, 2012

A polémica António Borges e a ignorância dos empresários




Como hoje de manhã disse Alexandre Soares dos Santos na RTP é uma pena que em vez de se focarem em coisas importantíssimas que António Borges disse no Fórum Empresarial do Algarve, os media se fixem apenas na parte em que terá acusado de ignorância os empresários que atacaram a medida da redução da Taxa Social Única (a esse propósito veja-se o que saíu no Jornal de Notícias).

Eu não sei (e provavelmente seria de evitar dizê-lo assim taxativamente) se foi por ignorância que houve tantas criticas por parte dos empregadores e das suas associações à medida de redução da Taxa Social Única. Mas lá que essas criticas são completamente incompreensíveis, inconsequentes e incoerentes, isso são...!

Incompreensíveis porque a medida da redução da TSU favorecia as empresas e sobretudo as exportadoras. E estas baixando os seus custos podiam vender mais interna e externamente. E mesmo que se considerasse que o facto de a mesma TSU ser ao mesmo tempo aumentada aos trabalhadores podia por via da diminuição do consumo e até pela perda de empenho conduzir a uma perda de produtividade, sempre se esperaria que os empregadores distinguissem os benefícios de uma medida, dos "malefícios" da outra...

Inconsequentes e incoerentes porque por um lado parece que os empregadores desconheciam que outras medidas que fortemente prejudicarão os rendimentos são inevitáveis se a TSU não fosse para a frente e por outro porque andam há anos a reivindicar este tipo de medidas e de repente dá-lhes para isto...não há pachorra!

Eu não sei se é ignorantes que Antonio Borges devia ter dito, mas lá que alguma coisa tinha de ser dita, sobre isso não há dúvidas...

sexta-feira, setembro 28, 2012

A culpa da austeridade é do PS

E convém recordá-lo vezes sem conta, a propósito e despropósito, em particular e em público, com todos os meios possíveis e até simples gráficos como estes:


Salvação nacional: é o que está a fazer o Governo de Passos Coelho



Sucessivamente (não é deliberado, foi acontecendo...) no PSD em Lisboa estive no lado oposto a Carlos Carreiras. Quando ele era presidente da Distrital de Lisboa do partido e agora na situação que lhe sucedeu e que a ele se referencia. Nothing personal, just politics...;-)

Ao longo destes sete anos, de facto, tenho sempre apoiado os candidatos de oposição sistema de poder em Lisboa e no caso concreto das eleições autárquicas de 2009 e do que se lhe seguiu discordo totalmente da gestão política do então presidente da Distrital de Lisboa.

Juntos parece-me só estivemos no apoio a Passos Coelho quando este concorreu pela segunda vez e venceu a eleição directa para presidente do partido (na 1ª vez em que este se candidatou apoiei Pedro Santana Lopes ao contrário dele que já estava com Passos Coelho).

Dito isto há que reconhecer não apenas as suas qualidades políticas como que o actual presidente da Câmara de Cascais, de facto, escreve bem. E neste artigo no jornal i intitulado "Quem pediu um Governo de salvação nacional?" explica melhor do que eu seria capaz porque de facto é um imperativo patriótico apoiar o Governo de Passos Coelho, porque há razões fundadas para fazê-lo e porque nestes tempos que não são quaisquer, o que o Governo está a fazer é o que precisa ser feito.

Melhor será possível? Sim, certamente. Mas para as coisas serem melhores é preciso que não nos demitamos e ajudemos no que faltar...!

Racionamento de medicamentos: porque não cortam antes no aborto?




Vale a pena seguir esta polémica com atenção (a partir desta notícia aqui) porque as questões envolvidas são muitas, mas entretanto pergunto: porque é que não começam por cortar no aborto que além da barbaridade que é por natureza, é uma das causas da queda da natalidade, deixa marcas, fisicas e psiquicas, para toda a vida nas mulheres e famílias, custa um dinheirão ao Orçamento de Estado (custo directos e indirectos no SNS, apoios da Segurança Social em licenças e outras despesas, condições extraordinárias de pagamento às clínicas privadas, etc.) e é um escândalo na prioridade que tem sobre actos de que realmente necessita quem está doente (o que não é o caso da grávida)...?

Um pouco de coragem, algum bom-senso, olhos de ver e sentido da política e respeito pelo eleitorado, precisam-se...!

quarta-feira, setembro 26, 2012

Aborto: Plebiscito em Liechtenstein

Do Francisco de Bragança van Uden acabo de receber este email que me confirma como monárquico e também como português orgulhoso:

O Principe reinante do Liechtenstein, Hans Adam, deu grande exemplo á Europa dos nossos dias,na defesa dos princípios tradicionais cristãos,  provocando um plesbicito nacional , devido á sua posição negativa e intransigente, sobre a pretendida legalização do aborto.  O Rei Balduino da Bélgica e o Granduque Henry do Luxemburgo, tinham já tido posiçôes semelhantes... Os três são primos e descendentes próximos do Rei D. Miguel I e da Rainha Dona Adelaide... 

 

Valores inegociáveis: respeito à vida, à família e à religião




Posted: 31 Jul 2012 11:30 PM PDT
Príncipe Hans Adam II de Liechtenstein
Príncipe Hans Adam II de Liechtenstein

76% dos habitantes do principado de Liechtenstein confirmou o poder de veto do príncipe soberano do Estado inclusive em matérias aprovadas em eleição, noticiou a BBC.

Em Liechtenstein, mais de 90% da população é católica, o aborto é estritamente ilegal e o príncipe herdeiro Aloisio anunciou que vetaria qualquer resolução, inclusive passada em plebiscito, que favorecesse a massacre de inocentes.

Ativistas republicanos aproveitaram a ocasião para pedir um referendum visando cassar o poder de veto real.

A questão do veto, segundo a BBC, se transformou numa outra questão: abolir ou não o monarquia.

Uma pesada propaganda democrática insistiu em que o atual soberano Príncipe Hans Adam de Liechtenstein detinha um poder exagerado para um estado moderno do século XXI.
O príncipe e a princessa de Liechtenstein
O príncipe e a princessa de Liechtenstein
Mas, o povo pouco ligou para a propaganda e manteve a prerrogativa régia por esmagadora maioria.
Bandeira do principado de Liechtenstein
Bandeira do principado
Para o príncipe herdeiro, o resultado confirmou que “a aliança entre o povo e a casa real que já tem 300 anos se mostra bem sucedida até hoje”.

Muitos cidadãos acham que a família real é a grande instituição que mantém a independência cultural e identidade nacional do país.

“O príncipe representa o país, ele é o garante de nossa soberania e de nossa estabilidade. Um país pequeno precisa ter uma bandeira e a bandeira de Liechtenstein é a casa principesca”, explicou a parlamentar Renate Wohlwend do Partido dos Cidadãos Progressistas.

  

 

Natalidade: comunicado APFN sobre Congresso "Presente no Futuro" da FFMS


QUE PORTUGAL EM 2030?

Comunicado da APFN


A APFN saúda a iniciativa “Presente no Futuro” da Fundação Francisco Manuel dos Santos, totalmente em linha com os alertas que temos vindo a fazer há anos para o gravíssimo problema demográfico Português, que irá comprometer seriamente o seu futuro.

Em particular, realça a frase chave proferida por António Barreto, presidente da Fundação:  “As decisões que hoje tomarmos moldam o país em 2013”.

A APFN tem vindo a alertar a sociedade para o agravamento das políticas anti-natalistas, nomeadamente, fazendo recair medidas de austeridade desproporcionadas sobre as famílias com filhos a cargo. Esta situação, que se agravou ao longo dos últimos anos, teve como consequência directa, mínimos absolutos no número de nascimentos.

Infelizmente, não tem havido qualquer sinal de vontade do governo em inverter a situação, pelo que saudamos pessoas e organizações que olham para o futuro com vontade de promover alterações agora. 

Daí, a pergunta: que Portugal quer o governo em 2030?

Se pretender um Portugal agonizante, cada vez mais envelhecido e com menos de 10 milhões de habitantes, incapaz de recuperar economicamente, continue com o que tem vindo a fazer!

Se, pelo contrário, deseja um Portugal com um crescente número de jovens, dinâmico, com empresas modernas e dinâmicas que possam viabilizar o país, deverá, rapidamente, deixar de pressionar negativamente os casais com filhos, designadamente considerando a dimensão da família nas suas políticas fiscais e sociais!

Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

Lisboa, 16 de Setembro de 2012 

 
Sobre a APFN – Associação Portuguesa de FamíliasNumerosas

E na Natalidade não se pensa...?


A tragédia continua perante a indiferença dos poderes públicos mesmo se nos últimos anos há mais referências ao tema que na década anterior...


fonte: http://expresso.sapo.pt/natalidadenascimentos-continuam-a-descer-menos-5235-em-agosto-do-que-mes-homologo=f754348


Lisboa, 19 set (Lusa) -- O número de crianças que nascem em Portugal continua a baixar, tendo este ano sido registados, no final de agosto, menos 5.235 nascimentos do que em igual período do ano passado, segundo dados do rastreio neonatal.
Laura Vilarinho, responsável da Unidade de Rastreio Neonatal do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), revelou à Lusa que, até ao final de agosto, tinham nascido 59.603 crianças.
Nos primeiros oito meses do ano passado, o número de nascimentos foi de 64.838, o que indica uma diminuição de 5.235 crianças.
 
Nota final: ou muito me engano ou este ano os números do aborto vão disparar dos alucinantes patamares em que já nos encontramos...

terça-feira, setembro 25, 2012

Liceu Camões: subsidiariedade em acto



A notícia já têm cinco meses mas a exemplaridade justifica que se lhe dê o devido destaque. Porque mais um exemplo de como as pessoas e as comunidades não têm de estar à espera do Estado para resolver os seus próprios problemas. E é mais uma demonstração de como a Crise pode ser uma oportunidade de mudança. Estava assim no Correio da Manhã de 21 de Abril de 2012:

Escola ainda não foi requalificada

Alunos, pais e professores pintam Liceu Camões como protesto

Uns pintam, outros lixam paredes, outros limpam. A palavra de ordem é deixar algumas salas de aula da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, mais bonitas e confortáveis e fazer disso um protesto por o estabelecimento não ter sido ainda requalificado.
 
A iniciativa, tal como explicou à Lusa a subdirectora da escola, não partiu da direcção, mas dos alunos, pais e professores que resolveram passar este fim-de-semana a pintar 24 salas de aula e melhorar assim as condições da escola, antigamente chamada Lyceu Camões.
De acordo com Lina Precatado, o edifício centenário, da autoria do arquitecto Miguel Ventura Terra, "está a precisar urgentemente de obras" e esta foi a forma encontrada para chamar a atenção, não só da sociedade civil, mas essencialmente da tutela, para a necessidade de intervenção na escola.
"Este edifício tem cem anos, é um edifício lindíssimo, continua a servir do ponto de vista pedagógico como a maior parte de muitos edifícios modernos não respondem, mas, se fizerem uma visita, verificam que a própria estrutura da escola tem fendas, há tectos que estão a cair, passa-se muito frio, os estores estão todos a cair", apontou.
A responsável sublinhou que há mesmo um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), com "conclusões muito claras" que aponta que "a escola precisa de obras de fundo".
Lina Precatado ressalvou que a escola "esteve para entrar em obras da Parque Escolar diversas vezes", mas as intervenções foram sendo sucessivamente adiadas até serem finalmente suspensas, apesar de haver já um projecto aprovado pela entidade que gere as obras de reestruturação das escolas.

segunda-feira, setembro 24, 2012

A Crise e os Bispos portugueses


Missão da Igreja num país em crise

Nota do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa

1. O momento socioeconómico que Portugal atravessa está a ser difícil para muitos portugueses. A Igreja é sensível ao sofrimento de todos, particularmente dos mais pobres e dos desempregados, independentemente da fé que professam. A Igreja faz parte da sociedade e, com a visão do homem e da vida que lhe é própria, é chamada a contribuir para o bem das pessoas e da comunidade nacional como um todo. A principal resposta da Igreja para o momento atual tem sido dada pelas suas instituições de solidariedade social, como prática ativa da caridade.
A Igreja e a comunidade política
2. Quando celebramos 50 anos do início do Concílio Vaticano II, é oportuno recordar o seu ensinamento, tantas vezes confirmado pelo Magistério posterior, sobretudo dos Papas. A Igreja é um Povo, uma comunidade estruturada e organizada, que assume como dever a procura do bem-comum de toda a sociedade. Esse é também o fim da comunidade política. “No campo que lhe é próprio, a comunidade política e a Igreja são independentes e autónomas uma da outra. Mas ambas, embora a títulos diferentes, estão ao serviço da vocação pessoal e social dos mesmos homens” (Gaudium et Spes, nº 76).
Segundo a doutrina do Magistério, a Igreja como comunidade intervém na sociedade a três níveis: os cristãos leigos, guiados pela sua consciência cristã, têm toda a liberdade de participação e intervenção política; as associações da Igreja, com particular relação à hierarquia, devem intervir tendo em conta o diálogo com os seus pastores; os sacerdotes e bispos têm como ministério anunciar o Evangelho e a doutrina da Igreja para todos, de modo que ela possa ser acolhida, nomeadamente no que diz respeito à sua doutrina social.
A Igreja e o atual momento da sociedade portuguesa
3. A doutrina social da Igreja, que temos sempre o dever de anunciar, ilumina a realidade, interpela a consciência dos intervenientes na coisa pública e sugere atitudes que exprimam valores.
- Prioridade na busca do bem-comum. Esta primazia da busca do bem-comum de toda a sociedade atinge todas as pessoas e todos os corpos sociais. É o caminho para construir uma unidade de objetivos, no respeito das diferenças: governo e oposição, partidos políticos, associações de trabalhadores e de empresários, etc. As diferenças são legítimas, mas a unidade na procura do bem-comum é sempre necessária e indispensável. A superação das legítimas divergências, num alargado consenso nacional, supõe sabedoria e generosidade lúcida.
- Direito ao trabalho. Este não deve ser concebido apenas como forma de manutenção económica, mas como meio de realização humana. O desemprego é, certamente, um dos aspetos mais graves desta crise, o que supõe, para a sua superação, um equilíbrio convergente de vários elementos: criatividade nas empresas, caminhos ousados no financiamento, diálogo social em que pessoas e grupos decidam dar as mãos, apesar das suas diferenças.
- Estabilidade política. É exigida pela própria natureza da democracia e da responsabilidade dos seus atores, requerendo a busca permanente do maior consenso social e político. Numa democracia adulta, as “crises políticas” deverão ser sempre exceção. Em momentos críticos, podem comprometer soluções e atrasar dinamismos na sua busca. Todos sabemos que, para superar as presentes dificuldades, não existem muitos caminhos de solução. Compete aos políticos escolhê-los, estudá-los e apresentá-los com sabedoria.
- Respeito pela verdade. O discurso público tem de respeitar a verdade do dinamismo das situações e da procura de soluções.
- Generosidade na honestidade. O bem da comunidade nacional exige de todos generosidade para não dar prioridade à busca de interesses particulares e a honestidade para renunciar a caminhos pouco dignos de procura desses interesses. Só com generosidade se pode alcançar um bem maior.
Renovação cultural
4. Esperamos que a presente situação faça avançar a verdadeira compreensão sobre alguns elementos decisivos do mundo económico-financeiro em que estamos inseridos:
- Os sistemas económico-financeiros. Portugal, membro da União Europeia e da Zona Euro, está inserido no quadro das economias liberais, vulgarmente designadas de capitalismo. A Igreja sempre defendeu, entre as expressões da liberdade, a liberdade económica, desde que as suas concretizações se submetam aos objetivos do bem-comum. Os próprios lucros das pessoas, das empresas e dos grupos devem orientar-se para o bem-comum de toda a sociedade.
- O equilíbrio entre finanças e economia. O Papa Bento XVI concretizou o pensamento da Igreja, salientando que as finanças devem ser um instrumento que tenha em vista a melhor produção de riqueza e o desenvolvimento. Importa que a economia e as finanças se pratiquem de modo ético a fim de criar as condições adequadas para o desenvolvimento da pessoa e dos povos.
- Os mercados. Sujeitos a uma dimensão ética de serviço à humanidade, os mercados não podem separar-se do dinamismo económico, transformando-se em fontes autónomas de lucro que não reverte, necessariamente, para o bem-comum da sociedade.
A superação da crise supõe uma renovação cultural. A Igreja quer contribuir para esta renovação com os valores que lhe são próprios: a dignidade da pessoa humana, a solidariedade como vitória sobre os diversos egoísmos, a equidade nas soluções e na distribuição dos sacrifícios, atendendo aos mais desfavorecidos, a verdade nas afirmações e análises, a coragem para aceitar que momentos difíceis podem ser a semente de novas etapas de convivência e de sentido coletivo da vida. Nós, os crentes, contamos para isso com a força de Deus e a proteção de Nossa Senhora.
Fátima, 17 de setembro de 2012

Documentos | Conferência Episcopal Portuguesa | 2012-09-17 | 15:43:00 | 5651 Caracteres | Conferência Episcopal Portuguesa



© 2009 Agência Ecclesia. Todos os direitos reservados - agencia@ecclesia.pt

O recuo na TSU: o povo tem poder!



Independentemente de eu apoiar o Governo e confiar em Passos Coelho foi com agrado que assisti a este recuo na questão da TSU, sobretudo na parte em que os trabalhadores por conta de outrem (público ou privado) iam sofrer no salário um corte directo de 7%. Estou convencido um corte de proporções semelhantes vai existir na mesma (alteração de escalões do IRS, retirada de um dos 14 salários, aumento de outros impostos, etc.) porque a dívida está aí e a Troika (sem cujo dinheiro já tinhamos ido pela pia abaixo, é devido recordá-lo a todo o instante) também. Mas assim passará melhor (esse e outros esforços que ainda teremos de fazer) e ainda bem que assim é.

Mas o meu contentamento com esse recuo não tem nada, para efeitos deste post, a ver com as opções acima assumidas nem pelas razões elencadas, mas sim com o facto de ter sido uma demonstração em acto de que o povo tem muita força, as pessoas podem desde que se mobilizem, mudar o estado de coisas, e provaram-no no sentido de demonstração, mas também de experimentar. E isso, esse sobressalto cívico e a experiência do poder que lhe pode estar associado, ensinaram todos, e em especial os políticos que muito necessitados estavam desta demonstração, sobre esse poder que todos temos e que parecia tão dificil de exercer.

Tenho passado toda a minha vida política (16 anos desde 1996 a dirigir movimentos cívicos e em conjugação com estes e nestes incluídos, três anos no parlamento e mais três na Assembleia Municipal de Lisboa) a dizer isso sempre que sou convidado a falar sobre política e/ou a minha experiência pessoal. Que as pessoas têm poder e podem exercê-lo. Que vale a pena implicar-nos na política e "terçar armas" pelos nossos ideais. Que a História são os Homens que a fazem. E que isso é entusiasmante, empenhativo e, até, divertido. Por isso estou tão contente com este recuo na TSU. Sem as grandes movimentações populares que o precederam, o recuo não tinha ocorrido. Agora as pessoas puderam verificar que, como num slogan maoísta do tempo do PREC, "vale a pena lutar, vale a pena vencer!"...;-)

Nota: ilustra este post a fotografia da Caminhada pela Vida de Fevereiro de 2007. Milhares de pessoas percorreram as ruas entre a Maternidade Alfredo da Costa e a Alameda D. Afonso Henriques em defesa do Não no referendo do aborto que então se aproximava. Já o tinham feito em 1998 e repetiram-no este ano também em Fevereiro. Encheram os Restauradores. Como a comunicação social o ocultou, praticamente ninguém soube disso. Mas é a partir dessas e outras mobilizações que, seguindo o exemplo acima, esses movimentos e essas pessoas serão capazes de atingir objectivos políticos tão dificieis como também o era o recuo do Governo na TSU.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Despesas sociais em Portugal 1980-2010: há muito por onde cortar...




No seu mais recente comunicado, o Partido Portugal pro Vida, reproduz um quadro produzido pela Pordata, em que está retratada a evolução da despesa da Segurança Social em % do PIB. Na Pordata a informação respectiva está aqui.

É necessária uma análise mais fina (possível de realizar também aqui na Pordata) mas intuitivamente percebe-se que isto não pode se assim. Intuitivamente porque tendo presente toda a despesa social que as leis fracturantes originam e que não têm qualquer justificação (exemplos: subsidios de "maternidade", pagos a 100%!, às mulheres que abortam, RSI atribuído às mulheres que, na sequência da lei do divórcio selvagem, perderam as suas pensões, mensalidades de centros de acolhimento, estatais e privados, para as crianças que a Segurança Social, na sequência da mentalidade socialista de que os filhos não pertencem à família, está sistematicamente a retirar aos respectivos pais...etc.).

Parece-me que esta é uma das saídas da nsituação actual de crise mais solicitadas pelos portugueses que ameaçam perder a confiança no Governo: nós fazemos a nossa parte, vocês façam a vossa...!


quinta-feira, setembro 20, 2012

Crise na Coligação PSD-PP: Jorge Sampaio e golpe de estado constitucional



Olhando para a actual crise na Coligação entre o PSD e o PP é impossível não fazer a comparação com o que se passou na 9ª legislatura, entre 2002 e 2005, e verificar não apenas a diferença entre ambas as experiências, como lembrar que nunca nessa altura se assistiu às "cenas" que estamos a presenciar agora.

Lembro-o agora, com a autoridade de quem, como eu, era á época deputado do PSD, porque mais evidente se torna com a comparação acima, como a Jorge Sampaio, então Presidente da República, não assistiu nenhuma razão institucional ou política, para ter dissolvido na altura o parlamento (já que a coligação que suportava se manteve coesa sem falhas até ao último dia)...aliás se não fosse triste daria mesmo razão para gargalhadas lembrar que o presidente invocou como razão para a dissolução a existência de "episódios"...que diria então ele hoje...?

Ou seja e concluindo: o que então se tratou foi de facto de um golpe de estado constitucional, montado com o propósito, como depois se verificou, de entregar o poder ao Partido Socialista...razão mais que suficiente para titular este post como o fiz (e mesmo tendo presente que no seu livro sobre este período Pedro Santana Lopes já afirmou que se o tempo andasse para trás não teria acedido ao poder "por sucessão" mas teria ido a eleições)

quarta-feira, setembro 19, 2012

Mitt Romney: oh pra eles a mostrar o que a casa gasta...!



O escândalo que hoje a imprensa faz a propósito das declarações de Mitt Romney num encontro com financiadores da sua campanha e que foram clandestinamente filmadas e depois divulgadas (nota: o que seria se os republicanos tivessem feito a mesma coisa com Obama? Seriam insultados de Watergate para baixo ou para cima...!) é daqueles paradigmáticos em que grande parte da comunicação social revela o que a casa gasta e como ser independente e neutral, como o exigem as regras da profissão, está definitivamente fora do alcance da maioria dos nossos jornalistas, aqui em Portugal, na Europa ou na América, e por esse mundo fora...

Vale por isso a pena ler esta notícia do Business Insider e ver este vídeo:

terça-feira, setembro 18, 2012

EUA: os Bispos católicos e Obama



Abp Chaput on voting for Obama: ‘I certainly can’t vote for somebody who’s pro-choice’


PHILADELPHIA, Sept. 17, 2012 (LifeSiteNews.com) - As the November general election approaches, America’s Catholic bishops have been walking a fine line as they strive to avoid appearances of partisanship while at the same time they wage a high-profile battle against the Obama administration over religious freedom.

Earlier this month, one of the leading lights in the U.S. episcopate insisted he “certainly” could not vote for Obama, while not specifically endorsing his Republic opponent Mitt Romney.

Asked whether a Catholic could vote for Obama in good faith, Archbishop Charles Chaput of Philadelphia replied: “I can only speak in terms of my own personal views. I certainly can’t vote for somebody who’s either pro-choice or pro-abortion.”

In a wide-ranging interview with John Allen, Jr. of the National Catholic Reporter, published Friday, the archbishop drew a sharp distinction between a candidate’s “prudential judgments” about how we care for the poor, and his position on an intrinsic evil like abortion.

Responding to concerns over the budget proposed by Republican vice presidential candidate Paul Ryan, which some Catholic bishops and other critics had called immoral because it cut programs to the poor, the archbishop pointed out that people of good faith can legitimately disagree over the role of government in providing aid to the poor.

“Jesus tells us very clearly that if we don’t help the poor, we’re going to go to hell,” he insisted. “But Jesus didn’t say the government has to take care of them, or that we have to pay taxes to take care of them. Those are prudential judgments.”

“You can’t say that somebody’s not Christian because they want to limit taxation,” he continued. “To say that it’s somehow intrinsically evil like abortion doesn’t make any sense at all.”

The archbishop, while noting he is a registered independent, said he has “deep personal concerns about any party that supports changing the definition of marriage, supports abortion in all circumstances, wants to restrict the traditional understanding of religious freedom.”

Chaput also said the bishops’ Fortnight for Freedom campaign in the summer was a success in raising greater awareness among Catholics about the grave threat to religious freedom facing America.

“The history of the world demonstrates that if we aren’t always on guard about religious freedom, we’ll lose it. It happens everywhere, and it could happen in the 

United States,” he observed.

“I would never have thought, even ten years ago, that we would be dealing with it so quickly,” he added.

On the HHS mandate, Chaput said he “can’t imagine” the courts would not overturn it. “If we don’t win, I’ll be astonished, and I’ll be even more worried about the future of religious freedom in our country,” he said.

“Those who oppose us on the mandates are very insistent. I thought they would back down by now, but they haven’t,” he continued. “We have to fight as vigorously in opposing them as they are in imposing them. Who’s going to win? I don’t know. It will be whoever fights the hardest and wins the hearts and minds of the people.”

Read the full interview at the National Catholic Reporter.

segunda-feira, setembro 17, 2012

Manifestação em Lisboa: é bom lembrar!



É bom lembrar que como titulava o Diário de Notícias no dia seguinte "Milhares pediram hoje referendo ao casamento gay"...impressionante pensar que foi já em 20 de Fevereiro de 2010...e tão urgente que era essa essa reforma social que nos números conhecidos é de um "casamento" por dia...

Se esta manifestação foi o que foi (nem o Diário de Notícias o conseguiu negar), imaginem o que não teria sido se tivesse contado com o patrocínio da comunicação social com que contou a manifestação contra a troika...

domingo, setembro 16, 2012

Do aborto ao infantícidio é só um pulinho...

Exagero? Então leiam esta notícia que me foi enviada em Agosto por um credenciado cirurgião da nossa praça...:


Journal of Medical Ethics Special issue on infanticide ..........( obviously for ultra-fresh pediatric organ procurement )

 


 

A Washington Post blog has announced that the editor of the Journal of Medical Ethics, Prof. Julian Savulescu, is preparing a special issue on infanticide

 

This follows the world-wide controversy over the Journal of Medical Ethics 's February 23 2012 article, 

After-birth abortion: why should the baby live?”, 

by two Italian ethicists working in Australia who argued that infanticide is morally permissible  

( obviously................for ultra-fresh pediatric organ procurement since pre-birth abortions do not procure organs for transplantation ).


One contribution of the special issue will be to demonstrate that infanticide is not a novel notion

 

Quite a number of serious bioethicists who have defended it over the past 40 years, will contribute, including Savulescu of Oxford University , Peter Singer of Princeton University , Michael Tooley, and Jeff McMahon.

However, the author of the blog post, Charles C. Camosy, of Fordham University, in New York, says that Savulecu is also inviting several well-known pro-life opponents to contribute. Camosy is one of them. Others include Robert P. George, of Princeton, and John Finnis, of Oxford


Stay tuned! 

 
When the special issue appears, the JME will no doubt become one of the most talked-about ethics journals on the planet. 

Demografia: o crime documentado

Nos debates em curso sobre natalidade e demografia corremos por vezes o perigo de parecer ver conspirações onde elas não existem...Infelizmente vêm depois os factos comprová-las...ou senão leiam isto (antecipo a conclusão: não só isto é criminoso, como no caso da Europa, pode conduzi-la à extinção, da sua população, entre uma e três gerações)...faço notar que as fontes originais e derivadas da notícia são totalmente insuspeitas...

fonte: http://expresso.sapo.pt/estrategias-para-travar-o-aumento-populacional=f739088?mode=thread&va=4344569#4344569

No Dia Mundial da População, o Worldwatch Institute (EUA) faz nove propostas ambiciosas para evitar que os habitantes da Terra cresçam de sete para nove mil milhões em 2050.

Virgílio Azevedo (www.expresso.pt)
20:58 Quarta feira, 11 de julho de 2012

Acabar com todas as políticas que recompensam financeiramente os pais com base no número de filhos e atribuir preços aos custos e impactos ambientais de um filho adicional numa família, são as duas propostas mais radicais do Worldwatch Institute (EUA).

A conhecida organização independente com sede em Washington, que desenvolve investigação nas áreas da energia, recursos e ambiente, divulgou hoje, a propósito do Dia Mundial da População, nove propostas ou estratégias para estabilizar a população mundial, que hoje ultrapassa as sete mil milhões de pessoas.

Robert Engelman, presidente do instituto, afirma que "embora a maioria dos analistas assuma que a população mundial vai crescer dos atuais sete mil milhões de habitantes para nove mil milhões em 2050, é possível a Humanidade nunca alcançar esta dimensão".
Todo o poder às mulheres

O dirigente argumenta que "o crescimento insustentável da população só pode ser efectivamente e eticamente travado, dando às mulheres o poder de escolherem ficar grávidas apenas quando querem".

Engelman diz também que há exemplos em todo o mundo "de políticas efectivas e relativamente baratas que não só reduzem as taxas de natalidade, como também respeitam as aspirações reprodutivas dos pais e apoiam uma sociedade educada e economicamente ativa que promove a saúde das mulheres e das raparigas".

Se a maior parte das propostas do Worldwatch Institute forem postas em prática, "é previsível que o crescimento da população mundial comece a diminuir antes de 2050". 
Padrão de crescimento ambientalmente sustentável

Eis as nove estratégias que poderão colocar a população mundial num padrão de crescimento ambientalmente sustentável:

 1. Garantir acesso universal a opções contraceptivas seguras e efectivas para ambos os sexos.

 2. Garantir o acesso à educação secundária a todos, em especial as raparigas.

 3. Erradicar a discriminação baseada no género das leis, das oportunidades económicas, dos sistemas de saúde e da cultura.

 4. Oferecer educação sexual apropriada à idade para todos os estudantes.

 5. Acabar com todas as políticas que recompensam financeiramente os pais com base no número de filhos. Os governos podem manter ou até aumentar os benefícios fiscais e financeiros aos pais, só que não os devem ligar ao número de filhos mas ao próprio estatuto de maternidade e de paternidade.

 6. Integrar lições sobre população, ambiente e desenvolvimento nos currículos escolares a vários níveis.

 7. Atribuir preços aos custos e impactos ambientais de um membro adicional numa família. Ao quantificar estes custos calculando impostos e gastos adicionais na alimentação, os casais podem concluir que o custo de terem mais um filho é demasiado alto, comparado com os benefícios de uma família mais pequena, e decidir de livre vontade não alargar a família.

 8. Adaptar a sociedade a uma população com maior esperança de vida, dando acesso ao mercado de trabalho aos mais velhos, em vez de promover a natalidade através de incentivos e programas governamentais.

 9. Convencer os líderes políticos a assumirem um compromisso para estabilizar o crescimento da população, através do exercício dos Direitos Humanos e da promoção do desenvolvimento humano.

sábado, setembro 15, 2012

Manifestação contra a Troika: parabéns à comunicação social que a convocou!




Tenho uma genuína simpatia por movimentações cívicas. Sou promotor de diversas desde 1997 e sem querer invocar títulos (fiz apenas o que tinha que ser feito) orgulho-me de ter sido director de campanha de várias que sistematicamente reuniram entre 80 e 200 mil assinaturas (sem falar nas online): seja na constituição dos grupos cívicos que participaram nos dois referendos do aborto, quer na Petição Mais Vida Mais Família, que num mês apenas reuniu 217 mil assinaturas e é até hoje a maior petição jamais entrada na Assembleia da República.

Mais recentemente além de ter sido director de campanha do movimento que se propunha a realização de um referendo sobre o casamento gay foram 93 mil assinaturas reunidas durante a época do Natal de 2010 fui também nessa qualidade promotor de uma manifestação que reuniu milhares de pessoas entre o Marquês de Pombal e os Restauradores.

Tudo isso, eu e os meus amigos, associações da cidade civil e um conjunto de personalidades católicas ou simplesmente independentes, fizemo-lo desde há quinze anos para cá, no completo silêncio da comunicação social, que nem antes, nem durante, nem depois, com poucas e honradíssimas excepções, se dignou a lhes dar a menor atenção...

Revolve-me por isso as entranhas (apesar da simpatia acima referida) a promoção que a comunicação social fez das manifestações que hoje tiveram lugar e a escandalosa excitação com que os mesmos media viveram esta jornada...revoltante! Revoltante não pelo objectivo das manifestações (com que por acaso, ver nota final abaixo, discordo) mas pela desigualdade de tratamento. Assim, com essa promoção também eu, nós, os movimentos cívicos que temos protagonizado, teríamos obtido o mesmo resultado ou melhor (dito isto com tranquilidade não só pelos resultados em 15 anos obtidos sem os media como com o facto de, por exemplo, no casamento gay, não haver quase vivalma que concordasse com o mesmo...).

[releio o parágrafo acima alguns dois dias depois de o ter escrito e reconheço que quanto á dimensão da manifestação que os movimentos do Não conseguiriam reunir com o mesmo apoio da comunicação social talvez tenha exagerado um pouco...;-) A não ser bem entendido que tivesse a imagem de Nossa Senhora de Fátima, como aconteceu há uns anos atrás, mas disso já ninguém fala, claro...]

Dá-me por isso vontade de rir os títulos de "manifestação convocada pelas redes sociais"...! "Pelas redes sociais"...? Pelos media isso sim!!

Nota final: não percebo como não houve um manifestante que tivesse um cartaz lembrando que o PS, nos últimos 17 anos, governou pelo menos 13...! Isto é: 1995 a 2001 e 2005 a 2010...!

quinta-feira, setembro 13, 2012

As novas medidas de austeridade e o centro-direita



Como toda, ou pelo menos muita gente, também eu tenho dúvidas e perplexidades perante o caminho que está a ser seguido e de que a mais recente manifestação foram as novas medidas de austeridade. Um dos pontos para mim fundamentais está na redução da despesa do Estado. Entre os benefícios da liberdade de escolha na Educação e na Saúde e a redução das despesas sociais causadas pelas leis fracturantes e pela mentalidade socialista e estatista, acho que há muito trabalho a ser feito e contributos que a sociedade civil tem dado (Fórum para a Liberdade de Educação, Federação Portuguesa pela Vida, Associação Portuguesa das Famílias Numerosas, etc.) que merecia bem ser levados em conta.

Independentemente disso choca-me o que se está a passar na maioria, politica e sociológica, que suporta o Governo e que parece estar a dedicar-se afincadamente ao desporto favorito do centro-direita em Portugal: o tiro nos próprios pés...assim, meus senhores, acho dificil irmos lá...!

quarta-feira, setembro 12, 2012

Novas medidas de austeridade: Paulo Portas



Fiquei muito surpreendido com as declarações ontem de Paulo Portas (declaração de interesses: fomos colegas no São João de Brito, tenho-lhe amizade e também admiração pelo seu percurso político) porque nas mesmas pareceu colocar-se na mesma posição de quem não faz parte do Governo: "até agora não falei por patriotismo, estava a decorrer a visita da Troika, vou ouvir os militantes e depois direi o que penso do assunto"...?

Ora, isso não faz muito sentido...por um lado porque é impensável não tenha participado na formação das decisões anunciadas primeiro por Passos Coelho e depois por Vitor Gaspar (coligação e integração no mesmo Governo oblige...). E por outro porque não dando habitualmente "ponto sem nó" não se percebe exactamente porquê e onde pretende chegar...Aguardo por isso com grande expectativa quais os passos seguintes...

Nota final: percebe-se por vezes no CDS uma preocupação natural de distinção do seu parceiro de coligação. Mas vejo com dificuldade que essa diferença possa ser marcada senão nas questões da chamada agenda Mais Vida Mais Família (defesa da Vida e promoção da Família, Liberdade de Educação e Religiosa, Subsidiariedade) onde curiosamente nos últimos anos tem havido grande timidez do PP à custa da qual o PSD já teve ganhos políticos concretos (na última campanha eleitoral para as legislativas Passos Coelho descolou nas sondagens a partir do momento em que manifestou abertura a uma revisão da lei do aborto e à realização de um referendo sobre a matéria se tal fosse proposto por iniciativa cidadã).

terça-feira, setembro 11, 2012

O equivoco da "tragédia" do emprego dos professores

Dois pontos prévios:

- uma das principais coisas que me ensina a experiência de Comunhão e Libertação é a importância da Educação. A Educação no plano mais imediato da educação da pessoa (assunto que tanto mais me interessa quanto tenho quatro filhos) e a Educação como desafio para uma inteira sociedade. E nesse plano também o desafio e a imprescindibilidade da respectiva Liberdade.

- depois veio a experiência dos Liceus de Comunhão e Libertação e das respectivas férias e nas quais estive envolvido durante dez anos. Creio sempre as passei em escolas do interior norte (Douro e Gerês) e curiosamente a convivência com aqueles edificios, as salas de professores e secretarias, as imediações das escolas, os pavilhões desportivos e áreas ao ar livre, fizeram nascer em mim um afecto profundo por essa realidade e a vida e missão dos professores. E até um vago sonho de ser professor também eu numa escola secundária e de preferência no interior do país, mas de facto a vida é pequena para todas as coisas e profissões fascinantes pelas quais nos vamos interessando ao longo dela, razão pela qual me reservo o gozo delas para a próxima encarnação (em que "infelizmente" não acredito...;-)

Dito isto e acrescentado que do ponto de vista humano muito me impressionam as entrevistas, artigos e reportagens que com abundância a imprensa (em especial o Público) vem publicando, parece-me existe um ou dois equivocos fatais na "tragédia" da não colocação de professores.

O primeiro equivoco é o que resulta desta mentalidade socialista de que o Estado, o Governo, está obrigado a proporcionar às pessoas as profissões e nas condições que as pessoas desejam...isto é, impressiona-me, humanamente, que uma pessoa queira ser professor e dadas as circunstâncias, não possa sê-lo. Desejo intensamente que com realismo, engenho e empenho, essa pessoa procure realizar essa sua aspiração. Mas não aceito que o Governo, o Ministério, tenha obrigação de assegurar-lhe essa realização. Umas vezes o Ministério necessitará de professores como essa pessoa e contratá-la-á. A maior parte das vezes, não. É a vida...

O segundo equivoco foi ontem no jornal i magnificamente denunciado por Alexandre Homem Cristo no seu artigo "Size matters (também na educação)". Vale a pena ler aqui o artigo na íntegra. Resumindo, na sua parte final, o autor explica: entre 1998 e 2011 o número de alunos no sistema caiu 15%. Porque raio haveria de aumentar o número de professores necessários...!?

Citando o outro: é a Natalidade, estúpido...!

sábado, setembro 08, 2012

Novas medidas de austeridade: a minha sugestão

Apesar da dor implícita, não tenho dúvidas que as novas medidas de austeridade têm razão de ser: devemos dinheiro, temos de pagar, infelizmente a dívida é de todos, quanto mais depressa nos virmos livres disto, melhor.

Medindo as palavras (porque menos 7% em tantos e tantos salários é um rombo incalculável, uma razão de preocupação e angústia, como é dificil ter bem presente, salvo os que passam por elas...!) estou mesmo convencido que esta redução de rendimentos pode, paradoxalmente, trazer um bem: dar mais valor ao que se tem, retomar o gosto das coisas simples, experimenter o excepcional como este o é de facto, tornar mais sólidas e próximas e solidárias as relações familiares, restaurar equilibrios, proximidade e bom senso, nas relações, etc. Mas esta é uma conversa que fica para depois...

O que importa agora é colar aqui em baixo o último comunicado da Federação Portuguesa pela Vida e cujo conteúdo subscrevendo-o integralmente fica como meu contributo e sugestão para controle do défice, diminuição da despesa, eliminação do desperdício, criação de riqueza e meio de dinamização do tecido e actividade económica...!

REDUZIR A DESPESA POUPANDO VIDAS E FAMÍLIAS

Foi noticiado pelo Correio da Manhã que as “Finanças estudam novos cortes nos benefícios fiscais com filhos e ascendentes”, como forma de obter uma poupança de 154 milhões de Euros no orçamento do próximo ano.

Não ignorando a grave crise em que nos encontramos, oferece-nos as maiores dúvidas que as necessárias poupanças a que todos, Estado e sociedade, estão convocados, devam ser realizadas à custa da mais esforçada das instituições sociais, a da família, em particular daquelas que desempenham um papel social mais relevante, tendo e criando os seus filhos (contribuindo assim para a riqueza do país, actual e futura, e o desenvolvimento da actividade económica a contraciclo da presente recessão) e cuidando dos mais frágeis da nossa sociedade.

Acresce ainda que, perversamente, essa medida pode contribuir para uma ainda maior quebra da natalidade, onde recorde-se quase todos os anos atingimos mínimos históricos e cujo impacto para a sustentabilidade do sistema de segurança social e, em última análise, de Portugal têm sido já muito referidos.

Reconhecendo, no entanto, que existe de facto um esforço financeiro que deve ser feito e que todos estamos moralmente obrigados a colaborar com o Governo nesta missão patriótica de diminuir a dívida, saldar o défice e pôr as contas públicas em ordem, vem a Federação Portuguesa pela Vida, chamar a atenção para as poupanças na despesa do Estado que poderiam representar as seguintes medidas que, juntamente com outras que a FPV e as suas associadas têm vindo a apresentar e estão disponíveis para discutir, poderão atingir os 154 milhões que se procura esportular todos os anos às famílias portuguesas com maiores encargos.

Essas medidas são:

1. O fim do financiamento público da prática do aborto legal, na medida em que da resposta que os portugueses deram à pergunta do referendo de 2007 não decorre que o aborto a pedido da mãe, deva ser pago pelo Estado.

2. O fim de todas as benesses sociais, laborais e financeiras, ligadas à prática do aborto legal, nas que se incluem, entre outras, o transporte e alojamento pago às mães e seus acompanhantes que realizam abortos fora da sua área de residência, ou as licenças “de maternidade” e os subsídios relacionados - superiores aos de uma baixa médica -.

3. O fim das condições privilegiadas - únicas - de pagamento às instituições privadas em que se realiza o aborto legal.

Procedendo como acima recomendado o governo português não só reduzirá a despesa pública como assumirá o seu compromisso com o aumento da natalidade e desse modo para a existência de outras pessoas que no decorrer da sua vida contribuirão para a criação de emprego (professores, educadoras de infância, médicos pediatras e obstetras, etc.), para o desenvolvimento da actividade económica e para a sustentabilidade do Estado Social (recordamos que em 2030 as contribuições anuais para a segurança social que o Estado português “aceitou” perder por via das pessoas que não nasceram como resultado do aborto “por opção da mulher” montam já a um valor próximo dos 250 milhões de euros a preços actuais).

Lisboa, 3 de Setembro de 2012

Website da Federação: www.federacao-vida.com.pt

terça-feira, setembro 04, 2012

Hitler reage ao "ataque" do Cavaleiro Marcelo Mendes

Provocatoriamente recordo que Hitler também era vegetariano (e não fumava nem bebia)... Quem quiser ver as imagens originais do que se passou na Tourada que teve lugar na Torreira (Aveiro) estão aqui (com reserva de que a notícia está muito tendenciosa...). Mas o "escândalo" vem provar que há em Portugal cidadãos de primeira e outros de segunda. Os de primeira podem ir perturbar, insultar, incomodar, os de segunda que se limitavam a participar e assistir a um espectáculo, gozando a liberdade que a lei reconhece a todos. Sobre o episódio em concreto é bom ler o Público de hoje e o que conta sobre este episódio o Cavaleiro Marcelo Mendes...ou aqui as declarações do mesmo. No fundo o que já se tinha passado na manifestação pelo referendo ao casamento gay em Fevereiro de 2010, em que, com plena impunidade, um grupo de contra-manifestantes pôde ir alegremente insultar os manifestantes, gozando de protecção policial e de ampla cobertura mediática... Nota: não há um jornalista que pergunte aos animalistas porque é que estes não se batem também pelos animais racionais (humanos) e se opõem ao aborto? Para mim não há comparação, mas para eles, suponho que sim...

segunda-feira, setembro 03, 2012

Pussy Riot: uma sugestão...

Não ignorando que opor-se a Putin não só não é tarefa fácil como se calhar algo que a Russia necessitará e também que repugna ao senso comum uma mão de ferro contra um caso de polícia proporcionalmente insignificante atrevo-me uma sugestão: da próxima vez façam-no numa Mesquita...ou fizeram-no numa Igreja Ortodoxa, mesmo descontada a alegada "razão" política, porque violar o espaço religioso cristão é sempre mais fácil e suscita menos adversidade, clareza de juizo e, às vezes, até a simpatia de diversas cumplicidades...?

domingo, setembro 02, 2012

Visto Familiar: viva o Blog Jugular!

Muitas vezes me sinto mais perto dos meus adversários e de quem está do outro lado da barricado do que dos "meus"...muitas razões o explicam: nos nossos adversários (nos "bons") reconheço a mesma preocupação verdadeira com o assunto que nos opõem e a mesma disponibilidade para dar a vida (em qualquer dos sentidos da palavra) pelas ideias em que se acredita. Este post do Jugular é exemplificativo de como nos unimos às vezes numa boa gargalhada e por isso através das trincheiras um grande abraço a quem conserva a lucidez, tem o sentido do ridiculo e não tem pachorra para quem não sabe viver e agir de acordo com o que anuncia...! Viva o Blog Jugular! Para quem não tenha a pachorra (ou tenha o preconceito) de ir ver o Jugular: o actual Governo previu um Visto Familiar a que teriam de ser submetidas todas as leis para verificar a sua conformidade com uma política favorável à Família...o post relaciona esse facto com a medida em estudo do Ministério das Finanças para redução das deduções fiscais...;-)