quarta-feira, novembro 30, 2011

Europa: concordando com Mário Soares

Não tenho especial simpatia (de facto, nenhuma...;-) por Mário Soares (contas antigas relacionadas com a miserável descolonização dos anos 70) a não ser a gratidão pelo seu contributo para termos parado os comunistas depois do 25 de Abril, mas quando uma pessoa diz uma coisa acertada, isso é-o, independentemente de outras considerações.
Assim a ocasião de concordar é dada por esta parte das suas declarações no Público de ontem quando diz:
"A União Europeia está desorientada. Dantes era constituída por duas grandes famílias políticas: os socialistas e os democratas-cristãos que seguiam a doutrina social da Igreja. Hoje não há democratas-cristãos, ou quase não há, porque já não seguem a doutrina social da Igreja, seguem o neoliberalismo, tendo o dinheiro como principal valor".
Embora não concorde com a extensão do anátema (o que tem faltado é neo-liberalismo, isto é ter obrigado os bancos a suportarem o custo das asneiras que fizeram, salvando-os à custa de todos os contribuintes...) é bem visto de facto.
Sobretudo porque nunca é demais recordá-lo a União Europeia é uma ideia e iniciativa de politicos católicos (de Missa diária, acrescente-se) que não vejo se reveriam hoje na actual construção europeia e nos seus atropelos ao princípio da subsidiariedade, um dos pilares da Doutrina Social da Igreja.

terça-feira, novembro 29, 2011

Emigração: uma história dramática e comovente

Por circunstâncias familiares (um primo da minha mulher que foi para Paria há uns anos trabalhar em imobiliário e cujos clientes eram os emigrantes portugueses em França e países limitrofes) fiquei conhecedor do mundo da emigração portuguesa em França (ainda ou provinda da vaga dos anos 60 e 70 do século passado).
São histórias impressionantes de coragem, drama, risco, amizade, valores sólidos, sacrificio, aventura, amor, família, dedicação às suas terras de origem, saudade e identidade nacional. Comoventes mesmo quando vistas na sua dureza e também injustiça e miséria.
Vem isto a propósito do Público de hoje que traz uma carta de uma portuguesa (hoje adulta, casada, três filhas, professora, a iniciar uma vida nova como empreendedora) ao fotógrafo (Gérald Bloncourt) que a imortalizou numa imagem, ela criança de seis anos, tirada num bidonville nos anos 60. Vale a pena ler.
A fotografia é esta:

domingo, novembro 27, 2011

Euro-cépticos: a homenagem devida!

Lendo o artigo de ontem do Vasco Pulido Valente (o euro) no Público de ontem, destaco o final:
"E, por ironia, os partidários do euro querem agora as garantias que não pediram na hora própria: a união fiscal e a união política. As várias manobras para transformar o BCE num sucedâneo do Banco de Inglaterra ou da Reserva Federal americana, a absurda insistência na criação de eurobonds que nos salvem da dívida e habilidades do mesmo género, só mostram, e mostram bem, a intransigência da Alemanha, que já rejeitou para sempre as fantasias da UE e sabe que a única maneira de acabar com a crise do euro é acabar com o euro, idealmente com tranquilidade e disciplina. Portugal escusa de protestar em nome de uma "solidariedade" que nunca valeu nada. Por muito que nos custe, e vai custar, a única saída está em preparar com cuidado o nosso inevitável regresso ao escudo."
Impossivel não prestar as devidas homenagens a Manuel Monteiro, João Ferreira do Amaral e, no seu tempo de O Independente, Paulo Portas. E Paulo Teixeira Pinto no Pensar Portugal.

Os incidentes na greve geral

Irrita-me profundamente a personagem do revolucionário mariquinhas*...
Isto é aquele desordeiro que por razões politicas e/ou de gosto pessoal (e às vezes as duas juntas) arma confusões, depois apanha umas bastonadas da polícia e vai a correr á comunicação social, aos tribunais ou ao governo, queixar-se da violência policial...veja-se isso aqui. Sendo a noticia também um magnifico exemplo de um Estado com pés de barro que cada vez que exerce a autoridade, não se sentindo seguro de por que o faz, tropeça nesse exercício...é de gargalhada.
Da minha experiência do PREC estas coisas tem regras: um tipo tenta virar o barco e depois não se queixa de que a onda o arrastou. Não só fica mal a um revolucionário andar a recorrer ao sistema legislativo burguês (que em principio não respeita) como é até francamente ridiculo.
Nota conspirativa: porque não ficou em São Bento ou tendo ficado não actuou o serviço de ordem da CGTP...? É que com esses "não há pão para malucos"...;-)
*no sentido de queixinhas, choramingas, etc. Se não ainda tenho aqui outra discussão sobre tema diverso e por agora não é isso de que se ocupa este post...;-)

Fado no património imaterial da humanidade

A declaração do Fado como fazendo parte do património da humanidade foi um belissimo acontecimento do qual estavamos bem necessitados para apimentar com uma boa noticia de vez em quando esta sopa insonsa em que às vezes nos sentimos a viver...!
Como dizia alguém na TSF uma das coisas que impressionou nesta candidatura foi o sentimento de unidade nacional que suscitou: aquela verdadeira que não oculta as diferenças, mas diz "há algo maior que nos une". Bonito!
E parabéns a quem a protagonizou, organizou e apoiou! Obrigado.

Agricultura: o regresso à terra

Na revista dominical do Público (imaginativamente intitulada Pública...;-) vem uma extensa e interessante reportagem intitulada "Portugal está a regressar à terra". Vale a pena ler.
Estou convencido não apenas que esse é um dos caminhos de saída da crise, como também um dos seus desejáveis resultados: o abandono do caminho da desertificação, uma vida mais simples e depois melhor, uma maior adequação entre o perfil das pessoas e os seus trabalhos (já não determinados por critérios de sucesso da mentalidade contemporânea, em modelos que esgotam as pessoas), o fim do desperdicio dos nossos melhores recursos, o tomar em próprias mãos do seu destino.
Depois de anos trágicos de destruição da agricultura nacional (da qual um dos grandes responsáveis foi o actual presidente) até que enfim há um caminho diferente. Disso também se faz eco aqui.

sábado, novembro 26, 2011

Alguns filmes a ver

Chegado aquela idade confortável de parte dos filhos já estarem crescidos tem-se multiplicado as ocasiões de ir jantar fora e ao Cinema com a minha mulher. Numa vida tão empenhada como a nossa, esses momentos são uma grande ajuda depois à vida do dia a dia.
Recentemente vimos dois que recomendamos (os links são para os trailers no yutube) e que é bom vão ver depressa porque sendo muito decentes não vão estar muito tempo em cartaz...:
50/50: uma história muito humana de doença e amizade. Começa com uma linguagem desbragada mas depois acerta o tom...;-) Mais um esforço de juízo sobre os factos e dava um dos melhores filmes dos últimos tempos
Não sei como ela consegue: com aquela actriz (aqui não irritante) do Sexo e a Cidade, num papel delicioso de mulher casada e com filhos e embrenhada na sua carreira. Neste filme o salto acima é dado e mais não digo para não estragar revelando o fim...

sexta-feira, novembro 25, 2011

Mais um exemplo entusiasmante de que há energias para vencer a crise!

Como diz o juizo de Comunhão e Libertação ao qual voltarei aqui, a crise é um desafio de mudança. E uma dessas mudanças é a compreensão pela sociedade inteira que esta tem em si própria as energias e força necessárias em multiplos campos para não necessitar que seja o Estado a substituir-se-lhe e que não se pode andar sempre a pedir tudo seja ao Governo central seja ao local.
Hoje no Publico, mais um exemplo de como isto é verdade: tendo decidido a Câmara não realizar por sua conta uma série de iluminações de Natal, os comerciantes da Rua Castilho tomaram a iniciativa e a suas próprias expensas vão fazê-las eles e isso acompanhado de uma série de iniciativas de animação dessa zona comercial. A noticia está também aqui.
A juntar ao exemplo daqueles pais que numa escola se encarregaram eles próprios com a ajuda da Dyrup da respectiva remodelação, e daquelas escolas pelo país inteiro em que os prémios monetários de mérito escolar foram dados na mesma, apesar do Ministério da Educação ter decidido não financiá-los, estes são sinais de uma mentalidade nova com a qual, assim sim, poderemos sair da crise mais fortes e capazes, decididos a perceber o valor da palavra, do principio, da subsidiariedade.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Greve Geral: quatro apontamentos

De acordo com a boa teoria das greves gerais, esta ou é insurreccional ou não é nada (Georges Sorel dixit)...assim esta é mais uma a somar à série de greves gerais que maxime permite ao Governo saber qual a real dimensão da sua oposição na função pública e o berbicaixo que são hoje em dia as suas empresas de transportes (quando pela simples mudança geracional ou pela privatização, desaparecer o dominio comunista sobre as mesmas, acabam as greves gerais...).
Tenho de trabalhar e por isso estou indisponivel para o realizar mas fica-me a pena de não haver uma meia dúzia de maduros que produzindo umas faixas a dizer "a festa acabou!" se coloquem em frente a alguns pontos fortes da greve ;-) Na verdade que pensa esta gente (alguma boa, tenho privado na AML com uma dirigente da CGTP, da sua ala católica...) que muda com isto?
Do tratamento que os media derem aos três episódios de vandalismo de hoje (junto de repartições de finanças) depende o futuro desse tipo de acções. Ignorando-os ou reduzindo-os ás suas proporções (são fruto de um grupo de irresponsáveis nostálgicos do Black Bloc e da "luta armada" da extrema-esquerda dos anos setenta) a coisa morre...se embarcarem (os media) na excitação então a mensagem que passarão é: "vale a pena, porque nos dá o que queremos: publicidade". Atenção, pois.
Nota final: tivessem estes actos como protagonistas outros grupos da nossa sociedade (extrema-direita por exemplo) era o "aqui d'el rei". Não o tendo sido (supondo-o) vão ser classificados como "expressão do mal-estar na sociedade portuguesa com a austeridade imposta pela Troika". Vão ver...

terça-feira, novembro 22, 2011

Otelo Saraiva de Carvalho

Republico aqui um artigo do Rui Moreira (do Porto) que saiu no Jornal de Noticias há dois dias. Sei bem que é o perdão que nos deve comandar, mas esse pressupõe um(a) arrependido(a) que no-lo pede. O que não é manifestamente o caso de Otelo. Nem nunca o pediu pelas prisões arbitrárias e sevicias no PREC, nem pelas FP-25 Abril. E agora ainda vem clamar por uma revolução, o que em face do actual Código Penal, é crime...o que seria se o mesmo tivesse sido feito por qualquer protagonista da extrema-direita...!? Caía o Carmo e a Trindade...
Mas a esquerda dominante nos media é assim: tudo para os meus (maluqueiras incluidas) e nada para os outros...
Recomendo pois leiam este artigo:

Óscar da impunidade
JN – 2011-11-20
Otelo Saraiva de Carvalho (OSC) disse, em entrevista recente, que "ultrapassados os limites (os militares deveriam) fazer uma operação militar e derrubar o Governo". Marques Júnior, outro capitão de Abril, tratou de rejeitar a ideia, garantindo não haver condições para os militares fazerem um golpe. O "establishment" político menosprezou a importância essa declaração e o assunto foi selado por Marcelo na sua homilia dominical.
Será que ninguém leva a sério as bravatas de OSC? Ora, a sua história mostra que ele constitui uma ameaça. Foi ele o chefe do COPCON que, em 1975, procedeu a inúmeras detenções arbitrárias, assinando mandados de captura em branco, de tal forma que em finais de Março desse ano havia mais presos políticos, da extrema-esquerda à direita, do que no dia 24 de Abril de 1974. Presos esses que nunca foram acusados de nada e que foram sujeitos a tortura e sevícias, como consta de um relatório elaborado por pessoas acima de qualquer suspeita. No 25 de Novembro, esteve do lado dos derrotados, e foi detido por essa razão, para logo ser libertado. Depois, e apesar disso, pode concorrer às eleições presidenciais e, perdida a batalha, optou por se travestir de Óscar, e liderou uma organização terrorista, as FP 25 de Abril, que foi responsável pelo assassinato de dezassete pessoas inocentes. Por esse crime foi preso, julgado e condenado em tribunal, apesar de traído os seus camaradas, fingindo que nada tinha que ver com a organização. Mais uma vez, foi libertado, sem nunca se mostrar arrependido, por obra e graça de uma amnistia vergonhosa. Anos mais tarde, foi promovido retroactivamente, com uma indemnização de 49800 euros, muito superior à que receberam as famílias das vítimas das FP-25.
Não acredito que haja 800 militares (os tais que, segundo ele, poderiam fazer um golpe de Estado) dispostos a seguir a sua sugestão, ou a marchar com ele. Os militares têm o direito de se manifestar ordeiramente mas, no mais, sabem que devem ficar pelos quartéis, porque Portugal é uma democracia. Ainda assim, OSC não pode ser descartado como se fosse um qualquer indigente mental, nem ter um estatuto de eterna impunidade por ter participado no 25 de Abril. Também não se pode tomar a sua declaração à laia de um desabafo. OSC nunca foi um democrata, e odeia a liberdade. A sua participação no 25 de Abril teve, como móbil, razões corporativas. Mandou no COPCON porque queria submeter o país à sua ditadura. Envolveu-se num golpe de Estado contra a liberdade, e perdeu. Fez parte de um grupo terrorista e nem sequer teve coragem para o assumir. Foi libertado, e nunca pediu perdão. Vive tranquilo, com uma reforma maior do que a que recebem 95% dos reformados deste país.
Ora, em democracia, esse sistema que ele abomina, a lei deve ser cumprida por todos, e o seu acto pode configurar o crime de "instigação pública de um crime", previsto no artº 297º do CP. De facto, OSC poderá ter instigado o crime de "alteração violenta do Estado de Direito", previsto no artº 325º do CP, o qual no seu número 1 refere que "quem, por meio de violência ou ameaça de violência, tentar destruir, alterar ou subverter o Estado de direito constitucionalmente estabelecido, é punido com pena de três a doze anos".
Em memória das vítimas das FP-25 de Abril, do meu Pai, cuja história é narrada em pormenor no relatório das sevícias, e que foi um dos muitos que foram presos e seviciados sem que nunca tenha sido acusado de qualquer crime, em homenagem à instituição militar que não merece ser confundida com OSC e quejandos, a bem dos meus filhos que, espero, possam continuar a viver em liberdade, exijo que este assunto não fique esquecido. Não me conformo com o encolher de ombros do procurador-geral da República. Se Portugal tinha alguma dívida com OSC, já a pagou muitas vezes. Agora, devia ser a hora de esse senhor se sentar no banco dos réus para, por uma vez, perceber que não é mais do que os outros portugueses. É, aliás, e a meu ver, bastante menos do que qualquer cidadão comum.

Três artigos com muito interesse: Espanha, Itália (Berlusconi) e Homoparentalidade

Realmente e muitas vezes a leitura diária com interesse não está nos jornais mas na Internet.
De como Berlusconi não está morto mas com tempo e até 2013 se pode retomar a iniciativa politica e não deixar a Itália cair na armadilha socialista: aqui.
Um juizo implacável sobre a Espanha de Zapatero e todo um programa que a nova maioria do PP tem pela frente (um artigo do meu amigo Mário Mauro, eurodeputado da Forza Itália, um amigo de Portugal e dos católicos que por cá tentam construir uma presença de serviço do bem comum, especialista em liberdade de educação, orador no primeiro encontro do Fórum para a Liberdade de Educação).
Um artigo brilhante do Padre Gonçalo Portocarrero sobre a ideologia de género e a insidiosa ofensiva gay da homoparentalidade, saído no blog do Padre Nuno Serras Pereira.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Espanha: a vitória do Partido Popular

Até que enfim, Zapatero foi-se embora...!
Agora vai ser preciso juntar os cacos e reconstruir tudo outra vez. E não é só á economia do país que me refiro mas sobretudo àquele pacote fracturante a que ele (como Sócrates em Portugal) dedicou o "melhor" do seu tempo e energia: casamento gay, aborto, educação para a cidadania, etc.
Como fazê-lo com inteligência, determinação e sem medo (penso no contexto global de ambos os centro-direita, mentalmente colonizados pela esquerda post-moderna) é o grande desafio. Porque para o resto há (ou não) as troikas de serviço...!

domingo, novembro 20, 2011

Eleições ontem para a Distrital de Lisboa do PSD

Foram ontem as eleições para a Distrital de Lisboa do PSD. A lista que integrava (a B liderada pelo Jorge Paulo Roque da Cunha, sob o lema Rasgar a Indiferença) teve 28% na eleição para a Comissão Política Distrital e 22% na Área Metropolitana de Lisboa (para a Assembleia Distrital) tendo eleito, só em Lisboa, 76 delegados. Ou seja identificaram-se connosco, grosso modo, 1/4 dos militantes que foram ás urnas.
Alguns apontamentos:
- Na secção de Lisboa (área geográfica do concelho)votaram só 18% dos militantes com capacidade eleitoral (isto é com quotas pagas). Isto é uma abstenção brutal (mas não escandalosa quando comparada com eleições anteriores)
- A lista vencedora (nas eleições para a Comissão Politica Distrital) teve, grandes numeros, 1.200 votos e a nossa 450. Distancia entre as duas: 750 votos. Já nas eleições para a Assembleia Distrital funcionaram em cheio os "sindicatos de voto" e por isso as votações nas três listas nossas concorrentes foram: 511,395 e 399. Muito equilibrado, pois. A nossa teve 364 votos.
- Restam pois os desafios: como mobilizar os militantes? Como intervir nos próximos anos?
Ou muito me engano ou ontem foi o principio do esboçar de uma resposta ás questões acima. Ao trabalho, pois!

sexta-feira, novembro 18, 2011

O caso Duarte Lima (e breve apontamento sobre Assunção Esteves)

Não conheço Duarte Lima, nunca estive com ele, nem no partido (somos ambos do PPD-PSD) nem em lugar nenhum (que eu tenha dado por isso, ja se sabe ;-), mas há qualquer coisa que me desagrada na forma como os assuntos dele com a Justiça estão a ser tratados...e a preocupação não é apenas humana (como a que tenho com qualquer pessoa que se encontre em situação semelhante, mas sobretudo com as pessoas que são importantes e estão no topo e de repente conhecem a "parte baixa" da vida e por isso são abandonados por todos os que os adularam, procuraram e dele usufruiram) mas também com o sistema (media e aparato da justiça) em geral (que a qualquer momento pode cair em cima de qualquer um de nós).
Não percebo:
1º Porque era preciso deter o homem ontem para o ouvir hoje
2º Como é possivel os jornalistas tenham sido informados das operações em seu torno (detenção e buscas) para o que só encontro uma explicação (ambas ilegais) má (alguém de dentro os avisou) ou péssima (foi a investigação quem o fez)
3º Porque é que um negócio ruinoso e em que parece se descuidou o banco (nas garantias que pediu e no mau cálculo que fez do interesse e viabilidade do financiamento) é apresentado como burla (no maximo vejo aqui responsabilidades que podem ser pedidas pelos accionistas do BPN à respectiva gestão no período)
4º Como um caso de polícia ocupa tanto noticiário
Mas, como o outro, isto se calhar sou eu que não estou a ver bem "o filme"...!?
(ainda por incompreensibilidade dos media: parece a minha ex.colega de parlamento Assunção Esteves optou por não auferir um vencimento na AR, á qual preside, por ter uma pensão de 7 mil e tal euros. Título do Sol: "pensão milionária"...milionária...!!!!!?????)

quinta-feira, novembro 17, 2011

OE inconstitucional? Já nada me espanta...!

Hoje no Público a Isabel Moreira defende a inconstitucionalidade da lei do Orçamento de Estado, provavelmente com razão (em algumas das suas disposições). O artigo está aqui.
Eu no entanto desde que li os acórdãos do Tribunal Constitucional sobre a lei do aborto de 2007 (para já não falar da lei de 1984) que já deixei de esperar que o Tribunal Constitucional saiba reconhecer uma inconstitucionalidade quando a tem por frente...!
E considero perigosissima (apesar do meu apoio genérico ao Governo nas medidas que está a tomar) esta situação em que de repente em frente dos olhos de toda a gente se acha que a excepcionalidade de uma situação pode derrogar principios e normas da Constituição. Agora é com direitos mais económicos, e amanhã, se for com direitos mais individuais...?
Mas aqui outra vez, já nada me espanta, desde que o então presidente Jorge Sampaio executou aquele golpe de estado constitucional no derrube do governo de Santana Lopes...

quarta-feira, novembro 02, 2011

Pais substituem escola e pintam sala: um exemplo de subsidiariedade

No Público de 30 de Outubro apareceu a noticia com o título acima. "Um grupo de pais de alunos da Escola Básica do Bairro de São Miguel, em Alvalade, decidiu meter mãos à obra este fim-de-semana e pintar e arranjar as instalações. Dizem que estão cansados de ver a degradação da sala de aulas dos miúdos e, por isso, avançaram com a intervenção."
A noticia merece ser lida na versão completa (que o site do Público não tem, mas posso enviar a quem me pedir) porque tem mais e óptimos pormenores: estes pais conseguiram o patrocínio de uma marca de tintas, organizaram-se entre si em dois turnos, pintaram paredes e armários e até "estão a arranjar uma solução para evitar que os pombos pousem nos parapeitos da sala. (...) um problema de saúde pública".
Porque sublinho isto? Porque é a demonstração de que:
a) na sociedade civil existem as potencialidades e energia para resolver muitos dos problemas quotidianos sem que seja necessário o Estado (neste caso sob vestes de Câmara Municipal de Lisboa) intervenha
b) são as pessoas e não as burocracias estatais as mais aptas a dar-se a solução dos proprios problemas
c) o que se pede ao Estado em muitos dos problemas e situações com que nos defrontamos em Portugal é apenas que saia do caminho e não atrapalhe, pois nós seremos capazes com os nossos meios, engenho e arte, de nos dar a resposta que precisamos
d) estes tempos de crise e falta de verbas podem ser excelentes para nos reeducarmos na nossa responsabilidade comunitária, na partilha de tempo e recursos, na auto-organização colectiva
e) problemas públicos (de todos) como a saúde pública podem ser resolvidos pela iniciativa privada (em sentido estrito ou lato, abrangendo as instituições sociais) e são-no melhor do que pelas estruturas estatais: caras, ideológicas, ineficientes...
Ou seja, mais uma demonstração em acto do principio da subsidiariedade, impensável em tempos de governo socialista...! ;-)