segunda-feira, setembro 30, 2013

O resultado das eleições autárquicas 2013


Análises mais gerais e também mais detalhadas dos resultados das eleições autárquicas são um trabalho indispensável para os próximos tempos, a desenvolver por quem, protagonistas e movimentos, pretenda alargar e consolidar a sua presença na política portuguesa. Mas entretanto algumas notas se podem desde já alinhavar:

1. O sucesso das candidaturas independentes ou quando tal ocorreu os efeitos que tiveram nas candidaturas concorrentes, impedindo umas de ganhar e outras de perder, vem chamar a atenção para o erro fatal os principais partidos cometeram, ao ignorar a vontade do seu eleitorado e impor candidatos a partir das estruturas dirigentes. Neste ponto se comprovou que as primárias nos partidos (eleições internas de escolha de candidatos) são não apenas uma ideia boa, teoricamente correspondente a um sistema político mais democrático, mas uma necessidade premente se os partidos querem apresentar soluções que correspondam aos anseios do seu eleitorado.

2. Se somarmos os votos em candidaturas próprias do PPD/PSD e do CDS-PP, ás das coligações que fizeram (geralmente com o MPT e/ou o PPM), aos votos muito marginais de outros pequenos partidos (como o PPV ou o PND) e ainda os votos nas candidaturas independentes saídas da área política respectiva, constatamos que o centro-direita teve mais votos do que o Partido Socialista. Isto é, está por provar que não exista a adesão do eleitorado deste bloco político, ao Governo e aos partidos que o apoiam...!

3. A fidelidade do núcleo duro dos votantes do centro-direita ás candidaturas dos partidos da coligação de Governo, deve ser estimada e correspondida por quem tem a responsabilidade da governação. Isto é, não se distinguindo os votantes do PS dos do centro-direita, no descontentamento com os efeitos das políticas de austeridade, o que pode continuar a agarrar esse eleitorado fiel é a assunção serena e inteligente pelos partidos do Governo daquela identidade em torno da valorização da dignidade humana, da subsidiariedade, e da estima pela liberdade, que é o "osso" da presença social da maioria sociológica "de direita".

4. No poder local é local o critério predominante de escolha do voto. São ás centenas os exemplos da mais humilde freguesia ao mais espampanante município. O critério proposto pelos Bispos portugueses (o discernimento de qual na convicção de cada um é o mais apto a governar a circunscrição) é de facto o critério do bem comum e do eleitorado em geral.

5. Com a derrota em termos estritamente autárquicos (mandatos, governos municipais ou de freguesia) do PSD há um efeito colateral positivo de um facto indesejado. Muita gente que está no PPD/PSD por virtude da "alimentação" recebida da detenção e uso do poder, perdeu a sua base de apoio e vai fatalmente afastar-se da vida partidária quotidiana (voltando inevitavelmente á tona, quando o poder regressar, já se sabe...). Mas, por ora, vai haver mais tempo e espaço para fazer política, estimar o bem comum, dar protagonismo aos que na política estão de uma forma autêntica. E isso é bom.

6. Se o centro-direita for capaz nas Europeias já para o ano de se apresentar com um programa coerente e que diga respeito á vida real das pessoas, que nas suas listas retome e proponha o país real que se revê no espaço do centro-direita, pode ser se vejam já os bons efeitos da depuração que os resultados das autárquicas trouxeram ás suas fileiras. A ver, vamos...

sexta-feira, setembro 27, 2013

Blue Jasmine, Bernard Madoff e um grande filme de Woody Allen

 
 
 
Fui ver ontem este filme extraordinário de Woody Allen (dizia a minha mulher que o melhor dele de sempre...?) com uma interpretação fora de série da Cate Blanchett que, se dependesse de mim, recebia já antecipadamente o competente Óscar.
 
A história que é contada faz referência ao caso real de Bernard Madoff, a quem já fiz referência neste blog, responsável pelo maior Ponzi scheme da história dos Estados Unidos, uma dramática consequência da pirataria financeira, da ganância dos ricos da América, da sempre repetida e incompreensível falha da regulação dos mercados financeiros e da respectiva fiscalização e também do deslumbramento do mundo dos multimilionários (alguns dos quais ficaram sem nada em consequência desta fraude!). Um caso impressionante sobre o qual tenho lido muito o que também ajuda a compreender o meu entusiasmo pelo filme.
 
A personagem de Cate Blanchett retoma assim a figura real de Ruth Madoff e o que mais toca é o que acontece, significa, provoca, descer dos mais altos patamares da high-society americana, para uma situação de perseguida pelos media, pela opinião pública, pelos prejudicados pela fraude e o contraste entre o mundo dos ricos e o meio de onde se provinha na origem. Para não falar da destruição familiar que um caso como estes traz consigo. Mas ao mesmo tempo é isso que torna o personagem fascinante. Recomendo vivamente!

terça-feira, setembro 24, 2013

O Ministro Crato e o inglês obrigatório ou não



Confesso que estou um pouco baralhado com a questão do inglês obrigatório onde ao que parece, lendo os jornais, o Governo anda para a trás e para a frente...mas uma coisa é clara: o drama de que o inglês seja ou não obrigatório, por imperativo do Ministério da Educação, demonstra, em acto, qual o problema de não existir liberdade de escolha na educação.

Na verdade, se os pais pudessem optar livremente pela escola dos seus filhos (como a Constituição obriga, não me cansarei de o lembrar) e as escolas tivessem autonomia para definir e propor os seus projectos educativos, a questão do inglês (de os alunos o aprenderem) era muito simples: aquelas famílias para quem isso seja fundamental (número do qual não me excluo) podiaminscrever os seus filhos em escolas que o oferecessem, iniciar escolas onde este existisse, e as mesmas oferecê-lo livremente.

Ao contrário, na situação presente, só há uma forma de os pais que o pretendem, o obterem. Ou seja exigirem que uma autoridade central, nas escolas que lhe pertencem (80% do sistema) o imponha autoritariamente sem consideração pelas possibilidades reais das escolas, ou dos pais que o dispensariam (por as suas prioridades, legitimamente, serem outras). E daí as discussões políticas, os embaraços do Ministro da Educação, os "confrontos" civis no assunto, o desnorte dos professores desta disciplina...está claro, o conceito?


sexta-feira, setembro 20, 2013

Sobre a entrevista do Papa: excelente artigo do George Weigel

Com a devida vénia ao Blog Logos de onde o retirei:

On Pope Francis's interview: The Christ-Centered Pope - by George Weigel

In EPPC 
Perhaps the most revealing detail in Pope Francis’s lengthy interview, conducted by the Italian Jesuit Antonio Spadaro and published yesterday in English translation in the Jesuit journal America, is the pontiff’s reflection on one of his favorite Roman walks, prior to his election:
When I had to come to to Rome, I always stayed in [the neighborhood of the] Via della Scrofa. From there I often visited the Church of St. Louis of France, and I went there to contemplate the painting of “The Calling of St. Matthew” by Caravaggio. That finger of Jesus, pointing at Matthew. That’s me. I feel like him. Like Matthew. . . . This is me, a sinner on whom the Lord has turned his gaze.
The Calling of St. Matthew is an extraordinary painting in many ways, including Caravaggio’s signature use of light and darkness to heighten the spiritual tension of a scene. In this case, though, the chiaroscuro setting is further intensified by a profoundly theological artistic device: The finger of Jesus, pointing at Matthew, seems deliberately to invoke the finger of God as rendered by Michelangelo on the Sistine Chapel ceiling. Thus Caravaggio, in depicting the summons of the tax collector, unites creation and redemption, God the Father and the incarnate Son, personal call and apostolic mission.
 
That is who Jorge Mario Bergoglio is: a radically converted Christian disciple who has felt the mercy of God in his own life and who describes himself, without intending any dramatic effect, as “a sinner whom the Lord has looked upon.” Having heard the call to conversion and responded to it, Bergoglio wants to facilitate others’ hearing of that call, which never ceases to come from God through Christ and the Church.
 
And that, Bergoglio insists, is what the Church is for: The Church is for evangelization and conversion. Those who have found the new pope’s criticism of a “self-referential Church” puzzling, and those who will find something shockingly new in his critical comments, in his recent interview, about a Church reduced “to a nest protecting our mediocrity,” haven’t been paying sufficient attention. Six years ago, when the Catholic bishops of Latin America and the Caribbean met at the Brazilian shrine of Aparecida to consider the future, the archbishop of Buenos Aires, Bergoglio, was one of the principal intellectual architects of the bishops’ call to put evangelization at the center of Catholic life, and to put Jesus Christ at the center of evangelization. The Latin American Church, long used to being “kept,” once by legal establishment and then by cultural tradition, had to rediscover missionary zeal by rediscovering the Lord Jesus Christ. And so the Latin American bishops, led by Bergoglio, made in their final report a dramatic proposal that amounted to a stinging challenge to decades, if not centuries, of ecclesiastical complacency:
The Church is called to a deep and profound rethinking of its mission. . . . It cannot retreat in response to those who see only confusion, dangers, and threats. . . . What is required is confirming, renewing, and revitalizing the newness of the Gospel . . . out of a personal and community encounter with Jesus Christ that raises up disciples and missionaries. . . .
A Catholic faith reduced to mere baggage, to a collection of rules and prohibitions, to fragmented devotional practices, to selective and partial adherence to the truths of faith, to occasional participation in some sacraments, to the repetition of doctrinal principles, to bland or nervous moralizing, that does not convert the life of the baptized would not withstand the trials of time. . . . We must all start again from Christ, recognizing [with Pope Benedict XVI] that “being Christian is . . . the encounter with an event, a person, which gives life a new horizon and a decisive direction.”
The 21st-century proclamation of Christ must take place in a deeply wounded and not infrequently hostile world. In another revealing personal note, Francis spoke of his fondness for Marc Chagall’s White Crucifixion, one of the most striking religious paintings of the 20th century. Chagall’s Jesus is unmistakably Jewish, the traditional blue and white tallis or prayer-shawl replacing the loincloth on the Crucified One. But Chagall’s Christ is also a very contemporary figure, for around the Cross swirl the death-dealing political madnesses and hatreds of the 20th century. And so the pope’s regard for Chagall’s work is of a piece with his description of the Catholic Church of the 21st century as a kind of field hospital on a battlefield strewn with the human wreckage caused by false ideas of the human person and false claims of what makes for happiness. Thus Francis in his interview on the nature of the Church:
I see clearly that the thing the Church needs most today is the ability to heal wounds and to warm the hearts of the faithful; it needs nearness, proximity. I see the Church as a field hospital after battle. It is useless to ask a seriously injured person if he has high cholesterol and about the level of his blood sugars! You have to heal his wounds. Then we can talk about everything else. Heal the wounds, heal the wounds.
And how are the wounds of late-modern and postmodern humanity to be healed? Through an encounter with Jesus Christ, the Son of the living God. “The most important thing, “ Francis insisted in his interview, “is the first proclamation: Jesus Christ has saved you.” The Church of the 21st century must offer Jesus Christ as the answer to the question that is every human life (as John Paul II liked to put it). The moral law is important, and there should be no doubt that Francis believes and professes all that the Catholic Church believes and professes to be true about the moral life, the life that leads to happiness and beatitude. But he also understands that men and women are far more likely to embrace those moral truths — about the inalienable right to life from conception until natural death; about human sexuality and how it should be lived — when they have first embraced Jesus Christ as Lord. That, it seems to me, is what the pope was saying when he told Antonio Spadaro that “proclamation in a missionary style focuses on the essentials, on the necessary things.” These are what make “the heart burn: as it did for the disciples at Emmaus. . . . The proposal of the Gospel must be more simple, profound, radiant. It is from this proposition that the moral consequences then flow.”
 
Francis underscores that “the teaching of the Church is clear” on issues like abortion, euthanasia, the nature of marriage, and chastity and that he is “a son of the Church” who accepts those teachings as true. But he also knows that “when we speak about these issues, we have to talk about them in a context.” That “context” is Jesus Christ and his revelation of the truth about the human person. For as the Second Vatican Council taught inGaudium et Spes, its Pastoral Constitution on the Church in the Modern World, “It is only in the mystery of the Word made flesh that the mystery of man truly comes clear. For Adam, the first man, was the type of him who was to come. Christ the Lord, Christ the new Adam, in the very revelation of the mystery of the Father and of his love, fully reveals man to himself and brings to light his most high calling.”
 
Thus Pope Francis, the pastor who is urging a new pastoral style on his fellow bishops and fellow priests, insists that every time the Church says “no,” it does so on the basis of a higher and more compelling “yes”: yes to the dignity and value of every human life, which the Church affirms because it has embraced Jesus as Lord and proclaims him to a world increasingly tempted to measure human beings by their utility rather than their dignity.
 
Francis’s radical Christocentricity — his insistence that everything in the Church begins with Jesus Christ and must lead men and women to Jesus Christ — also sheds light on his statement that there is a hierarchy of truths in Catholicism or, as he put it, that “the dogmatic and moral teachings of the Church are not all equivalent.” That does not mean, of course, that some of those those teachings are not really, well, true; but it does mean that some truths help us make sense of other truths. The Second Vatican Council reclaimed this notion of a “hierarchy of truths” in Unitatis Redintegratio, its Decree on Ecumenism, and it’s an important idea, the pope understands, for the Church’s evangelical mission.
 
If you don’t believe in Jesus Christ as Lord — if you’ve never heard the Gospel — then you aren’t going to be very interested in what the Catholic Church has to say in Jesus’s name about what makes for human happiness and what makes for decadence and unhappiness; indeed, you’re quite likely to be hostile to what the Church says about how we ought to live. By redirecting the Church’s attention and pastoral action to the Church’s most basic responsibility — the proclamation of the Gospel and the invitation to friendship with Jesus Christ — Pope Francis is underscoring that a very badly disoriented 21st century will be more likely to pay attention to evangelists than to scolds: “We need to proclaim the Gospel on every street corner, preaching the good news of the kingdom and healing, even with our preaching, every kind of disease and wound. . . . The proclamation of the saving love of God comes before moral and religious imperatives.” The Church says “yes” before the Church says “no,” and there isn’t any “no” the Church pronounces that isn’t ultimately a reflection of the Church’s “yes” to Jesus Christ, to the Gospel, and to what Christ and the Gospel affirm about human dignity.
 
It’s going to take some time for both the Church and the world to grow accustomed to an evangelical papacy with distinctive priorities. Those who imagine the Catholic Church as an essentially political agency in which “policy” can change the way it changes when a new governor moves into an American statehouse will continue — as they did within minutes of the release of the America interview — to misrepresent Pope Francis as an advocate of doctrinal and moral change, of the sort that would be approved by the editorial board of the New York Times. This is nonsense. Perhaps more urgently, it is a distraction.
 
Jorge Mario Bergoglio is determined to redirect the Church’s attention, and the world’s attention, to Jesus Christ. In this, his papacy will be in continuity with those of John Paul II and Benedict XVI. Pope Francis is going to be radically Christ-centered in his own way, though, and some may find that way jarring. Those willing to take him in full, however, rather than excising 17 words from a 12,000-word interview, will find the context in which those 17 words make classic Catholic sense. “We cannot insist only on issues related to abortion, gay marriage, and the use of contraceptive methods,” the pope told his interviewer. Why? Because it is by insisting on conversion to Jesus Christ, on lifelong deepening of the believer’s friendship with him, and on the Church’s ministry as an instrument of the divine mercy that the Church will help others make sense of its teaching on those matters — with which the New York Times, not the Catholic Church, is obsessed — and will begin to transform a deeply wounded culture.
 

O Papa Francisco e o aborto: "Papa diz que defesa da vida “é uma verdadeira prioridade do magistério”"


Também sobre este encontro, vale a pena ler isto.


Papa diz que defesa da vida “é uma verdadeira prioridade do magistério”
Inserido em 20-09-2013 12:20
 
Francisco considera que o paradoxo dos tempos modernos é que as pessoas estão a reivindicar novos direitos, mas ninguém salvaguarda o mais importante de todos: o direito à vida.
 
O Papa referiu-se esta sexta-feira em termos muito claros ao drama do aborto e ao direito à vida, deixando muito claro que a protecção da vida é “uma verdadeira prioridade do magistério, particularmente no caso da vida indefesa, isto é, os deficientes, os doentes, os nascituros, as crianças, os idosos".

Numa audiência uma delegação de médicos católicos, Francisco foi mais longe e disse que as crianças que são “condenadas ao aborto” têm “o rosto do Senhor”, tal como os idosos cujo direito à vida não é respeitado.

Falou ainda da maternidade como “missão fundamental da mulher”, em todo o mundo, lamentando que seja nos países mais ricos que “muitas vezes a maternidade não é adequadamente considerada e promovida”.

As suas palavras surgem no dia seguinte à publicação de uma entrevista a um conjunto de revistas jesuítas, na qual afirmou que a Igreja não pode falar apenas de temas como o aborto, casamento homossexual ou contracepção.

Na audiência, o Papa sublinhou a importância do direito à vida, que não é matéria de fé, mas de ciência. "Radica na razão. Nenhuma vida é mais sagrada, mais importante que outra”, afirmou Francisco.

A mensagem é particularmente importante numa altura em que tudo aparenta ter um preço. “As coisas têm preço, podem ser vendidas, mas não as pessoas, elas não têm preço”.

O paradoxo dos tempos modernos, considera o Papa, é que as pessoas estão a reivindicar novos direitos, mas ninguém salvaguarda o mais importante de todos: o direito à vida.

[Notícia actualizada às 12h37]


Ainda a entrevista do Papa Francisco





A entrevista do Papa Francisco ás revistas dos Jesuítas já está em português.

Sobre isso vale também a pena ler: o que se publicou hoje na Aciprensa e pela alegria que dá ver um jornal diário a retomar palavras essenciais do anúncio cristão (como, por exemplo “Deus está presente na vida de todas as pessoas, mesmo se essa vida tiver sido destruída por maus hábitos, por drogas ou seja o que for”) a notícia sobre a entrevista que saiu no Público, aqui. Apesar do erro de citação da entrevista...o Público "transcreve": "Sabemos qual é a opinião da Igreja e eu sou um filho da Igreja, mas não é preciso continuar a falar disto"...mas na entrevista está: "(...) mas não é necessário falar disso continuamente»."...enfim...! ;-)

A entrevista do Papa Francisco



Estou de partida para um fim-de-semana fora e por isso sem tempo para grandes desenvolvimentos, mas o Papa Francisco deu uma entrevista belíssima à Civiltá Católica que também aparece publicada no Avvenire, jornal da Conferência Episcopal Italiana. Vale muito a pena ler.

No âmbito dessa entrevista fala também do assunto do anúncio cristão e da relação deste com as chamadas questões fracturantes (aborto, casamento gay, etc.). Basicamente e nos termos da entrevista, reafirmando como não podia deixar de ser a sua filiação na Igreja, o que o Papa alerta é para a redução contemporânea do cristianismo a um moralismo, do anúncio cristão a uma proposta moral, que, isso não diz mas acrescento eu, é não apenas uma tentação eclesial como o resultado da pressão da mentalidade contemporânea que procurando ocultar o que a Igreja é, ou percebendo a resistência que encontra no facto cristão, tenta reduzi-la a isso.

Além disso e na mesma parte da entrevista e em termos muito bonitos o Papa fala da Misericórdia, da liberdade humana e do amor de Deus a cada um, independentemente da sua circunstância particular, da relação dos sacerdotes com as pessoas que lhe estão confiadas, da confissão e do pecado. A projecção que estas suas intervenções têm, a força do anúncio que faz, são de facto a confirmação daquilo que a propósito do seu pontificado, diz Bento XVI, ou seja, que se sente confortado em verificar a justeza da sua renúncia, a intervenção de Deus na Sua Igreja. Que bom é que finalmente a voz da Igreja seja escutada sem a oposição imediata de um preconceito pessoal ou institucional!

Tudo o resto, por parte da mentalidade dominante, dos seus meios de comunicação, é pó, tentativa de semear a confusão e sobretudo medo de se confrontar pessoalmente com a verdade do anúncio que temos para fazer ao mundo: Deus existe, ama-nos, e faz-se encontrar na pessoa física, real e viva, de Jesus, hoje, na Sua Igreja. Ou seja, com o mesmo anúncio que uma vez recebido por cada um, faz com que naquelas questões concretas, a nossa posição de cristãos seja a da valorização da Família, de defesa da Vida humana da concepção até á morte natural, de defesa do embrião humano (veja-se aqui o que disse o Papa Francisco num dos Angelus [e no qual anuncia também o dia da Evangelium Vitae no qual estiveram presentes portugueses dos movimentos cívicos a favor da Família e da Vida]), da afirmação que a família se baseia no casamento entre homem e mulher, etc.

Parto pois contente para o fim-de-semana! ;-)








quinta-feira, setembro 19, 2013

Gaiola Dourada: grande filme!



Fui ver o Gaiola Dourada com a família toda. Grande filme! O trailer pode ser visto aqui e é esta a página oficial do filme.

aqui falei sobre emigração e não sei se também sobre a mesma de origem portuguesa em França, uma realidade que por razões familiares se me tornou próxima e motivo de admiração, ternura e respeito. O filme retoma tudo isso: o empenho no trabalho, o sacrifício associado, a comunidade nascida desse movimento migratório, a saudade do país, seus costumes e tradição, os valores familiares, a graça do confronto de culturas, a origem que possamos dizer sem pestanejar que a 1ª cidade portuguesa é Lisboa, a 2ª é Paris e a 3ª é o Porto...;-)

O filme tem dinâmica (prende), cor, humanidade, é decente (o que é uma novidade nos dias que correm) e celebra a pertença à Pátria de uma forma inteligente, vivida e em alguns momentos, mesmo comovente. Recomendo vivamente!

Nota final: além disso o filme educa no olhar que devemos ter e viver na relação com os imigrantes que vivem entre nós e que nas suas escala, diferença e cultura específica, vivem esta mesma realidade. E o valor inestimável da dignidade humana e a constatação somos todos filhos do mesmo Deus e por isso irmãos entre nós.

segunda-feira, setembro 16, 2013

O Mordomo: é longa a estrada para a liberdade e o respeito da dignidade humana...!





Fui ver este filme na sexta-feira passada. Se o filme é curioso pela sua vertente de mostrar a Casa Branca vista do lado do serviço que implica, o seu valor maior e grande tema é a luta prolongada, corajosa, heroica, sofrida, da população afro-americana pela sua liberdade, o reconhecimento da sua dignidade e o direito á igualdade com a população branca. Em frente dos nossos olhos desfilam datas dos anos cinquenta e sessenta (!) e não se acredita que ainda então fosse tal a brutalidade, a desigualdade, a opressão, a humilhação (desde o não ser atendido por igual numa loja, a não se poder sentar no mesmo autocarro escolar ou andar nas mesmas escolas, ser agredido quando se reivindicava a liberdade ou tratado abaixo de cão por iguais em idade, profissão ou condição). Impressionante!

Além disso há outros pontos relevantes no filme e na história: dos movimentos civis, da passagem de alguns do pacifismo á violência (com os Panteras Negras), os diferentes presidentes americanos e como reagiam á questão racial (e não é que quem mais passos deu no bom sentido foi um que era católico, John Kennedy, e outro republicano e conservador, sim, Ronald Reagan*...? Bem feito para todos esses historiadores esquerdistas incapazes de reconhecer grandeza moral e política no outro lado das suas convicções!) e por fim um tema completamente humano, verdadeiro, doloroso mas passível de redenção, qual seja o da relação atribulada de um pai com um filho. Grande filme!

Pensando em tudo isto e em quão é longa e sofrida a estrada para a liberdade e o respeito da dignidade humana no fim do filme não pude deixar de pensar no empenho de alguns na defesa da Vida humana desde a concepção até á morte natural. Como hoje defrontamos por vezes a mesma hostilidade ou a mesma incompreensão, mas também ao mesmo tempo vivemos a mesma convicção e crença na humanidade que tiveram aqueles lutadores pelos direitos cívicos. E em relação ás crianças mortas pelo aborto ou os velhinhos e os doentes massacrados pela eutanásia também o nosso grito é o mesmo: porque não reconheces a sua humanidade...!?

Duas notas finais: o filme tem música do Rodrigo Leão (ver aqui) e pode-se ler sobre o Mordomo real: Eugene Allen.

* Apesar das críticas de que o Público se fez eco.

quinta-feira, setembro 12, 2013

Mais uma vez da desnecessidade do uso de células embrionárias humanas

A notícia do Público de hoje, que reproduzo aqui em baixo vem uma vez mais confirmar que a via da utilização das chamadas células adultas é um caminho mais promissor do que aquele da utilização de células embrionárias, para o fim da reprogramação de células estaminais, pluripotentes. Quanto tempo a cegueira ideológica vai imperar sobre a evidência científica é a grande questão. Daí também a importância de iniciativas como a da Petição Europeia Um de Nós para impor aos órgãos decisores da União Europeia o respeito pelo embrião humano e o fim das experiências científicas que implicam a destruição de seres humanos na sua fase embrionária...

Senão, vejam:

Cientistas reprogramam pela primeira vez células estaminais em ratinhos



Técnica poderá servir para a regeneração de tecidos.
A investigação das células estaminais pluripotentes induzidas acaba de dar mais um passo. Uma equipa de cientistas reprogramou células adultas que se tornaram pluripotentes, ou seja, com a capacidade de gerar todo o tipo de células do corpo. Mas, em vez de conduzir esta reprogramação in vitro, como é costume, fê-lo pela primeira vez directamente nos ratinhos. O conjunto de experiências foi ontem publicado num artigo da revista Nature. A longo prazo, a equipa espera que esta novidade permita o desenvolvimento de um método eficaz para a utilização de células estaminais pluripotentes induzidas na regeneração de tecidos ou no tratamento de doenças.
O ponto de partida desta experiência situa-se em 2006, quando Shinya Yamanaka conseguiu produzir pela primeira vez células estaminais pluripotentes induzidas. Para isso, o cientista retirou fibroblastos de um ratinho e colocou-os numa cultura in vitro. De seguida, introduziu quatro genes nas células. Quando estes genes foram activados, começou a tocar uma nova canção no piano genético das células. Esta canção obrigou-as a tornarem-se cada vez menos especializadas na sua forma e função e a transformarem-se assim em células estaminais pluripotentes.
No fundo, os fibroblastos foram reprogramados para um estado mais precoce e passaram a ter a forma e as propriedades das células que fazem parte das primeiras fases do embrião. Estas células são pluripotentes, têm o potencial de se diferenciar em todos os tipos de células que compõem os tecidos - não só os fibroblastos, mas também as células do fígado, do coração ou da pele, entre outras.
Agora, a equipa de Manuel Serrano, do Centro Nacional Espanhol de Investigação do Cancro, aplicou a mesma técnica aos próprios ratinhos. Os cientistas serviram-se dos mesmos quatro genes, que são factores de transcrição naturalmente activos durante a primeira fase do desenvolvimento do embrião e regulam os outros genes das células.
Através da engenharia genética, os cientistas conseguiram criar linhagens de ratinhos com uma "cassete" desses quatro genes que ficou incluída no ADN de todas as células dos roedores. Esta "cassete" tem um truque: só é tocada - ou seja, os quatro genes só se tornam activos - quando os ratinhos tomam uma substância chamada doxiciclina.
A equipa deu a estes ratinhos uma dose controlada de doxiciclina e verificou que os ratinhos começaram a produzir teratomas em vários tecidos diferentes: no pâncreas, no intestino, no estômago ou nos rins. Um teratoma é um tumor que se pode desenvolver no ovário, a partir de células não diferenciadas, e que gera uma massa onde se encontram tecidos diferentes e até pêlos ou dentes.
Nos ratinhos, os teratomas indicaram à equipa o sucesso da doxiciclina: os quatro genes foram activados em células de vários tecidos e estas transformaram-se em células estaminais pluripotentes induzidas que, depois, multiplicaram-se, formando os teratomas. "Esta mudança no desenvolvimento nunca tinha sido observada na natureza", diz em comunicado María Abad, uma das autoras do artigo.
A equipa descobriu ainda que estas células tinham uma maior capacidade de diferenciação do que as células estaminais pluripotentes induzidas in vitro. Quando um espermatozóide fecunda o óvulo, o ovo - a nova célula formada - não vai dar só uma nova pessoa, nos mamíferos vai também originar a placenta e outras estruturas que suportam o desenvolvimento destes animais no útero. As células estaminais pluripotentes induzidas in vitro só são capazes de se diferenciar nos tecidos dos animais, já as novas células originaram estruturas parecidas com embriões que tinham alguns destes tecidos de suporte. A causa desta capacidade superior de diferenciação é desconhecida.
Agora, a equipa quer testar se estas novas células podem gerar tecidos in vitro. Numa conferência de imprensa da Nature, Manuel Serrano especula ainda a aplicação desta técnica na medicina regenerativa, através da reprogramação local de células no órgão que se quer tratar. "Temos de descobrir quais as condições insuficientes para uma reprogramação total [evitando o desenvolvimento de teratomas], mas suficientes para a regeneração." É um esforço para os próximos anos.
 

domingo, setembro 08, 2013

Obama Prémio Nobel da Paz: uma denúncia extraordinária e bem-humorada na Tempi


Vabbè, ma a ‘sto punto diamoglielo pure a Bush il Nobel per la Pace, no?

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agosto 31, 2013 Correttore di bozze
Dopo l’annuncio dell’intervento armato in Siria, avete visto quante bandiere della pace sui balconi? Quante manifestazioni di piazza? Quanti appelli “no war”? No? Come no?
                       
Per capire perché gli Stati Uniti d’America sono oggi molto più apprezzati nel mondo, bisogna partire da un presupposto fondamentale.
Il presidente Barack Obama è un premio nobel per la pace

President_Barack_Obama_with_the_Nobel_Prize_medal_and_diploma
Mentre George Bush Jr è

nazi bush
 
In seguito agli attentati di Al Qaeda dell’11 settembre, Bush ha portato gli Stati Uniti in due guerre.
In Afghanistan (2001 – in corso)
 
Afghanistan
 
E in Iraq (2003 – 2011)
 
Iraq
 
Bush ha anche imprigionato i sospetti terroristi nel campo di prigionia di massima sicurezza di Guantánamo
 
Guantanamo
 
Ai tempi della presidenza Bush (2001 – 2009) migliaia di pacifisti italiani manifestarono più volte a Roma e in altre città d’Italia e del mondo per protestare contro le politiche guerrafondaie degli Stati Uniti, in Iraq e in Afghanistan, e contro le violazioni dei diritti umani nella base di Guantánamo
 
ManifestazioneRoma
 
Finita l’era Bush, nel 2009 inizia quella di Obama, che promette la fine di tutte le guerre di Bush e la chiusura del campo di prigionia di Guantanamo. “Yes we can” è il suo motto
 
Yes_We_Can
 

Una volta presidente degli Stati Uniti, Obama non chiude la prigione di Guantánamo
 
Guantanamo2
 
Prosegue la guerra in Afghanistan, iniziata dal suo predecessore

AFGHANISTAN US ARMY BIRTHDAY
 
Amplia la guerra globale al terrore, affidandosi ai droni e alla politica degli “omicidi mirati” in Yemen, Somalia e Pakistan
 
Drone
 
Nel 2011, sostiene apertamente la “primavera araba”

Egitto, scontri tra sostenitori Morsi e oppositori
 
Spinge la Nato a intervenire in Libia, attraverso bombardamenti e attacchi aria-terra

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E per finire, nel 2013, valuta di bombardare la Siria, in rappresaglia a un presunto attacco chimico da parte di Assad, avvenuto il 21 agosto, nella periferia di Damasco
 
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La reazione dei pacifisti italiani alle mancate promesse di Obama, agli omicidi mirati in Yemen, Somalia e Pakistan, al bombardamento della Libia, e alla possibilità di un bombardamento della Siria è stata finora simile a questa
 
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Síria: e se as armas químicas tivessem sido despoletadas, por engano, pelos rebeldes?

Tratar-se ia então, a situação actual, de um claro absurdo e daqui a uns anos arriscamo-nos a descobrir, que, como com as armas de destruição maciça, no Iraque, tudo se trata de um horrível e atroz engano...

A notícia retirei-a daqui. Trata-se da revista Tempi que a todos os títulos recomendo.

Siria, ribelli: «Abbiamo fatto esplodere noi per sbaglio le armi chimiche». Il reportage che nessuno cita

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settembre 3, 2013 Leone Grotti
Un clamoroso reportage da Ghouta, dove si sarebbe verificato l’attacco chimico, di Mint Press News raccoglie le testimonianze dei ribelli: «Le armi venivano dall’Arabia Saudita»
siria-ghouta-armi-chimicheIn Siria, a Ghouta, sono esplose armi chimiche ma secondo ribelli locali non è stato il dittatore Bashar al-Assad ad utilizzarle ma i ribelli stessi, per errore. La notizia è contenuta in un reportage pubblicato lo scorso 29 agosto su Mint Press News, che non è stato ripreso dai quotidiani italiani, firmato da Dale Gavlak (che dalla Giordania collabora da anni con Associated Press) e Yahya Ababneh, che ha condotto interviste e ricerche sul campo in Siria. Interviste che hanno dell’incredibile (e suscitano qualche sospetto) dal momento che le dichiarazioni dei ribelli contenute vanno contro il loro stesso interesse, scagionando di fatto Assad.
«UN QUADRO MOLTO DIVERSO». «Da numerose interviste con dottori, residenti di Ghouta, ribelli e le loro famiglie, emerge un quadro molto diverso» rispetto a quello prospettato da Barack Obama, Regno Unito e Francia, secondo cui Assad avrebbe ucciso con un attacco a base di armi chimiche il 21 agosto tra le 355 e le 1700 persone a Ghouta, un sobborgo della capitale Damasco. Il reportage cita l’intervista a Abu Abdel-Moneim, padre di un combattente ribelle: «Mio figlio è venuto da me due settimane fa chiedendomi se sapevo che armi fossero quelle che gli avevano chiesto di trasportare», armi«con una struttura a forma di tubo» e altre simili a «grandi bombole di gas».
ARMI CHIMICHE USATE DAI RIBELLI. Abdel-Moneim rivela che suo figlio insieme ad altri 12 ribelli è morto per i gas chimici in un tunnel dove erano soliti stoccare le armi che un militante dell’Arabia Saudita, che guida una fazione ribelle, portava da Riyad. Un’altra combattente ribelle, soprannominata solo “K” per non farsi identificare, afferma: «[I sauditi] non ci avevano detto che cos’erano queste armi o come usarle. Non sapevamo fossero armi chimiche, non potevamo neanche immaginarlo». Secondo un altro ribelle di Ghouta, “J”, «queste armi hanno subito destato la nostra curiosità. Sfortunatamente, alcuni dei combattenti le hanno maneggiate con leggerezza e le hanno fatte esplodere».
RUOLO DELL’ARABIA SAUDITA. Secondo i reporter, dunque, delle armi chimiche sono effettivamente esplose in Siria ma non per mano del regime di Assad, bensì per mano dei ribelli, che le hanno ottenute dall’Arabia Saudita. «Oltre una dozzina di ribelli intervistati ci ha detto di essere stipendiato dal governo saudita», continua l’articolo.
«CHI HA USATO LE ARMI?». Dopo una disamina attenta del coinvolgimento a fianco dei ribelli dell’Arabia Saudita nel conflitto siriano, l’articolo riprende, condividendola, anche una considerazione di Peter Oborne per il Daily Telegraph: «Gli unici che hanno tratto benefici dalle atrocità sono stati i ribelli, che stavano perdendo la guerra e che ora hanno l’America e la Gran Bretagna pronte a intervenire al loro fianco. Mentre sembrano esserci pochi dubbi che le armi chimiche siano state usate, non è ancora certo chi le abbia usate. È importante ricordare che Assad è già stato accusato in precedenza di aver usato gas velenoso contro i civili. Ma allora, Carla del Ponte, commissario delle Nazioni Unite in Siria, ha concluso che i ribelli, non Assad, erano probabilmente responsabili».
Firma l’appello contro l’intervento armato in Siria


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sexta-feira, setembro 06, 2013

Ainda a liberdade de escolha e o Estatuto do Ensino Particular (notícia da Renascença)

Úteis para tentar perceber o que se vai passando neste assunto:



Pais vão poder escolher entre escolas públicas e privadas
Inserido em 05-09-2013 16:17
Nuno Crato considera que está aberto “um caminho mais directo a uma liberdade de escolha e a uma concorrência, tanto entre escolas como entre sistemas”.  

Está aberta a porta à liberdade de escolha das famílias relativamente ao sistema de ensino que querem para os seus filhos. O ministro da Educação considera que o novo estatuto do ensino particular e cooperativo, aprovado esta quinta-feira em conselho de ministros, vem dar uma maior autonomia curricular ao ensino privado.

Nuno Crato, em conferência de imprensa, disse que foram criadas as condições para que as famílias possam escolher o projecto educativo para os seus educandos entre a oferta disponível, seja no ensino público ou no privado.

A novidade, segundo Crato, é que o diploma “institui uma liberdade de escolha, mas institui uma liberdade de escolha informada entre escolas e sistemas”.

Segundo o ministro, o novo estatuto do ensino particular e cooperativo “estabelece novos princípios naquilo que se refere ao ensino particular e cooperativo salientando a transparência, a obrigatoriedade de informação, tanto de resultados escolares como de projectos educativos”.

Além disso, sublinha o governante, “estabelece o princípio da concorrência” e “estabelece o princípio da avaliação externa para este tipo de ofertas”.

Segundo as novas regras, “o apoio do Estado não se restringe no apoio a turmas, como existe neste momento nos contratos de associação, mas também o apoio a alunos”.

Por isso, o ministro Nuno Crato considera que está aberto “um caminho mais directo a uma liberdade de escolha e a uma concorrência, tanto entre escolas como entre sistemas”.

O ministro da Educação garantiu ainda que este novo diploma vem proteger a escola pública: “A escola pública fica defendida com estas regras e é promovida pela existência de uma maior autonomia de uma emulação e de uma concorrência”.

Para Nuno Crato, com o novo diploma “abre-se também caminho a um maior grau de autonomia, em paralelo para as escolas públicas com contratos de autonomia”.

O diploma agora aprovado vai ser enviado para promulgação do Presidente da República, e será depois publicado em Diário da República. A sua aplicação será feita de forma gradual a partir do ano lectivo 2014/2015.



O que são o cheque-ensino e o contrato simples




Do que é, como surge, o cheque-ensino, fala melhor do que eu seria capaz, este artigo publicado há uns anos no Diário de Notícias e da autoria de João Miranda.

Atrevo-me no entanto a explicitar, tal a confusão que por aí reina...:

O Cheque-ensino corresponde a este sistema em que o Estado reconhecendo que não têm direito a impor nenhuma espécie de educação aos seus cidadãos e que os pais são livres de educarem os filhos como bem entendem (ambas estas disposições constam da Constituição da República Portuguesa, como se pode ver aqui), diz assim: "para mim, Estado, cada aluno, custa tantos milhares de euros por ano. Ora bem, a partir de agora você, pai, fica com o direito de usar esses milhares de euros, como bem entender. Escolhe a escola de sua preferência, pertencente á rede estatal ou não, e inscreve lá o seu filho. Faço-o, o Estado, porque estou obrigado pela Constituição a assegurar a todos os cidadãos uma educação mínima obrigatória e "gratuita"".

Que se passa então? O pai procurará no sitio que bem entender conhecer as escolas que aí existem e escolhe aquela cujo projecto educativo mais lhe agrada ou por qualquer outro critério que para si seja importante (para uns a educação religiosa, para outros boas instalações desportivas, para alguns a localização, e um largo etc.). Para isso, claro, as escolas tem de ser livres de definir o seu projecto educativo, tem de ter autonomia total, e quando tal for possível (ver abaixo) os seus professores. Qual o resultado deste sistema: concorrência entre as escolas, melhorando a sua performance e esforçando-se por proporcionar o melhor ensino possível. Beneficiários? Os estudantes, as suas famílias, os professores com uma vida profissional mais exigente, recompensadora e interessante, etc.

E note-se que dizer melhores escolas não quer dizer forçosamente escolas particulares. Algumas sê-lo-ão e outras não. Em muitos lugares as melhores serão as estatais (pertencentes ao Estado) ditas "públicas". Que finalmente ficarão livres das peias e obstáculos colocados pela nomenklatura do Ministério da Educação. Na verdade as escolas particulares que hoje em dia lideram todos os rankings é verdade tem mérito nisso, mas as escolas "públicas" amarradas como estão pelo Ministério não tem possibilidade de fazer melhor e possivelmente suplantar as particulares. Pode-se mesmo dizer: a maior vítima da falta de liberdade de educação é a escola do Estado...

E nesse caso que fazer da rede estatal? Separar a sua gestão do Ministério da Educação que terá um papel de regulador, observador do sistema, certificador da sua qualidade, estabelecendo os curriculuns mínimos, conforme a sociedade em cada momento, segundo as suas escolhas políticas, for decidindo. E nesse caso que fazer dos professores funcionários do Estado? Atribui-los ás escolas actualmente existentes, não há hipótese senão com os privilégios de que actualmente usufruem, mas libertando as suas carreiras, permitindo-lhes trocar de lugares, finalmente livres do azar informático ou de abstruzas directivas do Ministério.

Por fim, que são os contratos-simples: um instrumento de apoio social a famílias mais desfavorecidas que por si só não podem suportar o custo do ensino que livremente escolheram, no caso, as escolas particulares. Num sistema de cheque-ensino (que de alguma forma neste momento são como o Ministro ontem observou) estes contratos desaparecerão, uma vez que toda a gente usufruirá de igual apoio (os ditos milhares de euros que o Estado, isto é, nós todos, através dos impostos, suporta como respectivo custo).

É que é preciso não esquecer isto! O actual ensino pelo sistema dito "público" não é gratuito! As escolas do Estado, os seus funcionários, custam dinheiro. Que é suportado por todos nós através dos impostos. Como dizia Margaret Tatcher "não existe dinheiro do Estado, mas apenas dinheiro dos contribuintes"...

Não nego a lei ontem aprovada em Conselho de Ministros é importantíssima. Um passo de gigante depois de cerca de 30 anos de asfixia estatista. Mas um passo, neste caminho para a verdadeira e sobre tudo para todos, liberdade de educação. Da qual, entre outros, o cheque-ensino pode ser um instrumento precioso.

Best Education Minister, ever...! ;-)




Fui ontem ver com duas filhas e os meus pais o filme "Bling Ring: O Gangue de Hollywood" porque infelizmente não havia sessão á noite de o "Mestres da Ilusão". O filme é fraquito não sei se por deficiência da realizadora Sofia Copolla ou se por falta de consistência humana dos personagens da história real em que o filme se baseia (uma das coisas impressionantes é que não há um momento só em que estas, antes ou depois de apanhadas pela polícia, se interroguem sobre a moralidade [bem ou mal] da sua actividade de roubo...).

De qualquer das formas foi um programa familiar divertido (que incluiu as magníficas Tapas no Corte Inglês) e durante o filme, sobretudo na primeira parte, passei o tempo com as minhas filhas a exclamar, citando um filme ou uma série, de que agora não me recordo: "Best 1st day at School, ever...!" ou "Best first year at a new school ever...!" ;-)

Vem isto a propósito desta notícia sobre a aprovação pelo Governo da liberdade de escolha entre colégios e escolas públicas que aqui no Público também é desenvolvida (reacções da inevitável e caduca Fenprof e da  fatal e incompreensível CNIPE...). 

Como já referi neste post do Blog infelizmente é "much ado about nothing"...na verdade não é instituído nenhum cheque-ensino, a liberdade de escolha entre escolas continua limitada e o dito "cheque-ensino" a que o diploma fará referência, já há muito existe e chama-se contrato-simples. O que não quer dizer que o novo Estatuto não seja merecedor de aplauso como aqui explica a AEEP.

No entanto, independentemente do minimalismo, o facto desta polémica trazer á tona do debate político a magna questão da liberdade de educação é por si só tão importante, que merece a exclamação: "Nuno Crato: best Education Minister, ever...!" ;-)




Extraordinário!: Papa convence mulher a não abortar e oferece-se para ser padrinho


Papa convence mulher a não abortar e oferece-se para ser padrinho
Inserido em 06-09-2013 10:21
Anna Romano escreveu ao Papa quando soube que estava grávida, mas nunca esperou o telefonema que a convenceu a deixar avançar a gravidez.

Foi o desespero que levou Anna Romano a escrever ao Papa Francisco. A mulher, italiana, encontrava-se grávida do seu amante, um homem casado, e este já lhe tinha deixado claro que não iria ajudar a criar o bebé, tentando convencê-la a abortar.

Sob pressão, Anna escreveu ao Papa, mais por desabafo do que por outra razão, e foi com grande surpresa que recebeu um telefonema de Francisco.

“Fiquei estupefacta ao telefone. Ouvi-o a falar. Tinha lido a minha carta. Assegurou-me que o bebé é um dom de Deus, um sinal da providência. Disse-me que nunca estaria sozinha”, conta Romano ao jornal italiano “Il Messagero”.

Após alguns minutos de conversa, a futura mãe encontrava-se novamente cheia de esperança e decidida a levar a gravidez até ao fim. “Ele encheu-me o coração de alegria quando me disse que eu era corajosa e forte pelo meu filho”, recorda.

As palavras do Papa foram ainda tranquilizadoras noutro sentido. Anna disse a Francisco que gostaria de baptizar o filho, mas "tinha medo que não fosse possível", por ser "mãe solteira e divorciada". O Papa não só explicou que seria possível baptizá-lo, como se ofereceu para ser ele próprio o padrinho. “Estou convencido que não terá dificuldade em encontrar um pai espiritual, mas, se não conseguir, estou sempre disponível”, disse Francisco.

Compreensivelmente, Anna Romano já fez saber que, se a criança for rapaz, chamar-se-á Francisco.

Desde a sua eleição, o Papa já pegou várias vezes no telefone para falar pessoalmente com pessoas que sabia estarem a passar dificuldades. Um caso envolveu um rapaz cujo irmão tinha sido morto e, mais recentemente, uma mulher argentina vítima de violação.

terça-feira, setembro 03, 2013

Acolhamos o convite do Papa e sustentemos o seu grito: nunca mais a guerra!



Carrón (CL): «Acolhamos o convite do Papa e sustentemos o seu grito: nunca mais a guerra!»

Gabinete de Imprensa de Comunhão e Libertação

02/09/2013

Acolhendo o dramático apelo de papa Francisco pela paz na Síria, padre Julián Carrón, presidente da Fraternidade de CL, declarou:

«O Papa apela à exigência de paz que se esconde no coração de cada homem para dirigir um dramático apelo pela paz na Síria, e ao mesmo tempo oferece um critério para abordar o conflito: não é nunca o uso da violência que leva à paz, mas o encontro e a negociação. Só se poderá alcançar uma solução pacífica se todos olharmos o outro não como um inimigo a eliminar, mas como um irmão: “Não é a cultura do confronto, a cultura do conflito que constrói a convivência nos povos e entre os povos, mas sim esta: a cultura do encontro, a cultura do diálogo; este é o único caminho para a paz”. Acolhamos este premente convite do Papa e apoiemos o seu grito − “Nunca mais a guerra! Um Apelo que nasce do íntimo de mim mesmo!” −, unindo-nos à sua oração com a oferta dos nossos dias, enquanto esperamos participar com todos os nossos irmãos e os homens de boa vontade no grande dia de jejum e oração convocado para sábado 7 de setembro em Roma, aderindo às iniciativas das dioceses no mundo».

Gabinete de imprensa de CL

Jejum e Oração dia 7 de Setembro: com o Papa e pela Síria



Durante o Ângelus do passado Domingo, o Santo Padre Francisco convidou todos os crentes e pessoas de boa vontade a intensificar a oração pela paz na Síria e a uma jornada de jejum e oração no próximo Sábado, dia 7 de Setembro.

Angelus

Francisco

01/09/2013 - Praça São Pedro

Hoje, queridos irmãos e irmãs, queria fazer-me intérprete do grito que se eleva, com crescente angústia, em todos os cantos da terra, em todos os povos, em cada coração, na única grande família que é a humanidade: o grito da paz! É um grito que diz com força: queremos um mundo de paz, queremos ser homens e mulheres de paz, queremos que nesta nossa sociedade, dilacerada por divisões e conflitos, possa irromper a paz! Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra! A paz é um dom demasiado precioso, que deve ser promovido e tutelado.

Vivo com particular sofrimento e com preocupação as várias situações de conflito que existem na nossa terra; mas, nestes dias, o meu coração ficou profundamente ferido por aquilo que está acontecendo na Síria, e fica angustiado pelos desenvolvimentos dramáticos que se preanunciam.

Dirijo um forte Apelo pela paz, um Apelo que nasce do íntimo de mim mesmo! Quanto sofrimento, quanta destruição, quanta dor causou e está causando o uso das armas naquele país atormentado, especialmente entre a população civil e indefesa! Pensemos em quantas crianças não poderão ver a luz do futuro! Condeno com uma firmeza particular o uso das armas químicas! Ainda tenho gravadas na mente e no coração as imagens terríveis dos dias passados! Existe um juízo de Deus e também um juízo da história sobre as nossas ações aos quais não se pode escapar! O uso da violência nunca conduz à paz. Guerra chama mais guerra, violência chama mais violência.

Com todas as minhas forças, peço às partes envolvidas no conflito que escutem a voz da sua consciência, que não se fechem nos próprios interesses, mas que olhem para o outro como um irmão e que assumam com coragem e decisão o caminho do encontro e da negociação, superando o confronto cego. Com a mesma força, exorto também a Comunidade Internacional a fazer todo o esforço para promover, sem mais demora, iniciativas claras a favor da paz naquela nação, baseadas no diálogo e na negociação, para o bem de toda a população síria.

Que não se poupe nenhum esforço para garantir a ajuda humanitária às vítimas deste terrível conflito, particularmente os deslocados no país e os numerosos refugiados nos países vizinhos. Que os agentes humanitários, dedicados a aliviar os sofrimentos da população, tenham garantida a possibilidade de prestar a ajuda necessária.

O que podemos fazer pela paz no mundo? Como dizia o Papa João XXIII, a todos corresponde a tarefa de estabelecer um novo sistema de relações de convivência baseados na justiça e no amor (cf. Pacem in terris, [11 de abril de 1963]: AAS 55 [1963], 301-302).

Possa uma corrente de compromisso pela paz unir todos os homens e mulheres de boa vontade! Trata-se de um forte e premente convite que dirijo a toda a Igreja Católica, mas que estendo a todos os cristãos de outras confissões, aos homens e mulheres de todas as religiões e também àqueles irmãos e irmãs que não creem: a paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade.

Repito em alta voz: não é a cultura do confronto, a cultura do conflito, aquela que constrói a convivência nos povos e entre os povos, mas sim esta: a cultura do encontro, a cultura do diálogo: este é o único caminho para a paz.

Que o grito da paz se erga alto para que chegue até o coração de cada um, e que todos abandonem as armas e se deixem guiar pelo desejo de paz.

Por isso, irmãos e irmãs, decidi convocar para toda a Igreja, no próximo dia 7 de setembro, véspera da Natividade de Maria, Rainha da Paz, um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no mundo inteiro, e convido também a unir-se a esta iniciativa, no modo que considerem mais oportuno, os irmãos cristãos não católicos, aqueles que pertencem a outras religiões e os homens de boa vontade.

No dia 7 de setembro, na Praça de São Pedro, aqui, das 19h00min até as 24h00min, nos reuniremos em oração e em espírito de penitência para invocar de Deus este grande dom para a amada nação síria e para todas as situações de conflito e de violência no mundo. A humanidade precisa ver gestos de paz e escutar palavras de esperança e de paz! Peço a todas as Igrejas particulares que, além de viver este dia de jejum, organizem algum ato litúrgico por esta intenção.

Peçamos a Maria que nos ajude a responder à violência, ao conflito e à guerra com a força do diálogo, da reconciliação e do amor. Ela é mãe: que Ela nos ajude a encontrar a paz; todos nós somos seus filhos! Ajudai-nos, Maria, a superar este momento difícil e a nos comprometer a construir, todos os dias e em todo lugar, uma autêntica cultura do encontro e da paz. Maria, Rainha da paz, rogai por nós!

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segunda-feira, setembro 02, 2013

O piropo e o ridículo mundo do Bloco




Assim se chama o artigo de Henrique Monteiro que Pedro Aguiar Pinto afixou no seu Blog Povo.
A protagonista desta "proposta" é a moçoila aqui retratada e que aqui no site do Bloco explica a sua iniciativa.
Bem sei que o disparate é livre, mas ás vezes abusa-se...
Nota: diferente é uma coisa chamada educação, sensibilidade e bom senso, respeito e delicadeza, mas isso, para os bloquistas, devem ser valores "burgueses"...
Uma dúvida: os piropos que se querem criminalizar são todos, ou apenas os heterossexuais...? Ou queres ver que a Adriana Lopera ainda acaba denunciada por homofobia pelo lóbby gay...? Ou, pior, que os bloquistas que queriam que as mulheres não fossem para a prisão, por causa do aborto, já não se importam que os homens vão, pelos piropos...? Cá para mim isto ainda devem ser efeitos da silly season...

Regresso de Férias: viva a Vida!



(imagem retirada deste site)
 
 
Certamente porque as férias fora boas (sinal disso foi nos últimos dias já ter começado a pensar com gosto em que coisas gostaria fazer este ano e como) mas sobretudo pela educação cristã (uma experiência viva em que a vida adquire um gosto novo constantemente) é com prazer que regresso ao trabalho!
 
Como dizia um amigo "temos pela frente um ano novo e inteiro para estragar...!" ;-)