quarta-feira, junho 18, 2008

As Férias segundo Joseph Ratzinger (Bento XVI)

TEMPO DE FÉRIAS

Poder descansar (*)

Os discípulos colocaram a Jesus o problema do stress e do descanso.
Os discípulos regressavam da primeira missão, muito entusiasmados com a experiência e com os resultados obtidos. Não paravam de falar sobre os êxitos conseguidos. Com efeito, o movimento era tanto que nem tinham tempo para comer, com muitas pessoas à sua volta.
Talvez esperassem ouvir algum elogio por tanto zelo apostólico. Mas Jesus, em vez disso, convida-os a um lugar deserto, para estarem a sós e descansarem um pouco.

Creio que nos faz bem observar neste acontecimento a humanidade de Jesus. A sua acção não dizia só palavras de grandeza sublime, nem se afadigava ininterruptamente por atender todos os que vinham ao seu encontro. Consigo imaginar o seu rosto ao pronunciar estas palavras. Enquanto os apóstolos se esforçavam cheios de coragem e importância que até se esqueciam de comer, Jesus tira-os das nuvens. Venham descansar!
Sente-se um humor silencioso, uma ironia amigável, com que Jesus os traz para terra firme. Justamente nesta humanidade de Jesus torna-se visível a divindade, torna-se perceptível como Deus é.
A agitação de qualquer espécie, mesmo a agitação religiosa não condiz com a visão do homem do Novo Testamento. Sempre que pensamos que somos insubstituíveis; sempre que pensamos que o mundo e a Igreja dependem do nosso fazer, sobrestimamo-nos.
Ser capaz de parar é um acto de autêntica humildade e de honradez criativa; reconhecer os nossos limites; dar espaço para respirar e para descansar como é próprio da criatura humana.

Não desejo tecer louvores à preguiça, mas contribuir para a revisão do catálogo de virtudes, tal como se desenvolveu no mundo ocidental, onde trabalhar parece ser a única atitude digna. Olhar, contemplar, o recolhimento, o silêncio parecem inadmissíveis, ou pelo menos precisam de uma explicação. Assim se atrofiam algumas faculdades essenciais do ser humano.

O nosso frenesim à volta dos tempos livres, mostra que é assim. Muitas vezes isso significa apenas uma mudança de palco. Muitos não se sentiriam bem se não se envolvessem de novo num ambiente massificado e agitado, do qual, supostamente, desejavam fugir.
Seria bom para nós, que continuamente vivemos num mundo artificial fabricado por nós, deixar tudo isso e procurarmos o contacto com a natureza em estado puro.

Desejaria mencionar um pequeno acontecimento que João Paulo II contou durante o retiro que pregou para Paulo VI, quando ainda era Cardeal. Falou duma conversa que teve com um cientista, um extraordinário investigador e um excelente homem, que lhe dizia: "Do ponto de vista da ciência, sou um ateu...". Mas o mesmo homem escrevia-lhe depois: "Cada vez que me encontro com a majestade da natureza, com as montanhas, sinto que Ele existe".

Voltamos a afirmar que no mundo artificial fabricado por nós, Deus não aparece. Por isso, temos necessidade de sair da nossa agitação e procurar o ar da criação, para O podermos contactar e nos encontrarmos a nós mesmos.

(*) Card. J. Ratzinger "Esplendor da Glória de Deus" Editorial Franciscana, 2007, pág. 161.

terça-feira, junho 17, 2008

O PORTO NA CHAMPIONS!

Outra grande alegria!
Transcrevo a este propósito o email recebido sobre o assunto do meu amigo Pedro Sérgio:

Esperanças frouxas

O Comité de Apelo da UEFA revogou a decisão da primeira instância, mas, à imagem dos candidatos políticos derrotados, houve quem cantasse vitória, quando o bom senso e o rubor exigiam mordaça e não microfone. O F.C. Porto compreende a frustração do SLB durante o dia de hoje. Não é mais, de resto, que o reflexo de uma época de digestão desportiva complicada. A pressa revelada nas explicações exibe o que aconteceu durante toda a semana que passou.
Que fique claro: o SLB não ficou a ser parte do processo durante a sessão desta sexta-feira do Comité de Apelo da UEFA. Já o era há uma semana.
Tal como no relvado, no momento certo para expor argumentos e exibir dados, o F.C. Porto foi eficaz. Sem recorrer a fundamentos rebuscados, delgados e frágeis, inverteu a situação gerada em primeira instância. E volta a estar na UEFA Champions League, direito que assegurou com o melhor futebol que se viu em Portugal.
Tudo o resto são estratégias para tentar convencer os desprevenidos.

Pedro Sérgio

sexta-feira, junho 13, 2008

O Não ganhou! Hoje somos todos irlandeses! :-)


Que magnifica lição para todos os nossos políticos com medo de nos perguntarem pela nossa opinião e que querem construir a Europa nas nossas costas! Que magnifica derrota para todos os da agenda dos temas fracturantes e que escondidos nas estruturas europeias conspiram contra os países em que ainda há alguma sanidade mental (do coração e da razão)! Que magnífico dia! Mas já se está a ver: todos aqueles que acham que a Europa é uma coisa importante de mais para ser construída com a participação e a opinião dos europeus vão arranjar forma de contrariar o Não e qualquer dia teremos novo referendo até o Sim ganhar. É certinho...!

Mas já estou com ganas de arrancar para uma nova petição popular: pedir o referendo europeu...!?

Até lá algumas mensagens de amigos: "Nunca nos falham. Fantástico", "Aleluia Amen", "É o começo das vitórias do Não", "Lindo. Seremos sempre Não!" ;-)

Infelizmente não posso mais do que oferecer esta minha homenagem: um resumo do que encontrei sobre Saint Patrick Padroeiro da Irlanda:

The Story of Saint Patrick

Fifteen hundred and ten years have come and gone since the death of St. Patrick in 493, and argument is still going on as to where he was born. Were he in our midst today and questioned about the matter, he would probably reply as he replied to the same question soon after his second coming. To someone who was inquisitive as to his birthplace and nationality he said very gently that time would be better spent in learning the teaching of God than in putting questions concerning the race and country of himself and his followers. Some spend a great deal of time, too, contending that there were two Apostles named Patrick, and in all sorts of wise and unwise conjectures. Most of us are content to thank God for His great goodness and mercy and love in sending to our land an Apostle who planted the True Faith so firmly in the hearts of our fathers that centuries of persecution failed to uproot it, that it is still alive and glowing after the lapse of fifteen hundred years and that it has spread out from Ireland across the entire universe.
Early in the fifth century a pagan king of Ireland, Niall by name, returning from one of the customary raids of the period, brought among his captives a youth of gentle birth named Succoth, believed to the son of roman parents living in Britain or in France. The boy was sixteen years of age, hardy and strong, and someone changed his name to Patricius after his purchase as a slave by an Ulster chief named Milcho.
Sliabh Mis (Slemish)
He was set to herd sheep and survive on bleak Sliabh Mis (Slemish), a mountain in Antrim, and it was during this hard and lonely exile that his maturing of thoughts turned to God and His Holy Mother for courage and consolation. It was on the wind swept slopes of Slemish that he became a man of prayer. He learned the Irish language , grew to love the young people whom he came in contact, winning from them in return a love that perhaps helped him to escape from captivity at the end of six sad years.
The great St. Martin of Tours was his mother's brother, it is said, and to him the young man of twenty two made his way and pleaded for his instruction that would fit him to serve God and rescue souls from the slavery of paganism.
Four years later Saint Martin entrusted the student Patricius to Saint Germanus of Auxerre under whom he was sent to Pope Celestine. When his consecration as bishop took place the Pope yielded to his earnest appeal to be allowed to go back to Ireland, the place of his captivity, to bring the people he had grown to love to a knowledge of the True Faith. To Ireland he came, then, in 432, and his coming led to a new life, not for the Gael alone, but for the people of many nations to whom unselfish missionaries with hearts aflame have been going out in multitudes for over fifteen hundred years bearing the teaching and the light and the love of Christ Crucified to all the darkened places of the world, under the inspiration of the memory of St. Patrick who brought the saving grace of God to their own land long ago.
When Patrick the consecrated missionary, accompanied by a few disciples landed at a small Meath harbour in 432, he was summoned to the presence of the High King of Ireland, Laoire, who was then at Teamhair (Tara) for the celebration of the pagan summer festival. Fearing obstruction and perhaps attack on the way from the hill of Slane, near which he had landed, to Tara, tradition tells us that the saint composed and recited aloud the beautiful prayer Lureach Phadraig, The Breastplate of Saint Patrick.

Saint Patrick's Breastplate

Christ be with me
Christ be before me
Christ be behind me
Christ be within me
Christ be beneath me
Christ be above me
Christ be at my right
Christ be at my left
Christ be in the fort
Christ be in the chariot seat
Christ be in the ship
Christ be in the heart of everyone who thinks of me
Christ be in the mouth of everyone who speaks of me
Christ be in every eye that sees me
Christ be in every ear that hears me

The King of Ireland was kind and generous, even though he did not himself embrace the True Faith. Having questioned Patrick and listened with attention and respect to his explanation of the mission on which he had been sent by the Vicar of Christ, Laoire gave him permission to travel and teach and preach throughout the land.
The conversion of Ireland is the only bloodless spiritual revolution in history, as well as the most successful. Patrick traversed most of the country, blessing and extending the missionary work that had been done by others before his arrival, adapting pagan festivals and customs and linking them with feasts of the Saints in a way that won for the wise, far seeing, understanding Apostle the lasting love of the people.
That love and wisdom and zeal and understanding have been borne by the missionary successors of Saint Patrick all over the world and account for the mysterious appeal the Feast of Ireland's Patron Saint has for many races in many lands down to this very day in which we live. His humility, his holiness, his courage , his gentle heroism, his wisdom and his love of men have won for him the gratitude and homage and remembrance of the whole Christian world.

quarta-feira, junho 11, 2008

Euro 2008: o Futebol e o Papa Bento XVI

Recebi esta por email de um amigo muito sério em tudo quanto transmite e cuidadoso e rigoroso nas citações que divulga. A de hoje é sobre o Futebol e o Papa Bento XVI, então Cardeal Ratzinger. Assim vai dar outro (maior) gosto ver os jogos do Euro!

Jogo e Vida: a propósito do campeonato de mundo de futebol.

Cardeal Joseph Ratzinger

Regularmente, cada quatro anos, o campeonato do mundo de futebol afirma-se como um acontecimento que reúne à sua volta centenas de milhões de pessoas. Dificilmente um outro fenómeno mundial consegue alcançar uma tão vasta influência. Isso mostra que este fenómeno toca algo constitutivo do ser humano, e leva-nos a perguntar pela razão da força que este desporto tem.

O pessimista dirá que acontece o mesmo que na antiga Roma. Os slogans das massas eram: panem et circenses, pão e circo. Pão e jogo seriam os valores duma sociedade decadente, que não conhece fins superiores. Mesmo que aceitemos esta informação, não seria de maneira nenhuma o suficiente.

Mais uma vez teria que se perguntar: Onde reside a fascinação deste jogo, que se apresenta com a mesma importância que o pão? Podíamos responder olhando novamente para Roma, dizendo que o grito pelo pão e pelo jogo mais não é que a expressão do desejo duma vida paradisíaca, uma vida de fartura sem esforço e da realização da liberdade. Na realidade, é o que se insinua com o jogo: uma actividade totalmente livre, sem o limite dos fins e da necessidade, e que, no entanto, mobiliza e satisfaz todas as energias do ser humano.

Nesta perspectiva, o jogo seria uma tentativa de regresso ao paraíso, a fuga da seriedade escravizante do dia-a-dia com a sua disciplina, para a seriedade livre, sem imposições, que, justamente por isso, se toma mais bela.

Nesse sentido, o jogo ultrapassa, em certo modo, a vida do dia-a-dia; mas tem também, sobretudo na criança, ainda um outro carácter. É exercício para a vida. Simboliza a própria vida e é dela uma antecipação descontraída.

Parece-me que a fascinação do futebol consiste, essencialmente, em que reúne em si estes dois aspectos de forma convincente. Primeiro, obriga o homem a dominar-se, de tal forma que, através do treino, ganha o domínio sobre si mesmo. Com o domínio supera-se e, superando-se, toma-se mais livre. Mas também lhe ensina a disciplina do conjunto: como jogo de equipa, obriga-o a subordinar o próprio ao todo. Une-os num objectivo comum. O sucesso ou o insucesso de um está ligado ao sucesso e ao insucesso do todo.
Por fim, ensina o respeito mútuo, onde a aceitação de regras por todos respeitadas, faz com que apesar da contenda como adversários, subsista, por fim, aquilo que os une e unifica.
Além disso a liberdade do jogo, quando realizada de forma correcta, transforma a seriedade do jogo contra o adversário em liberdade, logo que o jogo termina. Os espectadores identificam-se com o jogo e com os jogadores, e participam no seu empenho e na sua liberdade, ora apoiando, ora protestando. Assim, os jogadores tornam-se símbolo de suas vidas. Isto reflecte-se nos próprios atletas. Eles sabem que os homens se sentem em si representados e confirmados.

Naturalmente que tudo isto pode ser adulterado por uma mentalidade comercial, que tudo submete ao rigor sombrio do dinheiro. Assim, o desporto deixa de o ser e transforma-se numa indústria, um mundo fictício de dimensões assustadoras. Mas mesmo este mundo fictício não poderia subsistir, se não tivesse um substrato positivo, subjacente ao jogo: o exercício preliminar da vida e a travessia da vida como caminhada em direcção ao paraíso perdido. Em ambos os casos, trata-se de procurar uma disciplina para a liberdade. Na aceitação de regras da convivência, nos confrontos e no encontro consigo mesmo. Na medida em que reflectimos nisto, tendo o jogo como ponto de partida, talvez possamos aprender de novo a vida. No jogo torna-se claro algo fundamental: o homem não vive só de pão. Na realidade, o mundo do pão não é mais que a antecâmara do que é efectivamente humano, o mundo da liberdade. Mas a liberdade vive de regras, da disciplina que a convivência e a recta oposição, a independência do êxito exterior e da arbitrariedade nos ensina, tornando-nos, assim, verdadeiramente livres.

O Jogo e a vida - se reflectimos em profundidade, o fenómeno do campeonato do mundo de futebol pode ser mais do que uma diversão.

Fonte: "Esplendor da Glória de Deus", Cardeal Ratzinguer, Ed. Franciscana, 2007, pág. 187

terça-feira, junho 10, 2008

Referendo europeu na Irlanda: quem vota Não nunca se engana... ;-)

Pode é nem sempre vencer...! lol.
Só Deus sabe o prazer que daria uma vitória do Não no referendo europeu na Irlanda! Seria um Não àquela burocracia redonda de Bruxelas mas também a todos os abortistas que se aproveitam destas instâncias internacionais para espalharem os seus erros e domarem os povos mais resistentes aos seus propósitos...
Seria também uma lição sem igual a toda uma classe política que se crê arrogantemente intérprete de uma vontade que tem medo de auscultar.
Porque ou a Europa regressa à sua raiz e a União à ideia dos seus pais fundadores (todos católicos "por acaso") ou então não é mais de que um prenúncio de um "Admirável Mundo Novo" em que a liberdade é uma memória.
Força grande Irlanda!

domingo, junho 01, 2008

Há muito tempo que intuo (acho mesmo que quando fui responsável por uma empresa industrial com 50 funcionários posso dizer que fiz experiência) que o fim do Serviço Militar Obrigatório foi um perfeito disparate. Creio também já publiquei sobre o assunto um artigo do mesmo autor daquele que reproduzo abaixo.
Diz bem do estado a que chegámos e como estamos à mercê de uma tribo mais ou menos bárbara e que não tenha escrupulos em invadir-nos. Nesse dia a Europa cai como um castelo de cartas...?
Leiam pois este que me chegou por email:

A BELA SITUAÇÃO A QUE CHEGÁMOS

“O único local em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”
Lema da Escola de Karate Shotokan da A.E.I.S.T.

Jornais e televisões ingleses, em passado recente, davam conta das conclusões de um estudo encomendado pelo Ministério da Defesa Britânico mandado efectuar na sequência de se ter verificado a desistência de cerca de um quarto dos voluntários para as Forças Armadas de Sua Majestade durante a recruta. O estudo concluiu e o respectivo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas (CEMGFA), corroborou publicamente, que a dificuldade de retenção dos candidatos a militar (num regime muito louvado de voluntariado puro …), se resumia na dificuldade que os mancebos actualmente têm em “aguentar” a disciplina castrense. Tal é fruto da evolução da sociedade, que faz com que os jovens cheguem à idade adulta sem qualquer tipo de organização mental, hábitos de trabalho, disciplina de vida, referências morais sedimentadas, nem dispensarem uma panóplia variada de cómodos e artefactos de diversão (por ex, terem um toca CDs no quarto), e reagirem muito mal a que se lhes eleve a voz. E afirmava pesaroso o CEMGFA (nós ouvimos): “os jovens chegam até nós, sem qualquer tipo de respeito ou deferência …”. E acrescentava, que dadas as facilidades actuais, jovem que se aborreça na recruta, telefona para casa (por telemóvel obviamente) e a sua mãezinha vem de imediato buscá-lo!
E por isto tudo, o relatório recomendava que se abrandasse a disciplina, facilitasse a vida aos recrutas, se melhorassem um certo número de instalações e da parafernália electrónica e, “last, but not least”, se melhorasse o acesso aos preservativos alargando generosamente a distribuição das respectivas máquinas! No fim, o malfadado general (mais um a fazer o frete …), sossegou os seus concidadãos afirmando que tudo se iria fazer para que o produto acabado, não perdesse a qualidade. Presume-se, é bom de ver, com a ajuda do Harry Potter!
Ora aqui temos mais um exemplo desta desgraçada civilização ocidental, desta vez pela mão da velha “Albion”, que dispõe (ainda) de um dos melhores exércitos do mundo e onde se suporia habitarem mentes mais atinadas. É que, de facto, e lamentavelmente o relatório em vez de apontar as causas profundas e bastas que levaram a este estado de coisas e os remédios para as mesmas (que são da responsabilidade de todo o governo e não apenas do ministro da Defesa), se limita a constatar com fatalidade a triste realidade e a propor acções sobre os efeitos. O que só irá agravar as causas e afastar para as calendas gregas a resolução dos problemas. Daqui a pouco tempo surgirá outro estudo a propôr qualquer coisa do género: quartos para unidos de facto; casas de banho para homossexuais, heterossexuais, transexuais, mistas, bi e outras que se inventem; camarões grelhados para o lanche; shows de “strip” antes do recolher; massagens após a instrução de “aplicação militar” (leve); intervalos obrigatórios nos exercícios, para o pessoal poder telefonar à namorada(o) etc. Um etcetera que apenas encontrará limites na degradação da coluna vertebral (vulgo caracter) dos envolvidos e, claro, no dinheiro disponível. Todavia pensamos, que tudo isto só se irá inverter quando houver um susto grande e se, nessa altura ainda houver capacidade de reacção. O assunto é grave e não se limita a um ou dois países: vai do Atlântico aos Urais e por isso é de muito mais difícil resolução. É uma espécie de fim do império romano, que acabou por caír quando os cidadãos romanos deixaram de querer defender a cidade e contrataram “bárbaros” para protegerem as suas fronteiras. Os bárbaros, ao fim de algum tempo, e já que estavam lá dentro, acabaram por tomar a cidade. Quando uma qualquer tribo aguerrida de “tártaros” se aperceber deste estado de coisas e chegar à fronteira, bastar-lhes-à levantar a cancela (se esta ainda existir ou não tiver sido aberta antes), e tomar conta de território e populações, sem disparar um tiro. É, apenas, uma questão de tempo.
João José Brandão Ferreira
TCOR PILAV (R)