sexta-feira, setembro 29, 2006

Homofobia: um estudo "cíentifico"..

Título do Destak de hoje (com chamada de primeira página): "Homofobia nas escolas está a levar os jovens ao desespero".
Depois lê-se o artigo (que se baseia em informações da Rede Exaqueo) e conclui-se:
- entre Fevereiro e Setembro (sete meses) esta associação recebeu 20 queixas de discriminação (uma média alucinante de três por mês...) e
- o estudo baseia-se em 20 (sim, vinte) entrevistas, das quais 17 a estudantes e 3 a professores...
O artigo conclui com a informação de que o jornal não obteve do Ministério da Educação declarações sobre "o que vai fazer"...
Palavras para quê? Ou já se percebeu como a homossexualidade se vai fazendo cultura e ai de quem a considere menos desejável?

quarta-feira, setembro 27, 2006

Referendo PMA: a audição de ontem na AR

Ausente de Lisboa por três dias num óptimo retiro que me deu muita consolação, não pude estar presente na audição que teve lugar ontem na AR e que é assim noticiada pela RR (ver abaixo). Do que me contaram, três notas apenas:
1- os promotores desta lei da PMA mentem com um descaramento quase assinalável. Quando se lhe são postas objecções à lei (deficiente previsão do consentimento informado, existência da barriga de aluguer, porta de saída para a clonagem reprodutiva, etc.) respondem com o ar mais cândido do mundo: "não, veja bem, isso não está [ou está, conforme a objecção] na lei! Mas então, acha que não pensámos nisso...não somos inconscientes...as pessoas são boas e honestas(principalmente se forem médicos da moda e cientistas de papel passado [e por isso isentos do "pecado original"...])!". MAS A VERDADE É QUE MENTEM! AS OBJECÇÕES COLOCADAS NA AUDIÇÃO NÃO PARTEM DA IMAGINAÇÃO DE NINGUÉM, MAS DA LETRA DA LEI APROVADA! Mas como esta gente é perita na manipulação da comunicação social, que, também, por defeito ou feitio desconfia de quem está contra a mentalidade dominante e sobretudo é demasiado preguiçosa para ir verificar o texto da lei, passam sempre incólumes...é impressionante!
2- na agenda "moral" pelo menos temos uma direita (PP e PSD) que é de fazer chorar as pedras... tal a pobreza franciscana...onde havia oportunidade de fazer oposição à maioria socialista, não o fazem, acreditam piamente no que a esquerda lhes diz de nós ou do que fazemos [ainda não percebeu que sobre esses assuntos em concreto sabemos mais do que ninguém (peço desculpa pela sinceridade mas é assim mesmo)] e, às vezes, parecem uns bonecos manipulados pelo BE...se o regresso do poder depender de capacidades cuja performance seja a manifestada em assuntos destes, bem podem esperar uns bons anos...! :-)
3- que força tem um genuíno movimento popular, feito por gente desconhecida, mas bem e tranquila na sua pele! :-) E como se pode ir longe assim...!
A notícia é esta:
A lei, a denúncia e o referendo
Afinal, a lei sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA) prevê a clonagem. A denúncia partiu do movimento pró-referendo que invoca normas imperativas que impedem a clonagem reprodutiva.
26-09-2006/21:15
O movimento mostra-se contra o diploma promulgado este Verão pelo Presidente Cavaco Silva.
"A lei portuguesa, ao contrário do que diz a declaração sobre o genoma humano das Nações Unidas, que proíbe, de facto, a reprodução clonada, esta nossa lei vem abrir uma porta, em termos civilizacionais, gravíssima", disse Isilda Pegado.
O artigo em causa é - diz - ambíguo, tal como outros relativos ao recurso a dadores externos ao casal e à chamada barriga de aluguer.
A petição, com mais de 80 mil assinaturas, deverá ser agendada para debate em plenário, onde a maioria de esquerda deverá, em princípio, travar o referendo sobre a PMA.
Para João Semedo, do Bloco de Esquerda, o tema já foi suficientemente debatido, é tempo de seguir em frente.
"Há momentos para fechar determinadas legislações, achamos este o momento adequado. Achamos que o pior seria manter e fazer perdurar o vazio legal existente no tempo anterior à aprovação desta lei", disse.
De novo o pedido para a viabilização de um referendo à procriação medicamente assistida. Ainda em aberto a possibilidade de solicitar a fiscalização sucessiva do diploma por alegadas inconstitucionalidades.

domingo, setembro 24, 2006

Sustentabilidade da Segurança Social: excelente comunicado da APFN

APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
(in)Sustentabilidade(s)

Está em franco debate público a questão da (in)Sustentabilidade da Segurança Social, com propostas de solução a saltarem de vários lados, desde Governo (que iniciou, e bem, a discussão), partidos políticos, movimentos, "opinion makers", etc.

Infelizmente, este debate tem enfermado por uma gigantesca cegueira colectiva, uma vez que apenas o Primeiro-Ministro (além da APFN) trouxe a questão da dramática baixa taxa de natalidade para a mesa no passado dia 27 de Abril (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Abr2006/apfn3.htm), ao referir, na Assembleia da República:

"4 - Em quarto lugar, as políticas públicas não podem continuar alheias aos problemas da evolução dramática da natalidade. Precisamos de mais incentivos à recuperação da natalidade. E a Segurança Social deverá aqui desempenhar um papel, no contexto de uma política mais alargada para a família. É por essa razão que proporemos que a taxa contributiva dos trabalhadores varie, ainda que moderadamente, em função do número de filhos. Afinal, é da riqueza criada pelas futuras gerações de trabalhadores que resultará a garantia dos rendimentos na velhice dos futuros pensionistas. Não há, evidentemente, soluções mágicas para este problema. Mas esta é, sem dúvida, uma mudança justa e que aponta no bom sentido.""

Pior: as propostas do Governo de "incentivos à natalidade" foram chumbadas no Conselho de Concertação Social, que acordou em debater as outras questões, adiando para "mais tarde" a discussão sobre os referidos "incentivos"! É como tentar evitar-se que um navio que está a meter água vá ao fundo adiando-se para "mais tarde" a reparação dos rombos!

Como se isto não bastasse, parece que se está a ignorar que não é apenas uma questão da Segurança Social, mas de (in)sustentabilidade do próprio país!

Da mesma maneira que um número crescente de escolas se têm tornado insustentáveis por falta de alunos (e fecham) e maternidades se tornaram insustentáveis por falta de bebés (e fecham), o país não será sustentável com a continuada redução de população activa derivada do cada vez maior défice de natalidade.

O dramatismo da questão deriva de:

1 - Para que haja renovação de gerações, isto é, tudo "continue na mesma", não piore ainda mais, é necessário que nasçam 2,1 filhos por mulher em idade fértil (índice sintético de fertilidade), e desde 1982 que tal não acontece, pelo que o actual "buraco demográfico" já ultrapassa o número de 900.000 crianças e jovens;
2 - Nos últimos anos, esse índice é de 1,4. Fazendo umas contas simples, é necessário aumentá-lo em 0,7, ou seja, "apenas" 50%. Por outras palavrras, uma em cada duas mulheres tem que ser "convencida" a ter mais um filho...
3 - Uma vez que o número anual de nascimentos já é de pouco menos de 110.000, isto quer dizer que, nos últimos anos, têm nascido menos 55.000 bebés por ano, ou seja, 6 por hora, razão simples que tem levado a fechar maternidades porque, sem nascimentos, não servem para nada... Sempre é mais barato continuarem a fazer rotundas...
4 - Isto irá fazer com que a próxima geração venha a ser sobrecarregadíssima para suportar a geração actual e o mais natural é que ela não esteja para isso, e até terá razão em o fazer... dada pela geração actual que, não só estourou com os recursos deixados pela geração anterior, como ainda está a fazer tudo por passar uma enorme dívida à seguinte, pela primeira vez em menor número que a anterior.

Uma vez que esta situação se deve a uma forte cultura anti-natalista que tem vindo a ser imposta nas últimas dezenas de anos, e enquanto o tal "mais tarde" não chega, a APFN:

1 - Apela a todos quantos já estão preocupados com a (in)sustentabilidade do Sistema da Segurança Social, assim como do crescente número de encerramento de escolas e maternidades , para colaborarem activamente na denúncia do défice de natalidade e se empenharem na neutralização da cultura anti-natalista;
2 - Apela ao Primeiro-Ministro para explicar e explicitar melhor as suas preocupações, sobretudo a todos os membros do seu Governo e aos deputados da maioria, para que passe a ser preocupação de todos;
3 - Sejam tomadas já medidas de neutralização da cultura anti-natalista, designadamente o cancelamento de todas as acções em curso que possam vir a ter efeitos negativos na taxa de natalidade e que, a partir de agora, sejam simplesmente chumbadas todas as acções ou promoções/apoios de acções que também se estima possam vir a ter esse efeito;
4 - Que, na qualificação de livros escolares, sejam eliminados todos os que ainda falam de "bomba demográfica", o fantasma que foi acenado nos anos 70 para impor a actual cultura anti-natalista, e que se revelou num dramático "flop".
5 - Que seja solicitado ao INE uma urgente análise da situação e previsão realista do cenário demográfico nos próximos 10, 20, 30, 40 e 50 anos, usando, pela primeira vez, valores realistas e verosímeis, ao contrário do que sempre fez.
6 - Que o Governo e Associação Nacional de Municípios estimulem o lançamento a nível nacional das medidas positivas que alguns municípios têm vindo a tomar, e que a APFN sempre promoveu, que consiste simplesmente em adoptar para as pessoas aquilo que, com sucesso, já é há muito obrigatório relativamente aos lobos, cegonhas, águias reais, morcegos rabudos e outros "pássaros, passarinhos, passaroucos, aves de gaiola e cucos", porque a ecologia também deve ser aplicada aos humanos, que se regem pelas mesmas leis da mesma Natureza.

21 de Setembro de 2006
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Rua 3A à Urbanização da AmeixoeiraÁrea 3, Lote 1, Loja A1750-084 LisboaTel: 217 552 603 - 919259666 - 917 219 197Fax: 217 552 604
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sábado, setembro 23, 2006

Querem mandar os Bébés para a prisão...

De um artigo do mesmo nome (em título) do Padre Nuno Serras Pereira de 24 de Janeiro de 2004:
«O povo português tem sido, nos últimos meses, submetido sistematicamente a uma chantagem emocional cujo objectivo consiste em criar um complexo de culpa que o paralise e impossibilite de proteger adequadamente a vida e dignidade dos bebés ainda não nascidos. De facto, a repetição constante do estribilho “querem mandar as mulheres para a prisão”, não tem outra finalidade senão a de suscitar um tumulto emotivo que ocupe todo o imaginário de modo a impedir uma reflexão serena e a formulação racional de um juízo verdadeiro. Esta perturbação tem fundamentalmente dois efeitos. O primeiro, cria a falsa imagem de que aqueles/as que justamente defendem as mães e os respectivos filhos/as ainda não nascidos, são uns vilões impiedosos (a finalidade consiste não só em diabolizá-los perante os outros, mas também perante si mesmos); o segundo oculta a realidade, isto é, por um lado, ignora as vidas humanas inocentes e indefesas, ameaçadas de morte, e por outro, camufla o propósito de liberalizar o aborto provocado."

Viva Bento XVI no Blog Ratiophilia!

Do meu amigo Tiago Maymone recebi este mail que anuncia o Blog em referência.
Boa ideia! Boa sorte! Como costumamos cantar naquela canção irlandesa: "God save the Pope!" :-)

"Caros amigos,

O Nuno Santos e eu resolvemos abrir um blogue chamado «Ratiophilia», que tem como provocação de partida os recentes acontecimentos em torno do discurso do Papa em Regensburg, na Alemanha:
http://ratiophilia.blogspot.com/

Ainda não tem todo o material que temos em mãos para publicar sobre este assunto, mas resolvemos avançar com as primeiras publicações para não esperar mais tempo."

Referendo PMA: para a semana, no parlamento!

Infelizmente não integrarei a delegação do Comité Pró-Referendo da PMA que na próxima semana irá finalmente ser recebida pela Comissão Parlamentar de Saúde (estou num retiro, não se pode ter tudo... :-). Mas apetece-me assinalar e rejubilar (em nome da democracia, da liberdade, da sociedade civil e de todos que angariaram estas 82 mil assinaturas) a notícia abaixo (do Público de 20 de Setembro): depois de meses a bater à porta da Assembleia, entrámos! Os deputados vão finalmente ser obrigados a pronunciarem-se sobre o nosso pedido de referendo! Começa agora a batalha por uma votação favorável do plenário.

A audição: Defensores de referendo à lei da reprodução assistida vão ao Parlamento

A presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Maria de Belém Roseira, não quer mais "incidentes" no caso da iniciativa popular para a realização de um referendo à lei da reprodução medicamente assistida (RMA). Por isso, vai chamar um representante do grupo de cidadãos responsáveis pela iniciativa para audição na comissão já na próxima semana.
"O presidente da Assembleia da República aceitou a iniciativa e enviou o dossier para esta comissão, pelo que deve ser agora cumprida a lei do referendo", afirmou Maria de Belém Roseira, lembrando que, depois da audição, o relator terá de elaborar o projecto de resolução para depois ser votado em plenário.
Bernardino Soares, do PCP, voltou a levantar a questão da competência da Comissão de Saúde. "Tenho para mim que a comissão competente para assuntos de referendo é a primeira comissão", defendeu. Carlos Miranda, do PSD, lembrou que agora se trata de uma iniciativa legislativa, pelo que a competência é da Saúde. Maria de Belém Roseira atalhou caminho e atribuiu ao PSD a nomeação de um relator para o caso.

Clonagem, "doacção" de óvulos e esperma: em direcção a um horrível mundo novo!

Como era fatal, à aprovação da lei da PMA (procriação artificial), seguiu-se um "fartar vilanagem" com os anúncios de bancos de esperma e óvulos, extraordinárias investigações com células estaminais e um interesse renovado na clonagem...
Será que esta gente não percebe para onde está a andar? E é-lhes assim tão indiferente saber o que pensará o povo sobre a questão (a nossa petição de referendo, post seguinte, vai esta semana à AR)?
Daqui a muitos, muitos anos, falar-se-á, com espanto e comiseração, desta gente inebriada pela mentalidade comum e que nutre um supremo desprezo pela vida e dignidade humanas...
A este propósito, enviou-me a Isilda Pegado (presidente da Federação Portuguesa pela Vida e iminente membro desta nossa companhia do anel :-) a citação que reproduzo abaixo e descreve um horrível mundo novo onde a liberdade é uma memória (e será certamente o ideal de um grupo de resistentes, lembram-se do Robert de Niro no "Brazil"? :-)

Golpe de Estado na republica da Clonia.
Saído vitorioso das eleições políticas, o Grande Engenheiro dissolveu o parlamento e instaurou a ditadura. O seu programa de governo resume-se num slogan: A Nação e a Estirpe acima de tudo. E em dois imperativos: Eliminar as raças impuras e os elementos hostis ao regime e formar um exército de Super homens. Os soldados de Clonia devem ser altos, loiros, musculosos, resistentes às fadigas físicas, às adversidades climáticas, ao jejum e às privações, capazes de sobreviver às radiações de uma guerra nuclear e prontos a seguir cegamente qualquer ordem.
Os mais ilustres biólogos são convocados para o Palácio. “Já sabeis tudo sobre os genes humanos”, disse o Engenheiro. “Agora deveis ajudar-me a seleccionar o povo eleito”…
… Os cidadãos são registados pelo método das marcas genéticas, e esterilizam-se em massa as minorias raciais, os contestadores, os delinquentes e os doentes mentais. Quem deseja ter filhos só pode fazê-lo artificialmente, na proveta …
… Na sua opinião as mulheres não são mais do que ventres dos quais se tiram óvulos para as experiências genéticas ou para onde se transplantam os zigotos da Raça Perfeita e que devem obrigatoriamente libertar-se dos fetos não programados …
… Mas o Engenheiro é impaciente quer ganhar tempo. E os geneticistas, que estão sempre prontos a realizar os seus desejos, criam métodos cada vez mais sofisticados para aumentar a produção. Um é a clonagem dos embriões: quando atingem um certo estado de desenvolvimento, separam-se as células, de modo que cada uma dê origem a um feto completo.
O outro método, ainda mais revolucionário consiste no desenvolvimento in vitro dos órgãos reprodutivos. Extraem-se do embrião os esboços das gónadas e metem-se em provetas especiais para os transformar em ovários ou testículos capazes de procriar. Deste modo, os cientistas de Clonia pensam em cortar a duração das gerações reduzindo-as dos normais doze a quinze anos para apenas poucos meses. Por outro lado, poder-se-ia restringir pouco a pouco a gama dos genes, até que os filhos dos filhos destes pais de proveta sejam réplicas, indivíduos perfeitamente idênticos: Os gémeos do regime, a elite da Nação…
… Talvez tenhamos já sido empurrados muito para a frente, sem termos consciência disso, e, convencidos em boa fé de que estamos a trabalhar para o progresso da humanidade, tenhamos construído na proveta as cadeias que nos tornarão escravos”.
In RENATO DULBECCO e RICARDO CHIABERGE, Engenheiros da vida, Editorial Presença, Lisboa, págs. 7 a 9.

terça-feira, setembro 19, 2006

Células estaminais-conclusões Congresso no Vaticano

Na semana passada realizou-se uma Conferência Internacional no Vaticano sobre o tema das células estaminais que reuniu um conjunto único de cientistas especialistas no tema. De salientar a presença de uma delegação portuguesa (Daniel Serrão, Alexandre Laureano dos Santos e Isilda Pegado, Presidente da Federação Portuguesa pela Vida) e ainda de um outro médico português, especialista em investigação de ponta com células estaminais adultas, Dr. Carlos Lima, [sobre as investigações práticas deste médico, ver, por exemplo: http://jn.sapo.pt/tools/imprimir.html?file=/2005/02/06/sociedade/melhoria_exponencial_apos_operacao_p.html] que conduziu uma das conferências.
Eis as conclusões (retiradas da Ecclesia):

Células estaminais [adultas] – uma alternativa eficaz

Uma Conferência Internacional sobre o uso de células estaminais no tratamento de doenças, realizada em Roma, no Vaticano, sob o impulso da Academia Pontifícia para a Vida e da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos, merece um destaque especial. Tantas vezes a Igreja Católica e os cientistas católicos são acusados de serem inimigos da investigação científica na área da vida que ao ver como logotipo deste Congresso a imagem de um embrião in vitro de oito células, dador privilegiado de células estaminais para alguns, pressenti um sinal da atenção e rigor com os quais os dois organismos proponentes estudam e conhecem todos os aspectos científicos da embriologia humana para fundamentarem correctamente as suas posições éticas, deontológicas e morais.Claro que o Congresso não foi sobre células estaminais obtidas a partir da destruição de embriões humanos. A posição negativa do pensamento católico em relação à destruição de embriões humanos, seja com que objectivos for, incluindo os que são apresentados como beneficentes para os seres humanos, é clara e tem uma rigorosa fundamentação ética - um ser humano não pode ser usado como coisa ou instrumento - deontológica - o investigador científico, como ser humano que é, não pode, em nenhuma circunstância, dispor da vida de outro ser humano - e moral - a forma como uma sociedade de entes morais trata os seus membros mais vulneráveis, mede a sua vinculação ao respeito pela dignidade humana.As intervenções iniciais, protocolares, em especial a do Bispo Elio Sgreccia, actual Presidente da Academia, explicaram bem que o tema era, de facto, as células estaminais não embrionárias que têm sido marginalizadas pelos media, em favor das embrionárias.Ora a realidade científica, como ficou exuberantemente demonstrado neste Congresso, é totalmente diferente. Estas células, que existem no sangue do cordão umbilical, no sangue circulante das pessoas e na medula óssea, por exemplo, são melhores para o tratamento das doenças do que as dos embriões.21 comunicações de cientistas de todos os Continentes, com relevo para os USA e a Austrália, apresentaram os excelentes resultados já obtidos em aplicações clínicas. Entre elas relevo as do investigador português Carlos Lima na melhoria das lesões da medula espinal usando células estaminais do tecido nervoso obtidas na mucosa olfactiva. Um investigador australiano mostrou que na mucosa olfactiva há células com características de função estaminal que originam vários outros tecidos incluindo o tecido muscular. De todos os resultados apresentados os mais impressionantes são os relativos ao enfarte do miocárdio, obtidos por uma equipa alemã.O sucesso das aplicações das células estaminais não embrionárias no tratamento de doenças humanas quando comparado com a ausência total de resultados clínicos usando células de embriões, mostra, claramente, que os investigadores e as fontes de financiamento já investem preferencialmente nas células não embrionárias. Alguns dos trabalhos apresentados eram já financiados por grandes empresas multinacionais, na linha dos resultados obtidos em doenças do sistema nervoso, coração e fígado.A mensagem dos cientistas presentes, do mais alto nível, foi bem clara: as células estaminais não embrionárias são superiores, na aplicação ao tratamento das doenças, às células resultantes da destruição de embriões.Na sua sabedoria milenar a Igreja Católica já tinha pressentido que esta devia ser a verdade.Cientistas independentes vieram a Roma confirmá-lo.Vamos assistir nos próximos anos a um desenvolvimento espectacular de tratamentos com estas células estaminais não embrionárias. Que a posição dos católicos não seja esquecida.Daniel Serrão, Membro Academia Pontifícia para a VidaRespeitar a vidaA pesquisa sobre células estaminais merece aprovação e encorajamento quando conjuga, ao mesmo tempo o saber científico, a tecnologia mais avançada no âmbito biológico e a ética que postula o respeito do ser humano em todas as fases da sua existência. Foi o que afirmou, neste sábado, Bento XVI ao receber em audiência, os participantes no congresso sobre as células estaminais promovido pela Academia Pontifícia para a Vida(APV) e a Federação Internacional das Associações dos Médicos Católicos (FIAMC)."Perante a supressão directa do ser humano - acrescentou o Papa - não pode haver compromissos nem subterfúgios; não se pode pensar que uma sociedade possa combater eficazmente o crime, quando ela própria legaliza o delito no âmbito da vida nascente".A Igreja encoraja, desde sempre, a investigação científica que se dirige ao bem da humanidade e respeita a vida, mas não pode permitir que a ciência queira "dispor da vida humana", como sublinhou Bento XVI. O Papa lamentou as "frequentes e injustas acusações de insensibilidade" dirigidas à Igreja, justificando algumas inquietações éticas com a eliminação de embriões: nestes casos, explicou, "a investigação não se coloca verdadeiramente ao serviço da humanidade", mas elimina "vidas humanas que têm a mesma dignidade dos outros seres humanos e dos próprios investigadores".O presidente da APV, D. Elio Sgreccia, sublinhou os "encorajantes" desenvolvimentos relativamente à pesquisa sobre células estaminais adultas. Considerando "providencial" a presença, no corpo humano, de células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se "para regenerar as células danificadas e reparar tecidos e órgãos".Este congresso, assegurou D. Sgreccia, confirmou que "o novo caminho da medicina regenerativa começou o seu histórico e promissor percurso"..Internacional Agência Ecclesia 19/09/2006 11:15 5602 Caracteres
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Bento XVI e os muçulmanos: uma polémica artificial

Reproduzo o texto publicado pela Ecclesia.
Como sempre acontece, de uma coisa aparentemente má, nascem sempre coisas boas: uma delas a de tantos que, fora da Igreja, ocorreram na defesa do Papa e do Cristianismo, compreendendo que quando defendemos a liberdade dos outros, é a nossa que defendemos!

Polémica artificial

A polémica que, por estes dias, rebentou em volta da intervenção de Bento XVI na Universidade de Regensburg - aquando da visita à Baviera - parte de uma citação do discurso, fora de contexto, e da ideia de que o pensamento do Papa sobre o Islão ali se teria revelado verdadeiramente.Esta lição do "professor Ratzinger" passou pela relação entre o Cristianismo e o helenismo, as religiões do mundo moderno e o Islão. Bento XVI falou de religião e violência, defendendo que "a difusão da fé através da violência é irracional".Partindo do relato de uma conversa entre um Imperador bizantino do séc. XIV e um intelectual persa, sobre o Cristianismo e o Islão, o Papa citou o tema da jihad (guerra santa), frisando que a violência "está em oposição à natureza de Deus".Numa passagem desse discurso, o Imperador Manuel II Paleólogo dizia que, de Maomé tinham surgido apenas coisas "perversas e desumanas", palavras que foram tomadas erradamente, pela opinião pública internacional, como a opinião pessoal do Papa.Falando diante dos "representantes da ciência" na aula magna da Universidade onde ensinou Teologia, o Papa criticou a tendência difundida no Ocidente de considerar como universais apenas a "razão positivista e as formas de filosofia daí derivantes". Como em dias anteriores, Bento XVI falou de "culturas profundamente religiosas" que vêem nesta atitude ocidental "um ataque às suas convicções mais íntimas".“O Islão, apontou, é uma doutrina segundo a qual Deus é absolutamente transcendente e a sua vontade não está ligada a nenhuma das nossas categorias, mesmo a da razão". Bento XVI citou igualmente um teólogo muçulmano dos séc. X e XI, Ibn Hazn, segundo o qual "Deus não seria sequer ligado pela sua própria palavra e nada o obrigaria a revelar-nos a verdade".Após as manifestações de violência no mundo islâmico, Bento XVI quis precisar o sentido do seu discurso, manifestando-se "profundamente amargurado". O Papa disse que o trecho não corresponde ao seu pensamento sobre o Islão."Espero que isto possa apaziguar os espíritos e esclarecer o verdadeiro significado do meu discurso em Regensburg que, na sua totalidade, era e é um convite ao diálogo franco e sincero no respeito recíproco", acrescentou depois o Papa, antes da recitação do Angelus, em Castel Gandolfo.Segunda-feira, o Secretário de Estado do Vaticano anunciou o lançamento de uma iniciativa diplomática para explicar as declarações de Bento XVI que provocaram a ira de vários dirigentes muçulmanos. O Cardeal Tarcisio Bertone entende que houve uma "pesada manipulação que transformou as intenções do Santo Padre".Os Núncios Apostólicos nos países muçulmanos já receberam instruções para explicar as declarações de Bento XVI "às autoridades políticas e religiosas e fazer conhecer o texto do Papa para valorizar os elementos ignorados até agora".

Reacção destemperada

D. Carlos Azevedo, Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), considera que a reacção do mundo islâmico à intervenção do Papa é "destemperada", lamentando, por outro lado, que a comunicação social apresente informações de forma "selectiva e muitas vezes fora do contexto".Para o Padre Peter Stilwell, assistente religioso da Rádio Renascença, Bento XVI terá certamente pesado as suas palavras, "que apresentou como uma reflexão sua". "Há por vezes nas religiões - e mais adiante o Papa vai dizer no interior até do próprio Cristianismo na Idade Média - a opção de querer colocar Deus acima de toda a racionalidade e dizer que o nosso cumprimento das suas ordens deve ser feito mesmo quando isso é irracional, quando isso vai contra o que nos parece o bem", sublinha.D. Januário Torgal Ferreira considera que o objectivo do texto de Bento XVI é o convite à defesa da racionalidade "no diálogo das culturas". "A leitura do último imperador Bizantino, dirigida a um contemporâneo seu, põe em causa a ausência desse cuidado racional quer no tratamento teórico de Deus, quer, sobretudo, no mundo da acção, onde o mesmo Deus é desconsiderado racionalmente pelo uso da violência. Mas igual crítica é formulada a respeito de um autor católico, o Franciscano João Duns Escoto", aponta, acrescentando que "a irracionalidade das fúrias já não é a cultura a impedir a guerra, mas é a guerra a ser espectáculo da incultura".José Manuel Fernandes, director do "Público", escreveu em editorial que "muitos jornalistas desistiram de ler, quanto mais de pensar", lamentando o tratamento dado ao discurso do Papa e, por outro lado, as reacções violentas às suas palavras. Neste sentido, cita George Carey, antigo Arcebispo da Cantuária: "os muçulmanos, tal como os cristãos, devem aprender a dialogar sem gritar histericamente".Vasco Pulido Valente frisa, no Público, que "o mais preliminar assistente de Literatura, História, Filosofia ou Teologia" compreende que o Papa não dá o imperador Paleólogo como "interprete autorizado da religião muçulmana, mas como um opositor intransigente à perseguição religiosa". Judite de Sousa, jornalista da RTP, escreve no JN: "Se não podemos citar palavras de há 600 anos com o medo de ofender os muçulmanos, o que é que podemos fazer? Resignamo-nos a perder a nossa liberdade e condenamo-nos ao obscurantismo?"..Dossier Agência Ecclesia 19/09/2006 13:18 5228 Caracteres
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sábado, setembro 16, 2006

Declarações oficiais da Santa Sé sobre o Papa na Alemanha

Vaticano esclarece interpretações das palavras do Papa sobre o Islão
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 15 de setembro de 2006
(ZENIT.org).-
Publicamos a declaração que o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi, S.J., entregou aos jornalistas na tarde desta quinta-feira sobre as interpretações de algumas passagens do discurso que o Papa Bento XVI pronunciou na Universidade de Ratisbona em 12 de setembro.
* * *A propósito das reações de alguns representantes muçulmanos acerca de certas passagens do discurso do Santo Padre na Universidade de Ratisbona, é oportuno observar que, como se desprende de uma atenta leitura do texto, o que interessa ao Santo Padre é uma rejeição clara e radical da motivação religiosa da violência.
Sem dúvida, não era intenção do Santo Padre levar a cabo um estudo profundo sobre a yihad e sobre o pensamento muçulmano nesse sentido, e muito menos ofender a sensibilidade dos crentes muçulmanos.
Ao contrário, nos discursos do Santo Padre aparece com clareza a advertência, dirigida à cultura ocidental, de que se evite «o desprezo de Deus e o cinismo que considera a irrisão do sagrado como um direito da liberdade» (discurso de 10 de setembro), a justa consideração da dimensão religiosa é efetivamente uma premissa essencial para um diálogo frutuoso com as grandes culturas e religiões do mundo.
Assim, nas conclusões do discurso na Universidade de Ratisbona, Bento XVI afirmou: «As culturas profundamente religiosas do mundo vêem na exclusão do divino da universalidade da razão um ataque às suas convicções mais arraigadas. Uma razão que frente ao divino é surda e relega a religião ao âmbito de uma cultura de segundo grau é incapaz de integrar-se no diálogo das culturas».
Portanto, fica clara a vontade do Santo Padre de cultivar uma atitude de respeito e diálogo para com as outras religiões e culturas, evidentemente também para com o Islão.
[Tradução realizada por Zenit] ZP06091507

Bento XVI e os muçulmanos: o episódio da Alemanha

Como sempre a malta da tolerância e das liberdades (as deles, não as de todos) já está a fazer um chinfrim com as declarações do Papa num encontro na Alemanha...é sempre assim: liberdade para tudo menos para o Papa, liberdade para tudo, menos para quando os atingidos forem os católicos, liberdade para tudo, mas ai de quem se indigne com a última encenação da Madonna...! Cambada!
Aqui reproduzo o link por onde se chega às declarações originais, bem como duas notícias sobre o mesmo assunto retiradas de www.ecclesia.pt .
1. Link:

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2006/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20060912_university-regensburg_en.html

2. Vaticano esclarece interpretações das palavras do Papa

.“Sem dúvida, não era intenção do Santo Padre levar a cabo um estudo profundo sobre a Jihad e sobre o pensamento muçulmano nesse sentido, e muito menos ofender a sensibilidade dos crentes muçulmanos” – escreveu o Pe. Federico Lombardi, Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, sobre as interpretações de algumas passagens do discurso que Bento XVI pronunciou na Universidade de Ratisbona. Nesta declaração entregue aos jornalistas, o Pe. Federico Lombardi realça que “é oportuno observar que, como se desprende de uma atenta leitura do texto, o que interessa ao Santo Padre é uma rejeição clara e radical da motivação religiosa da violência”. A propósito das reacções de alguns representantes muçulmanos acerca de certas passagens do discurso de Papa alemão, o Director da Sala de Imprensa da Santa Sé salienta que ficou “clara a vontade do Santo Padre de cultivar uma atitude de respeito e diálogo para com as outras religiões e culturas, evidentemente também para com o Islão”.

3. «Uma reacção destemperada»

Sublinhou D. Carlos Azevedo em relação á polémica sobre o discurso de Bento XVI
. Passados dois dias do discurso de Bento XVI na Universidade Regensburg, muitos líderes islâmicos reagiram mal a alguns trechos desse mesmo discurso e exigem um pedido de desculpas. Depois de ler o discurso na íntegra, D. Carlos Azevedo, Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), disse à Agência ECCLESIA que a informação “é
selectiva e muitas vezes fora do contexto”. Bento XVI usou - para desenvolver o seu raciocínio - uma edição de Theodore Khoury do diálogo entre o imperador bizantino – Manuel II Paleológo, do século XIV – e um persa culto que tinha conhecimentos do cristianismo e o islão. “Neste diálogo vem a tal afirmação que é a base de toda a polémica” – sublinhou.
No sétimo colóquio do conjunto de diálogos - trata da Jihad (Guerra Santa) – o imperador afirma: «Mostre-me o que Maomé trouxe de novo, e lá encontrará apenas coisas más e desumanas, como a sua orientação de espalhar pela espada a fé que ele pregava». Ao fazer esta referência, Bento XVI previne - antes de citar o imperador – que tal afirmação foi feita “com uma rispidez surpreendente”. Depois de utilizar esta citação, Bento XVI explica “minuciosamente as razões porque a difusão da fé através da violência é irracional” – disse o secretário da CEP. Para cativar os ouvintes, o Papa pede para que “a fé nunca seja sustentáculo para a violência” – disse D. Carlos Azevedo.
Apesar das relações entre o Ocidente e o mundo islâmico serem tensas, para D. Carlos Azevedo o tema reflectido - «Fé, razão e a Universidade. Memórias e reflexões» “não é surpreendente” porque “recentemente a Faculdade de Teologia da UCP também abordou a mesma temática da relação entre religião e violência”. E acrescenta: “a fé tem que ser capaz de encontrar uma relação com a razão”. Alguns pensadores salientam mesmo que o “Islão não passou pelo crivo de um pensamento” – referiu D. Carlos Azevedo. O diálogo que o islão é chamado a ter com o pensamento contemporâneo “é fundamental para ele encontrar a sua própria medida”.
Quem divulgou a comunicação passou-a “um pouco deturpada” mas “isso é próprio da comunicação social que não pode dar o discurso na sua totalidade” – frisou o secretário da CEP. E completa: “a reacção criada é destemperada”. Durante a sua estadia na Alemanha, Bento XVI realçou também em várias intervenções que a “Europa estava esquecida da questão de Deus” enquanto que no Oriente havia uma “maior consciência do sagrado e de Deus”..
Nacional Luís Filipe Santos 15/09/2006 18:50 2436 Caracteres Santa Sé

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quinta-feira, setembro 14, 2006

Referendo do aborto: a resposta é dizer Sim à Vida!

O Partido Socialista apresenta amanhã, novamente, uma proposta de um referendo sobre o aborto. É um referendo que não faz sentido, a que faltam condições de democraticidade (as novas regras do referendo dão apenas 10 dias (!) para que se constituam os grupos cívicos - o que exige 5000 assinaturas por cada) e que passa por cima de uma série de compromissos anteriores da Assembleia da República (nomeadamente a de realizar um estudo exaustivo, quantitativo e qualitativo, da realidade do aborto em Portugal). A nossa resposta é a mesma de sempre:
1. A Vida não se referenda (como a escravatura ou qualquer outra negação dos direitos humanos), mas se houver referendo lá estaremos para defender um vigoroso e convicto Não!
2. O aborto legal é uma resposta errada a um problema verdadeiro. Mas esse problema tem uma resposta que nós já demos e continuamos a dar. Daí a exposição Sinais de Vida que mostra o que os movimentos do Não te vindo a fazer em apoio concreto e solidário às mulheres, crianças, famílias, atingidas pelo drama do aborto.
A Agência Ecclesia deu já eco da nossa conferência de imprensa de amanhã:

Dizer sim à vida

«Juntos pela Vida» realizam, amanhã, uma conferência de imprensa e lançam exposição sobre "Sinais de Vida".

O movimento «Juntos pela Vida» realizará, amanhã (15 de Setembro) uma conferência de imprensa onde divulgará a posição dos «Juntos pela Vida» sobre a iniciativa do Partido Socialista de apresentar uma proposta de realização de um referendo sobre o aborto. Na conferência de imprensa – a realizar na sede da Plataforma Cívica Portugal pela Vida, situada em Lisboa – serão também apresentadas “as iniciativas da Petição Mais Vida Mais Família no sentido de ser agendada a sua discussão no parlamento” e “o lançamento público da Exposição "Sinais de Vida" (uma mostra do trabalho de apoio concreto desenvolvido pelas associações nascidas do movimento do Não de 28 de Junho de 1998)” – refere um comunicado da referida Plataforma.
As iniciativas desenvolvidas por esta associação “no sentido de que a Assembleia da República revele o estado actual da encomenda a instituições universitárias de um estudo sobre a realidade do aborto, cuja realização foi aprovada ainda na legislatura anterior” é outro dos pontos agendados para a Conferência de imprensa. Em declarações à Agência ECCLESIA, António Pinheiro Torres, um dos responsáveis pela plataforma “Juntos pela Vida” considera que “o estudo aponta para números e razões que levam as mulheres a optar pelo aborto, o que seria benéfico para a discussão e para definir as políticas públicas desta problemática”. Quanto à petição entregue na Assembleia da República em Março de 2004 “uma petição que está dentro de todos os parâmetros necessários para entrar no plenário da Assembleia, foi esquecida nos corredores. Queremos saber porquê” afirma António Pinheiro Torres.
Pelas razões apresentadas, a plataforma considera a convocação de um referendo inútil pois “houve um em 1998 e passados 10 anos nem o estado, nem os partidos foram capazes de tomar gestos concretos para a resolução de questões com que se debatem as mulheres com o aborto” considerando assim ser desnecessário a sua convocação. Afirmam, no entanto, estar preparados e disponíveis para participar na discussão pública..
Nacional Agência Ecclesia 14/09/2006 13:35 2084 Caracteres Aborto

quarta-feira, setembro 13, 2006

Troca de seringas e salas de chuto são sinal de desistência (in Ecclesia)

Troca de seringas e salas de chuto são «sinal de desistência»

D. Ilídio Leandro criticou hoje, em Fátima, o rumo que o mundo está a tomar.
O bispo de Viseu, Ilídio Leandro, criticou o rumo que o mundo toma, nos dias de hoje e que não vive à luz do amor. “Não se preocupava tanto com as seringas ou com as salas (de chuto), como sinal e confissão de desistência. Mas preocupava-se com a vida e a saúde das pessoas e com soluções para os seus verdadeiros problemas, apostando a sério na pessoa e na sua cura”, afirmou, durante a peregrinação internacional Aniversária da quarta aparição de Nossa Senhora, que decorre em Fátima.
O prelado considera que deve haver uma maior preocupação com os milhões de vítimas que sofrem as consequências da guerra e do terrorismo .Por outro lado, defendeu o casal e a família, com base no amor consagrado no matrimónio e condenou que se facilitem os divórcios. Esta foi a primeira vez que o bispo diocesano de Viseu presidiu a uma peregrinação internacional Aniversária no Santuário de Fátima, depois de ter sido ordenado em Julho de 2006.
Se o mundo fosse outro “não se preocupava tanto com a difusão dos preservativos e segurança do sexo mas, com a verdade, a responsabilidade e a formação da consciência para assumir a beleza do amor e a beleza da vida”. Nem a comunicação social escapou às reflexões de Ilídio Leandro que a acusou de dar destaque aos problemas existentes em vez de procurar “encontrar, ver e mostrar as soluções e as pessoas que as vivem, amando e entregando-se por elas”.
Para o prelado “torna-se urgente viver o amor e inventar novas formas de amar”. E “toda a espécie de adultério, prostituição ou idolatria é desvio e fuga à vida completa que só o amor nos dá”, frisou na peregrinação com o tema “Não cometerás adultério”..
Nacional Fátima Missionária 13/09/2006 14:04 1647 Caracteres

Evangelho de hoje: 20º aniversário do meu casamento!

Evangelho segundo S. Lucas 6,20-26.

Erguendo os olhos para os discípulos, pôs-se a dizer: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. Felizes vós, os que agora tendes fome, porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Felizes sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, pois a vossa recompensa será grande no Céu. Era precisamente assim que os pais deles tratavam os profetas». «Mas ai de vós, os ricos, porque recebestes a vossa consolação! Ai de vós, os que estais agora fartos, porque haveis de ter fome! Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis! Ai de vós, quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas».
Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja

Tratado sobre o Evangelho de S. Lucas
“Bem-aventurados os pobres. Bem-aventurados os que choram.”

“Bem-aventurados os pobres.” Os pobres não são todos bem-aventurados; porque a pobreza é uma coisa neutra; pode haver pobres bons e pobres maus. Bem-aventurado o pobre que clamou e que o Senhor ouviu (Sl 33, 7): pobre de pecados, pobre de vícios, o pobre em quem o príncipe deste mundo nada encontrou (Jo 14, 30), pobre à imitação daquele Pobre que, sendo rico, Se fez pobre por nós (2Co 8, 9). É por isso que Mateus dá a explicação completa: “Bem-aventurados os pobres de espírito”, porque o pobre de espírito não incha de orgulho, não se exalta em pensamentos exclusivamente humanos. Essa é, pois, a primeira bem-aventurança.[“Bem-aventurados os mansos”, escreve Mateus em seguida.] Tendo abandonado por completo o pecado, feliz com a minha simplicidade destituída de mal, resta-me moderar o carácter. De que me serve faltarem-me os bens do mundo, se não for manso e tranquilo? Porque seguir o caminho recto é, evidentemente, seguir Aquele que diz: “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29).Dito isto, recorda-te de que és pecador; chora os teus pecados, chora as tuas faltas. E é razoável que a terceira bem-aventurança seja para aqueles que choram os seus pecados, porque é a Trindade que perdoa os pecados. Purifica-te, pois, pelas tuas lágrimas e lava-te pelo teu pranto. Se choras por ti mesmo, mais ninguém terá de chorar por ti. Toda a gente tem mortos por quem chorar; estamos mortos quando pecamos. Que aquele que é pecador chore, pois, por si mesmo e se repreenda, a fim de se tornar justo, porque “o justo acusa-se a si mesmo” (Pr 18, 17).

Reutilização de manuais escolares

É notável verificar como algumas das ideias da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas, tem feito o seu caminho...! Parabéns! O comunicado abaixo é sobre este assunto:

APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
Reutilização dos Manuais Escolares

A APFN congratula-se com a aprovação e publicação do Decreto-Lei 47/2006 de 28 de Agosto (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Ago2006/DL%2047-2006.pdf), mais conhecida por "Lei dos Manuais Escolares", sobretudo por:
Alargar a sua vigência para 6 anos (artigo 4)
Obrigar à sua certificação prévia (artigo 9)
Ser obrigatória a sua reutilizabilidade (artigo 11)

Assim, a partir do próximo ano lectivo 2007-2008, passam a ser ilegais todos os manuais não reutilizáveis, isto é, em que esteja previsto na sua concepção serem inutilizados pelos alunos por neles terem que escrever ou rasgarem páginas.

Como tal, não é só ilegal a sua existência como, obviamente, a sua produção, comercialização, promoção ou utilização.

Nesse sentido, a APFN:
Saúda a equipa governativa do Ministério da Educação, e em especial a Ministra da Educação, por, finalmente, adoptar uma medida há muito reclamada pela APFN, vulgaríssima noutros países;
Apela às Comissões Directivas de todas as escolas para proibirem, de vez, a adopção de manuais escolares não reutilizáveis nas suas escolas, a fim de se manterem dentro da legalidade;
Apela a todos os pais para que se recusem a pactuar com a ilegalidade, recusando-se a adquirirem manuais escolares não reutilizáveis a partir do próximo ano lectivo;
Apela às editoras para recusarem a produção de manuais não reutilizáveis, a fim de, não só não cometerem ilegalidades, como evitarem o risco de terem que ficar com toda a produção em armazém;
Apela a todos os pais que tenham manuais escolares usados já não necessários, para divulgarem no nosso site em "Reciclagem" (http://www.apfn.com.pt/Reciclagem/reciclagem.htm), a fim de poderem ser usados por outros;
Disponibiliza-se a receber queixas de escolas ou professores que teimem em não acatar o disposto na Lei, a fim de reencaminhar o assunto para as autoridades competentes.
12 de Setembro de 2006
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Rua 3A à Urbanização da AmeixoeiraÁrea 3, Lote 1, Loja A1750-084 LisboaTel: 217 552 603 - 919259666 - 917 219 197Fax: 217 552 604
Para saber mais:

Sobre a APFN, visite o nosso site;
Sobre o nosso programa "Primavera APFN" para combater o Inverno Demográfico, clique aqui;
Sobre as nossas propostas para "Autarquias Amigas da Família", clique aqui;
Sobre as nossas propostas para uma política familiar nacional, consulte o nosso caderno " Família - Semente do Futuro";
Sobre o Plano +famili@, clique aqui;
Sobre a resposta da sociedade civil ao nosso desafio para que ser mais custe menos, veja as facilidades para sócios da APFN;
Sobre como aderir ao Plano +famili@, oferecendo facilidades às famílias numerosas, veja como contactar-nos.
Se tem 3 ou mais filhos, concorda com os nossos Princípios e Estatutos e deseja ser sócio,
já pode inscrever- se pela internet

domingo, setembro 10, 2006

Pílula contraceptiva cancerígena

Entre os vários tabus existentes na sociedade de hoje em dia, um deles é a sacralidade da pílula contraceptiva, a intocável contracepção química, que vem sempre aliada à universal condenação do planeamento familiar natural...
"Pure, si muove"...

World Health Organization declares the combined oral contraceptive to be a major carcinogen.

The World Health Organization, in a press release dated July 29, 2005, has announced that the combined oral contraceptive pill (estrogen and progestin combined) is a major carcinogen connected to breast cancer, liver cancer, and cervical cancer. This is a major breakthrough compared to the huge effort of misdirection and denial displayed by the general scientific community for the last thirty years. The entire WHO press release is displayed here, and a printable versions is located here.

http://www.omsoul.com/newsview.php?idnum=148

sexta-feira, setembro 08, 2006

Papa, relativismo e política (in Ecclesia)

Papa recomenda luta contra o relativismo

. O Papa Bento XVI disse hoje que os políticos cristãos não se devem esquecer dos "princípios da ética natural", indo atrás das pesquisas de opinião.
Acrescentou que os educadores devem lutar contra "a presença marcada na sociedade de um relativismo que não reconhece nada como definitivo e deixa como último critério somente o eu".
Bento XVI fez estas declarações numa mensagem dirigida aos bispos canadenses onde critica também a "tolerância" que o Canadá tem a uma "completa redefinição do conceito de cônjuge" e "em nome da liberdade de escolha" vemos "todos os dias a destruição de crianças não nascidas: quando o plano do Criador é ignorado, a verdade da natureza humana é perdida".
Sobre este assunto, o Papa recomenda aos cristãos para terem presente os princípios "naturais" da ética, e a demonstração que a nossa fé cristã, é uma ponte porque mantêm juntas a razão e a cultura".
Sobre o relativismo na educação, o Pontífice disse que o homem e seus desejos converteram-se no último critério. Todo isso exige com "urgência, um apostolado da caridade intelectual que com a essência da unidade do conhecimento guie os jovens em direcção da sublime satisfação de exercer sua liberdade em relação a verdade, e articule as relações entre a fé e todos as aspectos da família e da vida civil", concluiu Bento XVI.
Este discurso foi dirigidos aos bispos canadenses recebidos em visita "ad limina" (o tradicional encontro que a cada cinco anos os bispos de uma região eclesiástica tem com o Pontífice).
Ainda que a mensagem estivesse centrada no Canadá, é uma posição sobre as sociedades secularizadas na véspera de sua viajam para a Alemanha.
.
Internacional Agência Ecclesia 08/09/2006 15:47 1661 Caracteres Retirado de:
www.ecclesia.pt

quarta-feira, setembro 06, 2006

Estado e Liberdade (Jorge Luís Borges)

Recordando Jorge Luís Borges:
"O Estado mete-se em tudo. Este é um país de funcionários públicos que se intrometem em tudo, opinam sobre tudo e decidem sobre tudo. E haverá cada vez menos liberdade."
(Diário, "Clarin", 1981)
Desde então para cá, só temos piorado...

terça-feira, setembro 05, 2006

Maria de Belém, o aborto e o catolicismo

Regressado de férias, animado com as batalhas que nos esperam, deparo com a "Visão" de 10 de Agosto,e esta pérola de Maria de Belém, numa entrevista desenvolvida...
Pergunta: "Como concilia a sua fé católica e a defesa que faz de uma agenda liberal de costumes?"
Resposta: "Sou profundamente cristã. Maior exemplo de liberalismo do que o de Cristo, na sua época, não há. Quando queriam apedrejar a mulher adúltera, lembra-se da resposta que Cristo deu?"
Depois a entrevista prossegue com perguntas sobre a hierarquia da Igreja e se não têm problemas de consciência em defender o aborto até às dez semanas (pela primeira vez na vida, Maria de Belém declaro-o alto e em bom som, valha-nos isso!).
Três observações:
1. Se Maria de Belém diz que é católica (profundamente cristã, como ela o diz), é-o. Não precisa da autorização de ninguém e, para ela, ainda bem que assim é. Fora da Igreja Católica só está quem assim o diz e quer e/ou quem é formalmente excomungado (o que é rarissimo acontecer).
2. Questão diferente é a relação muito pessoal (diz-me com quem te confessas, e eu dir-te-ei, como pensas... :-) que ela tem com a doutrina da Igreja e as posições da hierarquia (nomeadamente do Papa): distante, desconfiada, reservada e em oposição.
Um dia no céu (se tivermos sorte) teremos ocasião de perceber isso tudo (se é que na altura, isso ainda nos interessa...?). Até lá, esclarecer os ignorantes, continua a ser uma obra de misericórdia... ;-)
3. A primeira das respostas que dá é completamente tipica de uma geração de católicos...esquece sempre que à frase de Cristo "vai em paz mulher" se segue o "e não tornes a pecar". Isto é, Cristo não tem dúvidas que o adultério é mau, nem que aquela mulher o praticou.
É uma coisa que esta gente (meus irmãos na fé) nunca mais entende: quando se diz, por exemplo, que o aborto é mau e não deve ser praticado, tal não significa que se entenda "liquide-se a mulher que o faz, condenada para todo o sempre a não sei que pena"...!
Para todo o sempre, isso sim, ficou um bébé, sem vida.