Regressado de férias, animado com as batalhas que nos esperam, deparo com a "Visão" de 10 de Agosto,e esta pérola de Maria de Belém, numa entrevista desenvolvida...
Pergunta: "Como concilia a sua fé católica e a defesa que faz de uma agenda liberal de costumes?"
Resposta: "Sou profundamente cristã. Maior exemplo de liberalismo do que o de Cristo, na sua época, não há. Quando queriam apedrejar a mulher adúltera, lembra-se da resposta que Cristo deu?"
Depois a entrevista prossegue com perguntas sobre a hierarquia da Igreja e se não têm problemas de consciência em defender o aborto até às dez semanas (pela primeira vez na vida, Maria de Belém declaro-o alto e em bom som, valha-nos isso!).
Três observações:
1. Se Maria de Belém diz que é católica (profundamente cristã, como ela o diz), é-o. Não precisa da autorização de ninguém e, para ela, ainda bem que assim é. Fora da Igreja Católica só está quem assim o diz e quer e/ou quem é formalmente excomungado (o que é rarissimo acontecer).
2. Questão diferente é a relação muito pessoal (diz-me com quem te confessas, e eu dir-te-ei, como pensas... :-) que ela tem com a doutrina da Igreja e as posições da hierarquia (nomeadamente do Papa): distante, desconfiada, reservada e em oposição.
Um dia no céu (se tivermos sorte) teremos ocasião de perceber isso tudo (se é que na altura, isso ainda nos interessa...?). Até lá, esclarecer os ignorantes, continua a ser uma obra de misericórdia... ;-)
3. A primeira das respostas que dá é completamente tipica de uma geração de católicos...esquece sempre que à frase de Cristo "vai em paz mulher" se segue o "e não tornes a pecar". Isto é, Cristo não tem dúvidas que o adultério é mau, nem que aquela mulher o praticou.
É uma coisa que esta gente (meus irmãos na fé) nunca mais entende: quando se diz, por exemplo, que o aborto é mau e não deve ser praticado, tal não significa que se entenda "liquide-se a mulher que o faz, condenada para todo o sempre a não sei que pena"...!
Para todo o sempre, isso sim, ficou um bébé, sem vida.
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