segunda-feira, fevereiro 13, 2006

O filme "Munique" (um artigo de Pedro Afonso)

Munique

Não é todas as semanas que se vê um filme assim! Refiro-me mais concretamente ao último filme de Steven Spielberg, intitulado «Munique». Na minha opinião, uma das qualidades que o bom cinema deve ter – para além da função de entretenimento – é obrigar-nos a pensar sobre algo. Neste caso, foi o que aconteceu comigo. Dias depois de assistir ao filme, continuava a matutar naquelas imagens, reflectindo sobre um terrível fenómeno deste século: o terrorismo.
Em Setembro de 1972, durante as Olimpíadas de Munique na Alemanha, oito membros da organização palestina Setembro Negro, facção radical da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) capturaram onze elementos da equipa Olímpica de Israel. Infelizmente, nenhum deles sobreviveu. Israel prometeu vingança e recrutou (alegadamente) na Mossad – os seus serviços secretos – uma equipa de agentes com o objectivo de vingar o crime cometido.
Com efeito, todo o filme é sobre uma «vendetta», de um povo sobre outro. É por isso, uma obra cinematográfica triste e bárbara. Evidentemente que o castigo dos culpados é um imperativo de uma sociedade organizada e civilizada. Hoje, ninguém aceita a justiça privada (fazer justiça pelas próprias mãos), será assim lícito um estado, qualquer que ele seja, baseando-se na antiga Lei de Talião (olho por olho, dente por dente), ordenar uma vingança?
Habitualmente, perante um conflito entre duas partes, nós procuramos fazer um julgamento moral e tomar partido de um dos lados (o dos bons). Curiosamente, aqui não há bons nem maus; mas tão-somente uma vingança. Não existe, por isso, espaço para ideologias, mas antes uma crueldade e um ódio que parecem não ter fim.
Apesar de retratar a primeira manipulação televisiva, à escala planetária, perpetrada por um grupo de terroristas, o filme acaba por ser anti-televisivo. Isto ocorre porque, ao contrário de uma certa banalização da violência com que somos confrontados diariamente nos telejornais, aqui o espectador é colocado diante uma violência autodestrutiva e contraproducente, ficando impossibilitado de identificar, o lado do bem e do mal. Ora, neste contexto psicótico é um absurdo defender qualquer ideologia.
Mas, «Munique» não se limita a abordar a questão moral da violência. Vai mais longe, questionando a origem de qualquer conflito entre culturas ou civilizações. De resto, o veneno está lá, muito bem representado; e o veneno é justamente a «vingança».
Embora muitos aspectos da vingança possam evocar o conceito de igualar as coisas – forçando o outro lado a passar pelo que a vítima passou, dissuadindo-o de repetir a acção –, a verdade é que ela tem habitualmente um objectivo mais destrutivo do que construtivo. Veja-se, por exemplo, as reacções de retaliação que estamos actualmente a assistir por todo o mundo árabe, pela publicação de umas caricaturas num jornal ocidental.
A vingança é um acto justiceiro e um vício contrário à justiça e, na perspectiva cristã, uma renúncia à caridade: «não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem», diz S. Paulo (Rom,12,21) .
Mesmo sendo judeu, Spielberg nesta obra, evita tomar qualquer posição. Opta por confrontar-nos com o percurso de uma personagem que supostamente vai fazendo justiça, conduzindo à morte vários seres humanos (terroristas), de uma forma cruel, trágica e imparável, até que surja finalmente a paz e o tão desejado regresso a casa. E será que isso chega a acontecer?
O filme «Munique», não agradou nem a Israelitas nem a Palestinianos. Talvez valesse a pena tentar perceber porquê?...
Pedro Afonso
pedromafonso@netcabo.pt

domingo, fevereiro 12, 2006

O Papa Bento XVI, a defesa da Vida e o Amor de Deus

Defender a vida humana é um ato de amor que exige amor, declara PapaUma cultura que se baseia «na atenção aos demais, sem exclusões ou discriminações», assegura CIDADE DO VATICANO, domingo, 5 de fevereiro de 2006 (ZENIT.org).- Bento XVI explicou este domingo que a defesa da vida humana, tanto nascente como em sua fase terminal, constitui um autêntico ato de amor por toda pessoa. Assim explicou ao rezar a oração mariana do Ângelus junto a milhares de peregrinos, no dia em que a Igreja celebrava na Itália e em outros países a Jornada para a Vida. Escutavam o Papa vários milhares de peregrinos congregados na praça de São Pedro, no Vaticano, entre os que se encontravam membros do Movimento para a Vida da Itália, que estavam acompanhados pelo cardeal Camillo Ruini, bispo vigário do Papa para a diocese de Roma e presidente da Conferência Episcopal Italiana. «Inclusive antes de empreender iniciativas operativas, é fundamental promover uma adequada atitude para com o outro», afirmou o pontífice, recolhendo a mensagem central de sua primeira carta encíclica «Deus caritas est» (Deus é amor). Segundo o bispo de Roma, «a cultura da vida se baseia, de fato, na atenção aos demais, sem exclusões ou discriminações». «Toda vida humana, enquanto tal, merece e exige ser defendida e promovida sempre», sublinhou o Papa, falando desde a janela de seu apartamento. O próprio Papa reconheceu que «esta verdade corre o risco de ser contradita com freqüência pelo difundido hedonismo nas assim chamadas sociedades do bem-estar: a vida é exaltada enquanto é agradável, mas se tende a deixar de respeitá-la quando está enferma ou experimenta algum tipo de deficiência». Agora, segundo ele mesmo propôs, «partindo do amor profundo por toda pessoa é possível aplicar formas eficazes de serviço à vida: tanto à nascente como à que está marcada pela marginalização ou o sofrimento, especialmente em sua fase terminal». O Santo Padre recordou que uma das contribuições do pontificado de João Paulo II, particularmente com a encíclica «Evangelium vitae» (1995), foi a de «marcar os aspectos morais em um amplo contexto espiritual e cultural», confirmando «que a vida humana é um valor primário que há que reconhecer, e que o Evangelho convida a respeitar sempre». O pontífice concluiu encomendando a Maria «as mulheres que esperam um filho, as famílias, os agentes de saúde e os voluntários que se comprometem de diferentes maneiras no serviço à vida. Rezamos, em particular, pelas pessoas que se encontram em situações de maior dificuldade». Bento XVI também falou da Jornada para a Vida pouco antes, ao realizar uma visita pastoral na manhã desse mesmo dia à paróquia do Vaticano, a igreja de Santa Ana. O Santo Padre constatou que atualmente «duas mentalidades se opõem de maneira inconciliável». «Expressando-nos em termos simples, poderíamos dizer --esclareceu--: uma das duas mentalidades considera que a vida humana está nas mãos dos homens, a outra reconhece que está nas mãos de Deus». «A cultura moderna legitimamente sublinhou a autonomia do homem e das realidades terrenas, desenvolvendo assim uma perspectiva apreciada pelo cristianismo, a da encarnação de Deus», reconheceu. Mas, como afirmou claramente o Concílio Vaticano II, disse o Papa, «se esta autonomia leva a pensar que "a realidade criada é independente de Deus e que os homens podem usá-la sem referência ao Criador", então se cria um profundo desequilíbrio, pois a "criatura sem o Criador desaparece"». ZP06020502

sábado, fevereiro 11, 2006

A Homossexualidade é uma Doença – Entrevista do O Independente ao P. Nuno Serras Pereira

A Homossexualidade é uma Doença – Entrevista do O Independente ao P. Nuno Serras Pereira
In O Independente – 10. 02. 2006
Entrevista a P. Nuno Serras Pereira conduzida por José Eduardo Fialho Gouveia

Teresa e Helena, duas mulheres, iniciaram na semana pas­sada uma batalha judicial
para conseguir casar. O casamen­to entre pessoas do mesmo sexo deve ser permitido?

Não é possível haver casamento entre pessoas do mes­mo sexo. O matrimónio exige capacidade reprodutiva.

Porquê?

Pode não haver capacidade reprodutiva por motivos de infertilidade. Mas quando o marido e a mulher se jun­tam através dos seus órgãos reprodutivos formam um só organismo. Por isso se fala de comunhão e de unidade.

O casamento não deve, acima de tudo, ser uma questão de amor?

Resta saber o que é o amor. Quando duas pessoas do mesmo sexo têm contactos genitais estão a instrumen­talizar os seus corpos como se fossem sub-humanos. Na unidade dos actos de tipo reprodutivo forma-se um só organismo.

É impossível que haja amor entre dois homens ou entre duas mulheres?

Pode haver entre um pai e um filho, entre uma mãe e uma filha, entre amigos e entre amigas.

E amor em termos sexuais?
Penso que não é possível. A homos­sexualidade é uma doença. A Associação Norte-Americana de Psiquiatria, em 1973, pela mão de Robert Spitzer, fez retirar a homos­sexualidade da lista de enfermida­des. Todavia, alguns anos depois, repensou a sua posição e verificou que uma terapia adequada era capaz de corrigir a incli­nação sexual dos homossexuais.

Julgo que nenhum médico - a menos que seja extremamen­te conservador ou influenciado pela mentalidade católica - considera a homossexualidade uma doença. É do conheci­mento público que essa visão está ultrapassada...

Não está. Nos Estados Unidos há muitos médicos - que nada têm a ver com a Igreja Católica e que são de diversas facções políticas - a afirmá-lo. Defendem que é uma doença de origem psicológica, um sintoma de uma neurose relacionada com um complexo de infe­rioridade. Resolvida a neurose, a atracção por pessoas do mesmo sexo desaparece. A prática de relações homos­sexuais reforça essa enfermidade, enquanto a abstinên­cia tende a favorecer a cura.

Quando pensamos numa doença imaginamos algo prejudicial. A homossexualidade é nefasta em quê?

Em termos psicológicos, há uma fixação narcisista. Não se procura o outro enquanto outro; cada um procura-se a si mesmo no outro. Os homossexuais não são capazes de atingir a verdadeira união e comunhão. Por outro lado, a nível físico sabemos - através de estu­dos realizados nos Estados Unidos - que a esperança média de vida dos homossexuais activos é de 45 anos, sem contar com aqueles que morrem de sida. E apenas dois por cento chegam aos 70. A taxa de incidência de doenças sexualmente transmissíveis é também muito mais alta e os níveis de criminalida­de entre a população homossexual, em termos per­centuais, são superiores. Finalmente, os dados mos­tram igualmente que a pedofilia é mais frequente entre os homossexuais.

Tem noção de que um sexólogo apelidaria essas declarações de ridículas?

Depende do sexólogo. Se fosse sério poderia compro­var o que eu digo.

Todos os sexólogos que não partilham da sua opinião não são sérios?

Podem estar mal informados ou partilhar de uma ide­ologia que os faz olhar apenas para uma parcela da rea­lidade e excluir determinados factores.

Não admite que possa ser a sua ideologia que o leva a dis­torcer a realidade?

Estou a falar de factos.
Rejeita, portanto, que seja possível haver amor homossexual...
Nem sequer há homossexuais. Há pessoas que padecem de inclinações homossexuais. Algo que lhes provoca grande sofrimento.
Os homossexuais não dizem que sofrem por ser homossexuais...

Não é isso que a minha experiência me ensina.

Devem lutar contra a sua inclinação sexual e viver toda uma vida em negação?

O problema está em agir de acordo com essa inclinação sexual. É preciso levá-los a descobrir a verdadeira iden­tidade. Há muitos testemunhos de homossexuais recu­perados.

Se a homossexualidade é uma doença, qual é a causa?

Os especialistas explicam que é uma psicose.

Os especialistas não dizem que a homossexualidade é uma doença...

Alguns não o dizem. Quando Robert Spitzer - que era presença assídua na imprensa e na televisão - verificou que estava enganado e recuou na sua posição a comu­nicação social cortou-lhe o pio.

A comunicação social norte-americana está então domina­da por um poderosíssima "lobby gay"?

O " lobby gay" tem grande influência na comunicação social. E infiltrou-se também na política e na Igreja.

Considera-se homofónico?

De modo algum. Não tenho horror ao meu sexo. O homofóbico é aquele incapaz de lidar com pessoas do mesmo sexo. Não é o meu caso. Não concordo é que se destrua a instituição casamento, que é a célula-base da sociedade. É no casamento que são gerados os filhos. Por isso o Estado protege e promove a família.

Isso significa que o Estado não deve proteger um casal hete­rossexual que não pode ter filhos?

Isso não é uma família, é um casamento. A família só existe a partir do momento em que há filhos.

Um homem e uma mulher casados não são, só por si, uma família?

Não. Têm a família da parte do marido e da mulher, mas não constituíram família.

Se fosse criada uma instituição paralela ao casamento, com outro nome, continuaria a ser contrário à união entre duas pessoas do mesmo sexo?

A lei pode tolerar a homossexualidade - digo tolerar porque ela em si não é um bem, não é um comporta­mento positivo - se isso evitar males maiores. Daí a criar um estatuto jurídico para relações meramente privadas não vejo qualquer sentido.

Deixe-me apresentar-lhe então a seguinte situação. Duas mulheres vivem juntas durante 30 anos. Por que razão, em caso de morte de uma delas, não pode a outra ter os mesmos direitos de uma viúva heterossexual?

Os direitos implicam deveres correspondentes. Igualdade não é tratar da mesma forma circunstâncias diferentes.

Rejeita que um homossexual possa ter os mesmos direitos de um heterossexual?

Todos devem ter direitos iguais a nível da Constituição. Mas um homem e uma mulher que se casam é uma rea­lidade diferente de dois homens ou de duas mulheres que se juntam. Tratá-los da mesma forma é uma injustiça.

São realidades diferentes porquê?
Porque um homossexual não é capaz de constituir família.

Há muitos casais heterossexuais que também não...
Mas isso não depende das suas atitudes comportamentais. Alguém que é estéril não tem culpa da sua esterilidade, mas é capaz de praticar os actos do tipo reprodutivo.

E um homossexual tem culpa de ser homossexual?
Pode não ter. Mas pode ter culpa se reforçar a sua homossexualidade praticando actos homossexuais.

É lógico que não concorda com a adopção por casais homos­sexuais...
Não há casais homossexuais. Nunca lhes chamaria casais. Por outro lado, em termos de formação, é bom que as crianças tenham o pai como referência mascu­lina e a mãe como referência feminina.

E as crianças que crescem só com um pai ou só com uma mãe?

Isso apenas acontece devido a uma qualquer infelicidade. Não é a situação ideal.

É melhor para uma criança viver numa instituição até à idade adulta do que com dois pais ou duas mães que lhe dão amor e carinho?

Depende da instituição. Se for uma instituição como a Casa Pia era aqui há uns anos é capaz de ser bem pior. Se for uma instituição equilibrada é muito melhor do que crescer com dois pseudo-pais ou com duas pseu­do-mães.

Há cerca de três meses, foi condenado por difamação devi­do a um texto que escreveu, intitulado "Os Abortófilos". Entre outras coisas, apelidou a Associação para o Planeamento dá Família (APF) de "organização 'serial killer"' e defendeu que esta promove o homicídio. Volta a afirmar o mesmo, ou admi­te que talvez tenha ido demasiado longe?

Confirmo o que escrevi. É tudo verdadeiro e correcto. Um "serial killer" é alguém que matou várias pessoas. Essa organização pertence à International Planned Parenthood Federation, que promove o aborto no mun­do inteiro. Só nos Estados Unidos matou milhões de pes­soas ainda não nascidas.

Uma mulher que faça um aborto deve ser presa?
O objectivo não é prender mulheres. A lei tem uma função dissuasora. Deve ser avaliado cada caso para aquilatar da culpabilidade. Muitas vezes os juízes che­gam à conclusão de que não há razão para punir com pena de prisão.

Se, tal como diz, fazer um aborto é matar uma criança, uma mulher que o faça deve ser presa?

Um Estado democrático tem a obrigação de defender e de tutelar a dignidade de todos, independentemente da fase da sua existência. Um ser humano na fase da con­cepção tem tanto valor como três meses ou nove meses depois. Um Estado que não defenda a dignidade de todos é um Estado totalitário e tirano. Pode usar os mecanismos formais da democracia, mas está a colaborar activamente na matança de inocentes.

Uma mulher que faça um aborto deve ser presa?

Depende das circunstâncias.

Em que circunstâncias deve ser presa?

Compete ao juiz analisar.

Também defende que o aborto é pior do que a pedofilia. É mais grave interromper uma gravidez antes dos três meses do que abusar e violar uma criança com pouco tempo de vida?

Os dois crimes são abomináveis.
Mas escreveu que um era mais grave do que o outro.
Sim. Matar uma criança é mais grave do que abusar dela.
É mais grave interromper uma gravidez antes dos três meses do que abusar e violar uma criança com poucos meses ou poucos anos de vida?

É sempre mais grave matar um ser humano inocente do que abusar dele.

Nesta semana, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, informou que as escolas secundárias vão poder fornecer preservativos aos alunos, desde que com o con­sentimento dos pais. Como comenta?

Promover a utilização do preservativo é de uma enorme irresponsabilidade. Os únicos exemplos de sucesso no combate à sida reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde são o Uganda e as Filipinas. Em ambos os paí­ses promoveu-se primeiro a abstinência, depois a fide­lidade e só em último caso o preservativo. A partir do momento em que, nas Filipinas, se abandonou esta estratégia e se apostou na promoção do preservativo o número de pessoas infectadas aumentou. Em boas con­dições, o preservativo tem uma taxa de eficácia entre os 85 e os 90 por cento. É como jogar à roleta-russa. Eu não apanho um avião daqui para Paris se me disserem que só chegam lá 80 por cento dos aviões. Por outro lado, essa taxa de eficácia é calculada ao longo de um ano. À medi­da que o tempo passa, que se vai repetindo a roleta, a pro­babilidade desce para valores muito inferiores, na ordem dos 15 por cento ao fim de dez anos. É errado falar de sexo seguro. Por outro lado, o Estado não tem o direito de interferir na sexualidade das crianças nem de educá­-las a esse nível. Esse é um direito inalienável dos pais.

Estamos a falar de consentimento dos pais...

Mas vai haver aulas de Educação Sexual obrigatórias e gabinetes de atendimento cuja mentalidade é dominada pela APF. Nós sabemos o que vão fazer às crianças.

O quê?

Vão pervertê-las.

Como?

Qualquer relação sexual que não seja dirigida à pro­criação é uma perversão.

Homens e mulheres devem abster-se de ter relações sexuais caso não queiram ter um filho?

A relação entre um homem e uma mulher é uma relação de unidade e de amor. Se uma pessoa se dá a outra na totalidade do seu ser admite que está a ofere­cer a capacidade de ser pai ou a capacidade de ser mãe. Pode surgir um filho ou não, mas nada se faz para manipular e falsificar essa linguagem do amor.

Qual é o problema de ter relações sexuais, tomando as devi­das precauções, para que não haja uma gravidez indesejada?
Se tomar precauções significa recorrer aos períodos inférteis da mulher, não há qualquer problema.

Que é um método falível, ou não?
Não. A Organização Mundial de Saúde atribui-lhe 99,8 por cento de eficácia.

E qual é o drama de utilizar o preservativo ou a pílula?

Falsifica-se a relação. Deixa de haver uma entrega total.

Há cerca de um ano, publicou um anúncio no "Público" explicando que se recusava a dar a comunhão a quem utili­zasse métodos contraceptivos. Qual é o sentido disto?

Não disse que me recusava. Disse que em virtude do que está no Código de Direito Canónico estou impe­dido de dar a sagrada comunhão a quem não respeite os Mandamentos, a quem promove a morte de seres humanos inocentes, seja através de pílulas abortivas, de métodos cirúrgicos...

... Fala, inclusive, da reprodução medicamente assistida...

Sim. Por cada criança que nasce dez foram mortas pelo caminho. Actualmente, em Portugal, temos congelados 40 mil seres humanos na sua fase embrionária.

Um embrião que não vinga é uma criança que morre?
É. Todos nascemos a partir de embriões. A informação genética está lá toda.

Quem tenta ter filhos através da reprodução medicamente assistida ou quem utiliza métodos contraceptivos não pode comungar?

Refiro-me a métodos que podem ter um efeito abor­tivo, como o dispositivo intra-uterino ou a pílula do dia seguinte. Um católico que não respeita o mandamen­to "Não matarás" não pode ir à comunhão.

A mulher que usa o dispositivo intra-uterino é uma homicida?

Um homicida é aquele que mata voluntariamente um ser humano inocente. Se quem usa esses métodos [dis­positivo intra-uterino, pílula do dia seguinte] tem consciência - normalmente isso não acontece porque as pessoas são enganadas - de que a sua utilização pode matar um ser vivo na sua fase embrionária está a cometer um homicídio.

Então a mulher que toma a pílula do dia seguinte deve ir parar à cadeia?

Isso é complicado do ponto de vista penal, porque nun­ca se pode ter a certeza de que houve um aborto. Mas há algo que me parece claro: o Estado ultrapassa as suas com­petências ao permitir a venda da pílula do dia seguinte e ao financiá-la através do Serviço Nacional de Saúde.

Quando publicou esse anúncio, muitos sacerdotes conde­naram a sua posição e afirmaram que tinha feito uma inter­pretação abusiva do Código de Direito Canónico. Como comenta?

Temos de compreender a ignorância dos outros.

Concordaria com o fim do celibato para os padres?

Não.

Porquê?
O celibato é uma riqueza enorme. Jesus Cristo casou com a Humanidade e participar deste celibato de Jesus Cristo, deste servir a Deus com o coração uno e indi­visível, é muito enriquecedor.

Amar alguém e concretizar esse amor interfere em quê na relação com Deus?

Não interfere.
Então por que razão os padres têm de estar obrigados ao celibato?

Hipoteticamente, é possível um Papa revogar essa dis­ciplina. Ela pode ser mudada, não é um dogma. Mas tem razões teológicas de fundo e está alicerçada na tradição da Igreja desde o início.

É fácil contrariar o desejo sexual?

Deus dá-nos essa capacidade.

Como só entrou para o seminário aos25 anos, suponho que já te­nha feito amor com alguém. Nunca sente desejo de voltar atrás?

O combate pela castidade é um combate até ao fim da vida. Mas a satisfação interior que resulta de não ceder à tentação compensa qualquer outra coisa. Servir a Igreja representa uma alegria enorme.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Berlusconi, o Sexo e a Igreja

Ressalvo desde já que se estivesse em Itália, seria em Berlusconi que votaria e não na esquerda idiota que de birra e mau perder tenta sempre fazer passar por facínoras os seus adversários políticos. Facínoras, na melhor das hipóteses. Geralmente fá-los passar por idiotas...porque, já se sabe (e se viu na União Soviética), para a esquerda a dissidência só pode ser fruto de uma doença mental.
Dito isto, irritou-me supremamente a promessa que o dito Berlusconi terá feito (na sequência da visita a uma região em que é prepondorante um sacerdote católico) de permanecer em jejum sexual entre esta data e a das eleições (mais ou menos, dois meses e meio...poça!). E irritou-me porque corresponde a um racíocinio, mais ou menos, deste género: "para ganhar votos, tenho de ter comigo os católicos, eles detestam sexo, vou dizer que vou ficar casto, eles vão adorar"...!!!
Ora, trata-se de uma idiotice pegada que confunde catolicismo com moralismo, amor à vida com rejeião do sexo, uma vida grande com um horizonte mesquinho e pequeno. E isto não é verdade.
Quem se dedique a ler o livro "Vorazmente teu" (The screwtype letters) do C.S. Lewis (editado pela Grifo do Manuel Vieira da Cruz e à venda, pelo menos, na Paróquia do Alto do Lumiar) percebe lindamente o seguinte: "isso", o sexo, toda a festa que lhe está associada, foi Deus que o inventou, porque o Diabo, para o humano, não quer senão dor, mentira, sofrimento e morte. O que o Diabo quer (e por isso é contra a castidade, toda ela a demonstração existencial de um amor e entrega maiores) é que façamos um mau uso das coisas boas que Deus nos deu! Entre as quais, o sexo (nesta concepão mais reduzida e carnal da expressão).
Por isso ou esse jejum (dois meses e meio...poça!) tem o significado de uma entrega para um bem maior, de oferta de si e pedido de que aconteça sempre mais na vida a presença de Deus, ou então é rematada tolice! E qualquer católico inteligente o saberá ver e por isso é bom que Berlusconi lhes dê razões verdadeiras para nele se poder votar! :-)

Casamento de homossexuais: a coragem contracorrente de José Lello

Extraordinária, na TSF, a crónica "O Mel e o Fel" de José Lello na terça-feira passada! Uma lucidez impressionante, uma coragem de afrontar o mais poderoso lobby instalado na sociedade portuguesa (sobretudo na estrutura do pensamento dominante), uma inteligência de razões, que vale a pena verificar em: http://tsf.sapo.pt/online/radio/index.asp?id_artigo=TSF168013&pagina=Interior
Sei bem como é dificil enfrentar a mentalidade comum e instalada, obediente e conformada, do meio político em que se está (no meu caso era a bancada parlamentar do PSD, no dele, a bancada parlamentar do PS). Por isso mais apreciei a sua crónica. Parabéns!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Presidente Famílias Numerosas da Europa defendeu hoje, em Bruxelas, Reforma em função número de filhos

O presidente da Confederação Europeia das Famílias Numerosas (ELFAC), Fernando Castro, defendeu hoje em Bruxelas que o valor das pensões de reformas na União Europeia (UE) deve ser calculado em função do número de filhos.
"Pressionamos para que as pensões de reforma sejam indexadas ao número de filhos. Nós contribuímos para o Estado Social de duas maneiras, em dinheiro e em géneros, que são as crianças", afirmou o presidente da ELFAC à margem de um encontro com o Intergrupo da Família e Protecção da Infância do Parlamento Europeu.
A associação de representantes de famílias numerosas apelou às instituições europeias que instem os Estados-membros a adoptarem "um leque de boas práticas" que solucione o problema do envelhecimento da população na Europa e o consequente colapso dos sistemas de segurança social.
Fernando Castro apelou também ao governo português que "chame a atenção para o facto de as famílias numerosas serem um bem para o país" e para que tome medidas como aumentar "os abonos de famílias para valores dignos".
O eurodeputado, José Ribeiro e Castro, vice-presidente do Intergrupo da Família e Protecção da Infância, defendeu que a Comissão Europeia deve "traduzir uma maior sensibilidade" para a Política da Família nas diversas áreas que são da sua competência, como por exemplo, o IVA reduzido das fraldas, actualmente em discussão.
O deputado do CDS-PP considerou que a ideia de as pensões de reformas dependerem do número de filhos deveria ser debatida em Portugal.
Após esta reunião, representantes da ELFAC encontram-se com o comissário europeu Vladimir Spidla, responsável por Emprego, Assuntos Sociais e Igualidade de Oportunidades, e com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
A ELFAC foi criada em Março de 2004, em Lisboa, para congregar várias associações de famílias numerosas europeias, e actualmente representa mais de 50 milhões de cidadãos europeus que pertencem a nove milhões de famílias com vários filhos.
Noticia: Lusa; DE; RR; CM
07-02-2006

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Canadá e casamento homossexual: o regresso da Razão

in: ACI digital, 3-2-2006

Novo Primeiro-ministro do Canadá se compromete a revisar "casamento" homossexual

MADRI, 03 Fev. 06 (ACI) .- A eleição do Stephen Harper como Primeiro-ministro do Canadá e a nova configuração do Parlamento nacional despertaram grandes expectativas entre os que promovem a defesa do matrimônio e a família no país. Harper prometeu publicamente que o Legislativo revisará a lei que permite o "casamento" entre pessoas homossexuais no Canadá. Segundo o informativo Análisis Digital, "Harper se mostra decidido a fazer dos valores morais um gesto distintivo de seu mandato" e considerou que sem ser uma grande potencia, "o Canadá pode influenciar o mundo com seus valores".
Harper garantiu que "o mais rápido possível, embora não imediatamente", o Parlamento canadense reconsiderará o "casamento homossexual". Estima-se que isto ocorra durante a próxima legislatura.
Análisis Digital indicou que no programa do novo governante "ficam outras questões que esperam resposta por parte de importantes setores conservadores. Uma delas é elevar a idade mínima legal para manter relações sexuais consentidas, que hoje no Canadá é de 14 anos".
Além disso, "está também a recente aprovação, depois de uma sentença do Tribunal Superior, dos ‘clubes de sexo em grupo’, dos quais poderão participar adolescentes de 14 anos, sempre e quando não se permitir a venda de álcool. Judith Reisman, que foi conselheira em três Administrações americanas, denunciou que esta decisão é um convite em toda regra aos pedófilos do mundo inteiro".

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Excelente discurso do Presidente Bush em defesa do casamento!

Anúncio do Presidente Bush relativo à defesa do casamento
(texto completo).
“Bom dia.
Há oito anos, o Congresso passou e o Presidente Clinton assinou o “Acto de Defesa do
Casamento” que definiu casamento, para propósitos de lei federal, como a união legal
entre um homem e uma mulher como marido e esposa.
O acto foi aprovado na Câmara de Deputados por um votação de 342-67 e no Senado por uma
votação de 85-14.
Esses votos no Congresso, bem como a aprovação de leis semelhantes de defesa-do-casamento
em 38 estados, expressam um consenso arrasador no nosso país no sentido de proteger a
instituição do casamento.
No entanto, em meses recentes, alguns juízes activistas e funcionários municipais fizeram uma
tentativa agressiva de redefinir o casamento.
Em Massachusetts, quatro juízes do tribunal superior indicaram que irão ordenar a emissão de
certidões de casamento a candidatos do mesmo género em Maio deste ano.
Em São Francisco, funcionários municipais emitiram milhares de certidões de casamento a
pessoas do mesmo género, contrariando o Código de Família da Califórnia. Aquele
código, que define claramente casamento como a união de um homem e uma mulher, foi
aprovado arrasadoramente pelos eleitores da Califórnia.
Um município no Novo México também emitiu certidões de casamento a candidatos do mesmo
género.
Se nenhuma acção for tomada, poderemos esperar mais decisões judiciais arbitrárias, mais
litígio, mais desafio da lei por funcionários municipais, tudo isto levando a uma situação
de incerteza jurídica.
Depois de mais de dois séculos de jurisprudência americana e milénios de experiência humana,
alguns juízes e municípios têm a presunção de mudar a instituição mais fundamental da
civilização. As suas acções criaram confusão num assunto que requer clareza.
Numa questão de tal importância, a voz da população deve ser ouvida. Os juízes activistas
deixaram um recurso à população. Se nós queremos evitar que o significado do
casamento mude para sempre, a nossa nação deve aprovar uma emenda constitucional
destinada a proteger o casamento na América. É necessária acção decisiva e democrática
porque as tentativas de redefinir casamento num único estado ou cidade podem ter sérias
consequências em todo o país.
A Constituição diz que " serão dados plena fé e crédito, em cada estado, aos actos públicos e
registos e procedimentos judiciais de outros estados."
Aqueles que querem mudar o significado do casamento reivindicarão que essa provisão requer
que todos os estados e cidades reconheçam casamentos do mesmo sexo que tenham sido
realizados em qualquer lugar na América.
O congresso tentou lidar com este problema no “Acto de Defesa do Casamento”, declarando
que nenhum estado deve aceitar uma diferente definição de casamento adoptada noutro
estado. A minha administração defenderá vigorosamente este acto do Congresso.
Mas não há nenhuma garantia de que o “Acto de Defesa do Casamento” não irá ser torpedeado
por juízes e tribunais activistas. Nessa eventualidade, todos os estados seriam forçados a
reconhecer os relacionamentos que juízes em Boston ou funcionários em São Francisco
decidiram chamar casamento.
Além do mais, mesmo que o “Acto de Defesa do Casamento” seja mantido, a lei não protege
casamentos dentro de estados ou cidades.
Por todas estas razões, a defesa do casamento requer uma emenda constitucional.
Uma emenda à Constituição nunca deve ser empreendida de forma ligeira. O procedimento da
emenda constitucional resolveu muitas questões sérias de interesse nacional, e a
preservação do casamento eleva-se a este nível de importância nacional.
A união de um homem e de uma mulher é a mais antiga instituição humana, honrada e
encorajada em todas as culturas e em cada fé religiosa. Séculos de experiência ensinaram
a humanidade que o compromisso de marido e mulher de se amarem e servirem
mutuamente promove o bem-estar das crianças e a estabilidade da sociedade. O
casamento não pode ser cortado das suas raízes culturais, religiosas e naturais sem
enfraquecer a boa influência da sociedade.
O governo, ao reconhecer e proteger o casamento, serve os interesses de todos.
Hoje, apelo ao Congresso para prontamente aprovar e enviar aos estados para ratificação uma
emenda à nossa Constituição definindo e protegendo o casamento como uma união de um
homem e de uma mulher como marido e esposa.
Esta emenda protege plenamente o casamento, deixando simultaneamente liberdade aos
legisladores estaduais para efectuarem as suas próprias escolhas na definição de outros
arranjos legais que não o casamento.
A América é uma sociedade livre, que limita o papel de governo na vida dos nossos cidadãos.
Este compromisso de liberdade, no entanto, não requer a redefinição de uma das nossas
instituições sociais mais básicas.
O nosso governo deve respeitar cada pessoa e proteger a instituição do casamento. Não há
nenhuma contradição entre estas responsabilidades.
É nossa obrigação conduzir este debate difícil, de uma forma digna do nosso país, sem raiva ou
amargura.
Em tudo o que se seguir, combinaremos fortes convicções com bondade, boa vontade e
decência.
Muito obrigado.”
24/2/2004

O Cuspo de Mariano Gago (Células Estaminais e PMA)

O CUSPO DO SENHOR MINISTRO DA CIÊNCIA E ENSINO SUPERIOR
COMUNICADO
No passado dia 11 de Janeiro, num colóquio sobre Procriação Medicamente Assistida, o Sr. Ministro da Ciência e Ensino Superior declarou no Parlamento que “por razões científicas” não conseguia compreender a “obsessão irracional [de alguns] em ver em qualquer aglomerado de células pluripotentes um ser humano". E porquê? Porque “Enquanto falo, estou a lançar no ar partículas de saliva que têm o meu DNA e que poderão, se não hoje decerto num futuro próximo, ser utilizadas para dar origem a outro ser humano. Mas nenhuma delas é, por amor de Deus, um ser humano.”

Nestes termos a Associação Juntos pela Vida deseja tornar público o seguinte:

Ao contrário do que disse o Sr Ministro, não existe nenhuma obsessão, nem irracional nem racional, relativamente às células pluripotentes. Existe uma preocupação em garantir que as células totipotentes, aquelas células que se forem colocadas no útero se desenvolvem num novo ser humano, sejam tratadas com a dignidade e respeito devidos aos seres humanos.

Se no futuro se vier a conseguir transformar células da saliva em células totipotentes, então as células totipotentes assim produzidas (não as células da saliva) que deverão gozar da protecção devida a qualquer outro ser humano. Como é sabido, certas esculturas em mármore merecem uma protecção que a pedra originária nunca teve.

Mais, o Sr Ministro não deve estar a par dos inúmeros debates públicos e referendos que vários países da Europa têm realizado sobre esta matéria. Estará toda a Europa acometida da tal “obsessão irracional”?

O Sr Ministro demonstrou não saber distinguir opiniões pessoais de dados técnicos, algo grave em qualquer político, mas particularmente grave num Ministro da Ciência.

Recordamos que, como titular da pasta da Ciência e do Ensino Superior, cabe ao Sr Ministro nomear e instruir sobre a posição oficial do Governo Português os diversos representantes de Portugal nos mais variados foruns internacionais ligados à definição das políticas de bioética dos Estados.

A Associação Juntos pela Vida

i. convida o Sr Ministro Mariano Gago a corrigir as suas infelizes declarações; e

ii. desafia o Sr Ministro a liderar um debate público sereno, profissional e científico sobre a Procriação Medicamente Assistida para que todas as portuguesas e os portugueses possam ser cabalmente esclarecidos sobre tão importante tema.



Contactos
Tlm: 96 857 45 75
Email: jpv@geocities.com
www.juntospelavida.org

Lisboa, 1 de Fevereiro de 2006

Pílula do dia seguinte e Associação Nacional de Farmácias

O ERRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMÁCIAS – Parte II
COMUNICADO
A ANF sabe que as mulheres que tomam contraceptivos não pretendem abortar. Ao dizer que a pílula do dia seguinte não mata os filhos, a ANF está a violar a sua obrigação de garantir o consentimento informado e está a levar um sem número de mulheres a fazer inadvertidamente o que não queriam, ou seja, a matar os seus filhos.

Por isso a Associação Juntos pela Vida convidou a Associação Nacional de Farmácias a retirar de circulação o folheto erróneo por si produzido e onde afirma que a pílula do dia seguinte não é abortiva (ver nosso comunicado de 9 de Janeiro).

Em vez de reconhecer o erro, a Associação Nacional de Farmácias fez publicar um comunicado enganador no qual continua a defender o referido folheto.

A Associação Juntos pela Vida recorda que o objectivo da distribuição livre da pílula do dia seguinte é recorrer ao aborto químico precoce para alegadamente evitar o aborto cirúrgico mais tardio. Contudo a evidência científica disponível, nomeadamente sobre a Escócia e Inglaterra, mostra que a venda livre da pílula do dia seguinte faz aumentar a incidência de doenças sexuais, aumenta o número de abortos precoces e não diminui o número de abortos cirúrgicos. Segundo o British Medical Journal (vol. 321, 19-26 Ago. 2000) o uso da pílula do dia seguinte, para além das crianças que mata directamente, quadriplica o risco da mulher vir a fazer um aborto cirúrgico.

A Associação Nacional de Farmácias sabe que os tribunais estão a apreciar a legalidade da venda da pílula do dia seguinte e por isso é vergonhosa a tentativa que faz de pressionar e influenciar a sentença dos tribunais dizendo que «A sua [da pílula do dia seguinte] utilização está, por isso, em conformidade com a legislação nacional, seja a do medicamento, seja a relativa à prática da interrupção voluntária da gravidez».

A sugestão da ANF de que sejam levados a tribunal processos contra a pílula do dia seguinte que sabe já estarem em tribunal é completamente absurda.

A Associação Juntos pela Vida, sem prejuízo de outras medidas que pretende lançar, já iniciou a distribuição do folheto anexo, nomeadamente junto das duzentas e dezassete mil pessoas que assinaram a petição “Mais Vida Mais Família” (cfr. www.peticao-vida.org), para que o mesmo seja entregue nas farmácias.

A Associação Juntos pela Vida apela de novo aos farmacêuticos que

tomem a atitude deVida e retirem de circulação o folheto enganador e falso;

dissuadam as pessoas do uso da pílula do dia seguinte já que, para além do aborto que provocam, os seus efeitos sobre a mulher são em grande parte desconhecidos, facto que levou a FDA a proibir a venda livre da pílula do dia seguinte nos EUA. Se a pílula é perigosa para as mulheres americanas também o é para as portuguesas.


Contactos
Tlm: 917233335
Email: jpv@geocities.com
www.juntospelavida.org

Lisboa, 26 de Janeiro de 2006

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Casamento de Lésbicas: um artigo do Padre Serras Pereira sobre a desorientação homossexual

"Casamento" de Lésbicas: P. Serras Pereira Avisou à 2 Anos - Desorientação Sexo-Constitucional

Nuno Serras Pereira
11. 05. 2004

Os deputados na Assembleia da República introduziram a expressão orientação sexual na Constituição com o pretexto de lutar contra a discriminação e pela igualdade. Como já tinha acontecido a 3 de Março uma porção de deputados do PSD elaborou uma declaração de voto para explicar que não tinham votado o que tinham votado. Estes senhores acham que podem votar favoravelmente tudo desde que depois declarem o seu desacordo com aquilo que aprovaram…

Qual o conteúdo e o significado do termo orientação sexual? Quem o define? Quando o Tribunal Constitucional tiver que se pronunciar sobre o acordo ou desacordo de alguma lei ou disposição com este termo que conceito tem dele? Objectivamente que quer dizer? Tem a maleabilidade que se lhe queira dar, uma plasticidade “infinita”? Ou tem um significado preciso e rigoroso?

Se se recorre a uma antropologia concorde com a natureza da pessoa humana este termo só poderá significar a reciprocidade assimétrica do varão e da mulher. Se pelo contrário, como claramente – ou ignorantemente, pois alguns terão sido armadilhados - foi a intenção do legislador, a hermenêutica é feita a partir da ideologia do género então o termo é sinónimo de perversidade polimorfa (esta expressão é usada pelas feministas do género). Segundo esta alucinação a atracção pelo sexo oposto não é naturalmente fundada, mas socialmente condicionada. Acresce que existem diversas formas de sexualidade ¾ incluindo homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis ¾ equivalentes à heterossexualidade. Embora em público procurem ser mais recatados, muitos vão mais longe reivindicando o fetichismo, a frottage, o voyeurismo, a pedofilia, a bestialidade, o masoquismo e o sadismo sexuais. Importa, pois, desconstruir, demolir os “papéis socialmente construídos”, dar cabo da família, a que chamam tradicional, reivindicando o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, o intergeracional – adultos e crianças (e mesmo o inter-espécies – pessoas e animais), o “direito” a gerarem filhos através da técnica, recorrendo à doação ou à compra dos gâmetas que lhes faltam, exigindo a adopção de crianças – procurando assim subtrai-las à “horrível opressão heterossexual socialmente construída”.

Não me resta qualquer dúvida que a introdução deste “conceito” na Constituição é muito grave e mereceria da parte da sociedade civil e da Igreja uma forte tomada de posição e uma determinação firme e perseverante em rever e modificar o que lá foi posto. Se não as consequências serão muitíssimo gravosas não só para a sociedade, mas para a própria Igreja pondo mesmo em questão a liberdade religiosa. Não será difícil de prever que homilias de sacerdotes versando a doutrina da Igreja sobres estas matérias sejam interrompidas por grupos organizados (já acontece nalguns países no que diz respeito à homossexualidade) acusando-as de inconstitucionais, ou que os padres sejam levados a tribunal por crime de homofobia, que se exija a eliminação de todas as passagens, na Sagrada Escritura, relativas à condenação da homossexualidade e outras perversões, e se criminalize a sua leitura, não depurada, pública ou privada. Procurarão criminalizar toda a terapia, capaz de tratar aqueles que o desejassem, como se esta constituísse um atentado à sua identidade. Os escuteiros e outras organizações juvenis serão obrigados a aceitar homossexuais activos (ou outras pessoas com parafilias activas), não só como membros mas também como chefes, os colégios forçados a contratar professores, os infantários educadores, os proprietários a alugar apartamentos a quem vive clara e publicamente em oposição às suas crenças. Não se aceitará nenhuma justa discriminação. Instaurar-se-á uma censura severa na comunicação social que terá os maiores cuidados em não “ofender” nem “discriminar” e que por isso não aceitará articulista ou comentador que discorde da alucinação colectiva.

Quem conhece os textos e as movimentações desta gente não ficará espantado com o que aqui deixo escrito, mas constatará que ainda digo pouco. No entanto, porque o espaço é breve e porque as coisas ditas de uma vez parecerem demasia, movendo à incredulidade, ficarei por aqui.

Queria tão só chamar atenção para o seguinte: existe uma só orientação sexual e tudo o demais é desorientação, isto é, patologias, mazelas. As pessoas que delas padecem merecem-nos toda a consideração e estima enquanto pessoas e, porque enfermas, uma maior atenção e cuidado - toda a discriminação injusta não pode, de modo nenhum, ser admitida. Mas toda esta dedicação não é para lhes piorar a condição, mas sim para as auxiliar a superá-la. Se recusam o tratamento ninguém os obrigará, mas não podem exigir que o Estado patrocine as suas pioras e coopere com o contágio ou seja indiferente às repercussões públicas do seu “estilo” de vida, à incidência negativa no bem comum. Sabendo-se como se sabe os perigos para a saúde física e psíquica que advêm desses comportamentos o Estado não tem que os reconhecer como tais, mas deve desencorajá-los e proporcionar meios de tratamento adequados para aqueles que queiram recorrer às terapias reconhecidamente eficazes. Isto que aqui fica dito é pedido por ex-homossexuais, agora curados. Conhecendo o inferno porque passaram querem proporcionar a outros a possibilidade de o evitarem