sexta-feira, março 28, 2014

E assim estamos no mundo...com esta falta de liberdade...

In Francia con la maglia della Manif non si può 

votare: 

«La famiglia è un simbolo politico»


Marzo 27, 2014 Leone Grotti
È quanto successo a Bruno, 54 anni, domenica scorsa a Tolosa: «È una violazione della libertà di pensiero e di voto, una negazione della democrazia»
francia-manif-tolosa-famiglia-voto

Indossi la maglietta della Manif pour tous? Allora non puoi votare. È l’incredibile situazione che si è trovato a vivere domenica scorsa Bruno, cittadino di Tolosa di 54 anni, che si è recato a votare in Francia per le elezioni municipali della sua città.

DIVIETO DI VOTARE. Bruno è entrato nel seggio elettorale numero 20 con la maglia senza slogan raffigurante un padre e una madre che tengono per mano due bambini. E Pierre Vanicat (nella foto con Bruno), presidente del seggio, non l’ha lasciato entrare perché «portatore di un evidente simbolo politico».
Dopo dieci minuti di discussioni, Bruno è stato costretto a tornare a casa a cambiarsi, mentre altri cittadini assistevano increduli. Come André-Joseph, che ha dichiarato al Le Figaro: «È una violazione della libertà di pensiero e di voto, una negazione della democrazia».

«LA FAMIGLIA È POLITICA». Un breve filmato riprende l’epilogo della discussione tra Bruno e il presidente del seggio: «Quindi non posso votare per questa immagine della famiglia?», chiede Bruno. «Esatto». «La famiglia è politica forse?». «Esattamente», è la risposta di Pierre Vanicat.





«IDEOLOGIA MORTIFERA». L’articolo 3 della Costituzione proibisce ai cittadini di entrare in cabina di voto esponendo un segno visibile dell’intenzione di voto. Ma la Manif pour tous non è un partito e non ha politici di riferimento. Ecco perché Bruno «si riserva la possibilità di fare causa per abuso di interpretazione del diritto». Un altro cittadino presente al seggio ha commentato: «Rifiutare l’accesso al voto a qualcuno solo perché difende la famiglia è segno dell’ideologia mortifera che ammorba la Francia».

I PRECEDENTI. Il caso di Bruno ricorda quello di Franck Talleu, a cui è stato impedito di fare un pic-nic in un parco di Parigi con la sua famiglia perché aveva la maglia della Manif. Fermato, è stato portato di forza al commissariato. Come denunciato dalla presidente Ludovine de la Rochère a Tempi, «con la nostra maglietta non ti fanno entrare neanche nei musei».
A inizio mese infine è scoppiato il caso di Anna, giovane russa a cui la polizia ha negato il permesso di soggiorno a meno che non avesse accettato di spiare i suoi compagni della Manif pour tous.

quinta-feira, março 27, 2014

Direitos dos Homossexuais e Liberdade Religiosa

E o problema é que casos como estes estão-se a multiplicar...ou de como é uma triste humana sina esta de os perseguidos se transformarem em perseguidores...uma lição também a todos os moderados de serviço e ao centro-direita progressista...




Nos EUA, dizer "Apoio o casamento tradicional" pode valer despedimento
Editado por Filipe d’Avillez, no Michigan, Estados Unidos
Inserido em 27-03-2014 06:17
É uma advogada norte-americana que o garante. Com a legalização do casamento homossexual em cada vez mais estados americanos, surgem vários focos de confronto entre a liberdade religiosa e discriminação por orientação sexual.

Uma advogada de sucesso, que trabalha numa multinacional, chega ao auditório de um centro paroquial universitário para falar sobre as ameaças à liberdade religiosa. Confrontada por um jornalista, aceita falar, mas apenas sob anonimato. Teme perder o emprego, como já aconteceu a conhecidos.
Estamos no Michigan, Estados Unidos, a pátria da liberdade religiosa, mas onde muitos crentes começam a sentir que essa conquista está a definhar.
“Sei de casos de pessoas que foram despedidas de empresas privadas simplesmente por dizer coisas do género 'Eu apoio o casamento tradicional'”, explica a advogada à Renascença.
Em causa está a redefinição do conceito tradicional de casamento, como sendo entre homem e mulher, para a aceitação da noção de casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Com a legalização do casamento homossexual em cada vez mais estados americanos, surgiram vários focos de confronto entre a liberdade religiosa e discriminação por orientação sexual.
“Há o caso de um casal que tinha uma pastelaria que se recusou a fazer um bolo para um casamento homossexual. Foram processados, multados e acabaram por fechar a loja. Mais recentemente, tivemos um caso no Novo México de uma fotógrafa que se recusou a trabalhar numa cerimónia homossexual”, conta.
A advogada explica que a educação é outra área de preocupação: “Massachusetts foi o primeiro Estado a aprovar a redefinição de casamento. Nesse Estado estão a ensinar na escola que o estilo de vida homossexual é natural e bom. Os pais não se podem queixar, nem são notificados. Há uma preocupação que esse género de restrições chegue a outros estados que também aprovem o casamento homossexual”.
“Como viver a minha fé?”Na sala paroquial estão dezenas de jovens atentos, orientados pelo jovem e enérgico padre Denis Heames. O sacerdote nota preocupação entre os alunos católicos da Central Michigan University (CMU), que acompanha.
“Penso que estamos a chegar a um ponto em que vamos perder a liberdade de ser contra isto na praça pública. Sinto que já nem é uma discussão”, refere.
“Por exemplo, pessoas que estudam ciências da educação” sentem algumas dificuldades com o currículo “no que diz respeito à diversidade ou literatura, que contém material mais claramente ideológico”, diz.
“Vejo alunos católicos que entram para estes cursos e que sentem dificuldades com isto. Como é que vou conseguir viver a minha fé neste ambiente laboral, com tanta pressão ideológica?”
A dificuldade é sentida na pele por Kelly, aluna da CMU que estuda educação.
“Preocupo-me com os meus filhos, não os quereria colocar no ensino público. E preocupo-me comigo porque quero ser professora e não me sentiria bem a ensinar algo deste género, porque atenta contra as minhas crenças e valores”, diz. “Não consigo separar a minha fé da minha vida profissional.”
Bobby, da mesma universidade, estuda comunicação social e dá conta da agressividade que tem de enfrentar quando se manifesta sobre assuntos como o casamento entre homossexuais.
“É um tema fracturante, basta falar no assunto e as pessoas levantam rapidamente as defesas. Mesmo no Facebook, quando a questão surgiu, as pessoas estavam só a atacar. Publiquei a minha opinião enquanto católico e fui atacadíssimo. Por isso, às vezes, é difícil e só nos apetece virar as costas ao assunto”, confessa.
Supremo vai decidirOs casos envolvendo objecção de consciência à participação em cerimónias de casamento entre pessoas do mesmo sexo estão a caminho do Supremo Tribunal.
Antes, os juízes terão ainda de avaliar a questão do “ObamaCare”, o plano de Barack Obama para a reforma do sistema de saúde, que pretende obrigar instituições católicas, como universidades e hospitais, a fornecer aos seus empregados seguros de saúde que cubram contraceptivos e serviços abortivos.
Os bispos já disseram que se recusam a acatar a ordem e que preferem encerrar todos os seus serviços nestas áreas, mas a administração Obama não desarma, o que tem levado a Igreja a invocar também o argumento da liberdade religiosa.
Estes e outros assuntos serão, certamente, um dos pontos de discussão entre o Papa Francisco e Obama, que se encontram no Vaticano, esta quinta-feira.

quarta-feira, março 26, 2014

Quatro em cada cinco utilizadores do SNS não pagam taxa moderadora (e o aborto continua gratuito!)



É incrível, não é verdade? Não que cada quatro em cinco utentes do Serviço Nacional de Saúde não pague taxa moderadora, mas sim que mesmo assim não haja forma de o Governo (através do seu líbio titular da pasta da Saúde) a fazer aplicar também no aborto legal...incompreensível!
A notícia está no Público para quem a quiser ler.
E entretanto a tragédia (do aborto) tem este retrato.
E é sempre gratuito!
Como dizia a poetisa "Vimos, ouvimos e lemos: não podemos calar!"...

terça-feira, março 25, 2014

Manifesto da Realidade: porque apoio este Governo

O PSD-Lisboa teve a iniciativa brilhante de lançar a campanha a que chamou Manifesto da Realidade por oposição aos Manifesto dos 70 e Manifesto dos 74 economistas estrangeiros, surgido em apoio ao primeiro.
Com a devida declaração de interesses de que nutro por Antonio Bagão Félix uma grande amizade e profunda admiração, não me parece o respectivo manifesto pudesse ter acolhimento maior do que teve. Por uma simples razão: é verdade teremos nos próximos anos, aqui e lá, de gerir a nossa dívida com a maior prudência e zelo, mas isso  já o nosso Governo está a fazer e continuará. Como deve: no âmbito dos encontros e negociações com os credores e não na praça pública. Existem exemplos concretos de que já o fez, aliás. Infelizmente nesse manifesto (com outra devida vénia a António Bagão Félix renovando a declaração de interesses acima) quem se encontra, com excepções, são ou responsáveis por essa mesma dívida, ou ressabiados com a actual direcção do PPD/PSD ou seus inimigos fidagais (Louçã à cabeça). Isto é, não é a partir do manifesto que se pode ajudar o país a sair da actual situação em que se encontra...
É por esta entre outras que apoio este Governo apesar de nos campos em que mais me empenho (Família e Vida) ser de uma tibieza que brada aos céus...
Quanto ao vídeo da campanha Manifesto da Realidade,aqui está:


segunda-feira, março 24, 2014

Querida Futura Mãe/21 de Março: Dia mundial do síndrome de Down

Que video extraordinário!




Dedicado a todos quantos amparam e defendem estas crianças, aos seus pais, aos meus amigos com filhos assim, a todos os defensores da Vida da concepção à morte natural.

sexta-feira, março 21, 2014

Na morte do Fernando Ribeiro e Castro: mais um reforço no Céu



Estivemos juntos durante anos. Em muitos combates e por muitos e bons motivos. Uma companhia certa e leal, combativa e muito,muito, generosa (foi assim logo no nosso primeiro contacto há muitos anos atrás). Um coração grande e ardente, toda uma vida no bom combate. O que reivindicamos nas políticas de família é um trabalho que resulta do seu empenho nas famílias numerosas (lindo o título da notícia sobre ele na RR: o pai das famílias numerosas ;-) e o que nos propusemos ao longo dos anos (referendos, refregas parlamentares, manifestações cívicas) teve sempre a sua marca e a sua participação. Todas as semanas, durante anos, até que começaram as suas doenças, almoçávamos no contexto da mais antiga comissão política do panorama português: a dos movimentos cívicos pela Vida e pela Família. Sendo muito empenhado, exigente, de doutrina certa e resoluto, nunca deixou de ser também realista e ponderado na definição da estratégia ou na aplicação desta. Tinha um espírito aberto e curioso. Não se concebia a si próprio (nem se podia deixar de ter presente) sem a sua família a que com a Leonor deu origem. Mesmo quando impedido pela sua saúde, acompanhou-nos através do email e do sms. É uma perda a sua morte, mas também um ganho: um reforço no Céu. Imagino-o espantado e contente (tinha um coração puro e ingénuo como uma daquelas criança das que nos falam os Evangelhos) junto de Deus  a Quem sempre serviu e já inquieto e mobilizador a ajudar-nos desde esse posto onde um dia, todos juntos, pela Sua Misericórdia, faremos uma grande festa! Querido Fernando: muito obrigado! Continuaremos juntos até esse dia. Rezamos por ti e tu, intercede por nós!

sexta-feira, março 14, 2014

Depois do chumbo da co-adopção é chegado o tempo do referendo da adopção



CHUMBO DA CO-ADOPÇÃO É UM DESAFIO AO PARLAMENTO: ESTÁ ABERTO O CAMINHO AO REFERENDO À ADOPÇÃO POR UNIÕES DO MESMO SEXO

O chumbo do projecto-lei da Co-adopção na Assembleia da República foi uma vitória da Democracia, da família e sobretudo das crianças portuguesas mais carenciadas.
Decidiram os deputados não ter legitimidade para legislar sobre um tema que tinha uma agenda oculta: com a desculpa de se discutir a co-adopção, tentaram alguns deputados do Partido Socialista fazer aprovar a adopção de crianças por pessoas do mesmo sexo. Sem consultar e ouvir o povo português.
Ficou claro no acórdão do Tribunal Constitucional que a co-adopção e adopção por uniões do mesmo sexo radicam na mesma questão. Por isso o chumbo do projecto-lei hoje põe fim à falsa questão da co-adopção mas abre a porta ao debate sobre adopção por pessoas do mesmo sexo.
Nessa medida queremos reafirmar hoje que o povo português tem o direito a pronunciar-se com o seu voto sobre qualquer alteração legal que viole o direito das nossas crianças a um pai e a uma mãe.
Neste dia em que o nosso parlamento reafirmou o valor da democracia, voltamos a defender a necessidade de um referendo sobre a parentalidade por pessoas do mesmo sexo. Com a mesma convicção que animou o Manifesto Pró-referendo da co-adopção e da adopção gay, que esta semana foi conhecido, vimos hoje desafiar o parlamento a ouvir o povo português sobre tão relevante matéria que interpela o país e o futuro da nossa sociedade. 


Lisboa, 14 de Março de 2014

Para os amigos...;-)



Um Manifesto pelo Referendo da Co-Adopção e da Adopção por uniões do mesmo sexo

MANIFESTO PRÓ-REFERENDO DA CO-ADOPÇÃO E DA ADOPÇÃO POR UNIÕES DO MESMO SEXO

No dia 17 de Maio de 2013 foi aprovado na Assembleia da República o Projecto-Lei nº 278/XII que consagra a possibilidade de co-adopção por cônjuge ou unido de facto do mesmo sexo. À inesperada aprovação desta proposta seguiu-se a discussão da mesma na especialidade. Durante as audições públicas na Iº Comissão a grande maioria dos especialistas ouvidos manifestou-se contra este projecto.
Considerando que o debate sobre este projecto-lei foi inexistente (na sociedade civil e nos programas dos Partidos) e tendo em conta o parecer dos especialistas ouvidos na Assembleia da República, decidiu o grupo parlamentar do Partido Social Democrata aprovar uma proposta de referendo sobre este tema.
As alterações propostas por este diploma modificam profundamente a posição do Estado em relação à família. Até hoje o Direito da Família tinha por fim conceder enquadramento e protecção legal à família, procurando assegurar os direitos desta como um todo e os direitos de cada um dos seus membros, especialmente os das crianças.
Com esta alteração a família perderia a sua autonomia pois o Estado estaria a instituir-se a si mesmo como fonte das relações familiares. A família deixaria de ser uma realidade própria, independente do Estado, anterior ao Estado, para passar a ser aquilo que o Legislador entendesse, ficando refém da doutrina ideológica daqueles que, a cada momento, governassem.
Uma tal inversão das relações entre Estado e família não pode ser feita sem um profundo debate público e sem um alargado consenso social.
Na verdade, este projecto apresentado por alguns deputados do Partido Socialista não estava previsto no seu programa eleitoral. Também não existiu nenhuma referência a este assunto nos programas eleitorais do PSD, do CDS/PP, da CDU e do BE. De facto esta matéria esteve ausente na campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2011.
Acresce que, o Tribunal Constitucional no seu Acórdão de 19 de Fevereiro de 2014 (Acórdão n.º176/2014) vem reconhecer que a matéria é referendável, que o tempo é oportuno, que existe controvérsia legal que o fundamente, que co-adopção e adopção não são conceitos isolados, que o que está em causa é saber se a uma criança pode ser dada a parentalidade de duas mulheres ou dois homens.
Por isso consideramos que os deputados eleitos para esta legislatura não têm legitimidade para aprovar este projecto-lei. Uma decisão de tão grande alcance não pode ser tomada sem que o Povo, de quem os deputados são representantes, tenha a possibilidade de demonstrar nas urnas a sua vontade sobre esta matéria.
Se os proponentes desta lei não estão dispostos a discutir este projecto em campanha eleitoral, devidamente integrado num programa eleitoral, então o Povo tem o direito de exercer a sua soberania através de um Referendo.
Temos consciência da gravíssima crise que o país atravessa e sabemos que a realização de um Referendo comporta custos elevados. Mas este é o preço a pagar pelo desrespeito pelo processo democrático que os deputados que aprovaram este projecto-lei demonstraram. Aprovar esta lei sem ouvir o Povo é violar uma conquista de Abril: a Democracia baseada na Soberania Popular exercida através do voto livre. E por isso referendar este projecto é a melhor maneira de dignificar os 40 anos da Democracia em Portugal.

Lisboa, 4 de Março de 2014


A. Lourenço Martins/Afonso Cunha Duarte/Alfonso Fungairinho Bringas/Alice Maria Meyer-Pantin Cordovil/Ana de Seabra Menano Figueiredo Sanches/Ana Filipa Mestre Dias/Andre Pina Almeida/António Godinho Mónica/Antonio Pinheiro Torres/Artur Mesquita Guimarães/Carlos Alberto Apolo Lopes/Carlos Jorge Moreira Antunes/Carlos Manuel Ramos Leitão/Catarina Matos Correia de Nicolau Campos/César Bessa Monteiro, jr./Clemente Cardoso Pinto/Daniel Serrão/Diogo Pacheco de Amorim/Diogo Tovar/Duarte Brito Goes/Fernando Adão da Fonseca/Fernando Almeida/Fernando Maymone Martins/Fernando Soares Loja/Filipa Durães Conceição Rocha Mendes/Gonçalo Maleitas Correia/Graça Passanha/Inês Avelar dos Santos/Inês Quadros Fonseca/Joana Maria Brito Fontes/João de Paiva Boléo Tomé/João Luís César das Neves/João Manuel Pontes dos Santos/João Miguel Alexandre da Fonseca/João Miguel Aires de Campos/João Paulo Camilo Malta/José António Veloso/José Lobo Moutinho/José Maria Seabra Duque/Júlia Margarida Ramos Marçal/Lúcia Mittermayer Saraiva/Luis Manuel de Almeida e Castro/Luís Alves da Costa/Luis Vieira Duque/Luís Villas-Boas/Madalena Maymone Martins/Manuel Braga da Cruz/Manuel Faria Blanc/Margarida Pereira da Silva/Maria do Carmo Perestrello Diniz/Maria do Rosário Lupi Bello/Maria Francisca Vasconcelos e Sousa/Maria Isabel Rosa Renaud/Maria Isabel Vilaça Pessanha Moreira/Maria Isilda Pegado/Maria José Vilaça/Maria Luísa Osório de Castro/Maria Manuela dos Santos Alves/Maria Paula Padrel de Oliveira/Mariana Piteira Santos/Matilde Sousa Franco/Michel Renaud/Miguel Brito Correia/Miguel Nuno Reis Cunha/Nuno Álvares de Sá Potes Cordovil/Nuno Gonçalves Morgado/Nuno Magalhães Guedes/Patrícia Moraes Sarmento/Paula Pimentel/Paulo Adragão/Pedro António Vaz Cardoso/Pedro Vassalo/Pedro Vaz Patto/Ricardo Saldanha/Rosa Maria do Carmo Joaquim dos Santos/Rui Gonçalves/Simão Pedro Patrício Empis/Sofia Alegria Barahona de Lemos/Sofia Costa Guedes/Sofia Garrett/Teresa Tovar/Teresa margarida Aires de Campos/Tiago Caires Teixeira/Vasco Mina

quinta-feira, março 13, 2014

Na morte do Senhor D. José Policarpo, Patriarca Emérito de Lisboa




Nunca conheci pessoalmente o Senhor D. António Ribeiro, o primeiro Patriarca de Lisboa da minha vida, (no sentido de que de cuja existência me dei conta...). Com ele só recordo ter vivido duas coisas: uma que já aqui contei no Blog (num post na morte do Senhor D. António Reis Rodrigues) e outra que muito me impressionou e que foi ter visto o senhor ás portas de Roma (nas últimas portagens) a receber as dezenas e dezenas de camionetes que transportavam os peregrinos (que em 1983 fomos agradecer ao Papa João Paulo II a sua primeira visita a Portugal) numa espera que lhe custou uma boa quantidade de horas entre a primeira que chegou e a última. Foi para mim um exemplo impressionante do que era um Pastor.

Com o Senhor D. José a primeira recordação que tenho foi o anúncio de que havia sido nomeado Arcebispo-coadjutor do Senhor D. António Ribeiro (o que queria dizer lhe sucederia). A notícia chegou-me pelo Padre que mais estimo e impressionou-me o brilho e entusiasmo do seu olhar quando nos contou, estávamos, um grupo de amigos, reunidos na sua Paróquia a fazer Escola de Comunidade.

E depois veio o primeiro encontro pessoal com ele. Ainda o Patriarcado era no Campo Santana. Fins de 1997. O assunto era o aborto. Daí em diante, quando nos encontrámos o assunto foi sempre a nossa intervenção de católicos na cidade . Contávamos o que andávamos a fazer, respondíamos ás suas perguntas e escutávamos o seu juízo. Escrevo no plural porque creio rara vez terá sido a que não estive acompanhado nesses encontros por outros com quem partilho a condução dos movimentos cívicos pela Vida e pela Família e a intervenção na política.

Que recordações guardo? A primeira e mais forte a de um Homem de Deus e um Pastor consciente da sua missão. Muito inteligente e com uma grande preocupação cultural. Com um sentido do relativismo da época histórica (que aos tempos se sucedem outros tempos) e também em relação com isso um homem "de Estado" mas em relação à instituição Igreja portuguesa. Muito prático e realista (tinha presente as condicionantes operacionais e logísticas de qualquer iniciativa). Um empreendedor que sabia reconhecer os seus sucessos e insucessos. Um homem da sua época em termos de geração, amizades e preocupações. Agudo no juízo sobre as questões que nos preocupavam. De trato simples e franco nos comentários que fazia sobre situações ou pessoas.

Estou-lhe por isso muito grato. Pelo privilégio desses encontros. Pelo que nessa relação, com tudo o que uma relação implica,  aprendi sobre a Igreja. E me fez desejar a unidade com os pastores a quem Deus confia a sua Igreja, estimar a missão que lhes está confiada e também perceber que o que se nos pede, a nós fieis católicos, é uma amizade empenhada e verdadeira com os senhores, para ajudar a que seja visível no mundo o que nós encontrámos e  todo o coração humano anseia: Jesus Cristo, Redentor do Homem.

Senhor D. José: rezarei por si. Reze por nós também. Por aqueles que estamos a procurar servir o Bem Comum na cidade dos homens. Pelas nossas famílias e pelas iniciativas em que estamos empenhados. Obrigado!

segunda-feira, março 10, 2014

Co-Adopção: quem tem medo do referendo?

Co-adopção: quem tem medo do referendo?

ANTÓNIO PINHEIRO TORRES  Público, 10/03/2014
Na política, como na vida, o medo é sempre mau conselheiro.
Por circunstâncias da minha vida tornei-me uma testemunha privilegiada da experiência democrática dos referendos. Integrei a liderança de um dos lados em dois deles (aborto em 1998 e 2007) e fui director de campanha de duas Iniciativas Populares de Referendo (2006 e 2010). Pude assim assistir e participar na fantástica libertação de energias cívicas que todas essas ocasiões proporcionaram.
Independentemente do lado que cada um então integrou, o debate intenso e apaixonado, a mobilização de uma inteira sociedade, as realidades associativas que estes suscitaram, o conhecimento aprofundado dos temas subjacentes, foram frutos constantes dessas experiências. Constato porém que apesar disso no corrente debate sobre a realização de um referendo sobre a co-adopção e a adopção gay, o instituto mete medo a muitos.
Mete medo, primeiro que tudo, a quem no fundo lhe deu causa quando abusando do mandato parlamentar, porque sem programa que o autorizasse, decidiu impor a sua vontade (minoritária no próprio partido) invocando uma consciência que o eleitorado não sufragou. Na verdade e em Portugal vota-se numa lista de candidatos e não, como em outros países e sistemas, em candidatos escolhidos pelo método da preferência, e onde, aí sim, os candidatos dão a conhecer a sua consciência e os eleitores a sufragam ou não com o seu voto.
Mete medo a todos aqueles para quem o referendo só é adequado se servir os próprios propósitos: exige-se quando não se gostou do resultado do anterior, nega-se quando se tem maioria no parlamento (ou se sonha ou deseja com muita força tê-la). Os mesmos que se agitam contra o referendo da co-adopção e da adopção gay são aqueles que em 2006 o recusaram na procriação artificial (pedido por 82 mil cidadãos) e em 2010 o recusaram no casamento gay (pedido por 92 mil cidadãos). Como já o tinham recusado em 2001 para a despenalização do consumo da droga (65 mil cidadãos) e berrarão contra o mesmo em qualquer tema da sua agenda de experimentação social.
Mete medo também a quem prefere prosseguir objectivos em terreno propício (os media, os corredores do parlamento, os esconsos das instituições governamentais) a vir a campo, de cara descoberta, terçando razões, esgrimindo argumentos, testemunhando a sua experiência, indo ao encontro das pessoas reais que habitam as nossas aldeias, vilas e cidades, e humildemente submetendo-se ao juízo que estas venham a fazer sobre a questão em disputa. Ou seja, têm medo, todos aqueles que independentemente da sua orientação, posicionamento e pertenças, estão tão convencidos da sua superioridade moral e politicamente correcta, que consultar o povo é uma maçada insuportável.
Mete medo, porque acontecendo o debate, existe a possibilidade de que aí se torne claro que com a co-adopção não se visa mais do que dar cobertura legal a duas práticas que uma lei do tempo do Partido Socialista proíbe: a inseminação artificial e as barrigas de aluguer. Ou dar cobertura legal a adopções individuais obtidas em fraude á lei (que interdita estas, por uma lei do tempo do Partido Socialista, quando por uniões do mesmo sexo). Ou, pior, com o debate, fique bem demonstrado que não existe qualquer problema com o cuidado ou a tutela legal das crianças que vivem integradas nessas uniões, mesmo na circunstância mais dramática da morte, como quem tem a prática dos tribunais e do direito dos menores e da família, bem sabe e testemunha.
Mete medo, por fim, o facto de se poderem realizar dois debates num só (que se trata de um só tema dizem-no os próprios proponentes do projecto no seu preâmbulo). E, mete medo no debate da adopção gay se possa tornar evidente como estando uma criança numa instituição para ser adoptada e existindo um casal (um homem e uma mulher) para a adoptar não há dúvida nenhuma (porque a psicologia assim o diz e, o bom senso o torna evidente) que não faz qualquer sentido entregar essa criança a uma união do mesmo sexo. Não porque estas sejam incapazes de cuidar de uma criança mas porque não se justifica oferecer a uma criança abandonada, senão o melhor e o ideal. E porque se sabe que não faltam casais (homem e mulher) dispostos a acolhê-las.
Mas na política, como na vida, o medo é sempre mau conselheiro. E quando se aproximam os 40 anos do 25 de Abril não vejo melhor forma de celebrá-lo na sua vertente de liberdade política do que realizando este referendo em que o medo do debate de uns não se sobreponha à vontade livre e maioritária que todos poderemos ser chamados a exprimir.
Dirigente de movimento cívicos desde 1997