terça-feira, janeiro 31, 2006

Contra a OTA e TGV: marchar, marchar!

Em http://www.petitiononline.com/atpr2005/petition.html encontrei esta Petição que subscrevi imediatamente. Não posso estar mais de acordo!
Até este momento já a subscreveram 2986 pessoas. Faça-o também (é muito simples e não demora nada)!

To: Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-Ministro e Ministro da Economia

Tem vindo a ser objecto de aceso debate a decisão do Governo referente à instalação da rede TGV em Portugal, e à construção de um novo Aeroporto na Ota. É indiscutível que ambas as obras importarão a mobilização de astronómicas somas de dinheiro, que hão-de provir do Orçamento Geral do Estado, ou seja, tais obras serão financiadas pelos Contribuintes Portugueses, seja directamente, seja pelas garantias ou benefícios que o Estado sempre dá ao sector privado. Lembremo-nos das SCUTs. E é bem sabido como, no fim das obras promovidas pelo Estado, a factura é sempre, sem que se conheça uma única excepção, muitíssimo maior do que inicialmente foi anunciado para as justificar. Lembremo-nos dos Estádios de Futebol, da EXPO, do Centro Cultural de Belém, da Casa da Música, do Alfa Pendular, das IPs, etc., etc., etc. No Diário de Notícias de 27 de Julho de 2005, foi publicado um Manifesto subscrito pelos mais Ilustres Economistas do País, representando um amplo leque de opinião e provindo de diversos quadrantes políticos, em que se conclui, mais do que a inutilidade de tais obras, pela sua inoportunidade, e pelos negativos efeitos que terão na economia nacional. Em estudo recentemente realizado, parece ter-se concluído que, apenas no que toca ao TGV, a obra vai impôr a cada contribuinte um encargo de cerca de € 1.500,00. Note-se que se trata de um encargo médio, ou seja, haverá contribuintes que verão este encargo multiplicar-se por dez, cem, mil... E ainda falta a Ota... Em obra de tal monta, e com tais consequências, parece aos dois primeiros signatários que o Governo haveria de auscultar os cidadãos, em lugar de, “unilateralmente” decidir – com a arrogância e a sobranceria que tem vindo a demonstrar – iniciá-la. O estado da Economia Portuguesa não se compadece com gastos escusados e sumptuários como estes. Basta pensar que, como afirmou Miguel Beleza à SIC no próprio dia 27 de Julho, se tivessem sido feitas as obras de adaptação da linha férrea Lisboa-Porto aos novos comboios Alfa Pendular, a viagem duraria cerca de duas horas, ou seja, uma escassa meia-hora mais do que em TGV... E o Aeroporto na Ota importaria um enorme dispêndio de tempo no percurso até ou desde Lisboa, de tal forma que tal percurso demoraria mais do que a duração do próprio voo Lisboa Madrid... É imprescindível que os eleitores sejam ouvidos em tais matérias, pela sua seriedade e consequências. É tempo de os Contribuintes exigirem rigor na despesa pública e de imporem que o Estado efectivamente os respeite. Assim, os abaixo assinados, por subscreverem o Manifesto publicado no Diário de Notícias de 27 de Julho de 2005, instam os Poderes Públicos a promover um alargado período de debate público prévio a qualquer tomada de decisão nestas matérias que implique a assunção de responsabilidades financeiras, directas ou indirectas, do Estado, devendo o Governo facultar os Estudos que, do seu ponto de vista, justificam a realização dos projectos da rede TGV em Portugal, e a construção de um novo Aeroporto na Ota.
Sincerely,

Pela língua portuguesa, lutar, lutar!

Recebido de um amigo:

"Amigos

Isto sim....são designios Nacionais, mais importante que todas as eleições.

Subscrevam e divulguem.
Encontra-se em subscrição uma petição que tem por objectivo tornar oficial o idioma português na ONU, à semelhança do que já sucede com o Árabe, Chinês,Espanhol, Francês, Inglês e Russo. Enquanto português e herdeiro de um legado linguístico e cultural com quase nove séculos de existência, que ao longo da sua história teve o condão de espalhar-se pelos vários cantos do Mundo, creio que esta é uma iniciativa merecedora da atenção de todos nós:http://www.petitiononline.com/AB5555/petition.html "

Blair e a liberdade de educação

Um comunicado recente do Fórum para a Liberdade de Educação veio recordar este facto:

"Como exemplo da importância do movimento em curso em toda a Europa, no sentido de uma maior liberdade de educação, o Fórum entregou ainda a cada deputado da Comissão um exemplar do livro branco do governo inglês para a Educação, “Padrões Mais Elevados, Melhores Escolas para Todos – Mais Escolha para os Pais e os Alunos” (disponível em www.liberdade-educacao.org - área da Documentação, 1. Aspectos Gerais, Inglaterra, "Higher Standards, Better Schools For All - More choice for parents and pupils" e "Sumário do Livro Branco sobre Educação)."

Vale a pena a visita!

Conferências "Pensamento de João Paulo II" (no centenário de Maria Ulrich)

Fundação Maria Ulrich
Inserido nas Comemorações do Centenário do Nascimento da Maria Ulrich
Rua Silva Carvalho, 240 r/c
1250-259 LISBOA
Tel.: 21.3882110 Fax: 21.3830135
E.mail:fundmariaulrich@clix.pt


João Paulo II

CONFERÊNCIAS


Tema I – “Totus Tuus”
Nossa Senhora na vida do magistério do Papa
(as consagrações, os documentos, a oração pessoal do Papa. Rosário, os santuários… o ecumenismo)
Orador: Madalena Fontoura
Data: 24 de Janeiro, às 18H

Tema II– A Misericórdia de Deus (o pecado, a reconciliação, o perdão pedido, oferecido e recebido; a evangelização como anuncio de misericórdia…)
Orador: Pe. Pedro Quintela
Data: 21 de Fevereiro, às 18H

Tema III – Jesus Cristo, Redentor do Homem (a centralidade de Jesus Cristo…; O anúncio de Cristo vs os Valores; as grandes opções pastorais: viagens, movimentos, canonizações… apontar para Cristo)
Orador: Cón. João Seabra
Data: 21 de Março, às 18H

Tema IV – O Evangelho da vida e da família.
(O Papa da defesa da vida, a Família no centro de todas as preocupações e a solução)
- Documentos, Teologia do Corpo
- Acções
Orador: Pe. Duarte da Cunha
Data: 26 de Abril, às 18H

Tema V – Passos na Transformação da História
- Das viagens à mudança dos regimes
- A Paz e a Religião
- O desenvolvimento e o cuidado da pessoa humana
- Ir ao encontro da realidade
Orador: Aura Miguel
Data: 23 de Maio, às 18H
“Educar em qualquer idade é fazer crescer”
Maria Ulrich

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Embriões e Política partidária (por Daniel Serrão)

Em Novembro passado e no interior do PP houve acesa polémica sobre a questão da utilização de embriões para a investigação cientifica. Nessa discussão veio à baila e foi esgrimido o nome do Professor Daniel Serrão. Em 6 de Dezembro passado, o mesmo veio na Ecclesia, dizer de sua justiça, como se segue:
"A propósito do debate parlamentar da futura lei relativa à procriação medicamente assistida foram publicadas, na imprensa, referências ao meu nome para sustentar o apoio a uma decisão legislativa que venha a permitir o uso de embriões humanos em investigação científica.Ora é bem conhecida da opinião pública a minha posição. Não aceito que haja embriões humanos sobrantes ou em excesso, nem aceito que, quando os haja, sejam disponibilizados, como coisas sem valor, para investigação destrutiva.Se aprecio, claro está, que os políticos tenham em boa conta as minhas opiniões, como cidadão independente e conhecedor dos problemas éticos e científicos do uso de embriões humanos, custa-me verificar que as referências que me fazem não são exactas e podem induzir em erro os leitores de jornais diários e semanários.Tudo o que se refere à procriação humana é tema da maior delicadeza porque constitui uma interferência médica (e política) na mais íntima das relações entre homem e mulher e no acto de maior significado biológico, cultural e social que é a fecundação e a constituição de um novo ser vivo da espécie humana.Daqui resulta que um casal que não consegue atingir este objectivo se sinta doente e procure ajuda médica que, entre outras possibilidades, contempla a de constituir embriões fora do corpo da mulher entregando-lhos, depois, para que esta os possa criar. Este método é pouco eficaz e, em certas fases, não pode ser controlado tecnicamente nem cientificamente pelo que acontece a constituição de embriões humanos em número superior aos necessários para as tentativas de obtenção de gravidezes.Estes embriões em excesso, resultantes das fases aleatórias de uma técnica imperfeita, são entes vivos da espécie humana, cuja vida é conservada pelo frio, mas criaram e criam um problema ético gravíssimo que os biólogos da procriação não sabem resolver e que acaba por ser devolvido aos Juristas e aos políticos para que decretem o seu destino, de viverem ou morrerem, por meio de leis apropriadas.Não é tarefa fácil. No plano ético, que não é deliberativo mas deve anteceder a intervenção do direito e da política, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida deu um Parecer o qual, no número 22, admite que o princípio do respeito absoluto pelo direito do embrião à vida e ao desenvolvimento possa sofrer uma excepção, em circunstâncias e sob condicionalismos estritamente definidos e só em referência a embriões já excluídos de qualquer outra intervenção que lhes possa salvar a vida, já precária; excepção esta que permita o seu uso em investigação científica relacionada com a biologia do embrião e com o processo de fertilização.Decidi, como Membro do Conselho, abster-me na votação deste número 22 do Parecer e apresentei a declaração de voto que está publicada e a seguir transcrevo: “ Pessoalmente, como cidadão vinculo-me aos princípios da ética personalista por entender que é a que melhor defende os direitos humanos e a dignidade humana. Assim, aceito o princípio que reconhece no ser vivo da espécie humana desde a constituição do zigoto até à morte natural, o estatuto e a natureza de um ser vivo pessoal, com um intrínseco valor de humanitude do qual se deduz o direito absoluto à vida e ao desenvolvimento. A pessoalidade e o estatuto moral do embrião (como o da criança, do adulto, do velho) não são qualidades acidentais que outrem — os progenitores, os médicos, os legisladores ou a sociedade - lhes atribuem, mas são sim, potências intrínsecas da sua natureza própria. As capacidades mentais, como a organização das percepções ou a decisão livre, por exemplo, no quadro do que se designa por auto-consciência ou sentimento de si (A. Damásio), estão contidas na informação génica que obriga o embrião a constituir, sempre, salvo intervenções exteriores aleatórias, um cérebro humano que é humano já antes de poder exibir tais capacidades que irão permitir representar o mundo por ideias abstractas ou promover livremente decisões éticas e outros comportamentos específicos dos seres humanos adultos. Do meu ponto de vista personalista, retirar a um embrião humano o direito à vida biológica e ao desenvolvimento pessoal é destruir, intencionalmente, um universo de realizações pessoais, imprevisível quanto às suas futuras expressões somáticas e psíquicas, mas de indiscutível e única qualidade humana.Não obstante esta minha posição pessoal não votei contra a derrogação prevista no número 22 porque não é a doação, em condições excepcionais e controladas (números 23 e 24), de alguns embriões excedentários crio preservados, que retira a estes embriões o direito à vida e ao desenvolvimento. Quem colocou estes embriões na infeliz situação de excluídos de qualquer projecto parental - situação que, na maioria dos tratamentos por fertilização in vitro, é técnica e cientificamente evitável, sem prejuízo significativo no sucesso do tratamento - é quem tem a responsabilidade pela deplorável situação na qual esses seres humanos são colocados. Os embriões, a partir de cinco ou mais anos de crio preservação, e alguns antes, são quase todos moribundos, impróprios para transferência intra-uterina que, aliás, não é desejada nem é permitida pela mulher e só têm um único destino que é a morte biológica. Não é o uso em investigação que os mata; de facto, apenas antecipa uma morte inevitável.O meu voto de abstenção foi, portanto, proferido em atenção a quantos pensam que, no quadro de uma ética relativista e deliberativa, a decisão de permitir o uso condicionado de embriões excedentários crio preservados em investigação com finalidade "beneficente para a humanidade" devidamente comprovada, tem qualidade ética superior à decisão de, simplesmente, os deixar morrer, como consequência da condição de abandono mortal inevitável em que foram colocados. Do meu ponto de vista, repito, esta condição de morte inevitável é que é eticamente inaceitável mesmo no paradigma de ética relativista.”Que alguém possa deduzir deste meu voto de abstenção que eu sou favorável ao uso de embriões excedentários em investigação científica destrutiva parece-me absurdo. Mas entendi que devia esta explicação aos leitores e à opinião pública em geral.
Daniel SerrãoProf. Jub. da F. de Medicina"

A Igreja Católica e as uniões homossexuais

Há uns anos atrás um grande amigo meu e Mestre, um Padre, dizia-me: "repara que a tragédia do nosso tempo está, em que as fronteiras da humanidade, recuaram para as fronteiras da Igreja". Neste dia e nestes anos de triunfo da homossexualidade como comportamento normal e com todos os seus reflexos no ordenamento juridico, as palavras desse meu amigo, ganham nova consistência e dramaticidade.
Por isso neste deserto do politicamente correcto é uma lufada de ar fresco o documento da Congregação para a Doutrina da Fé, de 3 de Junho de 2003, intitulada: "CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PROJECTOSDE RECONHECIMENTO LEGAL DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS HOMOSSEXUAIS", assinada pelo actual Papa Bento XVI (então Cardeal Ratzinger).
Envia-lo-ei a quem me o pedir para pinheirotorres@hotmail.com .
"Pure, há aqui, nesta mentalidade moderna e doentia, qualquer coisa que não bate bem!" :-)

Parlamento Europeu e homossexuais: passaram-se, tá visto!

Foi hoje aprovada no Parlamento Europeu a inacreditável resolução que abaixo reproduzo!!!!
Aprovado no PE com 486 a favor, 41 abstenções e 149 contra (estou mortinho por saber qual foi a votação dos deputados portugueses...?).
Diz-se que Galileu saindo da sala onde foi julgado, terá dito "pure, si muove!". Assim, quem ainda tenha um mínimo de bom senso, dirá: "pure, tá tudo maluco!".
A Resolução é esta (prevejo será publicada com o devido destaque nas "Crónicas de Extinção do Planeta Terra", Edições Sobrevivente, 2120 D.C.):

P6_TA-PROV(2006)0018
Homofobia na Europa

0
PE 368.248
Resolução do Parlamento Europeu sobre a homofobia na Europa

O Parlamento Europeu,
- Tendo em conta as obrigações em termos de direitos humanos a nível internacional e europeu, nomeadamente as contidas nas convenções das Nações Unidas sobre os direitos humanos e na Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais,
- Tendo em conta as disposições da legislação comunitária em matéria de direitos humanos, em particular a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia[1], assim como os artigos 6º e 7º do Tratado UE,
- Tendo em conta o artigo 13º do Tratado CE, que confere à Comunidade competência para tomar as medidas necessárias para combater a discriminação em razão, nomeadamente, da orientação sexual e para promover o princípio da igualdade,
- Tendo em conta a Directiva 2000/43/CE do Conselho, de 29 de Junho de 2000, que aplica o principio da igualdade de tratamento entre as pessoas, sem distinção de origem racial ou ética[2], e a Directiva 2000/78/CE do Conselho, de 27 de Novembro de 2000, que estabelece um quadro geral de igualdade de tratamento no emprego e na actividade profissional[3], que proíbem a discriminação directa ou indirecta em razão da raça ou da origem étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual,
- Tendo em conta o nº 1 do artigo 21º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, que proíbe "a discriminação em razão, designadamente, do sexo, raça, cor ou origem étnica ou social, características genéticas, língua, religião ou convicções, opiniões públicas ou outras, pertença a uma minoria nacional, riqueza, nascimento, deficiência, idade ou orientação sexual",
- Tendo em conta nº 4 do artigo 103º do seu Regimento,
A. Considerando que a homofobia pode ser definida como um receio irracional e uma aversão relativamente à homossexualidade e as pessoas do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) baseada em preconceitos análogos ao racismo, à xenofobia, ao anti-semitismo, ao sexismo, etc.,
B. Considerando que a homofobia se manifesta nos domínios público e privado através de diferentes formas como, por exemplo, discursos de ódio e incitamento à discriminação, ridicularização, violência verbal, psicológica e física, perseguições e assassínios, discriminação em violação do princípio da igualdade e restrições injustificadas e não razoáveis de direitos, invocando, frequentemente, razões de ordem pública, de liberdade religiosa e de direito à objecção de consciência,
C. Considerando que, recentemente, uma série de acontecimentos preocupantes ocorreu nalguns Estados-Membros, conforme amplamente divulgado pela imprensa e pelas ONG, desde a proibição de manifestações do Orgulho Gay ou de marchas pela igualdade até à utilização de uma linguagem ameaçadora, cheia de ódio e incendiária por dirigentes políticos e religiosos, com a polícia a não conseguir proporcionar uma protecção adequada ou mesmo a dispersar manifestações pacíficas, manifestações violentas por grupos homófobos e a introdução de alterações nas constituições para impedir expressamente as uniões de pessoas do mesmo sexo,
D. Considerando que, simultaneamente, uma reacção positiva, democrática e tolerante nalguns casos emanou da própria população, da sociedade civil e de autoridades locais e regionais, que se manifestaram contra a homofobia, assim como de sistemas judiciais, que corrigiram as formas mais gritantes e mais ilegais de discriminação,
E. Considerando que, em alguns Estados-Membros, os parceiros homossexuais não gozam da totalidade de direitos e protecções de que beneficiam os parceiros heterossexuais e que, por conseguinte, são vítimas de discriminação e de desvantagens,
F. Considerando que, simultaneamente, um maior número de países europeus opta por avançar no sentido da garantia da igualdade de oportunidades, da integração e do respeito, bem como do reconhecimento das famílias homoparentais, e oferece protecção contra a discriminação em razão da orientação sexual, a expressão de género e a identidade de género,
G. Considerando o facto de a Comissão ter declarado o seu empenho em garantir o respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais na UE e ter instituído um grupo de Comissários responsáveis pelos direitos humanos,
H. Considerando que nem todos os Estados-Membros da União Europeia introduziram na sua ordem jurídica medidas de protecção dos direitos da população LGBT, conforme reclamado nas Directivas 2000/43/CE e 2000/78/CE, e que nem todos lutam contra a discriminação em razão da orientação sexual ou promovem a igualdade,
I. Considerando que são necessárias outras acções tanto a nível da União Europeia como a nível dos Estados-Membros para erradicar a homofobia e promover uma cultura de liberdade, de tolerância e de igualdade entre os cidadãos, assim como no âmbito da sua ordem jurídica,
1. Condena firmemente qualquer discriminação em razão da orientação sexual;
2. Convida os Estados-Membros a assegurarem por que as pessoas LGBT sejam protegidas dos discursos de ódio e da violência homófoba e que os parceiros do mesmo sexo gozem do mesmo respeito, da mesma dignidade e da mesma protecção que o resto da sociedade,
3. Exorta os Estados-Membros e a Comissão a condenarem firmemente a linguagem de ódio homófobo ou o incitamento ao ódio e à violência e a garantirem que a liberdade de manifestação – garantida por todas as convenções sobre os direitos humanos – seja efectivamente respeitada;
4. Solicita à Comissão que assegure que a discriminação com base na orientação sexual seja interdita em todos os sectores, completando o pacote antidiscriminação baseado no artigo 13º do Tratado, quer propondo novas directivas, quer propondo um quadro geral que permita abranger todas as razões de discriminação e todos os sectores;
5. Insta os Estados-Membros e a Comissão a acelerarem a luta contra a homofobia, através de meios pedagógicos – como, por exemplo, campanhas contra a homofobia nas escolas, nas universidades e nos meios de comunicação social -, bem como de meios administrativos, judiciais e legislativos;
6. Reitera a sua posição relativamente à proposta de decisão sobre o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, segundo a qual a Comissão deve assegurar que todas as formas de discriminação referidas no artigo 13º do Tratado e no artigo 2º da proposta sejam tratadas igualmente, de acordo com a posição do Parlamento sobre a proposta[4], e recorda à Comissão a sua promessa de acompanhar de perto o assunto e sobre ele informar o Parlamento;
7. Insta a Comissão a assegurar que todos os Estados-Membros transponham e apliquem correctamente a Directiva 2000/78/CE e a instaurar processos por infracção contra os Estados-Membros que não o façam; solicita à Comissão que assegure que o relatório anual sobre a protecção dos direitos fundamentais na União Europeia contenha todas as informações disponíveis sobre a taxa de crimes e violências de natureza homófoba nos Estados-Membros;
8. Insta a Comissão a apresentar uma proposta de directiva relativa à protecção contra a discriminação, baseada em todos os motivos mencionados no artigo 13º do Tratado, com o mesmo âmbito de aplicação que a Directiva 2000/43/CE;
9. Insta a Comissão a considerar a aplicação de sanções penais em caso de violação das directivas baseadas no artigo 13º do Tratado;
10. Solicita a todos os Estados-Membros que tomem quaisquer outras medidas que lhes pareçam adequadas na luta contra a homofobia e a discriminação em razão da orientação sexual e que promovam e apliquem o princípio da igualdade na sua sociedade e ordem jurídica;
11. Insta os Estados-Membros a adoptarem disposições legislativas para pôr fim à discriminação de que são vítimas os parceiros do mesmo sexo em matéria de sucessão, de propriedade, de locação, de pensões, de impostos, de segurança social, etc.;
12. Congratula-se com as iniciativas recentemente tomadas em vários Estados-Membros para melhorar a situação da população LGBT e decide organizar um seminário para o intercâmbio de boas práticas em 17 de Maio de 2006 (Dia Internacional Contra a Homofobia);
13. Reitera o seu pedido à Comissão de que esta apresente propostas que garantam a livre circulação dos cidadãos da União e dos membros da sua família, assim como dos parceiros registados de ambos os sexos, conforme referido na recomendação do Parlamento de 14 de Outubro de 2004 sobre o futuro do espaço de liberdade, de segurança e de justiça[5];
14. Convida os Estados-Membros envolvidos a reconhecerem finalmente que os homossexuais foram alvo e vítimas do regime nazi;
15. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução à Comissão e aos governos dos Estados-Membros, dos Estados em vias de adesão e dos países candidatos.


[1] JO C 364 de 18.12.2000, p. 1.
[2] JO L 180 de 19.7.2000, p. 22.
[3] JO L 303 de 2.12.2000, p. 16.
[4] Textos Aprovados, P6_TA(2005)0489.
[5] JO C 166 E de 7.7.2005, p. 58.

Ainda os crucifixos nas escolas e outros símbolos religiosos

Sr. Primeiro Ministro José Sócrates,
Tendo tomado o seu governo a decisão de promover a retirada dos crucifixos das salas de aula do nosso País, com a justificação que o estado português é um estado laico e que não se pode impôr às crianças simbolos desta ou daquela religião, venho por este meio lembrá-lo que, da mesma forma, o nosso estado laico ainda promove, apoia e estimula verdadeiros abusos religiosos aos nossos cidadãos.
Refiro-me, obviamente, entre outros, a:
- Feriado Nacional para celebrar a Imaculada Concepção de Cristo
- Feriado Nacional para celebrar o nascimento de Cristo.
- Feriado Nacional para lembrarmo-nos de todos os Santos Católicos.
- Feriado Nacional (numa 6a Feira, um dia de trabalho!) para reflectirmos sobre a morte de Cristo.
- Feriado Nacional para celebrar a Sua posterior Ressureição.
- Feriado Nacional em honra da Ascenção aos Céus de Nossa (só de alguns, recordo-lhe) Senhora Maria, mãe de Cristo.
- Feriado Nacional para honrar o Corpo de Cristo
- Feriados Municipais para honrar os Santos Católicos, padroeiros das nossas mais diversas cidades, vilas e aldeias.
- A presença das 5 chagas de Cristo na nossa Bandeira Nacional
- O Monumento do Cristo Rei, na margem Sul do Tejo, um verdadeiro símbolo Cristão colocado num lugar de grande visibilidade e, certamente, muito incómodo para todos os que, não sendo Cristãos, para lá são forçados a olhar.
- À prática, comum, dos jogadores das nossas mais diversas selecções desportivas, de se benzerem enquanto em representação do nosso país.
Haveria, como é óbvio, muitos mais exemplos a apontar, mas estou certo que o senhor será capaz de os identificar e prontamente os eliminar da nossa vida nacional.
De imediato, estou certo que o Sr. Primeiro Ministro implementará de imediato a obrigatoriedade de comparecer ao trabalho a todos os funcionários do Estado em todos os dias úteis que sejam considerados, por alguns, como um dia religioso, caso este seja um dia de semana.
A seu tempo, eliminará estes dias do calendário dos Feriados Nacionais, promovendo, desta forma, um aumento de produtividade acentuado.
Urge também proibir todos os nossos municipios de promoverem, tolerar, observar ou apoiar qualquer feriado de indole religiosa, sendo imediatamente abolidos os Santos Padroeiros das nossas cidades, vilas e aldeias.
De igual forma, estou certo que o Sr. Primeiro Ministro irá promover de imediato um concurso para a alteração e remoção de todos os elementos de índole religiosa da nossa Bandeira Nacional.
A demolição da estátua do Cristo Rei em Almada passará, por certo, a fazer parte das suas prioridades.
E estou certo que, tão logo acabe de ler esta missiva, irá instruir os presidentes das diversas Federações desportivas do País para que proíbam toda e qualquer manifestação religiosa por qualquer indivíduo que esteja em função de representação do nosso Portugal.
E, já agora, não se esqueça de proibir os sinos das igrejas de tocarem, a não ser em caso de fogo ou invasão estrangeira.
E a transmissão de cerimónias religiosas pelo canal público de televisão!
Para finalizar, Sr. Primeiro Ministro, não se esqueça de, na próxima campanha eleitoral, lembrar as Portuguesas e os Portugueses que foi o Senhor, com o apoio do Partido Socialista, que teve a coragem de tomar estas medidas, tão justas e há tanto tempo ignoradas. É que o povo é muito esquecido, e é sempre bom lembrar-lo quem foram os responsáveis por estes actos de tão grande interesse Nacional.
Certo da sua coragem, convicção e empenho na aplicação das medidas sugeridas
Subscrevo-me,
Um cidadão Português, recenseado e com grande memória.
(recebido em mail enviado por Miguel Paiva, meu ex.colega na AR, era parlamentar do PP)

domingo, janeiro 15, 2006

Post sobre EMEL

Queria fazer referência a este artigo impressionante publicado no Auto Motor: http://automotor.xl.pt/1104/200.shtm
Para quem tem esta tipicamente lisboeta, embirração instintiva com a EMEL ;-)
Embora por outro lado reconheça que não há almoços grátis...
Alguém tem de manter os passeios, tratar das ruas, pôr ordem no caos do estacionamento e a Câmara tem de viver de alguma receita concreta :-(
Mas, enfim, uma pequena atitude de incivismo, de vez em quando, consola a alma...! :-)

Autarquias amigas da Família (parabéns à APFN!)

APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
Famalicão, Gaia, Leiria e Torres Vedras:
Autarquias Amigas da Família

É com uma grande alegria que a APFN comunica que os Municípios de Gaia, Leiria e Torres Vedras aprovaram recentemente alterações ao tarifário da água para famílias numerosas, na linha do que a APFN tem vindo a reclamar. O Município de Famalicão já pratica a tarifa familiar há mais tempo, mas só agora a direcção da APFN tomou conhecimento.
Embora, em Torres Vedras, o modelo aprovado ainda esteja longe do defendido pela APFN (http://www.apfn.com.pt/Cadernos/caderno%207a4.PDF) por ser apenas para famílias com seis ou mais elementos, congratulamo-nos com a manifesta sensibilidade para a flagrante injustiça no tarifário que cada vez menos autarquias insistem em continuar a aplicar e que penaliza os casais que, contra tudo e contra todos, sobretudo o próprio Estado, continuam a ir além de um ou dois filhos. A APFN espera que, em breve, todos estes municípios adiram em pleno à Tarifa Familiar da Água, assim como às restantes medidas preconizadas por nós (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Jul2005/apfn.htm ).
Famalicão, Gaia, Leiria e Torres Vedras vêm, assim, acrescentar o seu nome às Autarquias Amigas da Família que foram sensíveis ao defendido pela APFN (por ordem de adesão): Sintra, Coimbra, Lisboa, Porto, Ribeira Grande, Condeixa, Aveiro, Portimão, Évora, Vila Real, Ponta Delgada, Viseu, Câmara de Lobos e Odemira.
A APFN espera que este exemplo seja seguido pela Assembleia da República e pelo Governo central, que continuam indiferentes ao gigantesco défice demográfico, para além da anunciada inevitável e consequente alteração ao regime das reformas, designadamente idade mínima e valor.
Recorde-se que, desde 1982, Portugal tem vindo a apresentar um crescente défice de nascimentos, actualmente de mais de 55.000 por ano, o que eleva este défice a mais de 870.000 crianças e jovens (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Set2005/apfn1.htm), motivo pelo qual têm vindo a ser anunciadas inevitáveis alterações ao sistema de reformas, mas sem que, inexplicavelmente, sejam adoptadas medidas de apoio aos casais com filhos, para que possam ter os filhos que desejem sem serem penalizados por isso, a não ser que se divorciem ou se separem, conforme queixa já apresentada ao Provedor de Justiça.
A APFN apela ao Governo e à Assembleia da República que acordem do seu sono longo e profundo e adoptem, com urgência, medidas de apoio à natalidade à semelhança do já adoptado, com sucesso, há vários anos pela esmagadora maioria dos países europeus .
A APFN apela, ainda, ao Governo que passe a falar verdade, seguindo o exemplo do Ministro das Finanças, em vez de se refugiar em estudos propositadamente falseados para justificarem a sua inacção e prossecução e intensificação da política anti-família e anti-natalista que Portugal tem seguido nos últimos 30 anos, com os resultados cada vez mais dificilmente disfarçáveis.
Finalmente, a APFN apela a toda a sociedade portuguesa para não ficar, inutilmente, à espera das indispensáveis e inevitáveis medidas do Poder Central, uma vez que, todos podemos fazer algo, como é o caso dos Municípios Amigos da Família acima enumerados e das mais de 600 empresas que já dão facilidades a famílias numerosas, por saberem que o problema da insustentabilidade da Segurança Social só poderá ser enfrentado com o aumento do número de famílias numerosas. Por isso, em particular, e algo que todos podem fazer, é importante, no mínimo, acarinhar os casais que ficam à espera do seu terceiro, quarto, quinto filho, ou de ordem superior, em vez de serem vistos e tratados como atrasados mentais, com o tão habitual "Que horror! Como é que "isso" aconteceu?".
14 de Janeiro de 2006
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Para acabar de vez com a EMEL...?

Como bom lisboeta experimento uma embirração instintiva com a EMEL... :-)
Assim, quando encontrei este artigo no Automotor

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Ecografias na gravidez a 3 e 4/D

Recomendo vivamente a visita ao site http://es.catholic.net/ligas/ligasframe.phtml?liga=http://www.createhealth.org/p_gall.html Encontram-se lá imagens como em referência.
Como uma vez me dizia um participante numa Universidade de Verão da JSD: depois de se ver isto, nem se precisa de dizer mais nada...! :-)

Até o Azeite, Senhor! Queremos os galheteiros de volta!

A gente lê e não acredita. Por razões de higiene e segurança alimentar, a partir de hoje, o azeite, nos restaurantes, só pode ser servido à mesa, em pacotes (!!!!!!) ou garrafas fechadas (fica carissimo o prato de bacalhau!)...!!!!!!
E assim vai perdendo gosto e pitoresco a nossa vida...
Vamos fazer uma sociedade tão perfeita, que ninguém mais terá de ter cuidado com nada: o cliente na escolha do restaurante, o proprietário na compra do azeite, os empregados em ver que nada se estrague. E onde não existe drama: o galheteiro que se entorna por um gesto impensado ou simples falta de jeito, o excesso ou penúria no azeite que se deita no prato (nã é preciso aprender: a dose calibrada é quanto basta).
Vamos fazer uma sociedade em que (se escaparmos à eutanásia...) podemos morrer saudáveis por ordem do Governo aos 120 anos, usando os órgãos de substituição dos nossos clones, as células estaminais dos embriões que criámos para o nosso Halzeimer, etc.
Por mim desde já declaro: terão a minha preferência os restaurantes onde clandestinamente o azeite virá num galheteiro, perante a cumplicidade dos restantes clientes e enquanto um criado, depois de correr as cortinas, vigia a rua e previne da aproximação de um polícia da segurança alimentar...!

Ministro das Finanças declara insustentabilidade da Segurança Social

[texto do comunicado da APFN a que pertenço e presidida pelo meu amigo Fernando Ribeiro e Castro]

Poucas semanas depois de o Governo ter apresentado pomposamente o Relatório de Sustentabilidade da Segurança Social (RSSS) - Anexo 3 ao Orçamento para 2006, o Ministro das Finanças acaba de publicamente de declarar na RTP, no programa "Prós e Contras" a sua insustentabilidade, dando razão ao que a APFN tem vindo a denunciar nos últimos anos: a desastrosa política familiar que o país tem vindo a ter nos últimos 30 anos, e a que este Governo tem dado continuidade, põe totalmente em causa os alicerces do "Estado social".

Recorda-se que no passado dia 18 de Outubro, a APFN emitiu comunicado a denunciar esta situação (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Out2005/apfn.htm): o Governo declarava a sustentabilidade da Segurança Social partindo de uma projecção da população totalmente irrealista, pressupondo que o índice sintético de natalidade, que não pára de descer, iria passar a aumentar dos actuais 1.4 para 2.0 em 2050!

Isto é exactamente o mesmo que o Governo declarar que vai acabar com o flagelo dos incêndios nas florestas porque, já a partir do próximo ano, vamos passar a ter chuva todos os dias no Verão!


Como o Ministro das Finanças bem sabe, e ao contrário do que o Governo escreveu no referido relatório consultável no Portal do Governo, o país não poderá resistir a um contínuo défice de 55000 nascimentos por ano, isto é, 6 por hora!

Para isso, é necessário que o Governo passe a falar verdade aos portugueses e adopte fortes medidas de apoio aos casais com filhos, idênticas às já adoptadas com sucesso na esmagadora maioria dos países europeus, o que faz com que a taxa de natalidade tenha vindo a crescer, em média, na Europa, enquanto em Portugal continua a diminuir todos os anos, desmentindo as falsas projecções lançadas pelo INE, e a completamente irrealista projecção usada no tal Relatório de Sustentabilidade da Segurança Social.


A APFN apela ao Ministro das Finanças e ao Governo em geral para que seja consequente, em vez de se refugiar no tristemente célebre "É a vida!", adoptando imediatamente as seguintes medidas, sem prejuízo das referidas no nosso Caderno 15 - "Família: Semente do Futuro" (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Out2005/apfn.htm):
Indexar as pensões de reforma ao número de filhos;
Acabar com o carácter anti-família e anti-natalidade do sistema fiscal, conforme queixa já apresentada ao Provedor de Justiça;
Aumentar as pensões familiares com o mesmo critério adoptado para as propinas nas universidades (actualizar para 2006 os valores que existiam em 1973).
Entretanto, as famílias continuam a saber que, se quiserem ter filhos, ou deverão divorciar-se (para poder deduzir 7500 EUR por filho) ou, então, emigrar.

10 de Janeiro de 2006APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Prostituição: realidade e ficção

Muito boa, como não podia deixar de ser, a entrevista de Inês Fontinha, hoje no Público, sobre prostituição e o trabalho desenvolvido pela associação O Ninho. Quando esta questão é abordada na comunicação social recordo sempre uma longa conversa que tivemos na sede da associação. E lembro-me de ter saído de lá com esta certeza: face a todos os problemas sociais há sempre e pelo menos duas perspectivas: a da mentalidade dominante (que domina a comunicação social) e a de quem vive o problema no terreno, para quem não há temas, mas rostos.
Nota: também o MDM veio a terreiro opor-se à legalização da prostituição. Cheira-me que esta próxima batalha civilizacional vai proporcionar alianças inesperadas! ;-)

sábado, janeiro 07, 2006

Comunicação social: a excitação do momento

De Pedro Afonso, cujos textos por vezes publico aqui (uma análise lúcida):

A excitação do momento

Há algum tempo atrás, houve uma pessoa que me disse que não via telejornais, preferindo manter-se informado através de alguns jornais e da Internet. Justificava-se com o facto destes serem demasiado populistas, sensacionalistas, recorrendo a critérios editoriais duvidosos. Dava como exemplo, o conteúdo dos jornais televisivos serem quase exclusivamente preenchidos com três tipos de notícias: “a excitação do momento”, fait-divers e futebol.

Depois de reflectir, tenho que lhe dar alguma razão, senão vejamos: “a excitação do momento” corresponde à notícia de primeira página, àquele assunto em que toda a gente fala. O tema preenche páginas e páginas de jornais, abre telejornais e gera acesas discussões nos cafés, nos locais de trabalho, em encontros de amigos, etc; enfim, é o assunto da moda, sobre o qual todos discutem e têm uma opinião. Como exemplo temos: o processo da casa pia, os incêndios que assolaram o país no verão, os casos de autarcas com processos judiciais, e agora mais recentemente, a gripe das aves.

Todos estes casos empolgaram a opinião pública, arrastando-se nos vários serviços noticiosos por dias ou mesmo semanas, por vezes até à saturação geral. Porém, estas notícias partilham algumas particularidades: têm uma penetração transversal na sociedade, uma vez que interessam desde o mais humilde analfabeto até ao ilustre professor universitário. Suscitam habitualmente controvérsia ou são motivo de escândalo social. Geram, com efeito, um sentimento generalizado de justiça popular, criando uma dicotomia entre “os bons e os maus”. Evidentemente que toda a gente quer ficar do lado “dos bons”, e por isso, há que encontrar rapidamente os responsáveis pelo sucedido, fazendo-se julgamentos sumários. Na maioria das vezes, as vítimas são os políticos – visto serem aqueles que detêm o poder.

Mas existem outros ingredientes que conduzem ao sucesso destas matérias. Muitas histórias divulgadas na comunicação social têm uma componente sádico/masoquista. É neste capítulo que incidem todos os crimes, e toda a produtividade hedionda que os psicopatas nacionais (e internacionais) conseguem ter. Destacam-se ainda as notícias que projectam – de forma directa ou indirecta – os nossos medos, originando um sentimento individual (ou colectivo) de insegurança (por exemplo, o risco de pandemia, a catástrofe natural, etc.).

Regra geral, a notícia de primeira página tem que gerar fortes sentimentos nas pessoas; ou seja, têm que produzir uma reacção emocional. Esta característica é um elemento fundamental para o seu sucesso. Funciona, de resto, como um elo de ligação; o elemento que lhe dá a penetração social e a universalidade. Isto porque, independentemente da classe social ou do nível de instrução, todos partilhamos desses sentimentos: revolta, indignação, piedade, medo, vingança, etc.

Identificada a notícia falta agora transformá-la “na excitação do momento”. Isso consegue-se em parte à custa da repetição, como se tratasse de uma ideia obsessiva que parasita os nossos cérebros. Subitamente, sem nos apercebermos muito bem como, ela sobe ao “top 10” das nossas preocupações. Inevitavelmente, ao fim de algum tempo, a notícia esgota-se, atingindo o seu limite de vida, mas depressa se arranja outra para a substituir e o ciclo reinicia-se.

O grande perigo de tudo disto é a visão redutora com que se fica da realidade. Muitos outros factos importantes que ocorreram entretanto passaram despercebidos, porque não tiveram espaço e capacidade para competir com “a excitação do momento”. Quem está mais atento sabe perfeitamente do que estou a falar.

Não está em causa evidentemente a importância de muitas destas notícias, o que é questionável é a sua transformação numa espécie de “sanguessuga gigante”, que domina por completo toda a actualidade. Afinal de contas, todos nós perdemos com isto, uma vez que ficam muitos problemas relevantes por debater e resolver.

Sabemos ainda que, por razões de sobrevivência económica, muitos órgãos de comunicação social acabam por ceder “à ditadura das audiências”. No fundo, são as audiências quem determina aquilo que deve ter mais enfoque ou não. Todavia, ao contrário do que acontece com as ditaduras políticas, em democracia nós temos o direito à indignação! Não podemos consentir que a actualidade se transforme numa novela, ou num reality show.

Afinal, no fundo, no fundo, todos nós partilhamos as mesmas preocupações!...


Pedro Afonso

pedromafonso@netcabo.pt

Gripe das Aves?

Aqui vai uma cunha para ser atendido com prioridade nos Hospitais Portugueses.Está doente?Dirija-se a um hospital.E diga que lhe morreram as galinhas todas, e que agora está doente.Fazem-lhe todos os exames....e com sorte ainda aparece na televisão.
(recebido em Novembro passado do meu ex.colega de gabinete no parlamento :-)

Escolas e Crucifixos: "Gandas" laicos!

Nunca se estará suficientemente agradecido à Associação Laicidade e República pelo inestimável serviço que vem prestando aos católicos de os tornar mais serenos, fortes e confirmados...!:-)
Sobretudo por mostrarem bem que gato escondido com rabo de fora se encontra no discurso "laico" de alguns...
Uma prova mais? A carta de Ricardo Alves (secretário da dita associação), hoje vinda à estampa no jornal Público onde a páginas tantas surge esta pérola: "Quem tal afirma entende a laicidade -erradamente - como um totalitarismo simétrico do totalitarismo católico inquisitorial (...)".
Estamos entendidos...para esta gente, o catolicismo é um "totalitarismo inquisitorial"...!
A posição não admira se atendermos às raízes filosóficas e institucionais da concepção laicista: na muito melhor das hipóteses os homens poderão ter a liberdade de professar diversas religiões, mas ai da religião que se afirmar como verdadeira! Uma cambada de totalitários, é o que é! :-)

terça-feira, janeiro 03, 2006

Um milhão de homossexuais: tá tudo maluco ou quê?

Seja pelos excessos das festas (alimentares e a euforia dos reencontros familiares, idas ao cinema com os filhos e sobrinhada, etc.) seja pelo "choque" (que por vezes faz com que o nosso cérebro apague a informação recebida mesmo antes dela ser processada), seja porque já nada espanta, neste país enebriado com a homossexualidade e toda uma panóplia de assuntos dantes relegados para revistas da especialidade, acabei por deixar de lado a última edição do jornal Expresso e a revista Única (que curiosamente revela que num inquérito telefónico existia uma maioria clara dos inquiridos a exigir a realização de um referendo sobre o aborto e também dispostos a dar uma resposta Não à descriminalização do mesmo). No entanto a primeira página do jornal afirmava prazenteira que "Há um milhão de homossexuais em Portugal"!!!!!!
Graças a Deus ainda há quem esteja desperto e atento e em http://ciberjornalismo.com/pontomedia/?p=390 desmascare uma sondagem sem qualquer credibilidade e lendo a ficha técnica nos revele queo título referido não tem qualquer fundamento.
Eis como os Blogs podem ser o melhor serviço público...