domingo, fevereiro 12, 2006

O Papa Bento XVI, a defesa da Vida e o Amor de Deus

Defender a vida humana é um ato de amor que exige amor, declara PapaUma cultura que se baseia «na atenção aos demais, sem exclusões ou discriminações», assegura CIDADE DO VATICANO, domingo, 5 de fevereiro de 2006 (ZENIT.org).- Bento XVI explicou este domingo que a defesa da vida humana, tanto nascente como em sua fase terminal, constitui um autêntico ato de amor por toda pessoa. Assim explicou ao rezar a oração mariana do Ângelus junto a milhares de peregrinos, no dia em que a Igreja celebrava na Itália e em outros países a Jornada para a Vida. Escutavam o Papa vários milhares de peregrinos congregados na praça de São Pedro, no Vaticano, entre os que se encontravam membros do Movimento para a Vida da Itália, que estavam acompanhados pelo cardeal Camillo Ruini, bispo vigário do Papa para a diocese de Roma e presidente da Conferência Episcopal Italiana. «Inclusive antes de empreender iniciativas operativas, é fundamental promover uma adequada atitude para com o outro», afirmou o pontífice, recolhendo a mensagem central de sua primeira carta encíclica «Deus caritas est» (Deus é amor). Segundo o bispo de Roma, «a cultura da vida se baseia, de fato, na atenção aos demais, sem exclusões ou discriminações». «Toda vida humana, enquanto tal, merece e exige ser defendida e promovida sempre», sublinhou o Papa, falando desde a janela de seu apartamento. O próprio Papa reconheceu que «esta verdade corre o risco de ser contradita com freqüência pelo difundido hedonismo nas assim chamadas sociedades do bem-estar: a vida é exaltada enquanto é agradável, mas se tende a deixar de respeitá-la quando está enferma ou experimenta algum tipo de deficiência». Agora, segundo ele mesmo propôs, «partindo do amor profundo por toda pessoa é possível aplicar formas eficazes de serviço à vida: tanto à nascente como à que está marcada pela marginalização ou o sofrimento, especialmente em sua fase terminal». O Santo Padre recordou que uma das contribuições do pontificado de João Paulo II, particularmente com a encíclica «Evangelium vitae» (1995), foi a de «marcar os aspectos morais em um amplo contexto espiritual e cultural», confirmando «que a vida humana é um valor primário que há que reconhecer, e que o Evangelho convida a respeitar sempre». O pontífice concluiu encomendando a Maria «as mulheres que esperam um filho, as famílias, os agentes de saúde e os voluntários que se comprometem de diferentes maneiras no serviço à vida. Rezamos, em particular, pelas pessoas que se encontram em situações de maior dificuldade». Bento XVI também falou da Jornada para a Vida pouco antes, ao realizar uma visita pastoral na manhã desse mesmo dia à paróquia do Vaticano, a igreja de Santa Ana. O Santo Padre constatou que atualmente «duas mentalidades se opõem de maneira inconciliável». «Expressando-nos em termos simples, poderíamos dizer --esclareceu--: uma das duas mentalidades considera que a vida humana está nas mãos dos homens, a outra reconhece que está nas mãos de Deus». «A cultura moderna legitimamente sublinhou a autonomia do homem e das realidades terrenas, desenvolvendo assim uma perspectiva apreciada pelo cristianismo, a da encarnação de Deus», reconheceu. Mas, como afirmou claramente o Concílio Vaticano II, disse o Papa, «se esta autonomia leva a pensar que "a realidade criada é independente de Deus e que os homens podem usá-la sem referência ao Criador", então se cria um profundo desequilíbrio, pois a "criatura sem o Criador desaparece"». ZP06020502

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