quarta-feira, novembro 02, 2011

Pais substituem escola e pintam sala: um exemplo de subsidiariedade

No Público de 30 de Outubro apareceu a noticia com o título acima. "Um grupo de pais de alunos da Escola Básica do Bairro de São Miguel, em Alvalade, decidiu meter mãos à obra este fim-de-semana e pintar e arranjar as instalações. Dizem que estão cansados de ver a degradação da sala de aulas dos miúdos e, por isso, avançaram com a intervenção."
A noticia merece ser lida na versão completa (que o site do Público não tem, mas posso enviar a quem me pedir) porque tem mais e óptimos pormenores: estes pais conseguiram o patrocínio de uma marca de tintas, organizaram-se entre si em dois turnos, pintaram paredes e armários e até "estão a arranjar uma solução para evitar que os pombos pousem nos parapeitos da sala. (...) um problema de saúde pública".
Porque sublinho isto? Porque é a demonstração de que:
a) na sociedade civil existem as potencialidades e energia para resolver muitos dos problemas quotidianos sem que seja necessário o Estado (neste caso sob vestes de Câmara Municipal de Lisboa) intervenha
b) são as pessoas e não as burocracias estatais as mais aptas a dar-se a solução dos proprios problemas
c) o que se pede ao Estado em muitos dos problemas e situações com que nos defrontamos em Portugal é apenas que saia do caminho e não atrapalhe, pois nós seremos capazes com os nossos meios, engenho e arte, de nos dar a resposta que precisamos
d) estes tempos de crise e falta de verbas podem ser excelentes para nos reeducarmos na nossa responsabilidade comunitária, na partilha de tempo e recursos, na auto-organização colectiva
e) problemas públicos (de todos) como a saúde pública podem ser resolvidos pela iniciativa privada (em sentido estrito ou lato, abrangendo as instituições sociais) e são-no melhor do que pelas estruturas estatais: caras, ideológicas, ineficientes...
Ou seja, mais uma demonstração em acto do principio da subsidiariedade, impensável em tempos de governo socialista...! ;-)

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