segunda-feira, julho 18, 2011

Casamento gay e independência da Madeira

Conforme o tempo passa mais gosto de Alberto João Jardim: desempoeirado, autêntico, razoável e de bom senso político no registo politicamente incorrecto.
Vem isto a propósito do que reproduz o Público no passado dia 1 de Julho como sendo suas declarações (sobre a exibição no Funchal de bandeiras da FLAMA):
"A partir do momento em que há casamentos gay por que razão não pode haver pessoas que pensem a favor da independência?" Lol!

quarta-feira, julho 13, 2011

Europa: bem me parecia íamos por mau caminho...!

E Manuel Monteiro confirma-o e resume-o como ninguém (e com uma autoridade total) hoje no Público, neste artigo (realmente que pena quem sai de um partido do sistema, parece nunca mais encontrar espaço e poiso, nem os novos partidos conseguirem vingar...!):

Ricos sem património e com o dinheiro dos outros
Público 2011-07-13 Manuel Monteiro
Na verdade, todos falharam! Falharam os governantes, mas também falharam os iluminados do discurso fácil
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Numa conferência de imprensa, a 18 de Setembro de 1992, a propósito do Tratado de Maastricht e na qualidade de presidente do então CDS, afirmei: "Na verdade, a União Económica e Monetária queima etapas da construção europeia. Ainda não entrou em vigor o Mercado Único, ainda estamos a assistir a crises espectaculares no Sistema Monetário Europeu e já os tecnocratas exigem mais. E exigem mais no curto espaço de cinco a seis anos. Seria preferível deixar funcionar o Mercado Único e consolidar o delicado Sistema Monetário Europeu. A União proposta em Maastricht é precipitada e podemos pagar caro por isso."
Mais tarde, a 9 de Maio de 1995, tive também oportunidade de publicamente referir: "A obsessão de chegar à moeda única sacrificou a economia real a uma economia que só existe no papel. O dogmatismo com que abrimos todas as fronteiras à competição com economias bem mais fortes e novas economias bem mais baratas, ignorou criminosamente os prejuízos que daí resultam para as nossas fábricas, a nossa lavoura e a nossa pesca. (...) Em nome da moeda única, em nome da abertura indiscriminada de fronteiras e em nome do escudo caro, sacrificámos o crescimento, a produção e o emprego. Valeu a pena? Não valeu. (...). Basta referir que, na vigência deste triângulo fatal - Maastricht, GATT e SME - crescemos menos que a Europa, ficámos mais longe dela, perdemos produtividade na indústria, na agricultura e nas pescas e, como todos sabem, assistimos ao disparar em flecha do desemprego. A ferida social tem hoje actores conhecidos. É o desempregado, mas é também a classe média que teme perder o emprego; é o excluído, o pobre e o novo pobre, quantos deles vítimas da dissolução do Estado político e da desarticulação das formas tradicionais de solidariedade. A ferida social representa uma Nação doente, perante um Estado impotente para a proteger e defender. Nunca o poder político esteve tão longe da realidade. Cá, como por essa Europa fora, a ferida social provocará a falência do tal pensamento único e o fracasso dos seus representantes na classe política."
Hoje gostaria de perguntar ao então primeiro-ministro Cavaco Silva, aos que com ele governaram, e à esmagadora maioria da classe dirigente portuguesa, se têm orgulho do caminho que seguiram. Na verdade, todos falharam! Falharam os governantes, mas também falharam os iluminados do discurso fácil que preenchiam seminários e conferências anunciando a miragem de um mundo novo, do lucro fácil, da economia artificial, do sucesso sem trabalho, sem esforço, sem produção.
O que temos em mãos não é obra do acaso, é simplesmente o resultado da teimosia, da mediocridade, do arrivismo de quem busca em qualquer ocasião a possibilidade de saltar de ideia em ideia para alcançar o benefício pessoal. Sócrates conduziu-nos à falência e não tem desculpa, mas Sócrates foi apenas o filho político de vários pais menores que nos ensinaram ao longo de mais de vinte anos a ser ricos sem património e com o dinheiro dos outros.
Agora só temos duas alternativas. Ou seguimos cega e exclusivamente o que da Europa nos dizem para seguir, ou pensamos com seriedade nos avisados conselhos do prof. João Ferreira do Amaral. Com seriedade e com humildade, recordando afinal que se já o tivéssemos ouvido há mais tempo talvez não estivéssemos como estamos. Ex-dirigente do CDS-PP e da Nova Democracia

quinta-feira, julho 07, 2011

Zézinha (Maria José Nogueira Pinto): obrigado e até ao Céu!


Morreu hoje a Maria José Nogueira Pinto que conheci em 1980 quando comecei a trabalhar com o Jaime, seu marido na revista "Futuro Presente". Conhecia-a então e no tempo fomos ficando amigos de casa. Sendo momento de dor pela perda de uma amiga e pela falta que faz aos seus, é também ocasião de dar graças a Deus por uma vida dada no bom combate. Muito bem na sua memória o José Ribeiro e Castro nas suas declarações. Curiosamente ambos tínhamos jantado juntos ontem e estado a falar sobre ela a uns amigos americanos.
Na história dos nossos movimentos cívicos (pro-família e pro-vida), começada com os Juntos pela Vida em 1996/1997 ela foi decisiva (a origem mesmo) e desde então para mim pessoalmente determinante no meu envolvimento na política "oficial" e dos partidos.
Uma grande mulher, uma grande católica, uma grande portuguesa.
Na Misericórdia esperamo-la já no Céu e com ela daí contamos. Como na despedida entre o Francisco e a Jacinta (pastorinhos de Fátima): "Até ao Céu!"

sexta-feira, julho 01, 2011

A privatização da RTP 1 e Pinto Balsemão

Tenho dois receios em relação à privatização da RTP e/ou de algum ou dos dois dos seus canais: o primeiro é puramente sentimental e aquela pena de ver eventualmente desaparecer aquelas entidades ou marcas, "companhias de bandeira" (como a TAP) com as quais vivi durante 50 anos (quase...;-). O segundo é que na voragem desapareçam as RTP Internacional e África que sendo moderadamente viajado (sobretudo para paragens africanas) sei bem como são importantes para as nossas comunidades espalhadas pelo mundo e para esses países de origem lusófona com que temos especiais laços.
Mas é provavelmente verdadeiro que é mais importante desapareça essa despesa para o Estado português (que é, recorde-se, paga por nós) e que o mesmo serviço da Internacional e da África podem ser subcontratados a qualquer canal privado e por metade ou menos do actual custo e a mesma qualidade...?
Já me dá vontade inversa (ou seja, vender esses canais rapidamente) as declarações de Pais Amaral e Pinto Balsemão queixando-se da concorrência que daí adviria. Ou seja, quem louvando os valores da concorrência se tem batido e bem pela iniciativa privada na televisão, vem agora dizer: "o argumento da concorrência é bom de ser invocado para eu existir mas péssimo quando invocado por outros pela mesma razão"...
Além de que ver Pinto Balsemão (o introdutor da SIC em Portugal e através desta de toda a ordinarice em que foi pioneiro e a que depois a televisão inteira cedeu) a dizer que a privatização da RTP pode fazer baixar a qualidade da programação é uma anedota...!

Ora aí está a eutanásia...pela mão de Maria Filomena Mónica

Como era fatal (o aborto ilegal era o cimento que ainda mantinha de pé a muralha da civilização, cheia de buracos é um facto) aí está o debate da eutanásia. Agora com uma ajuda da Maria Filomena Mónica.
O lançamento do seu livro é um dos acontecimentos da semana e convém estar atento ao que daqui vai sair...
Não fora a ligação de Maria Filomena Mónica a António Barreto seria de estranhar que o lançamento do livro fosse um evento promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Foi de facto premonitório que o primeiro Encontro Vida que se sucedeu ao referendo do aborto de 2007 tivesse a Eutanásia como tema...