No Público de hoje saem duas páginas muito interessantes sobre as próximas presidenciais americanas e a candidatura de Rick Perry e o ambiente de primárias no Partido Republicano.
Fazendo referência a este último ponto o artigo tem um quadro à parte em que retoma as opiniões de Rick Perry, Mitt Romney e Michele Bachmann, sobre um conjunto de assuntos: casamento gay, teoria da evolução, aborto e, cá está, aquecimento global...Ou seja, confirma-se trata-se este último de um assunto tão ideológico como os restantes e "tabu" para a mentalidade politicamente correcta dos media e da esquerda...ou seja, não é assunto em que se os deva levar a sério e para enervá-los nada como dar-lhes para trás nisso...;-)
Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
domingo, agosto 28, 2011
Aquecimento global: eu bem me parecia...!
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A espionagem pelo SIED ao telefone de um jornalista do Público
Percebo a indignação que percorre o meio dos jornalistas quanto à espionagem ao telefone do jornalista Nuno Simas (então do Publico, agora da Lusa). Assusta-me também a sensação generalizada de que o uso de escutas telefónicas é frequente no nosso país e por isso a nossa liberdade é menor do que aquela que cremos usufruir. Pessoalmente já me asseveraram fontes muito crediveis que também eu e outros amigos das movimentações civicas a favor da Vida e da Família fomos ocasional ou permanentemente objecto de vigilância pelos serviços de informações...será verdade? O simples facto de se poder admiti-lo é já de si um triste retrato da situação...
Dito isto não será normal no caso que essa espionagem tivesse existido...? O dito jornalista escreve sobre a actividade dos serviços com caracter de regularidade. Não será função da contra-espionagem procurar assegurar-se de que não existiam nos serviços "buracos" pelos quais as informações chegavam à comunicação social e assim podiam também chegar a muitos outros meios, com prejuizo para a segurança nacional...? Questão diferente é se as ditas escutas ou vigilâncias foram efectuadas no quadro e de acordo com os procedimentos legais aplicáveis e eventual respaldo judicial.
Percebo este controle a que aludo acima é dificil, mas, bolas!, há-de existir forma de o efectuar...! E de assim nós ficarmos sossegados quanto à nossa liberdade e quanto às secretas cumprirem a sua missão que é de facto indispensável.
Nota final: como português confiado em que alguém estará a tratar da segurança de todos nós, estou muito intranquilo com:
a) que todos os dias matérias dos serviços estejam nos jornais, se saiba quem lá trabalha, como fazem e o que fazem, etc.
b) o eventual predominio da Maçonaria nos quadros dirigentes dos serviços de informações...
Dito isto não será normal no caso que essa espionagem tivesse existido...? O dito jornalista escreve sobre a actividade dos serviços com caracter de regularidade. Não será função da contra-espionagem procurar assegurar-se de que não existiam nos serviços "buracos" pelos quais as informações chegavam à comunicação social e assim podiam também chegar a muitos outros meios, com prejuizo para a segurança nacional...? Questão diferente é se as ditas escutas ou vigilâncias foram efectuadas no quadro e de acordo com os procedimentos legais aplicáveis e eventual respaldo judicial.
Percebo este controle a que aludo acima é dificil, mas, bolas!, há-de existir forma de o efectuar...! E de assim nós ficarmos sossegados quanto à nossa liberdade e quanto às secretas cumprirem a sua missão que é de facto indispensável.
Nota final: como português confiado em que alguém estará a tratar da segurança de todos nós, estou muito intranquilo com:
a) que todos os dias matérias dos serviços estejam nos jornais, se saiba quem lá trabalha, como fazem e o que fazem, etc.
b) o eventual predominio da Maçonaria nos quadros dirigentes dos serviços de informações...
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Católicos e política: um artigo óptimo de Henrique Raposo
Excelente artigo no Expresso de Henrique Raposo sobre a ataraxia política de muitos católicos: veja-se no site online deste jornal.
Com a devida vénia aqui está o texto respectivo:
Os católicos e a política
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
8:00 | Sexta feira, 26
Há sempre um ponto que me desgosta em muitos amigas e amigos católicos: é a distância em relação ao debate público e político, é o nojo fácil pela política. Isso é visível, por exemplo, no Facebook. Ali podemos ver milhentas pessoas a assumir com orgulho a identidade católica e, ao mesmo tempo, a desprezar a identidade política. Na secção "religious views", surge triunfante a palavra "católica". Na secção "political views", surge um pobre e fácil "não uso disso" ou um "são todos iguais", etc. Na revista Communio (Setembro 1988), o omnipresente Francisco Lucas Pires escreveu um artigo que é, para mim, a melhor resposta a esta pobreza apolítica de um certo catolicismo.
Nesta prosa, intitulada "Pureza de Coração e Vida Política", Lucas Pires afirma que existem duas maneiras de um cristão lidar com a esfera política. A primeira passa por aceitar que os princípios e regras da esfera política são de "outro tipo" e que, por isso, o cristão só deve ter preocupações com a salvação da sua consciência. Ou seja, o cristão deve criar uma redoma à sua volta, retirando-se assim dos debates da Cidade. Nesta via, o cristão julga-se tão puro, que não quer sujar as mãos na realidade. "Sim, sou muito católico, mas não quero nada com a política, são todos iguais".
Como já perceberam, Francisco Lucas Pires critica esta primeira via, e defende uma alternativa. Para o ex-líder do CDS e inspirador de boa parte do PSD atua l, um cristão tem o dever de lutar na Cidade, tem o dever de fazer opções públicas e políticas. Porque o leigo não é o padre a viver fora da Cidade. O leigo tem de viver no mundo, tem de produzir e/ou participar numa narrativa normativa para a Cidade, mesmo quando essa Cidade é dura e suja. Sim, a política namora com o pecado e com a mentira, mas - precisamente por causa disso - a política é o terreno propício para se apurar a "pureza de coração". Só podemos testar a nossa pureza num mundo imperfeito e duro. A redoma apolítica é uma via fácil e pouco cristão.
Portanto, numa lógica algo parecida à de T.S. Eliot, Lucas Pires diz que o cristão tem de tentar influenciar o espaço público, tem de levar os seus valores cristãos para a Cidade. O cristão não tem apenas de salvar a sua consciência: também tem de salvar a sua cultura. O cristão não é apenas um ser metafísico, também é um ser historicamente situado. No fundo, não deve existir uma separação entre a obediência moral (a Cristo, a Deus) e a vida política e colectiva aqui na Cidade dos homens. Pelo contrário: deve existir uma tensão criadora entre a ética cristã e a realidade política.
Com a devida vénia aqui está o texto respectivo:
Os católicos e a política
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
8:00 | Sexta feira, 26
Há sempre um ponto que me desgosta em muitos amigas e amigos católicos: é a distância em relação ao debate público e político, é o nojo fácil pela política. Isso é visível, por exemplo, no Facebook. Ali podemos ver milhentas pessoas a assumir com orgulho a identidade católica e, ao mesmo tempo, a desprezar a identidade política. Na secção "religious views", surge triunfante a palavra "católica". Na secção "political views", surge um pobre e fácil "não uso disso" ou um "são todos iguais", etc. Na revista Communio (Setembro 1988), o omnipresente Francisco Lucas Pires escreveu um artigo que é, para mim, a melhor resposta a esta pobreza apolítica de um certo catolicismo.
Nesta prosa, intitulada "Pureza de Coração e Vida Política", Lucas Pires afirma que existem duas maneiras de um cristão lidar com a esfera política. A primeira passa por aceitar que os princípios e regras da esfera política são de "outro tipo" e que, por isso, o cristão só deve ter preocupações com a salvação da sua consciência. Ou seja, o cristão deve criar uma redoma à sua volta, retirando-se assim dos debates da Cidade. Nesta via, o cristão julga-se tão puro, que não quer sujar as mãos na realidade. "Sim, sou muito católico, mas não quero nada com a política, são todos iguais".
Como já perceberam, Francisco Lucas Pires critica esta primeira via, e defende uma alternativa. Para o ex-líder do CDS e inspirador de boa parte do PSD atua l, um cristão tem o dever de lutar na Cidade, tem o dever de fazer opções públicas e políticas. Porque o leigo não é o padre a viver fora da Cidade. O leigo tem de viver no mundo, tem de produzir e/ou participar numa narrativa normativa para a Cidade, mesmo quando essa Cidade é dura e suja. Sim, a política namora com o pecado e com a mentira, mas - precisamente por causa disso - a política é o terreno propício para se apurar a "pureza de coração". Só podemos testar a nossa pureza num mundo imperfeito e duro. A redoma apolítica é uma via fácil e pouco cristão.
Portanto, numa lógica algo parecida à de T.S. Eliot, Lucas Pires diz que o cristão tem de tentar influenciar o espaço público, tem de levar os seus valores cristãos para a Cidade. O cristão não tem apenas de salvar a sua consciência: também tem de salvar a sua cultura. O cristão não é apenas um ser metafísico, também é um ser historicamente situado. No fundo, não deve existir uma separação entre a obediência moral (a Cristo, a Deus) e a vida política e colectiva aqui na Cidade dos homens. Pelo contrário: deve existir uma tensão criadora entre a ética cristã e a realidade política.
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