terça-feira, julho 30, 2013

O Papa Francisco e os gays: um ponto de ordem



Anda aí uma excitação sem nome, com uma entrevista informal (melhor se diria, uma conversa) dada pelo Papa Francisco no voo de regresso das Jornadas Mundiais da Juventude que ocorreram no Rio de Janeiro. Entre outras coisas (como uma ofensiva ideológica generalizada que pretende impingir a homossexualidade ao mainstream senão mesmo promove-la a comportamento de excelência, no que conta com o apoio e empenho da comunicação social onde esses lobbies por comunhão de ideologia ou de atitude, imperam e reinam) o acontecido até tem uma faceta positiva: o Papa Francisco será escutado como não o foram os seus predecessores pese a que o que diz é exatamente o que os outros, por muitas e variadas formas, disseram. Deus seja louvado por isso...!

O que reproduzo abaixo é uma informação preciosa da lista É o Carteiro!



7 coisas a saber sobre
o que o Papa Francisco disse sobre gays


por Jimmy Akin segunda-feira, 29 julho, 2013 10:45

A imprensa encheu-se, em poucas horas, com a tese de que o papa Francisco segue uma linha claramente diferente do seu predecessor, Bento XVI, no tema da homossexualidade.

Alguns sugerem que o papa anunciou "gay é fixe" (gay is okay).
 
 

Que foi que o Papa disse realmente? Disse mesmo alguma coisa inédita?

Eis 7 coisas para saber e divulgar...

1) Onde foi que o papa Francisco fez as declarações?

Foi durante uma entrevista de 1hora e 20 minutos com os jornalistas a bordo do avião no regresso da JMJ no Brasil.

2) Qual foi a pergunta que o levou a dizer o que disse?

Até termos uma transcrição [nota: em italiano disponível aqui], não sabemos com rigor qual foi a pergunta, mas ao que parece foi interrogado sobre o famoso "lobby gay" no Vaticano. [Nota: a parte da pergunta que suscitou as palavras em análise foi - come Sua Santità intende affrontare tutta la questione della lobby gay]

3) O que foi que disse exactamente?

 
 O QUE DIZ O CATECISMO



 
4) Que querem dizer as palavras do Papa?

A primeira parte da declaração parece minimizar o 'quem' do tema do "lobby gay". Ele não nega que possa haver, mas sugere que tem havido algum exagero.

Em seguida, explica a sua atitude para lidar com os gays: ele distingue entre o seu "ser gay" e o "fazer parte de um lobby." 

O que ele quer dizer com "ser gay" explica-o mais à frente.

Na linguagem comum, "ser gay" pode significar várias coisas desde sentir atração pelo mesmo sexo até assumir um "estilo de vida gay" activo e promover a ideologia pró-homossexual.

Dentro desta última estaria o ser membro de um lobby, e ele indica que não é disso que ele está a falar.

Ele então refere-se àqueles de quem está a falar como pessoas que "aceitam o Senhor e têm boa vontade."

Parece, assim, clarificar sobre quem está a falar, dizendo que "a tendência [isto é, a atracção pelo mesmo sexo] não é o problema ... eles são nossos irmãos."

Tomando as suas declarações em conjunto, o que surge é um retrato de pessoas que têm atração pelo mesmo sexo, mas que, no entanto, aceitam o Senhor e têm boa vontade, em contraste com o perfil de quem actua para promover a ideologia pró-homossexual.

Isto é, estaria a falar das pessoas com atração pelo mesmo sexo  que se esforçam por viver castamente (mesmo que às vezes falhem).

Também poderia estar a incluir pessoas que não vivem castamente, mas que não fazem lobby activamente em favor da agenda homossexual.

Seria bom se ele tivesse desenvolvido um pouco mais para esclarecer melhor o ponto..

5) O que ele diz sobre as pessoas nestas circunstâncias?

Ele diz que acha que não está numa posição para os julgar e que eles não devem ser marginalizados.

Ele também diz que a mera tendência (atração pelo mesmo sexo) "não é o problema", e que "eles são nossos irmãos."

6) O que há aqui de novo?

Não muito.

Declinar o direito de "julgar" os outros é coisa que remonta a Jesus. Isso não significa, no entanto, que não se possa avaliar o caráter moral das acções dos outros.

Pode-se fazer a avaliação moral de que o que alguém faz é errado (Jesus obviamente não proíbe isso), sem ter ou usar de malícia em relação a essa pessoa.

A afirmação de que eles não devem ser marginalizados está em sintonia com a abordagem da Santa Sé sobre o assunto no documento sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais (de 1986).

A afirmação de que a atração pelo mesmo sexo "não é o problema",
quando compreendida corretamente, também não é novidade.

"O problema", como o Papa Francisco parece aqui entender, vai mais além do simples sentir uma tendência pecaminosa, uma tentação a que se é sujeito.

Os cristãos, como todos, têm lutado com toda a espécie de tentação em toda a história.

Obviamente, as tentações são um problema, mas se se resiste à tentação não se peca. "O problema", neste entendimento, está em ceder à tentação e em pecar ou - pior – em construir uma ideologia em volta do pecado e tentando defender o pecado.

Finalmente, a afirmação de que "eles são nossos irmãos" também não é novidade.

A atracção pelo mesmo sexo é apenas uma tentação como muitas outras, e o facto de uma pessoa sofrer esta tentação de modo nenhum a priva do estatuto de irmão em Cristo,  tal como acontece com as outras tentações.

7) Tudo isto é assim tão diferente comparando com o Papa Bento?

A imprensa tem (como de costume) tentado fazer comparações desfavoráveis ao Papa Bento, lembrando que durante o seu pontificado, a Santa Sé emitiu um documento a dizer que as pessoas com tendências homossexuais profundamente arraigadas não devem admitidas ao sacerdócio.

O Papa Francisco não mencionou esse documento ou a sua política e por isso não fez nada diferente do que aí fez Bento.

Nem nenhuma das observações de Francisco contrariam a abordagem de Bento XVI durante o seu pontificado.

Na verdade, o próprio Bento XVI (como cardeal Joseph Ratzinger) foi o signatário da carta acima mencionada sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais, bem como do documento posterior sobre a não-discriminação em relação a pessoas homossexuais.

A imprensa está a pintar um quadro falso, pondo em contraste o "bom" Francisco e o "mau" Bento.
 
 

terça-feira, julho 09, 2013

A crise política, os Bispos e os aplausos a políticos nos Jerónimos



Reuniu hoje em Fátima o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa. Sobre a crise política a notícia abaixo retirada da Ecclesia dá conta do pensamento dos Bispos portugueses.

Sobre a questão dos aplausos (a Cavaco Silva e Passos Coelho) ouvidos nos Jerónimos no Domingo passado e em outra notícia sobre a reunião acima, na mesma Ecclesia, diz-se:

"No final do encontro, o secretário do organismo, padre Manuel Morujão, rejeitou as críticas ao patriarca por causa das palmas com que foram recebidos vários responsáveis políticos, este domingo, dentro do Mosteiro dos Jerónimos.
"As pessoas, foram de um templo ou dentro de um templo, são livres. Mal estaria que o mestre de cerimónias organizasse palmas ou vaias", observou.
Segundo o sacerdote, estas foram situações que “aconteceram espontaneamente” e partiram de pessoas que se manifestaram “respeitosamente”.
“O povo quis exprimir-se. Temos de deixar que ele se exprima, de uma maneira respeitosa”, precisou o responsável, para quem "o respeito da liberdade das pessoas não deve ser condicionado"."

  

Igreja/Portugal: Bispos pedem soluções para «sobressaltos» políticos

Conselho Permanente da Conferência Episcopal sublinhou «urgência» em responder às necessidades da população

Presidencia.pt |
Fátima, Santarém, 09 jul 2013 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu hoje em Fátima que os líderes políticos encontrem soluções para os “sobressaltos” do país, em “consonância” com "as aspirações e dificuldades" do povo e com “urgência”.
“Todas as crises são de grande preocupação para a Igreja, porque estas oscilações, estas ondas no mar da vida social e política, criam sempre pobres”, disse o padre Manuel Morujão aos jornalistas, no final da reunião do Conselho Permanente da CEP.
O sacerdote jesuíta aludiu aos “sobressaltos na política e na sociedade portuguesa", numa referência indireta às recentes demissões e indefinições na formação do Governo, sublinhando que é preciso "saber responder a estes sobressaltos com soluções positivas, o mais possível consensuais".
“O que nós pedimos é a procura séria do bem comum, ninguém fica bem na fotografia quando o povo português fica pior”, alertou, pedindo que a população fique “bem, olimpicamente bem”.
O secretário da CEP deixou votos de que “funcionem” os órgãos de soberania “eleitos democraticamente” em Portugal para encontrar "soluções justas, apropriadas para cada caso".
O sacerdote elogiou os portugueses como “um povo realista” que "não espera varinhas mágicas que tragam soluções ótimas para todos, já" e tem consciência de que a situação em Portugal e na Europa “é complexa”.
Para o responsável, esse realismo também tem de levar a “não adiar, para não deixar correr as coisas”.
“Que isto seja apenas o degrau para subirmos mais alto na qualidade do serviço a prestar”, apelou.
O padre Manuel Morujão citou o Papa Francisco, que na segunda-feira, durante a visita à ilha italiana de Lampedusa, avisou para uma “globalização da indiferença”, pedindo, pelo contrário, a “globalização da solidariedade”.
O responsável aludiu ainda ao bem comum como um “princípio irrenunciável da Doutrina Social da Igreja”.
“Pensemos em primeiríssimo e olímpico lugar no bem comum de toda a nação, isto é , do povo português, e só depois no meu partido, o meu grupo social, a classe que eu possa defender - talvez com toda a justiça-, ver que isso tem de ser sempre secundarizado”, precisou.
Segundo porta-voz da CEP, o organismo olhou para os problemas do país no sentido de procurar “respostas aos questionamentos do povo português”.
“Nós esperamos de quem está a governar-nos que seja modelo que estimule todos também a procurar soluções”, acrescentou.
O Conselho Permanente da CEP esteve reunido em Fátima para o primeiro encontro após a eleição de um novo presidente e vice-presidente para o organismo, respetivamente D. Manuel Clemente (patriarca de Lisboa) e D. António Marto (bispo de Leiria-Fátima).
Os bispos anunciaram que o seu Observatório Social vai começar a trabalhar em duas dioceses, “para ter informação atualizada do que existe e das necessidades experimentadas”, de forma a dar uma resposta “quanto possível capaz” às “muitas e prementes” urgências sentidas na sociedade.
O organismo vai ser orientado pelos polos de Braga e Porto da Universidade Católica Portuguesa.
O Conselho Permanente é um órgão delegado da assembleia dos bispos católicos em Portugal, com funções de preparar os seus trabalhos e dar seguimento às suas resoluções, reunindo ordinariamente todos os meses.
OC

Nacional | Agência Ecclesia | 2013-07-09 | 15:07:24 | 3283 Caracteres | Conferência Episcopal Portuguesa



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A reforma do Colégio Militar, Aguiar Branco e a Igualdade de Género




Num país em que não há maneira de se fazer a reforma do Estado, fazem-se "reformas" que eram perfeitamente evitáveis e que revelam bem o desnorte ideológico do centro-direita...na verdade a junção do Instituto de Odivelas (feminino) ao Colégio Militar (masculino) e a conversão deste em externato e internato, em simultâneo, além de uma péssima ideia (como este abaixo assinado tão bem denuncia) revela como, provavelmente com a ajuda e influência de outros membros do Governo, o Ministro Aguiar Branco não apenas ignora importantes consequências da Fé que professa, como revela uma dificuldade em perceber o que é a instituição militar, os seus valores e virtudes, a educação separada e o valor histórico de uma instituição que, por infelicidade, caiu debaixo da sua competência...

Dos malefícios da igualdade de género abundam os exemplos, aqui numa intervenção de Isilda Pegado num Congresso da Federação Portuguesa pela Vida. Das pesadas consequências da mesma reza a história legislativa e constitucional, desde 2004, pelo menos. Do absurdo da aplicação da mesma á reforma dos institutos de educação militar vê-se na medida tomada a triste imagem. E do estado e desagregação da identidade ideológica do centro-direita não podia haver "melhor" exemplo...que tristeza!

segunda-feira, julho 08, 2013

Manuel Clemente: Homília ontem nos Jerónimos e aplauso a políticos



Enquanto se espera a publicação do texto na íntegra da Homília ontem aqui fica a notícia como saiu na Ecclesia (de onde retirei também a fotografia acima) com alguns sublinhados meus a negrito.

Uma pequena nota sobre os aplausos a Cavaco Silva e Passos Coelho: na minha opinião expressam a consciência que o país inteiro teve da importância dos dias da crise política e também a gratidão àqueles políticos que souberam estar á altura das circunstâncias e pela sua atitude proporcionaram se tivesse alcançado um desfecho harmonioso dos dias difíceis que vivemos. Além de que revelaram também a consciência e maturidade do povo católico a quem a causa pública interessa e na qual estão dispostos a jogar um papel ao qual tem direito e o farão para o bem de todos.

Recordou-me por fim aqueles mesmos aplausos que no Meeting de Rimini costumam receber todos os políticos que lá vão falar (este ano e como muitas vezes antes os seus antecessores, o próprio primeiro-ministro italiano, Letta). E assim explicados pelo Giorgio Vitadini, presidente da Fundação para a Subsidiariedade: "nós aplaudimos os políticos que cá vêm porque apreciamos, estimamos, a tentativa humana de quem está na política, de servir o bem comum, com o sacrifício que isso implica. E esse afeto é anterior ao próprio juízo que depois possamos fazer sobre as políticas concretas que esses políticos protagonizam".



Patriarca de Lisboa quer Igreja acolhedora

D. Manuel Clemente recordou as consequências socioculturais do evangelho para os dias de hoje

Arlindo Homen/AE | D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa
Lisboa, 07 jul (Ecclesia) - D. Manuel Clemente pediu hoje às comunidades cristãs que acolham todas as pessoas e recordou as consequências socioculturais do Evangelho, nomeadamente a dignidade da pessoa humana desde a “conceção à morte natural”.
Na homilia da missa de entrada solene no Patriarcado de Lisboa, hoje no Mosteiro dos Jerónimos, D. Manuel Clemente pediu que na diocese se constituam “comunidades de acolhimento e missão”.
“E que importante é e será, que nas nossas comunidades todos possam encontrar um “sim” à pessoa que são, mesmo quando não devamos conceder o que imediatamente peçam”, disse o patriarca de Lisboa.
Sem adiantar “detalhes programáticos”, D. Manuel Clemente disse que “a Igreja de Lisboa seguirá as indicações” saídas do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização e as propostas da Conferência Episcopal Portuguesa, na Nota Pastoral de 11 de abril último sobre a “renovação da Pastoral da Igreja em Portugal”
D. Manuel Clemente referiu-se depois às “consequências socioculturais do Evangelho”, tanto na “concretização comunitária” como na sua “aplicação pastoral”, sugerindo a inclusão dos princípios da doutrina social da Igreja “nos percursos da nova evangelização” e na “formação dos cristãos que se empenhem em servir a convivência humana na vida social e política”.
“Com a difusão do cristianismo e a sua feliz coincidência com as aspirações de tantas sabedorias e credos, foram pouco a pouco germinando sementes de vida, civilização e cultura de que não podemos abdicar”, disse D. Manuel Clemente.
Para o patriarca de Lisboa, é necessário defender “a dignidade da pessoa humana, na variedade enriquecida de raças e povos e sempre protegida e promovida da conceção à morte natural de cada um” para que não se coloque “em risco” a “humanidade”.
O bispo de Lisboa defendeu “a verdade familiar, na complentaridade homem-mulher, na geração e educação dos filhos e na entreajuda entre mais novos e mais velhos” e a “distinção entre “Deus e César, que abriu caminho à laicidade positiva das instituições políticas e à liberdade religiosa dos cidadãos”.
A entrada na diocese de Lisboa acontece um dia depois de D. Manuel Clemente ter tomado posse como 17º patriarca, este sábado, na Sé da diocesana, sucedendo a D. José Policarpo, que apresentou o pedido de renúncia por limite de idade.
PR

Nacional | Agência Ecclesia | 2013-07-07 | 17:40:52 | 2321 Caracteres | Diocese de Lisboa



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domingo, julho 07, 2013

O acordo da Coligação e D. Manuel Clemente



Dois acontecimentos felizes num fim-de-semana só: a entrada de D. Manuel Clemente como Patriarca de Lisboa e o novo acordo da Coligação de Governo (aqui no site do CDS-PP). De natureza e importância diferentes, claro, mas dos quais muito se espera nas distintas ordens.

Sobre a actual crise política o novo Patriarca de Lisboa disse isto (basicamente uma recusa de eleições antecipadas e o apelo a que as soluções surgissem dos partidos na actual Assembleia da República). Mas importante mesmo neste momento é ler o que disse ontem na Sé, a entrevista que deu á Renascença e esta á Ecclesia.



Já quanto ao acordo de Coligação é de saudar o entendimento alcançado e estão de parabéns Passos Coelho e Paulo Portas (de semblante cansado, coitado...!). Parece-me são bases sólidas e as notícias sobre a nova estrutura de Governo confortantes quanto ao futuro da acção política da actual maioria. Tem o acordo limites e repercute a actual crise identitária do centro-direita? Sim. Mas como sempre desde a posse deste Governo, as insuficiências do mesmo não legitimam que se destrone o mesmo, mas sim que se o ajude, suprindo as suas deficiências, dando-lhe o sopro de alma que lhe falta aqui ou ali.

Uma nota final: não sei se é verdade que Antonio Pires de Lima será o futuro Ministro da Economia. Mas se for verdade antecipo a cumplicidade, a história de amizade que o une a Paulo Portas e neles os dois se revendo toda uma geração de antigos alunos de jesuítas. Engraçadas as voltas da história, o entrecruzar do governo dos povos e das amizades humanas...!

quinta-feira, julho 04, 2013

Crise política: acordo PSD e CDS-PP




(a fotografia acima foi retirada do site da Renascença e creio reproduz outros momentos da coligação que governa o país e que se melhor poderia fazer, é sempre preferível a um regresso do Partido Socialista ao poder...)

Na comunicação social online anuncia-se um acordo entre o CDS e o PSD. Ainda bem! O país precisa deste Governo, de prosseguir no rumo encetado e de estabilidade política. No meio disto tudo é de assinalar    
a determinação e a abertura de Passos Coelho (disse que não desistia,não entrou em pânico, chamou o parceiro a jogo) e a habilidade política de Paulo Portas numa jogada arriscada que confundiu até os seus mais próximos, e que trará certamente benefícios para a presença do CDS no Governo, o seu papel na Coligação e possivelmente até vantagens para o país se for verdade que haverá nova estrutura de Governo, novos protagonistas nas suas estruturas e um rumo mais ousado nas suas políticas. Se assim for, tudo está bem quando acaba bem...

Duas observações mais:

- do bom rumo que as coisas possam agora tomar depende que as movimentações mais identitárias no interior do centro-direita ganhem progressivamente mais espaço nos respectivos partidos, colocando uma exigência progressiva sobre as actuais lideranças partidárias, empenhando-se nas autárquicas no apoio dos seus candidatos e ganhando espaço político correspondente á sua força social

- como sempre que razão tem Pedro Santana Lopes quando aqui observa como a comunicação social detesta ser desobedecida pela realidade...! ;-)



terça-feira, julho 02, 2013

A crise política e a comunicação de Passos Coelho




Gostei da comunicação ao país que hoje Pedro Passos Coelho fez. Na situação em que o país se encontra foi confortante ver que o nosso primeiro-ministro não desiste e a atitude dele pareceu-me claramente mais adequada ao que precisamos do que a de Paulo Portas.

Pelas notícias que vão chegando, nomeadamente a da demissão de todos os membros do Governo que pertencem ao CDS pode ser que isso não chegue para o Governo se aguentar, mas se assim for e no momento próprio, cada um terá de assumir as suas responsabilidades.

Ainda a propósito da intervenção hoje do primeiro-ministro ocorreram-me duas frases de Santa Teresa de Ávila. A primeira de que nada a assustava mais do que não fazer o que devia ser feito. E a segunda: "Podemos. E se não pudermos, poderemos"...

Isto dito, o Governo podia ser melhor e fazer mais do que faz? Sim. Reformando o Estado a sério, assumindo outros valores nas questões civilizacionais, agindo mais eficazmente do ponto de vista político e com uma maior ligação aos sectores sociais da sua base de apoio. Mas isso não é razão para o querer derrubar, mas sim ser com o mesmo mais exigente e ajudar a que seja feito o que deve ser feito. Quem o percebe não se pode deixar de rever na comunicação de hoje, parece-me...



As demissões de Vitor Gaspar e de Paulo Portas




Fora de Lisboa neste momento preparava-me para escrever sobre a demissão de Vitor Gaspar retomando as sábias palavras do meu amigo Pedro Aguiar Pinto, editor do Blog Povo. Na verdade e apesar das inumeras criticas que nos aspectos políticos que mais me preocupam (a defesa da Vida, a promoção da Família, as Liberdades Religiosa e de Educação, a Subsidiariedade) este Governo merece e pela correcção das quais não me canso, com todo um Povo de um país inteiro, de lutar, do ponto de vista humano acho que a qualquer dos Ministros do actual Governo o que se pode dizer é: "Obrigado, que Deus o guarde e vos ajude" tal o estado em que Portugal se encontra, o gigantismo da tarefa a que se propõem e o sacrifício que representa o desempenho das funções governativas.

Penso era isso que o Pedro tinha presente quando hoje na edição diária da Newsletter do Povo escreveu:

"Ontem saiu do governo o ministro Vítor Gaspar. Tenho por ele uma enorme admiração e respeito que é confirmada pela carta em que ele pede ao primeiro ministro a sua demissão. As qualidades humanas que ele revelou nestes dois anos e que revela nesta carta são raras. A ingrata tarefa a que se dedicou em nome de nós todos, com enorme incompreensão geral, só aumenta a minha admiração e gratidão. Espero que ele possa continuar a ajudar o país, de qualquer outro modo. Obrigado Vítor Gaspar."

E entretanto tudo se precipitou: um amigo liga-me a contar da demissão de Paulo Portas (carta aqui), vejo que a posse da nova Ministra das Finanças se manteve, que os Ministros do CDS faltaram á mesma, que Passos Coelho foi hoje duas vezes a Belém, que fala ao país ás 20h00, etc...é muito cedo pois para conjecturas e para perceber o que se vai passar. Apenas para "tremer" perante a possibilidade de um regresso do Partido Socialista ao poder e para a confusão económica e financeira que tudo isto pode gerar. Mas também para pensar no cenário de eleições. E que, se calhar, aquele trabalho de reconstrução do centro-direita, que parecia ter de esperar pelas Presidenciais, pode ter de começar mais cedo...e aí estaremos (os do Voto Católico como ás vezes a comunicação social nos chama), prontos a dar razões e batalhar por estas, porque "há muito de bom e belo neste nosso mundo e vale a pena lutar por isso"...