Na origem do título do meu Blog está este Manifesto de Comunhão e Libertação, razão suficiente para que aqui o reproduza:
POR CAUSA DELE: O Centro da liberdade
Há cerca de um ano, por ocasião das eleições legislativas, o Manifesto por nós
apresentado terminava assim:
“Não é tanto a esperança num projecto político que nos move a este
compromisso, mas sim a confiança inabalável no acontecimento cristão, de que
somos parte e testemunha. É este acontecimento vivo que dá a força e a razão
para arriscar e que nos torna serenos diante dos erros e fracassos, mas também
certos de uma vitória que, não sendo nossa, se exprime na unidade que nos
constitui.”
Um ano depois, reconhece-se uma mudança apesar de uma cortina de fumo
fundada na ideologia e no desespero, que não deixa transparecer a positividade
de muitas das novas políticas, bem como a maior liberdade que estas oferecem.
Ainda assim, atravessamos um momento difícil da História do nosso País. Por
todo o lado é visível o desmoronar programado das bases de sustento da nossa
cultura – nada escapa à pressão sistemática de uma comunicação social apostada
em criar um público homologado e embrutecido, sequioso de espectáculo a
qualquer preço. Poder, dinheiro, ideologia, prazer ou comodidade de vida são os
novos ídolos.
Neste contexto, é fácil absorver a desorientação geral e cair ou no lamento
amargo sobre a tristeza e sem-sentido dos nossos dias, ou num optimismo
superficial que não resiste à passagem do tempo. Só uma posição que não
censure o drama e reconheça a beleza de uma humanidade em caminho, para
quem a contradição não seja pretexto para perder de vista o ideal encarnado,
pode dizer alguma coisa de verdadeiramente novo.
A nossa esperança só pode agarrar-se a esta Presença que nos é recordada pelo
Natal – “Um acontecimento que nos surpreende cada ano”. Nada se pode
substituir ao seguimento que Cristo nos pede. E Ele pede que o homem o siga
também exteriormente, socialmente (como nos recordava a Escola de
Comunidade: cfr. Na Origem da pretensão Cristã, p 71).
“Cristo coloca a sua própria pessoa no centro dos sentimentos naturais. Ele
coloca-se, de pleno direito, como a sua verdadeira raíz.”
“Ou O aceitamos e torna-se amor ou O recusamos e torna-se hostilidade”.
Janeiro 2003
COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO
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