Acabo de escrever um artigo de opinião, sobre o assunto em referência, que espero seja publicado poralgum dos grandes diários...?
Mas a questão também me suscita esta reflexão mais dirigida aos abismos da alma humana: como pode a existência, numa sala de aula, da figura de um homem crucificado, ser tão insuportável, que leva meia dúzia de pessoas a dar-se ao trabalho de elaborar um inventário “policial” das salas onde existe uma cruz e das escolas onde houve alguma manifestação religiosa? Como pode incomodá-las tanto uma imagem que, ao longo da história, representa não apenas o Deus que alguns adoram, mas também toda a excelência da humanidade: amor ao próximo, sabedoria, bondade, solidariedade, igualdade. Ou seja aqueles valores em que se fundamentam os direitos fundamentais, objecto de uma declaração universal e consagrados na constituição portuguesa. Que raiva e intolerância os move? Que lhes faz aquela figura de um crucificado?
Adorava perceber esta parte...!?
3 comentários:
Exactamente pela mesma razão que levaria o senhor a reagir contra uma imagem do Buda, ou das divindades Hindus, ou de Maomé; ou melhor ainda, contra um cartaz da igreja universal do reino de deus a dizer "Salva-te irmão!" Concordo plenamente com o que diz acerca da liberdade religiosa, mas trata-se de escolas e não de locais de culto. Na escola não devo ser obrigado a conviver com imagens (tanto católicas como de qq outra religião) que me privem da construção de um conhecimento verdadeiramente científico. As escolas devem apostar nos mapas globos terrestres e não com cruzes. O tempo de Salazar ("deus, pátria e família") já lá vai.
Boa noite!
É a primeira vez que participo nos comentários do seu blogue mas tenho cá vindo e gostado do que vejo. Até já o linkei sem lhe pedir licença!
Indo ao tema deste post, acho que nenhuma minoria tem direito de fazer leis que não sejam sufragadas pelo voto popular. E esta tenho a certeza que era derrotada pela maioria imensa do povo português.
Sei que o problema das cruzes nas escolas é secundário mas temos que reagir antes que estes pequenos grupos nos queiram impor leis sobre os símbolos religiosos como a da França, que também não foi sufragada.
É a ditadura das minorias! E se não é aceitável nenhuma ditadura, muito menos a de minorias.
O problema dos símbolos religiosos é um falso problema. Porque não se faz como nos cemitérios onde convivem os símbolos mais diversos!?
Se houvesse alunos cristãos, judeus, muçulmanos, etc., numa determinada escola, creio que até era pedagógico os diversos símbolos conviverem lado a lado.
Mas o que os laicistas querem é afrontar as religiões, porque para eles são algo que os incomoda.
Mas vai ser uma tarefa impossível como o foi nos regimes comunistas!
Como autor do post anterior ao do "ver para crer", tomo a palavra para refutar a sua opinião. Não se trata de incómodos ou outra qq situação. O senhor menciona os cemitérios... Atanção! Não estamos a falar de locais de culto. Dentro de uma igreja, de uma sinagoga, mesquita, ou qualquer outro edifício ou templo religioso, que são locais de culto, existem simbolos, esculturas, músicas e tantas outras formas de expressão de fé que são legitimas e, até, saudáveis. Mas lá está, são locais de culto. Os cemitérios, como local de "adoração" de pessoas queridas que já partiram, tornaram-se tb em locais de algum culto, onde cada um expressa a sua dor e saudade da forma que bem entende. É, aliás, como diz, um local de diversidade e de espiritualidade (afinal, uma das questões com que todas as religiões se preocupam é com a questão da morte e da vida depois desta). Mas a questão não se relaciona com cemitérios, mas sim com escolas. E continuo a defender que o tempo de Salazar já lá vai. O ensino tem de ser laico. As questões religiosas e o ensino religioso deve passar pela catequese e não pelas escolas públicas. Quem deseja uma educação tradicionalmente católica, pois que escolha um dos vários colégios católicos, tal como quem quer dar aos filhos uma educação inglesa, alemã, francesa, ou chinesa, ou muculmana. A questão é muito simples: Nas escolas públicas o ensino deve ser justo e abrangente; um ensido multicultural, laico, onde se cultive o respeito pelo ser humano, o espírito de equipa, entre outros valores. Não é um cruxifixo que vai passar esses valores. Imponho-me para defender, não os interesses de uma "suposta maioria" (nada prova o que o senhor disse, as igrejas cada vez estão mais vazias), mas sim das minorias, tudo para o bom funcionamento da comunidade. Quando não se respeitam as minorias, não podem existir valores de aceitação e compreensão. Aconselho-o a reler o seu comentário e a reflectir sobre tolerância e respeito.
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