Enviei esta carta ontem ao Director da Sábado. Vamos ver se a publicam...?
Caro Director
Nunca frequentei ou pertenci à Opus Dei e sou um leitor assíduo da Sábado. Fica assim declarada a isenção da minha tristeza com o artigo de 6 de Dezembro sobre aquela instituição.
De facto ligam-me às pessoas da Opus Dei laços de amizade e admiração, nascidos no comum empenho em iniciativas cívicas e também da minha pertença à Igreja católica. São pessoas em quem vejo a entrega das próprias vidas ao crescimento da presença de Cristo no mundo, movidas por um grande amor a Deus e ao seu próximo. Quanto aos defeitos delas, chegam-me os meus…
Além disso conheço outras facetas da Opus Dei que no artigo foram omitidas em detrimento da exploração sensacionalista dos testemunhos generosamente dados. Falo das pessoas da Prelatura que assistem os deficientes profundos que ninguém quer ou pode cuidar, que trabalham nos bairros mais recônditos onde nenhum de nós ousa entrar ou daquelas que num trabalho persistente se dedicam ao acolhimento das mães que querem ter os seus filhos numa sociedade que às suas limitações e misérias só oferece o aborto. É todo um outro código…
Quanto aos testemunhos negativos: quantos factos da nossa vida pessoal, vistos isoladamente, fora do contexto, não poderiam transformar o retrato dos nossos amigos e familiares, numa realidade em que não nos reconheceríamos e que diria injustamente mal de nós?
Com os meus cumprimentos
Antonio Pinheiro Torres
Ex. Deputado à Assembleia da República
3 comentários:
Caro APT,
Não basta nunca ter frequentado ou pertencido ao Opus Dei e ser um leitor assíduo da Sábado para se ser isento relativamente ao artigo em causa. Até porque, pelo que leio no seu blogue, partilha muitas das ideias daqueles que fazem parte do Opus Dei.
Mesmo assim, não vejo em que é que o artigo o pode entristecer. O que lá está escrito pode não mostrar tudo, mas mostra uma parte que aos olhos do comum dos cidadãos não faz sentido (silícios, banhos de água fria, livros proibidos, etc.).
Para nós ocidentais, a burka também não faz sentido e é noticia, não é? Então...
Abraço,
Carlos
Caro António,
Excelente carta!
É pena que aos olhos do mundo certas situações sejam vistas de forma deturpada e enviezada.
É compreensível que não entendam o sentido da mortificação corporal ou da própria mortificação em geral.
Bem haja !
Assina como "ex-deputado"? Agora não faz nada de relevante?
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