Na entrada de férias, 2 de Agosto, a minha amiga Isilda Pegado, presidente da Federação Portuguesa pela Vida, publicou o artigo abaixo que além de fechar com chave de ouro um ano de combates, acaba por provar factualmente como a oposição ao Governo e ao PS tem o seu centro nevrálgico nos movimentos civis a favor da Vida e da Família, porque é aí, nas questões de civilização, que mais lhes dói encontrar resistência e alternativa...
Leis emblemáticas na governação socialista
As reformas emblemáticas que José Sócrates escolheu para definir a sua governação estão longe de ser consensuais
O primeiro-ministro elegeu como "reformas" emblemáticas do seu consulado a lei da PMA (reprodução artificial e uso de embriões humanos), a lei do aborto e a lei do divórcio. Disse-o perante o Congresso da Juventude Socialista [que teve lugar no fim de Julho no Porto]. A simbologia destas leis, que o primeiro-ministro quis realçar, não se compara com as centenas de outras que a governação socialista tem feito nas áreas da economia, da justiça, do ambiente, etc. Por isso o primeiro-ministro tem razão quando as elege para definir a sua governação...Mas estas não são leis de consenso. Pelo contrário, trazem à ribalta os debates mais acesos da actualidade em todo o mundo. A protecção da vida humana desde a concepção, o eugenismo, o comércio e experimentação em embriões, o aborto e a protecção do casamento e da família estão na ordem-do-dia. Em Itália, a campanha eleitoral que levou ao poder Berlusconi começou com o tema do aborto; em Espanha, o PP de Rajoy proibiu que a campanha versasse sobre a família e a protecção da vida humana; e, nos EUA, o debate sobre estas matérias está agora a levantar-se entre os candidatos à Presidência.Em Portugal, as referidas leis (PMA, aborto, divórcio) não passaram sem contestação social. Face à matriz social do país e à radicalidade das soluções legislativas, muitos foram os que, na sociedade civil, as têm contestado. São leis fracturantes, que o actual primeiro-ministro pretende levar pela frente "custe o que custar". Seguir-se-á o casamento para os homossexuais... e a eutanásia...Quem ousou, nestes três anos, de forma sistemática e firme, levantar o escudo para que aquelas leis não fossem aprovadas?Quem, na lei da PMA, teve uma posição firme e sustentada que levou ao Parlamento a primeira Petição de Referendo, de iniciativa popular, na história da democracia portuguesa? Quem, por todo o país, fez debates, acções de rua e distribuiu informação para que esta não tivesse sido aprovada no silêncio do Parlamento? Quem continua a invocar a ilegitimidade de uma lei (PMA) que no Tribunal Constitucional aguarda a declaração de inconstitucionalidade?Quem, ao longo de mais de dez anos, travou a legalização do aborto, em cada investida feita? Quem, no referendo, apelou à organização dos 15 grupos cívicos que, por todo o país, fizeram uma campanha que remou contra todos os poderes instituídos? Quem pediu a universitários, advogados e magistrados que, num curtíssimo espaço de tempo, fizessem algum esclarecimento sobre a lei do divórcio? Quem levou ao Parlamento uma Petição Popular para fazer parar a tão injusta lei do divórcio? A lei ainda não está promulgada...Em bonitas e fundamentadas páginas de História do século XIX, Vasco Pulido Valente (em Ir para o Maneta) demonstra como foram vencidas as Invasões Francesas. Só com a revolta popular, que se organizou em muitos pontos do país, foi possível vencer o invasor e a destruição. Hoje, os movimentos cívicos, de forma sistemática, têm levantado os escudos para travar o avanço das "leis emblemáticas do consulado socialista".Os movimentos cívicos que, em Portugal, defendem a subsidiariedade, a liberdade de educação, a família, a vida e a liberdade religiosa estão a fazer uma estrada.Foi neles que o PS encontrou a sua oposição. É com eles que Portugal pode contar para uma sociedade mais humana, livre e democrática.
Presidente da Federação Portuguesa pela Vida
Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
quarta-feira, setembro 03, 2008
O centro da oposição ao PS somos nós! :-)
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