terça-feira, outubro 26, 2010

Arcebispo belga e a "justiça" da SIDA

Anda para aí uma chinfrineira com as declarações de um Arcebispo belga sobre a questão da SIDA num livro de entrevistas a dois jornalistas. Por cá foi o Público que agarrou a noticia que depois de lida se percebe não justifica os impropérios de que o Arcebispo foi seguidamente vitima.
Na verdade o que o Arcebispo de Bruxelas se limitou a dizer já eu o disse há muito tempo neste mesmo blog em post que já não consigo localizar por ao tempo não existir o sistema de etiquetas. Isto é que a suposição de que a SIDA surja como uma reacção do corpo da humanidade, vista como um todo, ao mau uso que do mesmo é feito a partir de determinadas práticas sexuais é inteiramente razoável.
Só uma manifesta má vontade extrai daqui que quer eu quer o Arcebispo André-Mutien Léonard achemos justo ou adequado (e isso sim, de facto é insultuoso da parte de quem de tal nos acusa), que alguém por uma determinada forma de vida adquira uma doença como a SIDA (ou qualquer outra) ou ignoremos que uma vez a doença existente esta não atinja também pessoas estranhas a essas práticas ou que nem sequer em contacto estiveram com quem o tenha feito uma vez ou habitualmente.
É mesmo ignorar o ânimo de um cristão (cujo primeiro mandamento é o de amar o próximo sem outra consideração se não a que resulta de estar em face de um filho de Deus e por isso um irmão) e até que, como o reconhecem todos os organismos internacionais, o maior prestador mundial de serviços de cuidado e assistência aos doentes de SIDA é a Igreja Católica...!
O emprego da palavra justiça tem pois este contexto que exemplifico: cortei-me com uma faca, a ferida daí resultante faz-lhe justiça (o resultado corresponde ao acto que a originou). Analogicamente admitindo que o corpo da humanidade, aqui pensada como um todo, a sua fisicidade, não esteja concebido, preparado, se coadune bem, com determinados actos (como, por exemplo a homossexualidade nas suas diversas manifestações), a doença daí resultante, no caso a SIDA, faz-lhe justiça, isto é corresponde o resultado ao acto. O que repito tratando-se de um juizo geral não se pode transpor para um juizo individual sendo que a plavra juizo aqui empregue não é no sentido de julgamento de tribunal mas de ajuizar da razão.
(quanto muito pode-se fazer a nivel individual um juizo de probabilidade como se dizia no inicio da doença e agora se está a verificar outra vez depois de um esforço titânico e ideológico de tentar separar as duas realidades)
Assim, podem disparar e de preferência façam-no sobre mim e não sobre o Arcebispo ;-)

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