sábado, julho 26, 2014

Em contraste com a boa notícia no post abaixo: os cristãos em fuga de Mossul no Iraque...

Iraque. "Ali é o nosso berço enquanto cristãos e tudo está a desaparecer"

Um grupo de cristãos iraquianos obrigados a sair de Mosul. Foto: Mohammed Al-Mosuli/EPA
Um mosteiro católico no Iraque foi o alvo mais recente dos radicais islâmicos. O agravamento da situação, com a fuga dos cristãos de Mossul, levou o Patriarca Católico Caldeu de Bagdad a apelar à ajuda da comunidade internacional.
22-07-2014 21:53 por Ângela Roque
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Os cristãos tinham até sábado para se converter ao Islão ou abandonarem Mossul, a segunda maior cidade do Iraque. Os que ainda estavam na cidade fugiram para Qaraqosh, mas até aí a perseguição dos radicais islâmicos continuou, atingindo, no domingo, um mosteiro do século  IV que pertence à  igreja católica siríaca, revelou esta terça-feira a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Catarina Martins, da AIS em Portugal, explica que "as milícias do Estado Islâmico do Levante e do Iraque invadiram este mosteiro e obrigaram os monges a partir".
Como estão, aliás, a fazer com todos os cristãos: "as famílias cristãs têm sido obrigadas a deixar tudo para trás e a fugir porque estas milícias obrigam-nas a converterem-se ao Islão ou a pagarem um imposto, que ninguém sabe muito bem de quanto será".
Em Mossul, a data limite terminou no fim-de-semana. "Os cristãos fugiram todos", deixando tudo para trás, diz Catarina Martins.
As milícias marcaram as casas dos cristãos com sinais para controlar os seus movimentos.
UE sem tomada de posição
A situação dramática levou esta terça-feira o Patriarca Católico Caldeu de Bagdad, D. Louis Sako, a apelar à comunidade internacional para que olhe para a situação dos cristãos iraquianos.
O apelo feito esta terça-feira pelo Patriarca de Bagdad é dirigido também aos muçulmanos moderados do Iraque, que acreditam na convivência entre religiões.

"O livro sagrado, o Corão, ordena os crentes a respeitarem os inocentes e nunca lhes pediu para tomarem os haveres, os bens, as propriedades de outros pela força. O Corão ordena refúgio para a viúva, para o órfão, para o pobre e para os que não têm arma, e respeito 'para o sétimo vizinho'", escreve D. Louis Sako (em PDF).

Catarina Martins lamenta o desinteresse generalizado em relação ao Iraque, a começar pela União Europeia: "Há duas semanas um grupo de três bispos, incluindo D. Sako, o Patriarca caldeu, esteve em Bruxelas, falou-se que ia haver uma comunicação de Bruxelas na semana passada e até hoje ainda não houve nada, não há uma tomada de posição. O que os bispos iraquianos nos estão a pedir é que dêmos a conhecer o que se está a passar para que a comunidade internacional possa fazer alguma coisa por este povo".
A AIS falou no fim-de-semana com o bispo auxiliar de Bagdad, que se manifestou "horrorizado" com a situação.
D. Shlemon Warduni nunca imaginou que isto pudesse acontecer numa cidade como Mossul, conta Catarina Martins. "O Iraque era uma região onde as religiões foram convivendo ao longo dos séculos".

Quem são e o que querem os jihadistas que lançam o caos no Iraque?

MERIAM IBRAHIM ISHAS: Graças a Deus!





Sobre o encontro do Papa com Meriam Ibrahim Ishas ver aqui a notícia no site da Rádio Renascença.

LIBERDADE PARA MERIAM IBRAHIM ISHAS. Uma luta com final feliz!


LIBERDADE PARA MERIAM IBRAHIM ISHAS.
Uma luta com final feliz!
Ela vai morar nos EUA com toda a família.
Nesta quinta-feira ela chegou para uma rápida visita de passagem na Itália, antes de prosseguir para seu destino final.

Sudanesa cristã que enfrentou sentença de morte chega à Itália. A família vai ficar em Roma por alguns dias antes de ir para os Estados Unidos. Riccardo De Luca / AP
A Alta corte do Sudão cancelou sua sentença de morte, em junho, mas ela foi, então, impedida de sair do país por parte das autoridades que questionaram a validade dos seus documentos de viagem. Ibrahim chegou à Itália com o marido Daniel Wani, que é um cidadão de ambos Estados Unidos e no Sudão do Sul, seu filho de 18 meses de idade e um recém-nascido 27 de maio. Meriam Ibrahim, que foi condenada à morte no Sudão por se recusar a negar sua fé cristã, chegou quinta-feira na Itália a caminho dos Estados Unidos.
Um dos maiores negociadores Lapo Pistelli, um diplomata italiano que acompanhou a família do Sudão, disse que a Itália foi capaz de alavancar a negociação usando os seus laços dentro da região, e "nós tivemos a paciência para falar a todos de uma forma amigável. Isso valeu a pena no final." THE ASSOCIATED PRESS; Quinta-feira, 24 de julho, 2014, 08:20; NY -Daily News.
ROMA - A mulher Sudanesa que foi condenada à morte no Sudão por se recusar a negar sua fé cristã chegou quinta-feira na Itália, em sua rota para morar nos Estados Unidos, juntamente com sua família, incluindo uma criança nascida na prisão. 
O Premier italiano Matteo Renzi recebeu Meriam Ibrahim no aeroporto Ciampino de Roma, chamando-o de "um dia de celebração." Meriam Ibrahim e sua família são esperados para passar alguns dias em Roma antes de ir para os Estados Unidos, onde seu marido um sudanês já vivia, e tem cidadania americana. O Vaticano confirmou que Ibrahim vai se reunir com o papa, mas se recusou a oferecer detalhes adicionais.
No início quinta-feira, Ibrahim desembarca com os filhos após o desembarque no aeroporto militar de Ciampino, nos arredores de Roma. Ibrahim, cujo pai era muçulmano, mas cuja mãe era uma cristã ortodoxa da Etiópia, foi condenado à morte por acusações de apostasia. 
Ela se casou com seu marido, um cristão, em uma cerimônia na igreja em 2011. Como em muitos países muçulmanos, as mulheres muçulmanas no Sudão são proibidas de se casar com não-muçulmanos, embora os homens muçulmanos possam se casar com mulheres fora da sua fé. A sentença foi condenada pelos Estados Unidos, as Nações Unidas e a Anistia Internacional, entre outros, e tanto nos Estados Unidos e na Itália - um forte opositor a pena de morte, com longos laços com a região do Corno de África - trabalhou para conseguir sua libertação.

Ibrahim com seu bebe Maya, acompanhada pelo vice-italiano Miinister Exterior Lapo Pistelli, segurando seu filho Martin. 
NY - Daily News e outras fontes

quinta-feira, julho 17, 2014

Ainda as propostas para a Natalidade: PSD e CDS

Começo com as declarações do Marco António Costa e fica já aqui o link para o estudo do CDS-PP, coordenado por Assunção Cristas: Natalidade-O desafio português

Declaração à imprensa do Vice-Presidente Coordenador da Comissão Política Nacional do PSD, Marco António Costa

17 de Julho de 2014


Na sequência da iniciativa do Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, no último Congresso do Partido, uma comissão independente presidida pelo Prof. Joaquim Azevedo, elaborou um relatório para promoção de uma política de natalidade para Portugal.

Neste relatório, apresentado há dias na cidade do Porto, a Comissão assume “que o objecto do seu trabalho era o de propor uma política, ou seja, um conjunto articulado e coerente de medidas de política, envolvendo a sociedade portuguesa”.

Reconhecendo que “há suficientes diagnósticos sobre o problema e estão em curso estudos muito completos sobre algumas vertentes importantes da problemática … seria com base neles que se deveria erguer essa política pública”.

No seu entender, “a equipa deveria ser multidisciplinar, pois só uma abordagem multidisciplinar é capaz de ir de encontro à complexidade do problema da Promoção da Natalidade” e ainda “que o trabalho a realizar tinha de ser muito claro e objectivo” e sustentado “no conhecimento específico das políticas públicas para as áreas da solidariedade social, da família, da saúde, da fiscalidade e do trabalho”.

Para este relatório, a Comissão considerou “importante desenvolver um trabalho de auscultação de vários atores e instituições sociais, ao longo do país, apesar de ser um trabalho que seria desenvolvido no quadro da iniciativa do PSD…”.

Constata-se pelo conteúdo do relatório e pelas presenças na sessão em que foi apresentado, que o mesmo é de interesse transversal à sociedade portuguesa e que hoje já conta com uma acção naturalmente atenta da administração central e igualmente empenhada por parte das organizações da economia social e da administração local.

O Relatório será agora, por iniciativa do PSD, alvo de discussão pública com partidos políticos e parceiros sociais, a quem solicitaremos reuniões para o efeito.
Ao PSD interessa construir uma estratégia nacional que agregue o maior consenso político em torno desta questão estrutural, quer em Portugal quer no plano da União Europeia.

A Comissão apresentou um conjunto alargado e diversificado de propostas que, pelo seu conteúdo, só serão viáveis se implementadas com “um compromisso de longa duração” (5 legislaturas – pg.14), o que obriga à construção do mais amplo consenso na sociedade portuguesa entre os seus diferentes agentes.

Assim, não podemos deixar de sinalizar com especial preocupação a tomada de posição do Secretário-Geral do Partido Socialista que, antes de conhecer em concreto o relatório, não se coibiu de o criticar e ainda atacar injustamente o Governo em funções e esta iniciativa inédita do PSD.

Aliás, sublinhamos, que quer o PS quer a CGTP foram ouvidos no âmbito do trabalho da Comissão (Pg. 22 do relatório), contributos que esta agradece e que nós também, em nome do PSD, queremos reiterar tal agradecimento pela atitude cooperativa do PS com a Comissão a propósito do tema da natalidade, o que contrasta com a posição agora assumida pelo seu Secretário-Geral.

Por estes factos, apelamos a que o PS, pela disputa interna da sua liderança, não contagie negativamente a discussão em volta da natalidade, tema que deve ser poupado a polémicas estéreis.

Queremos ainda realçar o empenhamento do PSD na contribuição para um debate público construtivo e consensualizador em volta de temas estruturantes para o País.
Por fim, o PSD, no último trimestre deste ano, apresentará sobre outros temas trabalhos similares que possam contribuir para uma discussão mais estruturada e ampla na sociedade portuguesa, com vista à construção de entendimentos de médio prazo em volta dos mesmos.


quarta-feira, julho 16, 2014

Natalidade e Fernando Ribeiro e Castro




Há dias em que a terra toca o Céu e vice-versa...
Lendo os jornais de hoje e as notícias sobre natalidade e as propostas entregues pela Comissão, presidida por Joaquim de Azevedo, é impossível não lembrar o Fernando Ribeiro e Castro, sem cuja luta persistente ao longo dos anos, neste tema e no da Família, não teria acontecido o clima cultural no qual estas propostas surgem, suscitadas pela dramática realidade demográfica que hoje vivemos, nem também o próprio conteúdo das mesmas (ideias, âmbito, conceitos).
Caro Fernando: cá estamos e com a tua companhia vamos fazendo caminho. Obrigado pela tua vida e ajuda!


terça-feira, julho 15, 2014

Padres pedófilos: quem dá os números ao Papa?




No La Stampa saiu este artigo que reproduzo abaixo.

"14/07/2014
Quem é que dá os números ao Papa?
Marco Tosatti

É difícil escrever sobre um objecto vago e com contornos difusos como é uma entrevista desmentida, ou melhor, desmentida em parte mas não no sentido global, como a que resultou da conversa entre Eugenio Scalfari e o Papa.
Mas há um ponto da conversa que merece atenção, porque levanta questões de grande peso. É o dos abusos.
Os padres que os cometeram serão mesmo 2% do total (ou seja mais de 8.000)?
Os números que se conhecem até hoje dizem o contrário.
MARCO TOSATTI

É difícil escrever sobre um objecto vago e com contornos difusos como é uma entrevista desmentida, ou melhor, desmentida em parte mas não no sentido global, como a que resultou da conversa entre Eugenio Scalfari e o Papa. Mas há um ponto da conversa que merece atenção, porque levanta questões de grande peso. É o dos abusos.

A certa altura, na sua reconstrução, Scalfari escreve, partindo da sua pergunta: Um fenómeno muito espalhado?

"Muitos dos colaboradores que lutam a meu lado asseguram-me com dados credíveis que a pedofilia dentro da Igreja se situa ao nível dos dois por cento. Este dado deveria tranquilizar-me mas devo dizer-lhe que de facto não me tranquiliza. Acho antes que é gravíssimo. Dois por cento dos pedófilos são sacerdotes e até bispos e cardeais. E outros, ainda mais numerosos, sabem mas calam, punem mas sem dizer o motivo. Considero que este estado de coisas é insustentável e é minha intenção enfrentá-lo com a severidade que requer.

A frase acaba assim, sem as aspas a fechar.

Mas é o valor de 2% relatado por Scalfari que gera grande perplexidade.

E temos que perguntar:
a) se o Papa realmente o disse;
b) quem é que lhe fez o cálculo;
c) se Scalfari o relatou fielmente.

Os padres no mundo são perto de 410 mil. Dois por cento quer dizer mais de 8 mil. Um dado que diverge com todos os dados conhecidos até hoje.

A UCCR (Unione di Cristiani Cattolici Razionali) pergunta num artigo recente: "Mas quantos são os padres implicados na pedofilia?

O Vaticano revelou os números oficiais perante a 52ª Comissão da ONU contra a tortura: entre 2004 e 2013 um total de 884 membros do clero foram reduzidos ao estado laical no âmbito do escândalo da pedofilia.

Outras medidas disciplinares foram aplicadas a 2.572 sacerdotes (em muitos casos por serem de idade avançada ou doentes).

Portanto, estes são os números sobre os quais se pode trabalhar.

Se somamos 884 com 2.572, no total temos 3.456 sacerdotes católicos pedófilos em dez anos.

Os padres católicos no mundo, segundo o departamento de estatística do Vaticano, são cerca de 410 mil, uma média aproximada entre os 405 mil do ano 2000 e os 413 mil do ano 2010, números próximos das médias dos anos 60 e 70.

O cálculo é fácil: os 4 mil padres pedófilos correspondem a 0,8% dos padres católicos no activo nos últimos 10 anos.

Certamente, um só caso de abuso já é demasiado, porém podemos verificar que não se trata de percentagens elevadas, mais, são decididamente moderadas em relação aos números que atingem pais, colegas, professores, treinadores e familiares em geral (a maior parte casados, portanto não celibatários)."

O professor Davide Cito, da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, que trabalha neste campo com as instituições da Santa Sé fala de 400 casos que anualmente chegam a Roma para serem avaliados.

E sublinha que em 90% dos casos trata-se de vítimas masculinas adolescentes, dos 16 aos 18 anos; ou seja não são casos de pedofilia, mas de efebofilia, ligada ao fenómeno da homossexualidade.

Pode perguntar-se por que razão o Papa não faz esta diferença tão importante.

Mais: em 2010 o "grande inquisidor" vaticano, agora bispo em Malta, Charles J. Scicluna, colaborador de Bento XVI na grande batalha lançada por aquele papa contra o fenómeno dos abusos de todo o tipo, dizia:

"Nos últimos nove anos (2001-2010) fizemos a avaliação das acusações relativas a 3 mil casos de sacerdotes diocesanos e religiosos que se referem a delitos cometidos nos últimos 50 anos. Podemos dizer que em geral 60% destes casos são sobretudo actos de efebofilia, ou seja devidos à atracção sexual por adolescentes do mesmo sexo, 30% são relações heterossexuais e 10% são actos de verdadeira e própria pedofilia, isto é determinados por uma atracção sexual por menores impúberes. Os casos de padres acusados de pedofilia verdadeira e própria são, assim, cerca de 300 em nove anos. Trata-se sempre de demasiados casos – obviamente – mas temos de reconhecer que o fenómeno não é tão generalizado como se faz crer".


Então é caso para perguntar: se Scalfari – coisa que falta demonstrar – recordou a resposta com rigor, quem é que dá os números ao Papa?"

Termino este post com um grande, comovido e grato, abraço a todos os Padres com quem me cruzei na minha vida. Grato pelas Missas, pela Comunhão, pela amizade, pelas Confissões, por todos os sacramentos, pela companhia, por tudo. Obrigado pelas vossas vidas e sacerdócio!



domingo, julho 06, 2014

Três anos sobre a morte de Maria José Nogueira Pinto (foi em 6 de Julho de 2011)

Continuam a mesma saudade, amizade e presença...


Fui procurar notícias e encontrei esta entrevista em conjunto com o Jaime que não me recordava ter lido.

E também faço a lista de homenagens de que me lembrei, embora provavelmente haja mais:

Uma unidade de cuidados continuados da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Um monumento na Ribeira das Naus em Lisboa
Um prémio de responsabilidade social

Encontrando também este post no blog Delito de Opinião fui recordado da publicação no Observador do belíssimo discurso do Jaime na inauguração do monumento em Lisboa.

Até ao Céu, vamos vendo-nos na comunhão dos santos e no crescimento e recomposição da presença católica na política...