quarta-feira, abril 03, 2013

A "Censura" que falta



A Moção de Censura que hoje (agora, neste momento) se debate no parlamento é um gesto completamente inútil do ponto de vista político. Inútil porque atenta a composição do parlamento não poderia nunca surtir o seu efeito útil. Inútil porque não há o mais pequeno vislumbre do que o Partido Socialista entende se poderia fazer de diferente. Inútil porque concentrada apenas em alguns pontos da política do Governo, conquanto importantes, e não dirigida à totalidade da mesma, explorando as contradições do centro-direita português e onde, infelizmente o "centrão" se encontra e nada muda.

Na verdade há pontos onde o governo merecia senão uma "censura" pelo menos uma advertência. Refiro-me à inexistente política de Família, à falta de coragem em enfrentar a mentalidade dominante e cortar a eito na revolução civilizacional do governo de Sócrates, à falta de iniciativa nas reformas das leis do aborto (cujos resultados catastróficos estão à vista de todos) ou do divórcio-expresso (considerado o aumento exponencial da conflitualidade nos tribunais de família) ou das crianças e jovens em risco (a coberto da qual a estrutura da Segurança Social prospera em funcionários, custos e mau procedimento em relação às famílias mais necessitadas), etc.

Mas como a realidade tem muita força e a política, como a natureza, tem o horror do vazio, essa Moção de Censura, esta advertência do eleitorado do centro-direita, foi colocada no parlamento sob a forma da Petição Defender o Futuro, através da qual o parlamento (e desejavelmente o Governo por chamada da Assembleia da República) é chamado a uma revisão do caminho andado, pela avaliação das leis ditas fracturantes. Amanhã na 1ª Comissão (Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias) da AR essa moção de censura será apresentada. Aos partidos agora a função de se colocarem perante ela, em especial os da maioria. A seguir...


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