O artigo "Mulheres despidas de preconceitos" no jornal gratuito Metro de hoje é um tratado de lugares comuns e o espelho de uma sociedade enlouquecida...
Os lugares comuns de "dantes as mulheres estavam cerceadas" deixam-nos com uma pergunta no ar: se durante milénios o sexo foi uma contrariedade ou uma fonte de infelicidade para as mulheres, como é possível que tenham continuado a nascer crianças, acontecido romances e também pouca-vergonhas, (in)fidelidades e momentos arriscados e loucos? Porque é que as mulheres aceitaram ao longo dos séculos ter relações com os homens, procurarem e ser procuradas? Por espírito de sacrificio? É realmente um lugar comum, indemonstrável cientificamente e provavelmente uma estupidez se olharmos para a história e experiência da humanidade!
(mas curiosamente um mote, a par da marca de abordagem cientifica, de muita da produção pornográfica ou erótica)
Coisa diferente essa sim é dizer que dantes a pornografia (porque é disso que se trata na maior parte das noticias, livros e programas que surgem referidos em artigos como os citados) era uma coisa restrita, geralmente de consumo por homens e não tinha invadido a sexualidade, como hoje o faz, tornando-se o modelo dominate das relações intímas.
Por pornografia se entendendo toda a criação literária, artistica, etc., que tem por propósito a excitação de que quem a consome e no fim uma sociedade dominada pela masturbação (não é por acaso que este tipo de séxologos hoje na moda dedicam amplo espaço à matéria).
A razão de eu escrever isto não é para moralizar, mas porque estou sinceramente convencido que este tipo de sociedade e mentalidade, sobreexcitada sexualmente, onde parece que o amor e romance deixaram de ser ideiais, só dá lugar a pessoas frustadas, a um clima geral de infelicidade, porque, mostra-o a experiência humana, o sexo sendo uma fonte potentissima de fruição não responde por si só ao desejo de plenitude do coração humano nem é por si só capaz de sustentar uma vida na sua diversidade (prazer e sofrimento, alegrias e contrariedades, doença e saúde, etc.).
Outro ponto: observava-me um Padre meu amigo como este tipo de mentalidade é completamente "espiritualista" no sentido de que admitindo a exposição da intimidade do corpo (e o seu uso), o separa totalmente do ser, da pessoa, daquilo que ela é. Ou seja, uma coisa é o meu corpo, e outra a minha alma, a psique, o que quiserem. Ora, isso é o contrário da fé católica (neste sentido completamente carnal). Para nós, católicos, o homem é corpo e espírito indissoluvelmente ligados. E por isso não é indiferente o que se faça com o corpo ou andar a mostrá-lo (além do problema conexo da indução de outros em apetites para os quais nem sequer há possibilidade de resposta).
Nota final: tenho 4 filhos dos quais 3 raparigas com idades entre os 11 e os 18, que pelas suas próprias circunstâncias, tem acesso aos jornais gratuitos (o rapaz tem 4 anos e para já está fora deste campeonato). Não me agrada nada que estes jornais dêem espaço em fotografias e textos, a um tipo de informação que nestas idades pode ter uma influência decisiva (é na altura delicada da formação da juventude que as primeiras experiências, informações e conhecimentos, são decisivos para o resto da vida). Algum bom senso que atendesse às diferentes idades dos consumidores, seria muito benvindo!
Embora, como dizia o outro, há coisas que só para maiores de 80 anos e quando acompanhados dos seus pais...! :-)
2 comentários:
Hó pá,vai á MERDA!
Porquê?
Abraço e obrigado pelo comentário
Antonio Pinheiro Torres
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