terça-feira, janeiro 30, 2007

Caminhada pela Vida no Domingo passado: eramos 15 mil!

Vejam neste vídeo colocado no Youtube a realidade da Caminhada pela Vida em Lisboa (mais de 20.000 pessoas), neste dia 28 de Janeiro. Uma realidade que os media não "viram" (na medida em que se tivesse estado igual multidão pelo Sim, a comunicação social rebentaria de fotografias, reportagens e referências...).
http://www.youtube.com/watch?v=rOKNGtZgAAw

De uma amiga recebi este mail:

Assunto: Reuters.com - Anti-abortion march in Portugal - 1/28/2007 9:32:53 PM - 15.000 PESSOAS

Segundo a Reuters: 15.000 pessoas na Caminhada pela Vida em Lisboa a 28 de Jan

Homenagem à isenção e qualidade jornalista em Portugal ...!

No fim da Caminhada fui ao site da Agencia Lusa e qual o meu espanto quando dei de caras com a reportagem que referia estarem 2.000 pessoas, fui ao Portugal Diário 7.000 a 8.000. Rendida achei melhor aguardar pelas edições em papel do dia seguinte.

E no dia seguinte, nada de novo a registar.

É lamentavel, mas o que safa os Portugueses que estamos interessados em ler FACTOS é o acesso à Internet que nos dá acesso à informação, e não à opinião ou à manipulação.

Se querem ter uma aproximação sobre QUANTAS PESSOAS foram à Caminhada pela Vida não nos resta alternativa senão ir ao site de uma das Agências de Informação mais prestigiadas do mundo, a agência Reuters.

Foi a fonte que mais se aproximou dos números relatados por inúmeros agentes da PSP aos quais fui perguntando e me respondiam com unanimidade 20.000 a 25.000 pessoas!

Reuters.com - Anti-abortion march in Portugalhttp://today.reuters.com/tv/videoStory.aspx?storyID=67c334e8f21641f8927a7a6f16c1585ebc258674

Democracia?
Livre acesso à informação?
ou Ditad.... é melhor nem escrever senão lá vem a censura, as escutas telefónicas ou o desvio de emails!

Breves apontamentos da campanha do Não

Verifico com pena que quem está tão imerso numa campanha, não consegue encontrar uns minutos para um post...
Alguns apontamentos:
- a nossa campanha está a correr bem e a mensagem a passar;
- independentemente do resultado final, a cultura da vida cresce;
- o resultado é hoje uma incógnita (o que é estraordinário visto a vantagem do Sim e os meios partidários que usam, contra os nossos simples esforços de cidadãos);
- entre nós a unidade cresce e é evidente.
- independentemente do resultado, no dia 12 continuamos nas nossas associações o que sempre fizemos: estender a mão e não apontar o dedo, dar espaço à Vida.
- é um privilégio para qualquer um (do Sim ou do Não) poder bater-se pelos ideais em que acredita e participar numa campanha política (no sentido nobre do termo: como serviço do bem comum). Sinto-me honrado por fazer parte deste momento da história do meu país (porque, não tenhamos ilusões: o resultado de 11 de Fevereiro marcará o país para o bem ou para o mal na questão central da Vida e Dignidade humanas em Portugal).

quinta-feira, janeiro 18, 2007

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Mulher condenada em Tribunal por causa de Ovos de Cegonha (e o aborto, senhores?)

Mulher Condenada em Tribunal por causa de Ovos de Cegonha

Saberão os nossos leitores [do boletim Infovitae] que em Portugal é crime partir (abortar) ovos de cegonha (independentemente do número de semanas de gestação).

Este link é sobre uma senhora que foi condenada por ter derrubado ninhos com ovos de cegonha:

http://www.diramb.gov.pt/data/basedoc/TXT_JN_8888_1_0001.htm

terça-feira, janeiro 16, 2007

Incrível! Reino Unido: Embriões híbridos de animais e humanos em discussão pública

Aprendi com o meu pai que nada nos deve espantar no Cinema porque a realidade ultrapassa-o sempre em fantasia, imaginação e incredibilidade...
Apetece-me esfregar (peço desculpa pela veemência da expressão...) esta notícia do Público, de 12 de Janeiro, nas caras confiantes e animadas de todos os "moderados, equilibrados e progressistas", que fui encontrando ao longo da discussão sobre a lei da procriação medicamente assistida...
"Que não" diziam eles, exageros destes não eram possíveis...leiam só:

Reino Unido Embriões híbridos de animais e humanos em discussão pública

Criar embriões que sejam uma mistura de células de humano e de outro animal seria legal no Reino Unido, mas a autoridade que regula as experiências deste tipo prefere lançar um debate público antes de as autorizar. Num comunicado ontem divulgado, a Autoridade para a Fertilidade e Embriologia Humanas do Reino Unido (HFEA, na sigla em inglês) diz que poderia permitir a criação de embriões híbridos, solicitada por cientistas do Kings College de Londres e do Instituto de Células Estaminais do Nordeste de Inglaterra (Newcastle), para investigar as potencialidades terapêuticas das células estaminais assim criadas. Mas a HFEA prefere que a sociedade se pronuncie sobre este tema, e só depois emitir um parecer. "No Outono, quando a consulta estiver terminada, vamos considerar os pedidos", disse a directora da HFEA, Angela McNab. Fraude Equipa dos EUA que colaborou com Hwang em causaA equipa de Gerald Schatten, o cientista norte-americano que colaborava com o sul-coreano Hwang Woo-suk, acusado de falsificar artigos sobre a clonagem de embriões humanos para obter células estaminais, está a lidar com outras acusações de falsificação. Em causa estão imagens de um artigo científico submetido para publicação na revista Nature, em que a sua equipa relatava ter obtido culturas de células estaminais a partir de embriões e macaco, anunciou uma porta-voz da Universidade de Pittsburgh, à qual Schatten está ligado, citada pela agência noticiosa AP. O artigo em causa nunca chegou a ser publicado, e as suspeitas não caem directamente sobre Schatten, mas sobre um membro da sua equipa, o sul coreano Park Jong-hyu, que também integrava a equipa de Hwang. Estas revelações surgem no contexto de um inquérito interno da Universidade de Pittsburgh, cujas conclusões não foram ainda tornadas públicas - a notícia surge em resultado de uma investigação própria da AP.

Aborto: A Maior das Humilhações (um artigo do Padre Nuno Serras Pereira)

A Maior das Humilhações

Nuno Serras Pereira
11. 01. 2007

Em 1998, Luz de Vasconcellos e Souza convidou-me para um café, depois de jantar, em casa de seus pais. Para além da Luz, estavam sua mãe, Sofia de Melo Breyner Andresen, Pedro Líbano Monteiro (não confundir com o antigo quadro do BCP, de quem é parente) e parece-me que também um jovem, de que agora não recordo nem a fisionomia nem o nome.

Conversou-se sobre assuntos vários entre os quais, surgiu naturalmente, pela sua proximidade, o do referendo sobre a liberalização do aborto. Sofia também esse tema com a simplicidade e profundidade luminosas que lhe eram habituais. De tudo o que lhe ouvi, o que mais me marcou foi uma pequena partilha que culminou numa breve sugestão. Disse: “Uma vez mostraram-me fotografias de fetos abortados. O que mais me impressionou foi o seu ar de humilhação (ou de humilhados). Espalhem imagens dessas com a frase: «aqueles que ninguém quis amar»”.

Já não recordo, ao certo, quais as razões ou circunstâncias que nos levaram a não concretizar a proposta que brotou do seu desabafo. Mas ela gravou-se-me de tal sorte na mente que ainda hoje a recordo como se me tivesse sido feita há 10 minutos.

De facto, a humilhação não consiste em ser julgado por ter prevaricado, por ter cometido um crime, a grande humilhação, a maior das humilhações é não ser reconhecido e respeitado por aquilo que se é, um ser humano, uma pessoa; é ser aniquilado, na fase de maior vulnerabilidade, pela decisão despótica de quem o gerou; é ser vítima da renúncia geral à sua protecção e da conjura comum para o destruir.

Aborto: uma frase de Mahatma Ghandi

"Parece-me tão claro como o dia, que o aborto é um crime.»

Apoiar a Família em vez do aborto: um exemplo da Alemanha

Na campanha do Não fizemos um desafio ao Governo: está disponível em caso de vitória da Vida a utilizar os mesmos recursos destinados ao aborto legal até às 10 semanas, no apoio às famílias e às grávidas em dificuldade?
Porque não têm coragem de responder?
Não é melhor financiar nascimentos do que abortos?

Casais recebem para ter filhos
2007/01/08 20:33 Sara Marques - http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=759443&div_id=291
Países com natalidade baixa atribuem incentivos. Subsídios de nascimento, abonos, compensação para os pais que queiram deixar o emprego, licenças de maternidade e ajudas na educação, são algumas medidas. Em Portugal nascem cada vez menos bebés

O ano começou com uma boa notícia para as futuras mães da Alemanha. Para incentivar a natalidade, o Governo decidiu atribuir um subsídio, que pode chegar aos 25 mil euros.
Nas últimas décadas, as taxas de nascimento na Alemanha caíram a um ponto que autoridades consideram «alarmante». A taxa de fertilidade média é de 1,37 filho por casal, bem abaixo da média de 2,1 considerada necessária para manter a população em nível estável.
A legislação previa que pais que decidissem ter filhos podiam receber até 7,2 mil euros por um período máximo de dois anos. A partir de 1 de Janeiro, com a entrada em vigor da nova lei, podem receber até dois terços do salário durante um ano, no valor máximo de 25,2 mil euros.
Medidas semelhantes têm vindo a ser adoptadas em vários países. A França, país que possui uma das taxas de natalidade mais altas da Europa, anunciou recentemente um pacote de medidas para conciliar a maternidade com a vida profissional e estimular as mulheres a terem um terceiro filho.
As francesas que derem à luz um terceiro filho poderão usufruir, se assim desejarem, de uma licença de maternidade mais curta (de três anos para um) mas mais bem remunerada, com cerca de 750 euros por mês.
A estas medidas somam-se auxílios mais elevados para as despesas com as crianças, creches gratuitas, descontos em restaurantes, supermercados, cinemas e transportes públicos e ainda actividades extra-escolares a preços reduzidos.
O regime de Segurança Social francês prevê vários subsídios para as famílias, entre os quais o de nascimento (830 euros), o de base (166 euros por mês, até aos três anos) e o de início de aulas para os agregados desfavorecidos - 265 euros. Além disso, há também benefícios fiscais para os casais com filhos.
Actualmente, a França tem uma taxa de natalidade de 1,9 filho por mulher e é, depois da Irlanda, o país da Comunidade Europeia com os melhores índices.
Na Suécia considerado pela ONU como «o melhor sítio do mundo para ter filhos», um dos pais pode ficar em casa por um ano com 80 por cento do ordenado. A assistência pré-natal é gratuita e há uma rede de creches privadas de preços controlados.
Fernando Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), disse ao PortugalDiário que em países nórdicos como Suécia, Dinamarca e Noruega há ainda uma compensação estatal, caso um dos pais decida desempregar-se ou sub-empregar-se para ficar em casa com os filhos.
Em Espanha, os pais têm direito a subsídio de risco na gravidez, abono de família que aumenta a partir do segundo filho e subsídio de nascimento para o terceiro filho e seguintes.
Em Portugal, o abono de família é determinado em função dos rendimentos, não sendo atribuído aos agregados familiares com um rendimento superior a 1875 euros mensais. No primeiro ano o valor é maior e vai diminuindo conforme a criança fica mais velha. E não existem apoios para a educação, a guarda de crianças ou famílias monoparentais.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2005 nasceram 109.457 crianças em Portugal. Com um índice de fecundidade de 1,4 filhos por mulher, que tem vindo a diminuir, «Portugal continua a não assegurar a renovação de gerações e o défice de nascimentos ronda os 55 mil por ano», explicou o presidente da APFN.
O Algarve é a zona do país onde se regista um aumento mais constante da taxa de natalidade nos últimos anos, segundo dados do INE. 16 por cento dos bebés que nasceram em 2003 no Algarve são filhos de mãe estrangeira, na maioria de mulheres ucranianas e brasileiras.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Um poema impressionante (dedicado aos abortistas)

Que me chegou por mail. A origem parece ser http://sol.sapo.pt/blogs/filosorfico/default.aspx de Renato de Azevedo

SEM NOME

Era tão pequeno,
que ninguém o via.
Dormia, sereno,
enquanto crescia.
Sem falar, pedia
-porque era semente-
ver a luz do dia,
como toda a gente.
Não tinha usurpado
a sua morada.
Não tinha pecado.
Não fizera nada.
Foi sacrificado
enquanto dormia.
Esterilizado
com toda a mestria.
Antes que a tivesse,
taparam-lhe a boca,
- tratado, parece,
qual bicho na toca.
Não soltou vagido.
Não teve amanhã.
Não ouviu: «-Querido...»
Não disse: «-Mamã...»
Não sentiu um beijo.
Nunca andou ao colo.
Nunca teve o ensejo
de pisar o solo,
pezito descalço,
andar hesitante,
sorrindo, no encalço
do abraço distante.
Nunca foi à escola,
de sacola ao ombro,
nem olhou estrelas
com olhos de assombro.
Crianças iguais
à que ele seria,
não brincou com elas,
nem soube que havia.
Não roubou maçãs,
não ouviu os grilos,
não apanhou rãs
nos charcos tranquilos.
Nunca teve um cão,
vadio que fosse,
a lamber-lhe a mão,
à espera de um doce.
Não soube que há rios
e ventos e espaços.
E invernos e estios.
E mares e sargaços,
e flores e poentes,
E peixes e feras
- as hoje viventes
e as de antigas eras.
Não soube do mundo.
Não viu a magia.
Num breve segundo,
foi neutralizado
com toda a mestria:
Com as alvas batas,
máscaras de entrudo,
técnicas exactas,
mãos de especialistas
negaram-lhe tudo
(o destino inteiro...)
- porque os abortistas
nasceram primeiro.

10 semanas: um compromisso entre o infanticidio e o direito à vida!

Lê-se e não se acredita...:
"É necessário um compromisso entre o direito à vida e o direito ao planeamento familiar. Não há planeamento familiar eficaz sem a possibilidade de, como solução de recurso, abortar. Efectivamente, todos os meios contraceptivos falham, por vezes, seja por razões técnicas seja por falha humana. O direito à vida sugeriria que a vida humana deveria ser protegida desde o instante da concepção. O direito ao planeamento familiar requeriria a possibilidade de abortar até ao fim da gravidez -- tal como de facto é permitido nalguns países -- ou até mesmo de efectuar infanticídios -- tal como é praticado noutros países. O aborto até às dez semanas de gravidez é um compromisso bastante restritivo, mas ainda assim realista, entre essas duas posições extremas. Ele permite garantir que o planeamento familiar efectivo é possível, mas sem uma violação intolerável do direito à vida."
Passaram-se!!!!????
Esta "preciosidade" está em "argumentos do sim" do www.euvotosim.org. Não é notável!?

As 200 mil assinaturas dos grupos civicos do Não

Encerrado este primeiro período extenuante de mobilização para a constituição dos grupos civicos, assisto divertido ao espanto da comunicação social (e também ao incómodo do Sim) com a potência social dos grupos do Não (15 grupos contra 5 do Sim, 200 mil assinaturas no total).
É preciso estar muito distraído ou querer cegar quem lê jornais ou adormecer os políticos dos partidos, para ficar surpreendido com mais uma demonstração de força de um amplo movimento social de defesa da Família e da Vida que hoje em dia, tem mais implantação que muitos partidos e uma representação eleitoral não negligenciável.
Quem desde 1998 venha seguindo estes movimentos civicos não se espanta com a capacidade organizativa mas verifica quotidianamente que no espectro político português existe uma força civil que não precisa da comunicação social para se desenvolver e crescer e cujo êxito corresponde tão só ao facto de coincidir com os anseios profundos de um povo que não se submete aos ditames da mentalidade comum.
Um povo de homens livres, de famílias convictas e agentes sociais empenhados, que parte agora para uma campanha de afirmação positiva da Vida, dedicada ao esclarecimento e à mobilização, que pode obter um resultado confirmador da modernidade e progressismo de quem afirma que os direitos humanos devem prevalecer sobre os interesses pessoais e que para o drama do aborto há outros caminhos, outras respostas, outras soluções.
A minha maior preocupação com o referendo, não é perder ou ganhar. A cultura da Vida crescerá sempre em qualquer das circunstâncias.
O meu receio é que ao resultado (seja qual for) não sucedam iniciativas em politicas públicas favoráveis à Vida, à Família, à Natalidade e aos apoios sociais...
Será sempre bom continuar a proteger, através da lei penal, a mulher e os seus filhos. Mas ideal era haver um empenho político sério. Haverá, à esquerda e à direita, quem o queira?

O Diário de Notícias e a Igreja Católica

É comovente o desvelo e a atenção filial com que o Diário de Notícias segue as indicações dadas pelos Bispos da Igreja Católica e até a prática religiosa a que convida os seus repórteres... :-)
Ele é idas a Fátima e ao Terreiro do Paço, Missas assistidas (ou participadas...?) em todo o país, declarações de Bispos reproduzidas e comentadas...um mimo!
Quem diria que o mais anti-clerical dos nossos jornais, se havia de transformar num retrato fiel e diário da actividade da Igreja católica...! :-)
Fossem todos os católicos como o Diário de Notícias e este país era outro! lol!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Convenção do Não: contentamento e um presente

Passei hoje o dia caído para o lado...na ressaca da Convenção Nacional dos Grupos do Não...
Foi um momento emocionante de encontro, de constatação de que partimos para esta campanha com uma rede operacional que cobre o país inteiro e que a vitória no dia 11 de Fevereiro só depende do trabalho de esclarecimento que estamos dispostos a realizar.
Mas uma passagem pelo correio electrónico, antes de me deitar, impunha-se e encontro este poema que me foi enviado por uma amiga do Diz que Não. Deixo-o pelo que representa como gesto de amizade e por aquilo que diz: assim somos nós com este País!

«Hora

Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar. »

Sophia Mello Breyner

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Protesto contra a forma miserável como a AR trata as Petições!

Completamente "afogado" na azáfama da campanha do Não e na conclusão do processo dos grupos civicos que sevão inscrever na CNE, não consigo estender-me sobre o assunto, mas em resumo:
1. O Parlamento está-se nas tintas para os movimentos cívicos e populares e trata-os abaixo de cão (não aprecia as Petições, maltrata os assuntos, faz uma palhaçada de 10 minutos por Petição em Plenário, no dia mais adormecido, o de sexta-feira);
2. Pessoalmente tenho estado envolvido em diversas (MOVE e Educação Sexual, Deus e a Europa e a questão da referência ao cristianismo no preâmbulo da Constituição Europeia, Mais Vida Mais Família, a maior de sempre da história do parlamento em democracia e que lá jaz desde Março de 2004, Referendo da PMA que não fora o Presidente Jaime Gama, não queriam deixá-la entrar, etc.). Em todas fui maltratado pelo parlamento. Para já não falar dos partidos que de tão drogados com o jogo político, também não ligam nenhuma...
3. Saúdo por isso a iniciativa abaixo de um grupo de diversos peticionantes de diversas petições que amanhã se encontram à porta da AR para protestar. Infelizmente não posso estar mas contam comigo!

O Comunicado é este:

PRESS RELEASE AGENDA POLÍTICA e AGENDA NACIONAL

DIA 5 DE JANEIRO, ÀS 9 HORAS,

O DIREITO À INDIGNAÇÃO NA PORTA DO PARLAMENTO

O agendamento de 10 Petições para a mesma manhã, dando só 25 minutos a cada grupo parlamentar para se pronunciar sobre a totalidade das Petições em análise foi a resposta da A.R. ao pedido de suspensão de pagamento de IRS por parte de alguns subscritores de algumas das 120 Petições a aguardar (algumas desde 2003) a Discussão no Plenário da Assembleia da República.

Do quase milhão de subscritores “em situação de PENDENTE”, desta vez são 75.176 os cidadãos subscritores de Petições tão díspares como o Encerramento do D. João de Castro, a Idade de Reforma dos Trabalhadores das Pedreiras, o Novo Aeroporto da OTA ou a Interrupção dos Subsídios do Grupo de Teatro “a Barraca” que serão discutidas no Parlamento num espécie de simultâneo sem precedentes na DEMOCRACIA em PORTUGAL!!

Vai ser a maior confusão nos acessos áquelas galerias para não se assistir a nenhuma discussão edificante!

Carlos Fogaça, 1º subscritor da Petição sobre o D. João de Castro, acusa que este agendamento da A.R. de “é a total ausência de ética política e um expediente de favor que a maioria parlamentar faz ao governo, fingindo que discute assuntos que, sendo incómodos para a governação, se restringe o incómodo a dois minutos e meio por assunto e por grupo parlamentar.”

(...) além da ilegalidade de terem estado 6 meses à espera de uma Discussão Plenária que pela lei deveria ter sido feita em 30 dias,

“isto é uma clara violação do espírito da Lei da Petição consagrada na Constituição e um grave golpe na participação cívica dos cidadãos. Por isso,
- no próximo dia 5 de Janeiro iremos dizer o que pensamos á entrada dos deputados no Parlamento;
- iremos, por carta, manifestar a nossa mais profunda indignação ao Senhor Presidente da República;
- e solicitar ao Senhor Provedor de Justiça a averiguação da legalidade desta forma de “resposta” da Instituição Parlamentar aos movimentos de cidadania.

Lisboa 3 de Janeiro 07

Carlos Fogaça - 91 999 99 79 - 1º Subscritor da Petição à A. R.
Conceição Leite Pinto – 96 694 00 57 – coordenação da Petição à A. R.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Obviamente, voto Não!

"Caímos tão fundo que atrever-se a proclamar aquilo que é óbvio se transformou em dever de todo o ser inteligente»
George Orwell

O Pregador do Papa pede o dom de um pai e uma mãe para as crianças do mundo

O Pregador do Papa pede o dom de um pai e uma mãe para as crianças do mundo
Comentário do padre Raniero Cantalamessa, ofmcap., à liturgia desse domingo
ROMA, domingo, 29 de dezembro de 2006 (ZENIT.org).-
Publicamos o comentário do padre Raniero Cantalamessa, ofmcap., —pregador da Casa Pontifícia— à liturgia da Missa desse domingo, da Sagrada Família: Jesus, Maria e José.
* * *Domingo depois do Natal: Festa da Sagrada Família
I Samuel 1, 20-22.24-28; I João 3, 1-2.21-24; Lucas 2, 41-52
Sobre a família
«Filho, por que nos trataste assim? Vê que teu pai e eu te buscávamos angustiados». Nestas palavras de Maria vemos mencionados os três componentes essenciais de uma família: o pai, a mãe e o filho. Não podemos este ano falar da família sem tocar no problema que neste momento mais agita a sociedade e preocupa a Igreja: os debates parlamentares sobre o reconhecimento das uniões de fato.
Não se pode impedir que o Estado busque dar resposta a situações novas presentes na sociedade, reconhecendo alguns direitos civis a pessoas também do mesmo sexo que decidiram viver juntas suas próprias vidas. O que importa à Igreja —e deveria importar a todas as pessoas interessadas no bem futuro da sociedade— é que isto não se traduza em um enfraquecimento da instituição familiar, já muito ameaçada na cultura moderna.
Sabe-se que a forma mais efetiva de destruir uma realidade ou uma palavra é a de dilatá-la e banalizá-la, fazendo que abrace coisas diferentes e entre si contraditórias. Isto ocorre se equipara-se a união homossexual ao matrimônio entre homem e mulher. O sentido próprio da palavra «matrimônio» —do latim, função da mãe (matris)— revela a insensatez de tal projeto.
Não se vê, sobretudo, o motivo desta equiparação, podendo-se salvaguardar os direitos civis em questão também de outras maneiras. Não vejo porque isto deverá soar como um limite e ofensa à dignidade das pessoas homossexuais, a quem todos sentimos o dever de respeitar e amar, e de quem, em alguns casos, conheço pessoalmente sua retidão e sofrimento.
O que estamos dizendo vale com maior razão para o problema da adoção de crianças por parte de casais homossexuais. A adoção por parte destas é inaceitável porque é uma adoção em exclusivo benefício dos adotantes, não da criança, que bem poderia ser adotada por casais normais de pai e mãe. Há muitos que esperam fazê-lo há anos.
As mulheres homossexuais também têm, se faz observar, o instinto da maternidade e desejam satisfazê-lo adotando uma criança; os homens homossexuais experimentam a necessidade de ver crescer uma jovem vida junta a eles e querem satisfazê-la adotando uma criança. Mas, que atenção se presta às necessidades e aos sentimentos da criança nesses casos? Ela vai se encontrar com quem tem duas mães ou dois pais —no lugar de um pai e uma mãe—, com todas as complicações psicológicas e de identidade que isso comporta, dentro e fora de casa. Como viverá a criança, no colégio, esta situação que lhe faz tão diferente de seus companheiros?
A adoção é transtornada em seu significado mais profundo: já não é dar algo, mas buscar algo. O verdadeiro amor, diz Paulo, «não busca o próprio interesse». É verdade que também as adoções normais os progenitores adotantes buscam, às vezes, seu bem: ter alguém em quem voltar seu amor recíproco, um herdeiro de seus esforços. Mas neste caso o bem dos adotantes coincide com o bem do adotado, não se opõe a ele. Dar em adoção uma criança a um casal homossexual, quando seria possível entregá-lo a um casal de pais normais, não é, objetivamente falando, fazer seu bem, mas seu mal.
A passagem do Evangelho da festividade termina com uma cena de vida familiar que permite entrever toda a vida de Jesus desde os doze aos trinta anos: «Ele desceu com eles a Nazaré e seguiu sob sua autoridade. Sua mãe ia guardando todas estas coisas em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e os homens». Que a Virgem obtenha a todas as crianças do mundo o dom de poder, também eles, crescer em idade e graça rodeadas do afeto de um pai e de uma mãe.
[Tradução realizada por Zenit]
ZP06123101