Estou francamente farto da história das "pensões milionárias" (ou douradas) onde com alguma verdade (há pessoas que recebem várias cumulativas sem história contributiva e apenas devido ás instituições onde estiveram) vem misturada muita inveja, escamoteamento (chamar "milionárias" a pensões de quatro ou cinco mil euros é de gargalhada) e o esquecimento de uma coisa muito simples: os que recebem essas pensões milionárias, descontaram sobre os seus salários "milionários" 11% o que equivaleu a muitos e muitos milhares de contos-euros ao longo dos anos...!
E muito gostava eu de ver quem protesta tanto quanto ás pensões "milionárias" se, no lugar de quem as recebe, vissem de repente uma turba-multa a exigir-lhes uma parte significativa dessas pensões e a deitar fora anos e anos de contribuições...! (sim, eu sei, algumas dessas pensões não têm regime contributivo que as fundamente mas também é preciso ver que essas benesses faziam parte de pacotes remunerativos que assim compensavam menor rendimento liquido...e sim, se há uns desgraçados que não fora a política nunca teriam chegado a esses salários, outros há que apreciados pelos seus pares e empregadores podiam e podem ganhar muito mais do que lhes é dado pelas instituições públicas...por incrível que pareça, mas é a vida...)
Duas notas: não aufiro qualquer pensão "milionária" (ainda tenho pela frente, se Deus quiser mais uns 15 a 20 anos de trabalho e infelizmente não chegará, receio bem, nem ao patamar inferior do dourado...) nem, que eu saiba, ninguém que me seja próximo. Mas uma injustiça, isso, indigna-me sempre. E vem este post a propósito do editorial de ontem do jornal i. Em especial este parágrafo:
"Comecemos precisamente por aqui. Por que razão Portugal deve pagar pensões douradas (entenda-se por dourado qualquer coisa superior a um valor entre os 4 mil e os 5 mil euros) quando países mais ricos que nós limitaram o pagamento de pensões a um valor de 2 mil euros? Avançar com o plafonamento das pensões devia ser uma das prioridades do governo, mas, curiosamente, foi também uma das suas primeiras cedências."
Ou seja o Estado propor-se-ia agora a pagar pensões de 2 mil a quem contribuiu sobre salários de dezena de milhar sem que lhe tivesse sido dada a hipótese nem de só contribuir na proporção da pensão que viria a receber nem de contribuir para reformas privadas. Ou seja: esbulho completo!
Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
domingo, outubro 07, 2012
As pensões são "milionárias" porque as contribuições foram "milionárias"...!
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