domingo, outubro 07, 2012

As pensões são "milionárias" porque as contribuições foram "milionárias"...!

Estou francamente farto da história das "pensões milionárias" (ou douradas) onde com alguma verdade (há pessoas que recebem várias cumulativas sem história contributiva e apenas devido ás instituições onde estiveram) vem misturada muita inveja, escamoteamento (chamar "milionárias" a pensões de quatro ou cinco mil euros é de gargalhada) e o esquecimento de uma coisa muito simples: os que recebem essas pensões milionárias, descontaram sobre os seus salários "milionários" 11% o que equivaleu a muitos e muitos milhares de contos-euros ao longo dos anos...!

E muito gostava eu de ver quem protesta tanto quanto ás pensões "milionárias" se, no lugar de quem as recebe, vissem de repente uma turba-multa a exigir-lhes uma parte significativa dessas pensões e a deitar fora anos e anos de contribuições...! (sim, eu sei, algumas dessas pensões não têm regime contributivo que as fundamente mas também é preciso ver que essas benesses faziam parte de pacotes remunerativos que assim compensavam menor rendimento liquido...e sim, se há uns desgraçados que não fora a política nunca teriam chegado a esses salários, outros há que apreciados pelos seus pares e empregadores podiam e podem ganhar muito mais do que lhes é dado pelas instituições públicas...por incrível que pareça, mas é a vida...)

Duas notas: não aufiro qualquer pensão "milionária" (ainda tenho pela frente, se Deus quiser mais uns 15 a 20 anos de trabalho e infelizmente não chegará, receio bem, nem ao patamar inferior do dourado...) nem, que eu saiba, ninguém que me seja próximo. Mas uma injustiça, isso, indigna-me sempre. E vem este post a propósito do editorial de ontem do jornal i. Em especial este parágrafo:

"Comecemos precisamente por aqui. Por que razão Portugal deve pagar pensões douradas (entenda-se por dourado qualquer coisa superior a um valor entre os 4 mil e os 5 mil euros) quando países mais ricos que nós limitaram o pagamento de pensões a um valor de 2 mil euros? Avançar com o plafonamento das pensões devia ser uma das prioridades do governo, mas, curiosamente, foi também uma das suas primeiras cedências."

Ou seja o Estado propor-se-ia agora a pagar pensões de 2 mil a quem contribuiu sobre salários de dezena de milhar sem que lhe tivesse sido dada a hipótese nem de só contribuir na proporção da pensão que viria a receber nem de contribuir para reformas privadas. Ou seja: esbulho completo!

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