quinta-feira, novembro 22, 2012

A injustiça da negação de Justiça aos políticos

Não conheço os contornos do caso a que se refere hoje o Público e que encontrei também aqui. E para ser sincero não me recordo também do tratamento mediático que levou este caso de Paulo Caldas que foi Presidente da Câmara do Cartaxo e que pertenceu ao Partido Socialista. Procurei em vão encontrar de quando datava o inicio do seu processo e por isso não sei se demorou muito ou pouco tempo a ser julgado (e agora absolvido pelo que li nas notícias sem que tenham ficado quaisquer dúvidas sobre a respectiva inocência)

Mas a referência a este caso dá-me o pretexto para contar como fiquei hoje impressionado quando encontrei num café das Avenidas Novas uma pessoa, dos meus conhecimentos, que esteve intensamente envolvida em política e com postos de responsabilidade, que além de outras razões ponderosas (vida familiar e profissional) me contou que não retorna à política e ao respectivo partido enquanto não se resolver um caso judicial que também lhe diz respeito e se prolonga há anos sem chegar a Tribunal...! Incrível!

Não sei se ele terminará dado como culpado ou inocente ou se entretanto o processo não morrerá por razões formais (prescrição ou outras) mas da pena que foi a exposição mediática ou esta "moratória" sobre o seu empenho político, essa não se livrará nunca...pode-se encolher os ombros e pensar "bem feita que eles são todos uns malandros" ou "até não é mau ele esteja de fora porque não é dos nossos", mas a verdade é, e para percebê-lo basta fazer o exercício de uma pessoa se pôr no seu lugar, é que é uma injustiça e a maior de todas: a que resulta da Justiça (do fazer-se Justiça) lhe estar a ser negada...

Por essas e por outras é que olho com esperança e optimismo para a reforma da Justiça em curso desejando de todo o coração (pessoal e no caso, como Advogado, profissional) que a mesma chegue a bom termo e alcançados os seus objectivos. Porque continuarmos assim é que não é possível e não apenas por questões que se prendem com o respeito da dignidade humana. Porque não há economia que se consiga desenvolver se o sistema da Justiça não funcionar.

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