Ia escrever um post ainda sobre o "caso" em referência ´(e no qual me confortava com uma notícia do Público de ontem cujo título é "Buscas da PJ a Medina Carreira levam advogados a pedir reuniões urgentes com ministra e PGR") quando de repente me veio à memória que Henrique Medina Carreira foi Mandatário na minha primeira campanha pela realização de um referendo por iniciativa popular em Portugal: a campanha do Todos pelo Referendo (com a qual se pretendia submeter a sufrágio a lei de descriminalização do consumo de droga). A campanha decorreu entre Outubro de 2000 e Julho de 2001 mas, muito em virtude do assunto ter desaparecido das primeiras páginas dos jornais, não ultrapassámos as 65 mil assinaturas recolhidas e por isso, ao contrário das duas seguintes em que meti (referendo à lei da procriação medicamente assistida e ao casamento gay) a proposta não chegou a dar entrada na Assembleia da República.
Já hoje e na mesma linha do meu post sobre este "caso" e também da posição assumida pelo presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, acima referida, e de um artigo de opinião também ontem no Diário de Notícias, o conhecido advogado Magalhães e Silva, no Correio da Manhã, diz isto:
"09 Dezembro 2012 - 00h49
O Avesso e o Direito
Medina Carreira
Há dois colunistas que têm de comum estarem sempre maldispostos com o mundo – Vasco Pulido Valente e Medina Carreira.
O primeiro, flagrantemente culto, mas não tanto quanto supõe, é
tão sobranceiramente snob, que raia uma enternecedora saloiice; Medina Carreira,
que sempre esteve atento aos abismos para que caminhámos, mal-grado uma ou outra
imprecisão menor de cálculo, tornou--se num profissional da desgraça, com um tom
de velho rezingão que o vai descredibilizando.
Ora esta sexta-feira, foi levada aos jornais, sabe-se lá por
que malandro encartado, que Medina Carreira fora alvo de buscas, no processo
Monte Branco. Foi o supino gozo do País maldizente – afinal o ídolo tem pés de
barro. Nada sei sobre o significado da busca. Sei que, pesem embora os
desmentidos, o homem está definitivamente crucificado.
Quando é que esta novel classe dirigente, de Passos Coelho a
Seguro, tem coragem de proibir a publicação de factos em segredo de justiça e
cominar prisão efectiva para quem o fizer? Verão como acabam logo as violações
do segredo de justiça.
Magalhães e Silva, Advogado"
Não podia concordar mais com esta proposta de sanção à violação do segredo de justiça...!
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