Já praticamente ninguém se lembra deste assunto (a não ser os mais directa e financeiramente implicados) mas na altura (creio que no período em que fui deputado, 2002-2005) deu muitas notícias nos jornais as supostas "malfeitorias" do grupo José de Mello Saúde na condução da parceria público-privada do Hospital de Amadora-Sintra. E também o clássico discurso do "estão a ver os malandros dos privados que estão sempre a "mamar" no Estado e por isso o melhor é tudo não sair da órbita estatal". Pois é...
Mas a história acaba assim como na notícia abaixo do Correio da Manhã e como um belissimo exemplo de como a subsidiariedade (no caso um serviço público prestado através de um operador privado) não só reduz os custos (no caso do Serviço Nacional de Saúde) como pode render mais do que o desempenho governamental do Estado social (porque assim se libertam fundos para ajudar quem precisa)...
Saúde: Decisão do tribunal arbitral às contas do Amadora-Sintra
Estado paga 18 milhões de euros
O Estado português foi ontem condenado pelo Tribunal Arbitral a pagar 18 milhões de euros à Sociedade Gestora do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), a José de Mello Saúde.
Ao que o CM apurou, o pagamento da dívida de 18 milhõesde euros
é referente ao funcionamento daquela unidade durante três anos, de 2004 a
2007.
A decisão judicial foi tomada por unanimidade pelo tribunal
constituído pelo mestre João Martins Claro, designado pela Administração
Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Paulo Mota Pinto, indicado pela
Sociedade Gestora do hospital, e presidido por José Carlos Vieira de Andrade,
designado por acordo entre as partes.
As divergências sobre o fecho das contas do Hospital
Amadora-Sintra fez arrastar o processo pelos tribunais durante anos e envolveu
vários responsáveis pelo sector, como a antiga ministra da Saúde Ana Jorge.
A unidade foi gerida pela José de Mello Saúde, em regime de
parceria público-privada, de 1995 a 2008. Uma gestão polémica, mas que um estudo
da Universidade Nova de Lisboa concluiu ser vantajosa para o Estado,
representando uma poupança de dezenas de milhões de euros, comparado com
hospitais equivalentes.
Cristina Serra
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