sábado, dezembro 29, 2012

Sair da União Europeia e continuar ligado: é isso mesmo!

No Público de hoje é-me dada uma grande alegria. Aquilo que eu receava, no actual ambiente euro-maníaco, poder ser uma "utopia" é afinal, como não podia deixar de ser, uma possibilidade: deixar a União e continuar ligado a esta nos aspectos que realmente interessam (nomeadamente o livre comércio). A notícia não podia ser mais clara e é por isso grande motivo de esperança. Ao ponto que a transcrevo abaixo e sublinho a negrito o que me parece mais importante:

Delors sugere que Reino Unido saia da UE


Cameron quer acalmar os eurocépticos e preparar o terreno para as eleições de 2015. O seu trunfo: escapar a uma maior integração.
David Cameron tem tentado escapar a uma maior integração europeia François Lenoir/AFP
Sim, o Reino Unido poderia sobreviver sem a União Europeia (UE), mas dar esse passo não seria “o melhor para os interesses do reino”, disse nesta sexta-feira o ministro britânico para os Assuntos Europeus, David Lidington, respondendo às pressões para que o Reino Unido comece a ceder às agendas de Bruxelas.
Nesta sexta-feira, o ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors e o actual presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, sugeriram que os britânicos devem sair de vez da União e deixar de ser um obstáculo. “Os britânicos só querem saber dos seus interesses económicos, de mais nada. Poderíamos propor-lhes outra forma de parceria”, disse Delors ao diário económico alemão Handelsblatt.
“Se os britânicos não acompanham a tendência de maior integração, podemos continuar amigos, mas de outra forma”, disse Delors, sugerindo “uma forma como a do espaço económico europeu” ou “um acordo de livre comércio”.
Menos directo mas mais alarmista, Rompuy, numa entrevista ao jornal The Guardian, disse que o desejo do primeiro-ministro conservador britânico, David Cameron, de recuperar alguns poderes dos governos dos países que se têm vindo a diluir na União pode levar ao desmembramento da UE.
“Precisamos de um acordo que deixe o povo britânico confortável com a sua presença na UE”, disse Lidington, também ao Guardian. Pressionado pelos eurocépticos do Partido Conservador (a principal força da coligação que dirige o Reino Unido; a outra é o Partido Liberal Democrata), Cameron defendeu em Novembro “um novo acordo” que inclua um mecanismo de não-participação nas questões fundamentais – o reino entrou na Comunidade Económica Europeia (depois UE) em 1973 mas não aderiu à zona euro, mantendo a libra.
Cameron prepara o seu discurso de Ano Novo, em que delineará a futura política europeia dos britânicos – um desses pontos será a recuperação de prerrogativas que pertencem agora a Bruxelas, e que o primeiro-ministro quer conseguir, até como arma eleitoral, pois há eleições em 2015. Cameron vai propor a realização de um referendo no Reino Unido sobre um novo acordo com a UE, sendo esse o seu preço para apoiar as reformas que estão sobre a mesa quanto a uma nova forma de governação nos países da zona euro.
Notícia corrigida às 15h42 de 29 de Dezembro
Rectificado o cargo de Herman Van Rompuy


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