Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
domingo, março 03, 2013
Manifestações Que se Lixe a Troika
Tenho a maior das simpatias pelas iniciativas cívicas e fico contente haja ainda no meu país quem não adormeça na modorra e seja capaz de reagir, sair à rua e protestar. É bom ver que por todas as razões há quem esteja acordado e decidido a acordar os outros. Ou seja, parabéns aos organizadores da manifestação, mesmo se estes embalados reivindicam aqui multidões maiores do que as que tiveram de facto como se pode concluir lendo este artigo do Público. Mas o entusiasmo é compreensível e a tendência promissora.
Dito isto suscitam-se-me as seguintes dúvidas:
1. Quem se manifestou está consciente de que o país esteve à beira da bancarrota e que tivemos de pedir dinheiro emprestado e que, como é natural, não só não podíamos continuar a gastar o que gastávamos, como temos de pagar o que devemos, juro e capital?
2. Quem se manifestou faz a menor das ideias de que solução alternativa eventualmente existe? E existe de facto alternativa?
3. Quem se manifestou ao longo dos anos tem votado? E em quem? Que políticas tem sufragado ou abstido de de sufragar ou propor?
4. Quem se manifestou pensa no seu perfeito juízo que o Governo devia cair só porque se manifestou? Isto é, que os Governos devem aceder ao poder ou de lá sair, porque há maiores ou menores manifestações?
5. Quem se manifestou está disponível para se empenhar quotidianamente na vida política e dar o litro pela sua indignação e pela sua revolta e por aquilo em que acredita?
6. Quem se manifestou se pensa sinceramente (e sobretudo se tem evidência penal relevante) que os políticos são todos uns gatunos e uma cambada a correr do poder rapidamente, porque não acciona os meios judiciais adequados, apresentando queixas e provas?
7. Quem se manifestou está também por seu lado à espera que alguém, outros políticos, lhe resolva os problemas, ou está disposto (conforme muitos exemplos de subsidariedade que aqui dei) a tomar nas próprias mãos a solução de muitos desses problemas?
Muito gostava eu de ter resposta a estas perguntas...!
Nota: juro que não me move nas perguntas acima nenhuma inveja pela cobertura mediática que tem qualquer iniciativa destes movimentos e que é sistematicamente negada a qualquer iniciativa civica a favor da Vida e da Família, mesmo quando estas muito numerosas percorreram a Avenida da Liberdade (no exemplo a manifestação a favor de um referendo ao casamento gay)...;-)
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