Vi ontem com a minha mulher o filme "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson. Talvez ainda seja cedo para escrever sobre o impacto do mesmo. Mas arrisco algumas linhas: aquilo que mais me comoveu foi perceber a relação entre aquela violência (o preço da nossa redenção) e os meus pecados e também a relação de Cristo com a sua mãe. Comoveu-me o amor de Deus por mim e alegrou-me assistir, perceber melhor, aquela derrota do diabo! O mal não prevalece nunca, por maior que seja a aparência da sua potência!
Depois, tudo está muito bem feito e humano: os personagens parecem saídos dos quadros de Caravaggio, os olhares intensos, a reconstituição da época (as línguas utilizadas), os dilemas de Pilatos (tão próximos dos nossos!) e a coexistência em Judas da traição com a consciência de Quem era aquele homem que ele entregou (tão parecido com tantas circunstâncias da nossa vida...).
Mais duas observações:
A cena do "julgamento" no Templo (depois da prisão) é impressionante: a lógica implacável do poder (sempre racional e coerente), a falta de vontade em ouvir respostas (pela forma como se pergunta), o formalismo erigido em juízo, etc. Não muito distante de algumas formas de viver a política...
Não sei explicar muito bem, mas aquela cena de Jesus carpinteiro e também com Maria Madalena (no apedrejamento) fazem-nos perceber como a nossa vida podia ser mais humana e melhor se não fossemos tão violentos entre nós (nas exigências que nos fazemos), se aceitassemos a vida como nos é dada!
Para primeiras impressões são estas...mas cada vez mais gostava de ouvir a resposta àquela questão que um hindu colocou a um amigo meu (depois de ambos tertem visto o filme): "Porque é que o teu deus fez isto por ti?".
Recomendo vivamente!
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