No Público de hoje confirma-se o que já era sabido: em 2006 foram vendidas 240 mil pílulas do dia seguinte (um aumento de 62% em relação a 2005)!
Exijo um pedido de desculpas:
a) aos "crentes" dos partidos do centro que defenderam a sua introdução no mercado ou nos acharam na altura uns exagerados quando diziamos que o consumo seria epidémico;
b) a todos os que promoveram a sua entrada em Portugal dizendo que a sua utilização seria "rara" e "apenas em circunstâncias excepcionais"...
c) aos médicos, cientistas "independentes", "autoridades morais" e outros que tais, que colaboraram na embusteirice;
d) aos membros da Comissão de Medicamentos do INFARMED que em circunstâncias inexplicáveis decidiram que o Norlevo seria de venda livre e não de receita obrigatória como o Tetragynon (o que provocou a demissão do então Presidente dessa Comissão, Dr. Serafim Guimarães)
e) a todos os jornalistas da escola da Fernanda Câncio que se deliciam a "anunciar" essas e outras belas ideias (como as da pílula abortiva ou dos sitíos onde se faz aborto clandestino) não percebendo que uma coisa é a notícia e outra o panegirico que resulta da conciliação entre essa abordagem e outras questões (como as do aborto livre ou em breve da eutanásia-não deve faltar muito para aparecer o choradinho dos suicidios clandestinos e dos medicamentos que à surrelfa dão o mesmo resultado...)
f) a todos os que estão a ler isto e que daqui a uns anos vão fazer uma cara muito surpreendida quando os números do aborto legal foram também esmagadores...
Tou realmente farto de uma malta que ignora a realidade (o que em certa medida é natural: quem está junto destas populações somos nós e desde 2000 que vemos como o fenómeno cresce) e ainda por cima nos atira para cima uma cara de "autoridade moral"! Como diz a minha mãe: arre, que a estupidez já é demais!
240 mil são 20 mil por mês, quase 700 por dia, 28 por hora.
É impossível determinar quantas vezes a pílula foi tomada "em vazio" (isto é: não houve fecundação, apenas a relação sexual), mas se num cálculo muito/muito modesto, dissermos que em apenas 10% dos casos a mulher estava grávida (ou para ser politicamente correcto: tinha havido fecundação), isso quer dizer 24 mil "coisas humanas" (para utilizar a expressão de Lidia Jorge e evitar polémicas...) que não chegaram a nidar (e depois desenvolver-se e depois nascer)!
2 comentários:
Pois, de facto "a estupidez já é demais". É incrível a forma como se descartam "coisas humanas" como se fossem "coisas" e não humanos.
Mas também é estupidez a mais que a sociedade e especialmente as mulheres não despertem para o embuste que é usar estas drogas no seu corpo. Das 240 mil pílulas do dia seguinte vendidas, quantas mulheres/raparigas souberam a violência que fizerem ao seu sistema hormonal? Quantas saberão quais as consequências de repetidas tomas dessa pílula, no seu organismo?
De quem é o interesse que não se informe e saiba a parte negra da história? De quem é o interesse que se venda como "cura" o que de facto é veneno?
A venda livre da pilula do dia seguinte é o completo despudor da capacidade intencional de aldrabar e da incongruência técnico/científica de quem assim legislou.
De facto, há muitas culpas e as desculpas, a chegarem, virão sempre tarde demais!
E já agora mais uma pergunta, quantos comprimidos tem cada caixa? Sinceramente, não sei. Mas não deve ser só um.
Basta que uma caixa tenha dois comprimidos para as suas contas cairem para metade.
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