Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
domingo, novembro 23, 2008
Ministro Finanças Itália: "Papa previu colapso dos mercados"
Já não sei quem dizia que a Igreja é perita em humanidade. É quem mais sabe sobre quem é o homem, do que ele é capaz, de quais as consequências das suas acções, etc. Não deve surpreender-nos que assim seja: sendo, a Igreja, criada por Deus, a presença histórica do Criador no mundo por Si criado, quem melhor do que Ele saberá dizer da Sua criação?
Vem isto a propósito das declarações acima do Ministro das Finanças de Itália (reproduzidas no Jornal de Negócios) e do facto de o Papa ter previsto, numa conferência em 1985, a actual crise dos mercados (alguns trechos do discurso dele abaixo mas tenho o ficheiro respectivo em espanhol que enviarei a quem me pedir).
Publicado 20 Novembro 2008 12:40
Economia
Diz ministro italiano das Finanças: Papa previu colapso dos mercados em 1985
O Papa Benedito XVI foi o primeiro a prever a crise no sistema financeiro mundial, uma "profecia" que data de um documento que escreveu quando ainda era cardeal, afirmou hoje o ministro italiano das Finanças, Giulio Tremonti.
Jornal de Negócios Online
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CarlaPedro
cpedro@mediafin.pt
O Papa Benedito XVI foi o primeiro a prever a crise no sistema financeiro mundial, uma profecia que data de um documento que escreveu quando ainda era cardeal, afirmou hoje o ministro italiano das Finanças, Giulio Tremonti.“A previsão de que uma economia indisciplinada iria colapsar devido às suas próprias regras” pode ser encontrada num texto escrito por cardeal Joseph Ratzinger, que se tornou Papa em Abril de 2005, referiu ontem Tremonti, citado pela Bloomberg.Ratzinger apresentou em 1985 um documento intitulado “Market Economy and Ethics”, num evento dedicado à Igreja e à economia. O então cardeal disse que o declínio observado ao nível da ética poderia “levar a um colapso das leis do mercado”.No passado dia 7 de Outubro, o Papa salientou, a propósito da crise nos mercados, que o dinheiro não vale nada e que a única realidade sólida é a palavra de Deus.O jornal oficial do Vaticano, o Osservatore Romano, criticou no mesmo dia o modelo de mercado livre por ter crescido demasiado, e da forma errada, nas últimas duas décadas, sublinhou a Bloomberg.Recorde-se que os mercados accionistas estão em queda generalizada a nível mundial, com a Europa a cair hoje mais de 2% na maioria das principais bolsas.
Alguns trechos do discurso do então cardeal Ratzinger:
Durante mucho tiempo la ética económica se consideró, por consiguiente, expresión hueca, dado que en la economía se trataría de efectividad y no de moralidad.
Era la lógica interna del mercado la que nos debía liberar de la necesidad de tener que apoyarnos en la mayor o menor moralidad de los diferentes agentes del mercado.
El juego correcto de las reglas del mercado era lo que mejor garantizaría el progreso y la justicia distributiva.
Los grandes éxitos que esta teoría logró en determinados terrenos impidieron durante mucho tiempo advertir cuáles eran sus límites.
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Pese a que este criterio de las leyes del mercado apunta a la libertad de los diferentes agentes económicos y en tal sentido merece el calificativo de libertario, es esencialmente determinista.
Presupone que el libre juego de las fuerzas del mercado, tal cual son los hombres y el mundo, sólo puede actuar en un sentido, o sea en función de la autorregulación de la oferta y la demanda, es decir, en función de la efectividad y del progreso económico.
Este determinismo, donde el hombre -con una libertad aparente- en el fondo no actuaría sino en función de las leyes inalterables del mercado, presupone también una condición muy distinta y quizás aún más asombrosa: que las supuestas leyes naturales del mercado son esencialmente buenas y que propenden necesariamente hacia lo bueno.
Sin la intención de penetrar en un análisis detallado, quiero recalcar una frase de Peter Soslowski que va al centro de las cuestión: "La economía no es gobernada sólo por leyes económicas, sino que está determinada por hombres".
Aun cuando la economía de mercado se basa en la integración del individuo a una determinada red de normas, no puede hacer superfluo al hombre excluyendo su libertad ética del quehacer económico.
Hoy se tienen cada vez más evidencias de que el desarrollo de la economía mundial también guarda relación con la evolución de la familia humana, y que para el desarrollo de la comunidad internacional cobra sustancial significación el desarrollo de las fuerzas espirituales del hombre.
También las fuerzas espirituales son un factor económico: las reglas del mercado sólo funcionan cuando existe un consenso moral básico que las sostiene.
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