quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Adopção gay: brincar aos papás e mamãs...

O título deste post é duro e percebo possa suscitar uma primeira reacção de despeito, mas decididamente prova-se com a iniciativa (tal como com a anterior do casamento) que aquilo que o lobby gay pretende não é uma não discriminação dos homossexuais (o que é justo e compreensível) mas a imposição à sociedade inteira de uma determinada orientação ou comportamento. E como explicava um amigo meu num parecer do movimento Mais Vida Mais Família uma discriminação "a contrario": a que resulta de se pretender estabelecer um regime especial para uma determinada categoria de pessoas que em nada se distinguem das outras (não é isso que dizem também?)... Na verdade seja homossexual ou heterosexual ou outra coisa qualquer um pai e uma mãe são-no de facto quando na natureza ou por intermédio desta ainda que artificialmente tal sucedeu. Tal como o exercício da afectividade por um homem ou uma mulher não depende de nenhuma lei (que não pode nem impô-lo nem proibi-lo), quer seja homossexual ou heterosexual ou outra coisa qualquer aqueles com quem tal aconteça. Tudo o resto é artificial, engenharia social e porque tendo por objecto uma criança "brincar aos papás e às mamãs"... (mas lá que gostava de estar agora com aquela personalidade de peso do PSD que na 9ª Legislatura achou um exagero a minha reacção à modificação na Constituição do artigo 13º, lá isso gostava...é o problema com os "moderados" e os "modernos" do centro-direita: nunca pagam, politicamente, estes disparates...)

4 comentários:

Pedro disse...

Já que o casamento homossexual o incomoda tanto diga-me em como é que o casamento homossexual mudou o SEU casamento ou de pessoas que conhece.

É que se nem o seu ou de outras pessoas por ventura foi afectado (salvo um dos cônjuges ser homossexual de armário e pedir o divórcio face à nova legislação) resta-me saber no que é que os casais heterossexuais sairam roubados.

Ou o que é que mudou, salvo o facto de mais pessoas disporem de mais direitos.

Mas por favor... responda. Tenho a certeza que arranjo mais amigos que gostariam de lhe fazer mais perguntas também :)

Antonio Pinheiro Torres disse...

Caro Pedro: obrigado pelo seu comentário. Responderei concerteza mas não levará a mal, só no Domingo, porque agora tenho de trabalhar (que isto das militâncias civicas é muito bonito, ainda o disse hoje de manhã ao Paulo Corte-Real à saída da AR, onde estive para assistir ao debate, mas é "mortal" para as obrigações...) e Sábado além do legitimo direito à preguiça já estou completamente ocupado.
Um abraço e até Domingo!
Antonio Pinheiro Torres

Antonio Pinheiro Torres disse...

Caro Pedro: o tempo voa...! Mas aqui estou eu a cumprir a minha promessa, não como queria (pela minha engenhosa pena...;-) mas remetendo-o para este argumentário que hoje mesmo me chegou: http://www.westminster2010.org.uk/news/ten-reasons-not-to-legalise-same-sex-marriage-in-britain/
As razões que me animam a opor-me ao casamento gay são essas mesmas e cujos títulos aqui retomo para aqueles que não tiverem a paciência de ir ao site para onde o link acima remete: o casamento é a união de um homem e de uma mulher, existem outras soluções no ordenamento juridico para os problemas (reais) suscitados por estas novas formas de convivialidade (e não apenas para essas), redefinir casamento sem consulta ao povo é um atentado à democracia (veja a propósito: www.casamentomesmosexo.org), igualdade não significa uniformidade, proteger o casamento tradicional (sé ter que se escrever isto é já um absurdo...) salvaguarda as crianças e a sociedade, o casamento é uma relação biológica complementar única, redefinir casamento será complexo e dispendioso, as escolas serão obrigadas a ensinar uma nova definição de casamento (sim, isso chateia-nos imenso, embora admita lhe possa dar gosto...;-), isto não vai parar aqui (nunca para...) e, por fim, redefinir casamento vai conduzir a discriminação com base na fé religiosa (e isso já não é brincadeira nenhuma, porque tem a ver com a liberdade, no sentido integral do termo, atrás ou não das grades, das pessoas, conforme já está a acontecer por essa Europa fora).
Obrigado outra vez pela paciência e pelo gosto do debate e um abraço do
Antonio Pinheiro Torres

Antonio Pinheiro Torres disse...

Caro Pedro: só acrescentar que de qualquer das maneiras percebo a sua estupefaccão com "marretas" como nós que parecemos uns obstinados em contrariar o próximo...! ;-)
Posso abortar? Não. Posso casar? Não. Posso isto? Não. Posso aquilo? Também não.
Isto é, se não houver um trabalho de pelo menos dar-se conta das nossas razões, percebo que tudo isto pareça muito estranho...e nesse sentido não haja mesmo pachorra...;-)
Mas asseguro-lhe que, pelo menos na nossa intenção, o que está subjacente além de uma aceitação da realidade como ela nos foi dada, é uma convicção profunda de que há uma vida mais bela e verdadeira, uma proposta muito melhor e até mais liberdade do que a que parece oferecer o pacote fracturante. Garanto que se não fosse por uma alegria, por um bem maior, eu não me dava a este trabalho e não me sujeitava a parecer um "marreta"...;-)