Pela 60ª vez realizou-se em Washington o National Prayer Breakfast. Tudo começou há mais do que esses 60 anos quando em plena 2ª Guerra Mundial Eisenhower estava com alguns membros do seu gabinete e membros do Congresso a analisar um problema que de tão complicado e em não lhe vendo solução, um dos presentes disse "isto é tão dificil que melhor mesmo era rezarmos sobre ele". Quando houve algumas risadas em resposta, essa pessoa disse "não estou a brincar". E rezaram.
(esta iniciativa não surgiu do nada, já em plena Depressão, um grupo de empresários americanos, numa cidade de que não me recordo o nome, o fazia com regularidade, e daí a ideia daquela pessoa em plena Guerra)
O costume pegou e finda a Guerra os membros do Congresso levaram-no para as respectivas Câmaras (de Representantes e Senado). Alguns anos depois os Senadores que para rezar se encontravam num pequeno-almoço semanal (como ainda hoje acontece em ambas as Câmaras sempre que há sessão no Capitólio) lembraram-se de convidar o agora presidente Eisenhower para ir rezar com eles. Sabendo disso o grupo equivalente da Câmara dos Representantes quis juntar-se ao encontro e assim nasceu o "Pequeno-almoço Nacional de Oração" que junta hoje em dia em Washington entre duas a três mil pessoas, entre eleitos, membros do governo americano, quadros da função pública, homens de negócios, membros de grupos de Oração dos 50 estados e mais recentemente eleitos, governantes, homens de negócios e altos quadros da administração de uma centena e tal de países estrangeiros (aos USA).
(sobre a edição do ano passado há este interessante artigo de Pacheco Pereira aqui).
De natureza um pouco sincrética a oração praticada nestes grupos é dominantemente protagonizada por pertencentes a diversas correntes protestantes, muito americana nesse sentido na sua expressão, cultivando-se nesse âmbito uma amizade com expoentes de outras religiões. O que explicará porque surgiu também nos USA e muito mais recentemente um "Pequeno-almoço Nacional de Oração" católico.
Como todos os presidentes americanos desde Eisenhower e pela quarta vez desde que foi eleito também Obama esteve presente.
No centro da sua intervenção (muito política e não tão pessoal como a do ano passado) estiveram as suas políticas sociais e fiscais que habilmente defendeu servindo-se para isso de citações dos Evangelhos como aqui está reportado e se pode ver neste vídeo:
O discurso foi nos dias seguintes muito referido e citado sobretudo pelos seus opositores já que aconteceu num momento em que mercê de uma decisão do seu governo se encontra em curso uma guerra aberta e acesa (que lhe poderá custar a reeleição pela deslocação do voto católico que está a provocar) entre ele e praticamente todas as confissões religiosas nomeadamente as mais representativas. No âmago da discussão a tentativa de obrigar as Igrejas, em especial a católica, mais sensível neste aspecto, a facultar aos seus funcionários, no respectivo seguro de saúde, a cobertura da chamada saúde reprodutiva (contracepção, aborto, etc.). O problema nos USA foi entendido e bem não como um problema moral mas sim de liberdade religiosa e daí o cordão sanitário de defesa em torno da Igreja Católica que foi tecido por quase todas as confissões religiosas (obedecendo àquele princípio inteligente que nas confissões religiosas se observa: defender a liberdade de um, é defender a liberdade de todos). Mais sobre esta polémica aqui.
Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
segunda-feira, fevereiro 06, 2012
Obama justifica suas políticas sociais com trechos dos Evangelhos
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