Carlos Ribeiro
Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
terça-feira, julho 31, 2012
Liberdade de Escolha e Qualidade do Ensino
Sob o título acima, o Público de hoje, traz um artigo interessantíssimo de Eugénio Viassa Monteiro que foi aliás meu professor na AESE quando aí fiz o Programa de Alta-Direcção de Empresas. O tema é a liberdade de educação e os dois grandes pontos são por um lado de que este sistema interessa sobretudo aos pobres e que não outra garantia melhor da qualidade de ensino.
Há uns poucos anos atrás eramos poucos os que falavamos em Liberdade de Educação. Batiam-se por esta (generalizando...) os Jesuítas, a Associação das Escolas do Ensino Particular e alguns protagonistas individuais como o Fernando Adão da Fonseca (presidente do Fórum para a Liberdade de Educação desde a sua fundação).
A 1ª vez que ouvi falar em tal coisa foi lendo os documentos do Grupo de Ofir (umas jornadas de reflexão organizadas pelo CDS então presidido por Francisco Lucas Pires), depois através de amigos com quem cultivava a leitura de Hayek e Popper, por fim no âmbito de Comunhão e Libertação (recordo em especial um encontro com Mário Mauro, do Parlamento Europeu). Só então comecei a entrar no assunto a sério e quanto mais progrido no mesmo mais me convenço que a solução de boa parte do nosso sistema de ensino passa por aí mesmo e sobretudo que esse é um direito inalienável das famílias, dos pais e dos filhos. Talvez por isso se ouviu uma vez esta frase a D. Giussani: "mandem-nos nus pelas ruas, mas não nos tirem a liberdade de educação!"...
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segunda-feira, julho 30, 2012
Passos Coelho e as eleições
As declarações de Passos Coelho sobre as eleições e o interesse nacional vieram provar que neste país quem nunca se envergonha é a estupidez. No caso a estupidez de alguns comentadores, políticos e outras aves raras que rasgaram as suas vestes com as declarações do nosso primeiro-ministro (como tão bem o explica quer Vasco Pulido Valente, acima no Público, quer Luis Marques Mendes, hoje no Correio da Manhã). O que vale, já agora, suspeito, sob minha responsabilidade, é que felizmente Pedro Passos Coelho se estará saudavelmente a lixar para essa mesma estupidez dos seus detractores...;-)
Também sobre o mesmo assunto o meu amigo José Limon Cavaco escreveu esta nota que me autorizou a colocar neste Blog:
DA DESONESTIDADE INTELECTUAL DO DR. ZORRINHO
Vasco
Graça Moura na sua crónica de ontem “O cardeal e o dr. Zorrinho” trata a
interpretação que o dr. Zorrinho fez das suas palavras como fruto de
iliteracia. Mas não era iliteracia, era bem pior, era desonestidade
intelectual.
A
desonestidade intelectual está para a opinião como a mentira está para o facto.
Passo a detalhar. A mentira corresponde a uma declaração voluntariamente
contrária à percepção que o declarante teve de certos factos, isso fazendo
porque tem um benefício nos efeitos práticos dessa falsa declaração.
A
desonestidade intelectual, por seu turno, corresponde à expressão de uma
opinião contrária àquilo que o opinante sabe ser correcto, isso fazendo porque
tem igualmente um benefício nas repercussões dessa opinião voluntariamente
errada.
Ora,
ontem o dr. Zorrinho incorreu novamente em desonestidade intelectual quando,
comentando as palavras de Passos Coelho, disse que “quem se está a lixar para
as eleições também se está a lixar para os eleitores”. O dr. Zorrinho sabe
perfeitamente que o que Passos Coelho estava a sugerir era que tomaria medidas
impopulares para o bem geral do portugueses, mesmo que isso significasse o seu
sacrifício nas próximas eleições. Até um lobotomizado, ao ouvir essas palavras,
e mesmo que duvidando da sua sinceridade, bateria desajeitadas palminhas de
gáudio pela sua compreensão…
No
entanto, apesar de saber que estava errado mas porque rudemente pretendia
suscitar uma qualquer revolta demagógica contra Passos Coelho, o dr. Zorrinho
conferiu às palavras deste o sentido absurdo de que o que este queria era a todo
o custo fazer mal aos eleitores, não lhe interessando o que estes pensavam
sobre isso. Esta interpretação afronta até os remanescentes neurónios do triste
lobotomizado.
A
mentira é o cancro da linguagem, mas a desonestidade intelectual é o cancro da
liberdade de expressão.
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ASAE: Deus tarda mas não falta...;-)
Nem tudo são más notícias...parece que a ASAE está a "rebentar pelas costuras"...talvez assim se concentre no que deve e não em destruir actividade económica e perseguir inutilmente quem não deve ser perseguido ou chatear quem está a produzir ou a fazer o bem e vê a sua vida dificultada com exigências de países nórdicos (como tantas instituições sociais)...
E ao mesmo tempo a ironia: a ASAE não consegue fazer precisamente aquele pouco que deveria fazer de facto...!
Do Jusjornal:
E ao mesmo tempo a ironia: a ASAE não consegue fazer precisamente aquele pouco que deveria fazer de facto...!
Do Jusjornal:
Fiscalização da ASAE mais reduzida
JusJornal, N.º 1515, 30 de Julho de 2012
JusNet 969/2012
- O controlo da segurança alimentar pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica foi reduzido, mas a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária diz que a saúde dos portugueses não está em risco.
Mais, já se recolheu um terço das amostras de alimentos previstas em 2012
para fiscalização: 2500 num universo de 7500, segundo a Lusa.
O Inspetor Geral da ASAE disse hoje que a Direção Geral de Veterinária deixou de pedir amostras para controlar os alimentos, mas que as ações de fiscalização aos produtos vendidos diretamente ao público se mantêm.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) "tem vindo a desenvolver a sua atividade no corrente ano exatamente nos mesmos moldes que fez nos anos anteriores", afirmou à Lusa o inspetor geral António Nunes, lembrando que a ASAE é responsável por fiscalizar os produtos manipulados que são diretamente vendidos ao público.
Os inspetores daquela polícia analisam os alimentos "como hambúrgueres, chouriço, carne picada, leite ou ovos que estão nos pontos de venda", para verificar se as normas de higiene e segurança alimentar estão a ser cumpridas.
Já os alimentos na sua origem, como por exemplo a carne num matadouro, parecem não estar a ser controlados: "O que falta fazer é controlar alguns produtos que são colocados no mercado antes de serem comercializados", admitiu António Nunes.
Essa é uma responsabilidade da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que costumava pedir apoio à ASAE para recolher as amostras dos alimentos para análise.
No entanto, a DGVA deixou de pedir esse trabalho e a ASAE deixou de fazer recolhas "desde o final do primeiro trimestre do ano", disse o inspetor geral.
O Inspetor Geral da ASAE disse hoje que a Direção Geral de Veterinária deixou de pedir amostras para controlar os alimentos, mas que as ações de fiscalização aos produtos vendidos diretamente ao público se mantêm.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) "tem vindo a desenvolver a sua atividade no corrente ano exatamente nos mesmos moldes que fez nos anos anteriores", afirmou à Lusa o inspetor geral António Nunes, lembrando que a ASAE é responsável por fiscalizar os produtos manipulados que são diretamente vendidos ao público.
Os inspetores daquela polícia analisam os alimentos "como hambúrgueres, chouriço, carne picada, leite ou ovos que estão nos pontos de venda", para verificar se as normas de higiene e segurança alimentar estão a ser cumpridas.
Já os alimentos na sua origem, como por exemplo a carne num matadouro, parecem não estar a ser controlados: "O que falta fazer é controlar alguns produtos que são colocados no mercado antes de serem comercializados", admitiu António Nunes.
Essa é uma responsabilidade da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que costumava pedir apoio à ASAE para recolher as amostras dos alimentos para análise.
No entanto, a DGVA deixou de pedir esse trabalho e a ASAE deixou de fazer recolhas "desde o final do primeiro trimestre do ano", disse o inspetor geral.
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Crise e divórcios: desafio a uma mudança
O título deste post faz referência ao juizo que Comunhão e Libertação fez sobre a actual situação de crise e também à notícia do Público de hoje de que "Divórcios baixaram 3% em 2011, crise pode ser uma causa mas não é a única".
Procurando a notícia dei com este Blog onde a mesma notícia é retomada mas onde também, na linha de meus posts anteriores, encontrei mais um exemplo da criatividade que nasce da presente situação do país e de como levado a sério o princípio da subsidiariedade isso pode originar novas oportunidades em que não é uma fatalidade, no caso, o encerramento de escolas. Leiam aqui.
Quanto à questão dos divórcios já a minha amiga Isilda Pegado o tinha previsto (que os mesmos haveriam de diminuir na sequência da crise e que isso seria uma prova mais de como esta situação não traria forçosamente e sempre más notícias). Na verdade da minha experiência pessoal (de pessoas que conheço) e profissional (como Advogado) já tinha concluído como é financeiramente dispendioso a ruptura do vínculo conjugal e da leviandade como em muitos casos o mesmo era decidido e levado por diante. Sirva ao menos para isto a crise e seja de facto um desafio a uma mudança!
Entretanto do Jusjornal recebi sobre o assunto esta notícia:
Procurando a notícia dei com este Blog onde a mesma notícia é retomada mas onde também, na linha de meus posts anteriores, encontrei mais um exemplo da criatividade que nasce da presente situação do país e de como levado a sério o princípio da subsidiariedade isso pode originar novas oportunidades em que não é uma fatalidade, no caso, o encerramento de escolas. Leiam aqui.
Quanto à questão dos divórcios já a minha amiga Isilda Pegado o tinha previsto (que os mesmos haveriam de diminuir na sequência da crise e que isso seria uma prova mais de como esta situação não traria forçosamente e sempre más notícias). Na verdade da minha experiência pessoal (de pessoas que conheço) e profissional (como Advogado) já tinha concluído como é financeiramente dispendioso a ruptura do vínculo conjugal e da leviandade como em muitos casos o mesmo era decidido e levado por diante. Sirva ao menos para isto a crise e seja de facto um desafio a uma mudança!
Entretanto do Jusjornal recebi sobre o assunto esta notícia:
Número de divórcios baixa após 11 anos sempre a crescer
JusJornal, N.º 1515, 30 de Julho de 2012
JusNet 968/2012
- O número de divórcios em Portugal registou uma diminuição de mais de meio milhar de casos face a 2010, facto que quebra a tendência do constante aumento desde 2000, indica a Direção-Geral da Estatística de Justiça.
Os processos de divórcio e separação de pessoas registados nas
Conservatórias do Registo Civil em 2011 foram de 18.959, ou seja, menos 581
divórcios do que em 2010, ano em que registaram 19.540 divórcios, lê-se na
página da Internet da DGEJ.
Fatores conjunturais, relacionados com a crise económica, são a principal razão avançada pelo relatório de 2011 do Observatório das Famílias e das Políticas de Família para a diminuição do número de divórcios em Portugal.
Desde 1996, com 1.978 divórcios, que se vem registando em Portugal um aumento gradual do número de divórcios - exceto no de 1999 para 2000 -, tendo o maior aumento sido registado entre o ano 2001 (4.951 divórcios), e 2002 (14.108 divórcios).
O ano de 2010 foi, até ao momento, aquele com mais divórcios: 19.540 registados no país.
Apesar de haver cerca de meio milhar de divórcios a menos em 2011, face a 2010, a taxa de divórcio portuguesa continua a ser alta, situando-se acima da média europeia.
Segundo dados do Eurostat, Portugal tem praticamente três vezes mais divórcios do que Itália e quase quatro mais do que a Irlanda.
A taxa bruta de divórcio em Portugal, que desde o ano de 2002 tende a apresentar um valor superior a dois divórcios por mil habitantes, aumentou ligeiramente em 2010, alcançando o valor de 2,6 por cento de divórcios.
Na Irlanda, por exemplo, registou-se em 2010, 0,7 por cento de divórcios, e na Itália 0,9 por cento.
No ranking dos 27 países da União Europeia, Portugal é o quinto país com maior taxa bruta de divórcio em 2010, só ficando atrás da Bélgica, Lituânia, República Checa e Dinamarca.
Decretado com a implantação da República, o divórcio é admitido pela primeira vez em Portugal através de um decreto em que é dado ao marido e à mulher o mesmo tratamento, tanto em relação aos motivos de divórcio como aos direitos sobre os filhos.
Fatores conjunturais, relacionados com a crise económica, são a principal razão avançada pelo relatório de 2011 do Observatório das Famílias e das Políticas de Família para a diminuição do número de divórcios em Portugal.
Desde 1996, com 1.978 divórcios, que se vem registando em Portugal um aumento gradual do número de divórcios - exceto no de 1999 para 2000 -, tendo o maior aumento sido registado entre o ano 2001 (4.951 divórcios), e 2002 (14.108 divórcios).
O ano de 2010 foi, até ao momento, aquele com mais divórcios: 19.540 registados no país.
Apesar de haver cerca de meio milhar de divórcios a menos em 2011, face a 2010, a taxa de divórcio portuguesa continua a ser alta, situando-se acima da média europeia.
Segundo dados do Eurostat, Portugal tem praticamente três vezes mais divórcios do que Itália e quase quatro mais do que a Irlanda.
A taxa bruta de divórcio em Portugal, que desde o ano de 2002 tende a apresentar um valor superior a dois divórcios por mil habitantes, aumentou ligeiramente em 2010, alcançando o valor de 2,6 por cento de divórcios.
Na Irlanda, por exemplo, registou-se em 2010, 0,7 por cento de divórcios, e na Itália 0,9 por cento.
No ranking dos 27 países da União Europeia, Portugal é o quinto país com maior taxa bruta de divórcio em 2010, só ficando atrás da Bélgica, Lituânia, República Checa e Dinamarca.
Decretado com a implantação da República, o divórcio é admitido pela primeira vez em Portugal através de um decreto em que é dado ao marido e à mulher o mesmo tratamento, tanto em relação aos motivos de divórcio como aos direitos sobre os filhos.
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domingo, julho 29, 2012
Papa Bento XVI: há quase um ano em Madrid
Vivi uns dias extraordinários acompanhando com outros amigos adultos, os liceais de Comunhão e Libertação. Foram as Jornadas Mundiais da Juventude (uma intuição genial do Papa João Paulo II) na capital espanhola. Tudo o que se diga da festa e do encontro com Jesus que aqueles dias foram, é pouco...como me dizia uma sobrinha minha, universitária, "estamos a ver a Igreja como Deus a vê todos os dias"...! Um espectáculo de comunhão, grandeza, verdade, caridade, bondade, juventude e beleza, como não acontece todos os dias encontrar.
Impressionante até por este facto: hoje em dia as maiores concentrações mundiais de juventude (todas as edições com mais gente que as anteriores) são em torno de um velhinho adorável de mais de 80 anos...porque ele é Pedro, e por isso o representante de Cristo na terra!
Revi agora o trailer que aqui deixo:
Impressionante até por este facto: hoje em dia as maiores concentrações mundiais de juventude (todas as edições com mais gente que as anteriores) são em torno de um velhinho adorável de mais de 80 anos...porque ele é Pedro, e por isso o representante de Cristo na terra!
Revi agora o trailer que aqui deixo:
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Ainda os Avós (e regresso à AR...)
No seguimento do post aqui publicado há uns dias, vem a propósito este comunicado da APFN, emitido no Dia dos Avós, 26 de Julho, cuja instituição ocorreu durante a minha presença no parlamento, mas que não subscrevi, dado o meu status de "sob vigilância" em que à altura me encontrava...;-)
Aliás estive agora a ver a minha "página" no site do parlamento e foi bom rever e lembrar algumas (poucas...) intervenções, declarações de voto e outras actividades parlamentares, das que fica registo para a frente, mas que não compreendem nem de longe todas as horas e tarefas e empenhos que a minha vida de deputado implicou (reuniões e audiências da Comissão, trabalhos preparatórios desta, envolvimento durante meses na revisão do Código do Trabalho, deslocações ao Distrito por que fui eleito [Braga], reuniões internas, presenças em actos e eventos em representação do parlamento e/ou do grupo parlamentar, e um largo etc...).
Regressando à APFN e ao tema, o comunicado é este:
DIA DOS AVÓS
AVÓS PARA SEMPRE
Aliás estive agora a ver a minha "página" no site do parlamento e foi bom rever e lembrar algumas (poucas...) intervenções, declarações de voto e outras actividades parlamentares, das que fica registo para a frente, mas que não compreendem nem de longe todas as horas e tarefas e empenhos que a minha vida de deputado implicou (reuniões e audiências da Comissão, trabalhos preparatórios desta, envolvimento durante meses na revisão do Código do Trabalho, deslocações ao Distrito por que fui eleito [Braga], reuniões internas, presenças em actos e eventos em representação do parlamento e/ou do grupo parlamentar, e um largo etc...).
Regressando à APFN e ao tema, o comunicado é este:
26.Julho.2012
Mensagem
Há avós que são um farol,
um abrigo, uma referência. Acompanham-nos pela vida fora. Pelos laços que atam,
pelas palavras, gestos e valores que evocam, estão sempre presentes ainda que
estejam distantes ou ausentes. São avós que enchem o coração aos netos, que os
seguram à família e lhes mostram que, aconteça o que acontecer, estão lá.
Porque esses avós nunca partem, nunca deixam de existir, tornam-se imortais na
vida dos netos. São porto de abrigo e um íman agregador da família. E os netos,
não serão eles, uma ponte para a Eternidade?
O
nascimento de um neto pode ter o condão de despertar um sentimento de
arrebatamento, êxtase e paixão, como há muito os avós não sentiam. É como se
vivessem de novo a paixão adolescente, com as emoções à flor da pele, com o desejo
ardente de estar sempre ao lado, a acompanhar cada instante, a participar em
todos os rituais que envolvem o benjamim da família. Não querem perder o
primeiro banho, a primeira papa, os primeiros passos, a primeira ida à praia, o
primeiro sucesso no bacio… Antes os avós eram assim? Reagiam com tanto
entusiasmo? Demonstravam as emoções e os afetos com tanta facilidade? Alguns
certamente que sim mas as demonstrações de afeto não eram tão efusivas,
particularmente por parte dos homens, que eram ensinados a conter os
sentimentos e a relegar as crianças para a esfera feminina.
Hoje já
não estranhamos quando vemos uma avó a brincar com uma neta no parque infantil
ou um avô a jogar à bola com os netos. A dimensão afetiva e lúdica são
características das novas relações entre avós e netos. Em vez de austeros e
distantes, temos avós companheiros e cúmplices, que alinham em brincadeiras e
se esforçam por agradar aos netos.
Quando se é avó ou avô
tem-se a oportunidade de recuar aos tempos de infância e à altura em que
nasceram os filhos, diz-se. Por vezes, procura-se dar aos netos o que não se
conseguiu dar aos filhos – seja tempo, dedicação ou carinho, seja todo o tipo
de presentes (desde brinquedos às mensalidades do colégio ou, mais tarde, as
propinas da universidade). Muitos avós dão um apoio crucial os filhos e
envolvem-se ativamente na vida dos netos, ajudando nas tarefas diárias e na
partilha das despesas.
Mas nunca, como agora, houve tantos avós para
tão poucos netos - devido ao aumento da longevidade e à diminuição do número de
nascimentos.
As
palavras de alguns entrevistados:
“A minha experiência como
avó é maravilhosa. Ainda não sei descrever, porque é um deslumbramento tão
grande que ainda não consegui encontrar as palavras.” Lídia Jorge
“Se há
um antes e um depois de ser mãe, também há um antes e depois de ser avó! Já não
me imagino a viver sem as minhas netas!” Isabel Stilwell
“A coisa mais maravilhosa da minha vida foi
ter sido avó. Nós apaixonamo-nos pelos netos.” Isabel Alçada
“Ser
avô foi um espanto! Foi um sentimento maravilhoso! Foi muito, muito bom!” Júlio
Machado Vaz
“Os
netos estão muito presentes na minha vida. Desde que nasceram os primeiros,
ficam em nossa casa até aos três anos.”Daniel Sampaio
“Recordo
tudo da minha avó e dos meus padrinhos. Um dia, uma semana, um mês não seria
tempo suficiente para descrever tudo.” José Luís Peixoto
“A
minha avó é o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Não equaciono a vida
sem ela.” Bárbara Guimarães
“Para
nós, os avós são figuras imortais; são velhos, já nasceram velhos e perduram
velhos.” Nuno Markl
Texto
adaptado do livro "Avós Precisam-se - a importância dos laços entre avós e
netos", de Gabriela Oliveira (Arteplural Edições, 2012). Fornecido
pela autora à APFN.
Lisboa, 25
de Julho de 2012
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
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sábado, julho 28, 2012
A Lei do Testamento Vital
Já aqui escrevi sobre esta questão do Testamento Vital. Hoje o Expresso noticia que "Testamento Vital já pode ser feito nos notários". A mesma antecipa a entrada em vigor da nova Lei que o veio prever. Vale a pena a propósito desta ler o comunicado que sobre o assunto emitiu esta semana a Federação Portuguesa pela Vida.
Pessoalmente não tenciono fazê-lo. Na verdade confio nos Médicos e na minha família e sobretudo em Deus que saberá em cada ocasião bastar-me com aquilo que eu preciso...Maximamente (e talvez o faça para dar testemunho junto do Notário, das autoridades e dos médicos e até da minha família) o único texto que considero razoável é o que é proposto pela Conferência Episcopal Espanhola. Tudo o resto parecem-me fantasias impostas por modas, medos e modos solitários de viver a vida...
Nota: sobre este assunto publicou a Conferência Episcopal Portuguesa esta Nota em 2009.
Pessoalmente não tenciono fazê-lo. Na verdade confio nos Médicos e na minha família e sobretudo em Deus que saberá em cada ocasião bastar-me com aquilo que eu preciso...Maximamente (e talvez o faça para dar testemunho junto do Notário, das autoridades e dos médicos e até da minha família) o único texto que considero razoável é o que é proposto pela Conferência Episcopal Espanhola. Tudo o resto parecem-me fantasias impostas por modas, medos e modos solitários de viver a vida...
Nota: sobre este assunto publicou a Conferência Episcopal Portuguesa esta Nota em 2009.
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sexta-feira, julho 27, 2012
E na Família...não se pensa? I
Não percebi bem o ponto a que quer chegar Paula Torres de Carvalho com o seu artigo hoje no Público intitulado "Avós no papel de pais" mas é pelo menos justa a observação de que estes, os avós, vem substituindo progressivamente os pais, no cuidado dos seus netos, sobretudo nos primeiros anos de vida.
Por um lado isso é positivo não apenas para os filhos/netos (que assim tem quem cuide deles e lhes é próximo) como para os avós que muitas vezes numa fase da vida em que muitos parecem viver sem horizontes, esses cuidados os vem encher de alegria e de utilidade os seus dias. Além disso o facto representa uma considerável poupança para os seus filhos-pais e esta é mais uma confirmação de que a Família é a primeira e fundamental rede social, de convivência e amparo. Em alguns casos é até essa "utilidade" que faz perdurem os laços entre filhos (pais) e pais (avós)...
Por outro não se pode deixar de "chorar" o facto de as crianças nos seus primeiros e vitais anos de vida estarem privados da convivência, afecto e companhia, dos pais, e em especial da mãe. Quanto a isto não há volta a dar: é muito duvidoso em face dos resultados sociais e individuais das últimas gerações criadas sem essa possibilidade magnífica de amor e educação, que a ausência da mãe do lar familiar seja um valor acrescentado para toda a sociedade e para cada família em particular...
Nota: não se defende aqui que "mulher para casa e já" mas esta sociedade moderna que na sua engrenagem infernal, cultural, social e económica, impede que as mães que o desejariam, estejam em casa, é uma sociedade que já começou a sofrer os efeitos dessa ausência (desagregação familiar, crescimento "torto" das novas gerações, intranquilidade social, etc.) mas ainda não percebeu ou, pior, não quer dar o nome, ao que está na origem desses problemas...
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terça-feira, julho 24, 2012
E na Natalidade não se pensa? V
"Ministério da Educação vai encerrar mais 239 escolas do 1º Ciclo" titula hoje o Público na sua primeira página...
No passado dia 5 de Julho aquando da discussão da Petição "Vemos, Ouvimos e Lemos: não podemos Ignorar" os grupos parlamentares mais à esquerda mostraram grande indignação com a constatação pela Federação Portuguesa pela Vida de que entre outros efeitos, a actual lei do aborto (com o seu cortejo de 20.000 mortes por ano) está na origem de muito do desemprego, em especial em algumas classes profissionais: professores, educadores de infância, médicos pediatras, etc.
Infelizmente, como pela amostra acima, a realidade continua a dar-nos razão...
No passado dia 5 de Julho aquando da discussão da Petição "Vemos, Ouvimos e Lemos: não podemos Ignorar" os grupos parlamentares mais à esquerda mostraram grande indignação com a constatação pela Federação Portuguesa pela Vida de que entre outros efeitos, a actual lei do aborto (com o seu cortejo de 20.000 mortes por ano) está na origem de muito do desemprego, em especial em algumas classes profissionais: professores, educadores de infância, médicos pediatras, etc.
Infelizmente, como pela amostra acima, a realidade continua a dar-nos razão...
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domingo, julho 22, 2012
Liberdade Religiosa: a 1ª das Liberdades!
No dia em que no Público aparecia a notícia de que "Parlamento alemão aprova protecção do direito à circuncisão" o mesmo jornal tinha estampado um artigo do Padre Gonçalo Portocarrero de Almada intitulado "Livres à força" que além de, como sempre, contundente, inteligente, bem articulado e fundado, traz uma história maravilhosa, a das Carmelitas do convento de Compiègne, guilhotinadas a 17 de Julho de 1794. O que liga os dois (ou três factos)? A defesa da Liberdade Religiosa, a primeira das liberdades.
Esperemos que em breve, aqui, o artigo do Padre Gonçalo esteja disponível!
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segunda-feira, julho 16, 2012
Estação do Oriente: a tortura da Arquitectura "do bonito"
Fiquei muito contente com o artigo do Miguel Esteves Cardoso no Público de hoje intitulado "Sempre a Santa". Na verdade há muito que me revoltam as péssimas condições da Estação do Oriente da autoria de um tal Santiago Calatrava.
Parece-me o exemplo típico da Arquitectura "do bonito" (e que geralmente custa uma fortuna) que depois na prática tem como único resultado o desconforto dos utentes, o desperdício de energia e a desconformidade com toda a imensa sabedoria que a Arquitectura "tradicional" traz consigo devido aos séculos de experiência humana.
Ainda bem que não sou o único a pensá-lo e que vozes autorizadas aparecem no mesmo sentido...!
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domingo, julho 15, 2012
Defendendo a liberdade de todos: José Ribeiro e Castro e Isabel Moreira
Muitas vezes aqui tenho escrito que defendendo a liberdade de uns se defende a liberdade de todos. Pouco importa se essa liberdade será usada contra nós ou simplesmente pelos nossos adversários. O que importa é que a liberdade exista e possa ser exercida. Hoje por uns, amanhã por outros, mas sempre por todos.
Nesse sentido é muito importante a atitude de José Ribeiro e Castro que conta o jornal i de hoje saiu em defesa da deputada Isabel Moreira e do seu direito a uma vez por ano (sessão legislativa) fazer uma declaração política não sujeita a agendamento pelo seu grupo parlamentar. Um direito que eu infelizmente, então maçarico na minha primeira (e até hoje única...:-( legislatura nunca exerci...
No ionline a notícia vem assim:
Nesse sentido é muito importante a atitude de José Ribeiro e Castro que conta o jornal i de hoje saiu em defesa da deputada Isabel Moreira e do seu direito a uma vez por ano (sessão legislativa) fazer uma declaração política não sujeita a agendamento pelo seu grupo parlamentar. Um direito que eu infelizmente, então maçarico na minha primeira (e até hoje única...:-( legislatura nunca exerci...
No ionline a notícia vem assim:
Ribeiro e Castro solidário com Isabel Moreira defende “direitos individuais dos deputados”
Por Agência Lusa, publicado em 13 Jul 2012 - 18:45 | Actualizado há 1 dia 23 horas
O deputado democrata-cristão Ribeiro e Castro recusou hoje todas as decisões que "fragilizem os direitos individuais dos deputados" e solidarizou-se com a deputada independente eleita pelo PS Isabel Moreira, que se considerou "amordaçada" pela presidente da Assembleia da República.
"Todas as decisões que fragilizem os direitos individuais dos deputados vão em sentido contrário das críticas e do discurso da valorização do mandato do deputado", afirmou à Lusa Ribeiro e Castro.
O ex-líder do CDS-PP manifestou solidariedade à deputada eleita pelo PS e à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, "discordância" da interpretação que fez do regimento, impedindo Isabel Moreira de fazer uma declaração política a título individual sobre o acórdão do Tribunal Constitucional que declarou a inconstitucionalidade dos cortes nos 13º e 14º meses dos trabalhadores do setor público e aposentados.
A deputada disse à Lusa que esse direito pode ser exercido uma vez por cada sessão legislativa, sendo determinado que essas declarações políticas acontecem após aquelas que são feitas em nome dos grupos parlamentares, só que como não tem havido declarações políticas dos grupos parlamentares, a presidente do Parlamento, Assunção Esteves, entendeu que não havia lugar à sua declaração.
"Reconheço que é uma situação de interpretação mais difícil do que parecia, porque esta semana não estavam previstas declarações políticas", afirmou Ribeiro e Castro, que, mesmo assim, ficou "surpreendido" por Isabel Moreira não ter podido usar da palavra.
Para Ribeiro e Castro, trata-se de "um dos raros direitos individuais dos deputados que sobrevivem no regimento e como é raro é precioso".
"Fazia um apelo para que em ocasiões futuras o princípio de tratamento fosse o mais favorável. Em caso de dúvida, a interpretação deverá ser feita no interesse da representação do mandato parlamentar", apelou.
Ribeiro e Castro salientou ainda que se trata do "encerramento da sessão legislativa, da última oportunidade em tempo útil de um deputado exercer um direito individual".
"Mais do que reformas eleitorais, sem prejuízo de serem feitas, o importante é valorizar as práticas parlamentares que valorizam o papel do deputado, o seu contributo próprio", defendeu.
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O que é o Amor
Conforme vou avançando no meu casamento (26 anos no próximo mês de Setembro) mais percebo que ainda tenho muito caminho para andar e também como uma vez ouvi ao meu amigo Henrique Leitão que ainda temos muitas coisas novas para descobrir...
O nó da questão está em que coisa é o Amor e como diferente este é da falsa ideia que dele nos fazemos (porque ninguém escapa à mentalidade comum...) e do egoísmo que tantas vezes preside às nossas relações.
Disso parece-me falar bem o artigo abaixo publicado na edição deste fim-de-semana do jornal "i" e que a minha filha Carminho hoje me enviou:
O nó da questão está em que coisa é o Amor e como diferente este é da falsa ideia que dele nos fazemos (porque ninguém escapa à mentalidade comum...) e do egoísmo que tantas vezes preside às nossas relações.
Disso parece-me falar bem o artigo abaixo publicado na edição deste fim-de-semana do jornal "i" e que a minha filha Carminho hoje me enviou:
O sentido trágico do amor
Por José Luís Nunes Martins, publicado em 14 Jul 2012 - 03:00 | Actualizado há 1 dia 12 horas
Cavaleiros valentes e princesas encantadas são, no entanto, excelentes metáforas que pretendem passar a ideia da coragem e da nobreza de carácter essenciais a quem ama
Todo o homem tende naturalmente para o amor. Acontece que o conceito comum de amor corresponde de forma quase universal a uma ideia genérica, ambivalente e, tantas vezes, errada, porque tão irreal.
Amar é dar-se. Entregar a própria essência a um outro, lutando em favor dele. De forma pura e gratuita, sem esperar outra recompensa senão a de saber que se conseguirá ser o que se é. Amar, ao contrário do que julgam muitos, não é uma fonte de satisfação... Amar é algo sério, arrebatador e tremendamente desagradável. Quem ama sabe que isso mais se parece com uma espécie de maldição do que com narrativas infantis de final invariavelmente feliz...
Cavaleiros valentes e princesas encantadas são, no entanto, excelentes metáforas que pretendem passar a ideia da coragem e da nobreza de carácter essenciais a quem ama. Ama-se quando se é capaz de se ser quem é, verdadeiramente.
Esta luta heróica pelo valor da essência do outro não está ao alcance de todos. A maior parte das pessoas são egocêntricas, alegram-se a entrançar os seus egoísmos em figuras improvisadas de resultado sempre disforme a que teimam chamar amor. Talvez porque assim consigam disfarçar o vazio que é a prova de quão frustrante, frívola e inútil é a sua passagem por este mundo.
Quando alguém ama verdadeiramente, perde-se. A busca por uma felicidade própria não faz sentido. Sem tempo nem espaço para pousar a cabeça, aquele que ama oferece-se generosamente ao outro num caminho por onde quase nunca é de manhã. O sofrimento aparece como a ponte por onde se deve entrar num mundo onde a felicidade não tem nada em comum com os amores daqui.
Amar é cumprir uma vida com força, sentido e valor. A paz que serve de base ao amor nasce e alimenta-se da certeza que a vida que vivemos não é nossa, foi-nos oferecida com a condição e o propósito de amarmos.
Quando se ama, caminha-se por cima do nada. Mas se, a qualquer instante, se deixa de acreditar e se busca a firmeza de um chão, cai-se imediatamente no abismo por cima do qual antes se voava, num milagre que a inteligência não consegue nem conceber nem abarcar. O amor não é racional, não é humano. É a verdade pura que não se apreende com a inteligência comum. As palavras pouco dizem, pouco ensinam, entretém quem não quer viver... é preciso uma grande humildade para se compreender que nem tudo pode ser compreendido. Acreditar no amor, com o coração, é sentir a força de uma mão intangível, que nos traz, nos leva e, por vezes, nos alenta... outras nos testa pela dor profunda.
Amar é escolher um caminho por entre infinitas encruzilhadas. A eleição de um é a renúncia de todos e de cada um dos demais, através de uma fé que é substância da esperança e tem forma do sonho. Amar é escolher um caminho e fazê-lo... a partir do nada.
Só pela angústia do amor é que o espírito humano se torna digno de se assenhorear de si mesmo. A raiz do mal está na inércia dos espíritos que tentam bastar-se a si mesmos... na preguiça – que é o maior de todos os pecados, porque faz com que o homem se contente com o que tem, deixando de querer ser o que é. Amar é dar a própria vida. De braços estendidos. Numa atitude perante o mundo semelhante à de um mendigo que estende a sua mão à caridade do estranho que passa... a solidão profunda de quem sente a terra tremer-lhe por baixo da alma que lhe segura os pés.
Eis a maior de todas as riquezas: Ser-se pobre por se ter dado tudo. Amar apesar da vontade de ser feliz.
Investigador. Escreve ao sábado
Amar é dar-se. Entregar a própria essência a um outro, lutando em favor dele. De forma pura e gratuita, sem esperar outra recompensa senão a de saber que se conseguirá ser o que se é. Amar, ao contrário do que julgam muitos, não é uma fonte de satisfação... Amar é algo sério, arrebatador e tremendamente desagradável. Quem ama sabe que isso mais se parece com uma espécie de maldição do que com narrativas infantis de final invariavelmente feliz...
Cavaleiros valentes e princesas encantadas são, no entanto, excelentes metáforas que pretendem passar a ideia da coragem e da nobreza de carácter essenciais a quem ama. Ama-se quando se é capaz de se ser quem é, verdadeiramente.
Esta luta heróica pelo valor da essência do outro não está ao alcance de todos. A maior parte das pessoas são egocêntricas, alegram-se a entrançar os seus egoísmos em figuras improvisadas de resultado sempre disforme a que teimam chamar amor. Talvez porque assim consigam disfarçar o vazio que é a prova de quão frustrante, frívola e inútil é a sua passagem por este mundo.
Quando alguém ama verdadeiramente, perde-se. A busca por uma felicidade própria não faz sentido. Sem tempo nem espaço para pousar a cabeça, aquele que ama oferece-se generosamente ao outro num caminho por onde quase nunca é de manhã. O sofrimento aparece como a ponte por onde se deve entrar num mundo onde a felicidade não tem nada em comum com os amores daqui.
Amar é cumprir uma vida com força, sentido e valor. A paz que serve de base ao amor nasce e alimenta-se da certeza que a vida que vivemos não é nossa, foi-nos oferecida com a condição e o propósito de amarmos.
Quando se ama, caminha-se por cima do nada. Mas se, a qualquer instante, se deixa de acreditar e se busca a firmeza de um chão, cai-se imediatamente no abismo por cima do qual antes se voava, num milagre que a inteligência não consegue nem conceber nem abarcar. O amor não é racional, não é humano. É a verdade pura que não se apreende com a inteligência comum. As palavras pouco dizem, pouco ensinam, entretém quem não quer viver... é preciso uma grande humildade para se compreender que nem tudo pode ser compreendido. Acreditar no amor, com o coração, é sentir a força de uma mão intangível, que nos traz, nos leva e, por vezes, nos alenta... outras nos testa pela dor profunda.
Amar é escolher um caminho por entre infinitas encruzilhadas. A eleição de um é a renúncia de todos e de cada um dos demais, através de uma fé que é substância da esperança e tem forma do sonho. Amar é escolher um caminho e fazê-lo... a partir do nada.
Só pela angústia do amor é que o espírito humano se torna digno de se assenhorear de si mesmo. A raiz do mal está na inércia dos espíritos que tentam bastar-se a si mesmos... na preguiça – que é o maior de todos os pecados, porque faz com que o homem se contente com o que tem, deixando de querer ser o que é. Amar é dar a própria vida. De braços estendidos. Numa atitude perante o mundo semelhante à de um mendigo que estende a sua mão à caridade do estranho que passa... a solidão profunda de quem sente a terra tremer-lhe por baixo da alma que lhe segura os pés.
Eis a maior de todas as riquezas: Ser-se pobre por se ter dado tudo. Amar apesar da vontade de ser feliz.
Investigador. Escreve ao sábado
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quinta-feira, julho 12, 2012
E as que abortam na Clínica dos Arcos: quem as indemniza?
Quem as indemniza da perda dos filhos, da perda da própria vida? Quem as indemniza da violência a que foram sujeitas quando os companheiros ou as famílias as arrastam para lá? Quem as indemniza do remorso e da tristeza que as acompanhará por toda a vida? Quem as indemniza da solidão que experimentarão no fim de vida e da pobreza a que uma família mais pequena pode estar sujeita? Quem as indemniza da perda do que hoje se chamam as competências pessoais, afectivas e de relacionamento?
(para perceber melhor e verificar a verdade e dramatismo real destas perguntas incluindo testemunhos, veja-se o site das Mãos Erguidas)
Vem a pergunta a propósito desta notícia que vi no Público mas depois encontrei no Diário Digital: "Política do filho único: chinesa obrigada a abortar aos sete meses indemnizada". Incrível...!
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Pelos vistos na Natalidade tem mesmo que se pensar...!
Hoje no Público há a notícia: "Natalidade cai para mínimos históricos por causa da crise e conjugalidade tardia". Conseguindo o feito de omitir o aborto legal como uma das causas da baixa da natalidade (há em Portugal 20 mil abortos a pedido da mãe por ano) a notícia faz referência ao Relatório 2011 do Observatório das Famílias e das Políticas de Família e a um seminário de hoje na Universidade Nova intitulado "Políticas Públicas e Novas".
Num site do INA encontrei isto sobre o relatório acima referido:
Num site do INA encontrei isto sobre o relatório acima referido:
Famílias e Políticas de Família
O Observatório das Famílias e das Políticas de Família (OFAP) divulga o seu 1º Relatório, propondo-se compilar e comentar todos os anos os indicadores disponíveis com o objectivo de retratar a evolução da vida familiar e daspolíticas.O relatório está dividido em duas partes. Na primeira apresentam-se as principais mudançasoperadas na vida familiar ( evolução das formas de família, dos principais padrões demográficos, da divisão do trabalho pago e não pago na família)Na segunda parte são focadas quatro dimensões do universo das políticas de família: os apoios económicos às famílias, as medidas no âmbito da conciliação entre a vida familiar e a vida profissional; a regulação legislativa do casamento e das relações familiares; os programas governamentais e as instituições responsáveispelas políticas de família Uma informação fundamental para todos os trabalhadores da AP que directa ou indirectamente intervêm e/ou executam políticas de família
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quarta-feira, julho 11, 2012
Greve dos Médicos: deste já não há mais...!
Não tenho especial simpatia pelo Ministro da Saúde que me parece muito engonhado e temeroso apesar das inegáveis e muitas qualidades profissionais que tem (para mal dos nossos pecados de contribuintes, tem de se reconhecer que pôs a máquina dos impostos a funcionar como nenhum outro, antes ou depois de si...:-) mas no caso da greve dos médicos estou com ele no sentido que me parece (a cautela a escrever é porque nunca se sabe se se vai parar às mãos de nenhum...lol!) há classes profissionais que ainda não perceberam que a "festa" acabou e que vamos ter de nos habituar a viver uns furos bem abaixo da qualidade de vida que até hoje todos gozámos...
Daí a inclusão do video acima de saudosa memória porque como na cena a partir dos 7 minutos: "Deste já não há mais!"...Deste leia-se "tipo de vida, direitos adquiridos, conforto e paz, expectativas de que vai ser sempre a crescer"...etc.
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segunda-feira, julho 09, 2012
Um filho vale um!
Acabei de aderir à campanha Um filho vale Um, uma iniciativa com pés e cabeça que já fazia falta e à qual desejo os maiores sucessos!
A ver se o Governo acorda já não porque há mais vida do que o défice mas porque sem que um filho valha um não há défice que se vença, austeridade que chegue ou crise que possa ser vencida...!
A ver se o Governo acorda já não porque há mais vida do que o défice mas porque sem que um filho valha um não há défice que se vença, austeridade que chegue ou crise que possa ser vencida...!
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domingo, julho 08, 2012
O Ocidente, a Síria e o estado actual do Mundo: genial!
ALERTS TO THREATS IN 2012
EUROPE
By John Cleese (British writer, actor and tall person):
The English are feeling the pinch in relation to recent events in Syria
and have therefore raised their security level from "Miffed" to
"Peeved." Soon, though, security levels may be raised yet again to
"Irritated" or even "A Bit Cross." The English have not
been "A Bit Cross" since the blitz in 1940 when tea supplies nearly ran
out. Terrorists have been re-categorized from "Tiresome" to "A Bloody
Nuisance." The last time the British issued a "Bloody Nuisance" warning
level was in 1588, when threatened by the Spanish Armada.
The Scots have raised their threat level from "Pissed Off" to "Let's get
the Bastards." They don't have any other levels. This is the reason they
have been used on the front line of the British army for the last 300 years.
The French government announced yesterday that it has raised its terror
alert level from "Run" to "Hide." The only two higher levels in France
are "Collaborate" and "Surrender." The rise was precipitated by a recent
fire that destroyed France 's white flag factory, effectively paralyzing
the country's military capability.
Italy has increased the alert level from "Shout Loudly and Excitedly"
to "Elaborate Military Posturing." Two more levels remain: "Ineffective
Combat Operations" and "Change Sides."
The Germans have increased their alert state from "Disdainful Arrogance"
to "Dress in Uniform and Sing Marching Songs." They also have two higher
levels: "Invade a Neighbour" and "Lose."
Belgians, on the other hand, are all on holiday as usual; the only threat
they are worried about is NATO pulling out of Brussels .
The Spanish are all excited to see their new submarines ready to deploy.
These beautifully designed subs have glass bottoms so the new Spanish
navy can get a really good look at the old Spanish navy.
Australia , meanwhile, has raised its security level from "No worries" to
"She'll be alright, Mate." Two more escalation levels remain: "Crikey! I
think we'll need to cancel the barbie this weekend!" and "The barbie is
cancelled." So far no situation has ever
warranted use of the last final escalation level.
~ John Cleese - British writer, actor and tall person
A final thought -" Greece is collapsing, the Iranians are getting
aggressive, and Rome is in disarray. Welcome back to 430 BC."
By John Cleese (British writer, actor and tall person):
The English are feeling the pinch in relation to recent events in Syria
and have therefore raised their security level from "Miffed" to
"Peeved." Soon, though, security levels may be raised yet again to
"Irritated" or even "A Bit Cross." The English have not
been "A Bit Cross" since the blitz in 1940 when tea supplies nearly ran
out. Terrorists have been re-categorized from "Tiresome" to "A Bloody
Nuisance." The last time the British issued a "Bloody Nuisance" warning
level was in 1588, when threatened by the Spanish Armada.
The Scots have raised their threat level from "Pissed Off" to "Let's get
the Bastards." They don't have any other levels. This is the reason they
have been used on the front line of the British army for the last 300 years.
The French government announced yesterday that it has raised its terror
alert level from "Run" to "Hide." The only two higher levels in France
are "Collaborate" and "Surrender." The rise was precipitated by a recent
fire that destroyed France 's white flag factory, effectively paralyzing
the country's military capability.
Italy has increased the alert level from "Shout Loudly and Excitedly"
to "Elaborate Military Posturing." Two more levels remain: "Ineffective
Combat Operations" and "Change Sides."
The Germans have increased their alert state from "Disdainful Arrogance"
to "Dress in Uniform and Sing Marching Songs." They also have two higher
levels: "Invade a Neighbour" and "Lose."
Belgians, on the other hand, are all on holiday as usual; the only threat
they are worried about is NATO pulling out of Brussels .
The Spanish are all excited to see their new submarines ready to deploy.
These beautifully designed subs have glass bottoms so the new Spanish
navy can get a really good look at the old Spanish navy.
Australia , meanwhile, has raised its security level from "No worries" to
"She'll be alright, Mate." Two more escalation levels remain: "Crikey! I
think we'll need to cancel the barbie this weekend!" and "The barbie is
cancelled." So far no situation has ever
warranted use of the last final escalation level.
~ John Cleese - British writer, actor and tall person
A final thought -" Greece is collapsing, the Iranians are getting
aggressive, and Rome is in disarray. Welcome back to 430 BC."
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sexta-feira, julho 06, 2012
Zézinha: um ano depois...
Regressado ontem a Lisboa, a tempo de hoje estar na Missa de um ano sobre a sua partida para a casa do Pai (alguma coisa no Céu estava a precisar de conserto...;-) foi-me chamada a atenção para o belíssimo artigo que sobre Maria José Nogueira Pinto escreveu Paulo Rangel e que tão bem conta da falta que ela nos faz...!
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domingo, julho 01, 2012
Aborto imoderado: taxem-se os políticos!
Estou fora do país em trabalho e na Internet faço uma verificação de rotina quanto ao que se passa no tema do aborto e das taxas moderadoras (uma saga que começa mal, nunca ou raramente acaba bem...). E que leio?
Que sim, que o CDS-PP vai apresentar um projecto mas só em Setembro...! Porquê? Porque a razão apresentada para o mesmo (a desigualdade de tratamento entre o aborto e actos médicos, prestados no Serviço Nacional de Saúde) só em Setembro se verifica...?
Que sim, que o Ministro concorda (ao que parece acordou do torpor em que está no assunto...) mas não para agora, porque nas taxas moderadoras não se pode estar sempre a mexer...!?
Mas está tudo maluco...!?
Concluindo: taxem-se os políticos por cada acto de aborto imoderado. Pode ser que assim doendo-lhes no bolso despertassem para o assunto...!?
Que sim, que o CDS-PP vai apresentar um projecto mas só em Setembro...! Porquê? Porque a razão apresentada para o mesmo (a desigualdade de tratamento entre o aborto e actos médicos, prestados no Serviço Nacional de Saúde) só em Setembro se verifica...?
Que sim, que o Ministro concorda (ao que parece acordou do torpor em que está no assunto...) mas não para agora, porque nas taxas moderadoras não se pode estar sempre a mexer...!?
Mas está tudo maluco...!?
Concluindo: taxem-se os políticos por cada acto de aborto imoderado. Pode ser que assim doendo-lhes no bolso despertassem para o assunto...!?
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