sexta-feira, julho 27, 2012

E na Família...não se pensa? I




Não percebi bem o ponto a que quer chegar Paula Torres de Carvalho com o seu artigo hoje no Público intitulado "Avós no papel de pais" mas é pelo menos justa a observação de que estes, os avós, vem substituindo progressivamente os pais, no cuidado dos seus netos, sobretudo nos primeiros anos de vida.

Por um lado isso é positivo não apenas para os filhos/netos (que assim tem quem cuide deles e lhes é próximo) como para os avós que muitas vezes numa fase da vida em que muitos parecem viver sem horizontes, esses cuidados os vem encher de alegria e de utilidade os seus dias. Além disso o facto representa uma considerável poupança para os seus filhos-pais e esta é mais uma confirmação de que a Família é a primeira e fundamental rede social, de convivência e amparo. Em alguns casos é até essa "utilidade" que faz perdurem os laços entre filhos (pais) e pais (avós)...

Por outro não se pode deixar de "chorar" o facto de as crianças nos seus primeiros e vitais anos de vida estarem privados da convivência, afecto e companhia, dos pais, e em especial da mãe. Quanto a isto não há volta a dar: é muito duvidoso em face dos resultados sociais e individuais das últimas gerações criadas sem essa possibilidade magnífica de amor e educação, que a ausência da mãe do lar familiar seja um valor acrescentado para toda a sociedade e para cada família em particular...

Nota: não se defende aqui que "mulher para casa e já" mas esta sociedade moderna que na sua engrenagem infernal, cultural, social e económica, impede que as mães que o desejariam, estejam em casa, é uma sociedade que já começou a sofrer os efeitos dessa ausência (desagregação familiar, crescimento "torto" das novas gerações, intranquilidade social, etc.) mas ainda não percebeu ou, pior, não quer dar o nome, ao que está na origem desses problemas...

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