Aliás estive agora a ver a minha "página" no site do parlamento e foi bom rever e lembrar algumas (poucas...) intervenções, declarações de voto e outras actividades parlamentares, das que fica registo para a frente, mas que não compreendem nem de longe todas as horas e tarefas e empenhos que a minha vida de deputado implicou (reuniões e audiências da Comissão, trabalhos preparatórios desta, envolvimento durante meses na revisão do Código do Trabalho, deslocações ao Distrito por que fui eleito [Braga], reuniões internas, presenças em actos e eventos em representação do parlamento e/ou do grupo parlamentar, e um largo etc...).
Regressando à APFN e ao tema, o comunicado é este:
26.Julho.2012
Mensagem
Há avós que são um farol,
um abrigo, uma referência. Acompanham-nos pela vida fora. Pelos laços que atam,
pelas palavras, gestos e valores que evocam, estão sempre presentes ainda que
estejam distantes ou ausentes. São avós que enchem o coração aos netos, que os
seguram à família e lhes mostram que, aconteça o que acontecer, estão lá.
Porque esses avós nunca partem, nunca deixam de existir, tornam-se imortais na
vida dos netos. São porto de abrigo e um íman agregador da família. E os netos,
não serão eles, uma ponte para a Eternidade?
O
nascimento de um neto pode ter o condão de despertar um sentimento de
arrebatamento, êxtase e paixão, como há muito os avós não sentiam. É como se
vivessem de novo a paixão adolescente, com as emoções à flor da pele, com o desejo
ardente de estar sempre ao lado, a acompanhar cada instante, a participar em
todos os rituais que envolvem o benjamim da família. Não querem perder o
primeiro banho, a primeira papa, os primeiros passos, a primeira ida à praia, o
primeiro sucesso no bacio… Antes os avós eram assim? Reagiam com tanto
entusiasmo? Demonstravam as emoções e os afetos com tanta facilidade? Alguns
certamente que sim mas as demonstrações de afeto não eram tão efusivas,
particularmente por parte dos homens, que eram ensinados a conter os
sentimentos e a relegar as crianças para a esfera feminina.
Hoje já
não estranhamos quando vemos uma avó a brincar com uma neta no parque infantil
ou um avô a jogar à bola com os netos. A dimensão afetiva e lúdica são
características das novas relações entre avós e netos. Em vez de austeros e
distantes, temos avós companheiros e cúmplices, que alinham em brincadeiras e
se esforçam por agradar aos netos.
Quando se é avó ou avô
tem-se a oportunidade de recuar aos tempos de infância e à altura em que
nasceram os filhos, diz-se. Por vezes, procura-se dar aos netos o que não se
conseguiu dar aos filhos – seja tempo, dedicação ou carinho, seja todo o tipo
de presentes (desde brinquedos às mensalidades do colégio ou, mais tarde, as
propinas da universidade). Muitos avós dão um apoio crucial os filhos e
envolvem-se ativamente na vida dos netos, ajudando nas tarefas diárias e na
partilha das despesas.
Mas nunca, como agora, houve tantos avós para
tão poucos netos - devido ao aumento da longevidade e à diminuição do número de
nascimentos.
As
palavras de alguns entrevistados:
“A minha experiência como
avó é maravilhosa. Ainda não sei descrever, porque é um deslumbramento tão
grande que ainda não consegui encontrar as palavras.” Lídia Jorge
“Se há
um antes e um depois de ser mãe, também há um antes e depois de ser avó! Já não
me imagino a viver sem as minhas netas!” Isabel Stilwell
“A coisa mais maravilhosa da minha vida foi
ter sido avó. Nós apaixonamo-nos pelos netos.” Isabel Alçada
“Ser
avô foi um espanto! Foi um sentimento maravilhoso! Foi muito, muito bom!” Júlio
Machado Vaz
“Os
netos estão muito presentes na minha vida. Desde que nasceram os primeiros,
ficam em nossa casa até aos três anos.”Daniel Sampaio
“Recordo
tudo da minha avó e dos meus padrinhos. Um dia, uma semana, um mês não seria
tempo suficiente para descrever tudo.” José Luís Peixoto
“A
minha avó é o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Não equaciono a vida
sem ela.” Bárbara Guimarães
“Para
nós, os avós são figuras imortais; são velhos, já nasceram velhos e perduram
velhos.” Nuno Markl
Texto
adaptado do livro "Avós Precisam-se - a importância dos laços entre avós e
netos", de Gabriela Oliveira (Arteplural Edições, 2012). Fornecido
pela autora à APFN.
Lisboa, 25
de Julho de 2012
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
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