APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
47000 nascimentos a menos!
O INE publicou hoje as estatísticas demográficas referentes a 2005, tendo-se registado 109 457 nascimentos, a que corresponde um índice sintético de fecundidade de 1.47, bem longe dos necessários 2.1 para que haja renovação de gerações.
Para que isso acontecesse, seriam necessários mais 47 000 nascimentos.
Como tal, o défice demográfico já ultrapassou os 900 000 jovens e crianças, razão pela qual têm sido fechadas escolas, vão ser encerradas universidades e não irá haver gente suficiente para pagar as pensões de reforma.
Os números hoje revelados confirmam o que a APFN tem vindo a afirmar: as projecções feitas pelo INE estão baseadas em valores errados, assim como os que foram assumidos no Relatório de Sustentabilidade de Segurança Social.
Estando o Governo, e bem, preocupado com os 6% de défice das finanças públicas, é de admirar não estar minimamente preocupado com o défice de mais de 40% de natalidade que Portugal tem vindo a registar nos últimos anos! Pelo contrário, até parece achar que há nascimentos a mais, estando tão empenhado em promover e financiar o aborto, em vez de, como seria natural, apoiar os pais e mães como acontece na esmagadora maioria dos países europeus.
A APFN insiste na necessidade de serem apresentadas, com urgência, projecções realistas da população, assim como de se recalcular o impacto dessas projecções realistas na (in)sustentabilidade da Segurança Social e, mesmo, das finanças públicas, como a Comissão Europeia já alertou.
30 de Novembro de 2006
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
7 comentários:
Abortos, galaduras e ovos extrelados
Não concordo com ditaduras nem com fundamentalismos, quer sejam muçulmanos, cristãos ou outros. Aceito que um membro das "Testemunhas de Jeová" se recuse a dar ou a receber sangue, porém, não concordo que isso fosse lei em qualquer país, e que, em consequência, todos os cidadãos desse país fossem impedidos de o fazer, incluindo os não crentes. Alem disso, um membro dessa religião não deve ter o direito de decidir sobre o não recebimento de sangue de um seu familiar que dele necessite, ainda que seja o parente mais próximo: um filho ainda sem vontade própria; ou um idoso. Nestes casos, os critérios médicos devem prevalecer. No caso dos idosos, deverá ser respeitada a sua vontade, desde que a tenha deixado expressa, o que exclui o simples facto de estar referenciado como “testemunha de Jeová”, pois poderá disso ter-se arrependido em qualquer momento. Do mesmo modo, um indivíduo baptizado catolicamente em tempos poderá não seguir as regras da religião católica, deixar de ser crente ou até trocar de religião! Se assim não fosse o que faziam aqui as outras religiões, incluindo as “testemunhas de Jeová”, num país com séculos de catolicismo romano?
Aceito que um sacerdote católico apostólico romano possa estar impedido de casar e que seja obrigado a abstinência sexual, esse sacrifício, que o põe à prova só o valoriza. Essa condição foi aceite livremente e poderá ser sempre rejeitada a qualquer momento, passando o sacerdote a ser um cidadão comum como qualquer outro. Mas, não estaria correcto que tal fosse exigido a um sacerdote dum credo não romano só porque está em Portugal (ex.: adventista, anglicano, ortodoxo, luterano, etc...). Portugal é um país laico.
É lógico que um Padre cristão aconselhe os seus paroquianos a não praticarem o aborto em qualquer circunstancia, porque a ética cristã o impede e um verdadeiro cristão não deverá fazê-lo em qualquer circunstância. Porém, é abusivo que essa visão seja imposta aos restantes cidadãos, ainda por cima num país que se diz laico. O aborto não é o melhor método de contracepção e por isso deverá ser pago para incentivar a busca de alternativas. O Serviço Nacional de Saúde já mal responde nos casos em que a vida está em risco, por isso não será aceitável deslocar recursos para esses fins, a não ser em casos muito especiais, a tipificar: malformações, portadores de HIV e pobreza extrema confirmada.
Há que mudar: com a actual situação quem ganha são as clínicas espanholas, inglesas, além das tais "parteiras de vão de escada". com risco de vida e de prisão para a mulher Concordo com a despenalização civil do aborto, desde que seja feito dentro de um prazo aceitável, definido por critérios médicos, mas nunca religiosos. Quem tem autoridade para dizer que existe um ser humano num útero: um Padre ou um médico? – Obviamente que um médico!
Aceito o critério de que a mãe deve decidir sobre a continuação ou não da gravidez até ao prazo limite em que possa existir a mínima possibilidade do feto poder sobreviver fora útero materno e a lei que se propõe a referendo está muito longe disso... Mesmo que você seja incapaz de praticar um aborto deixe passar a lei e vote SIM! Até porque ninguém será obrigado a fazê-lo se não o desejar. De contrário, está a impor o seu ponto de vista, que, embora respeitável, elimina o poder de decisão de outras pessoas que pensam de forma diferente e terão até uma religião diferente também da sua, e Portugal é um país laico, é sempre bom lembrá-lo. Não pense que é o detentor de toda a verdade. Você não terá mais moralidade para criticar: 1º.) A circuncisão obrigatória nos meninos Judeus; 2º.) A ablação do clitóris nas meninas, feita também por crença religiosa; 3º.) a recusa de dar e levar sangue por parte das “Testemunhas de Jeová”; 4º.) A obrigação de algumas mulheres muçulmanas terem que usar a burca? Nos países onde foi obrigatório o seu uso até há poucos anos ainda há muitas mulheres que a usam por sua livre vontade.
Lembro ainda que a igreja católica apostólica romana também tem sido contra todos os métodos de prevenção da gravidez, incluindo o uso de preservativos, pílulas, DIU, e outros, de onde se deduz que para um verdadeiro católico a prática de sexo destina-se apenas à procriação e, não havendo abstinência, os filhos virão, naturalmente, a pouco e pouco, talvez um por cada ano, enquanto a mulher estiver em idade fértil. São filosofias (...) que deverão ser aceites por quem com elas concordar.
As posições partidárias baseiam-se em estratégias eleitorais, e, como estamos num país maioritariamente católico é difícil para alguns partidos abandonar as posições tradicionalistas, mas estão a fazê-lo na medida do possível. Dizer-se que existe uma criança logo que o espermatozoide entra em contacto com o óvulo é abusivo! Deixo um conselho para quem assim pensa: Cuidado! Quando comer um ovo estrelado confirme antes se tem galadura e se tiver recuse-o porque irá comer um pintainho estrelado, o que deve ser um nojo!
Baixa Natalidade
Portugal está a definhar devido à alta do preço dos combustíveis, mas principalmente devido à "Globalização Selvagem" a que a UE decidiu aderir, levando consigo Portugal nessa aventura. A economia portuguesa continua sem conseguir produzir o suficiente para pagar as despesas sempre crescentes do Estado, mesmo com o congelamento dos salários e de admissões na função pública, por isso os nossos Governantes continuam a fazer mais cortes na Segurança Social, à imagem do que se faz um pouco por toda a UE. Só que em Portugal o problema é muito mais complicado, porque não há por onde cortar numa SS que não respondia ainda convenientemente às necessidades básicas da sua população, nem sequer para com aqueles que para ela descontaram. Mesmo assim, os nossos Governantes degradam os apoios na saúde e ameaçam aumentar a idade da reforma, que, nalguns casos aumentou já, para poupar algum dinheiro no sector. Para justificar a medida repetem constantemente os seguintes dois argumentos:
Argumento 1: a substituição da actual população activa (os trabalhadores) está em risco dada a fraca natalidade, pelo que teremos de aceitar a trabalhar até idades mais avançadas: Esta necessidade é falsa, aliás, a baixa natalidade também acontece noutros países já há muito tempo e a sua população mantém um bem estar bem superior ao atingido em Portugal, que está agora rapidamente a recuar. A ser verdade a afirmação, então como é que esses países têm conseguido sobreviver? Exemplo: Luxemburgo, França, Alemanha, Holanda, etc... Não é novidade que os países mais desenvolvidos têm em geral uma reduzida natalidade, por razões que também seriam fáceis de entender. Porém, a eventual falta de mão de obra pode ser e é facilmente suprida com a aceitação de imigrantes, embora isso deva ser feito de forma ordenada e selectiva, de acordo com as necessidades de cada país. Os imigrantes que se destinem à pratica de crimes ou à mendicidade devem ser excluídos! Ou será que não? A reposição da força de trabalho com recurso aos nossos filhos, embora louvável, implica um investimento de vinte ou mais anos: entretanto, tanto os pais como o país terão que prestar-lhes cuidados vários: alimentação, vestuário, lazer, saúde, educação e formação profissional. Quanto aos trabalhadores imigrantes, esses custos foram suportados pelos seus pais e pelos países de origem, por isso, vêm ‘prontinhos’ pra trabalhar e, só por isso, ficam mais económicos ao país de acolhimento, aliás, não temos nós já cerca de um milhão de imigrantes? Se o nosso país necessitar e quiser poderão vir mais, não faltarão candidatos enquanto mantivermos o euro como moeda ou, pelo menos, enquanto pertencermos à UE seremos um país atractivo. Portugal já tem uma taxa de desemprego alta e com tendência para subir, por isso, julgo inconveniente que a imigração para o nosso país continue a fazer-se de forma anárquica. Aliás, a taxa de desemprego deve ser superior à das estatísticas, por não considerar os desempregados que já desistiram de registar-se nos Centros de Emprego: ou porque já não têm direito a qualquer subsídio; ou porque já perderam a esperança de encontrar um emprego. Quando jovens, continuam simplesmente a viver à custa dos pais até que, por influência de meses e anos de ócio e dos companheiros em idêntica situação, alguns acabam por cair na vida marginal, mais ou menos violenta. Muitas mulheres já casadas que ficam no desemprego e outras que casam antes de o conseguir acabam por conformar-se com a condição de ‘doméstica’, mesmo depois longos anos de investimento dos pais e do próprio país, tendo em vista um futuro profissional. Isto poderá ser também motivo de frustração pessoal. Diz-se que os nossos jovens já não querem trabalhar, mas será justo esperar-se que depois de tantos anos de estudo, por vezes, após uma licenciatura, aceitem um trabalho qualquer, como por exemplo: servente de pedreiro, varredor de ruas, distribuidor de publicidade, de bilhas de gás, de mobílias e outras mercadorias? Se aceitarem ficarão também bastante frustados nas suas legítimas expectativas criadas ao longo de anos e anos de estudo, pelo que o mais certo será continuarem à espera do emprego para o qual estudaram e se prepararam durante tantos anos. Não foi para o desempenho desses trabalhos que os pais e o próprio país investiram neles tanto dinheiro!
Qualquer trabalho é digno, mas indigna é situação que está ser oferecida aos jovens depois de lhes serem exigidos tantos anos de escolaridade mínima obrigatória para o exercício da mais modesta profissão e criadas expectativas vãs aos que vão mais além. Este fenómeno já acontecia há vinte ou trinta anos em França e na Alemanha quando para lá emigravam os nossos compatriotas. Havia já muitos nacionais desses países que recusavam os empregos mais modestos, os quais eram ocupados pela maioria dos portugueses. Quanto aos estrangeiros, independentemente da escolarização que possam possuir, a aceitação de um emprego modesto é muito mais fácil: 1º.) Consideram-no desde logo como temporário; 2º.) Os familiares e os amigos estão longe, não testemunham as condições de trabalho (e outras: habitação, alimentação, etc...) a que se sujeitam por cá; 3º.) São pagos em euros e quando regressarem aos seus países de origem, poderão converter essa moeda na do seu país e será então a altura de ‘começarem a viver’, e de realizarem os seus sonhos. Não devemos esquecer que o euro é uma moeda muito forte. Nós, que somos também um país de emigrantes temos experiência disso. O que faziam muitos dos nossos cidadãos nos países de acolhimento senão amealhar o suficiente, o mais rapidamente possível, para regressarem e construírem aqui, em Portugal, a sua casa e a sua independência financeira, através da criação em Portugal de um qualquer negócio: café, restaurante ou oficina?
Argumento 2: Há um aumento da esperança de vida, pelo que será necessário que trabalhemos e descontemos mais anos para a segurança social. Este facto é irrelevante, pois a estatística é favorecida pela grande baixa de mortalidade infantil que aconteceu realmente em Portugal nos últimos anos. O acesso à assistência na saúde pré-natal e infantil tem sido boa em Portugal, embora mostre já sinais de estar a piorar. Quem desconhece que ainda há meio século uma grande parte das crianças morria à nascença e durante a primeira e segunda infâncias. Algumas mães também não sobreviviam ao parto. Isto acontece ainda hoje nos países subdesenvolvidos. Acresce o facto de termos vivido em paz há várias décadas, o que reduz a mortalidade no país e aumenta o envelhecimento da nossa população. Há trinta anos tivemos as guerras no Ultramar. Mas, quer as crianças que morriam sem atingirem a idade adulta, quer os jovens adultos mortos durante essas guerras, pouco ou nada contribuíram para a sustentabilidade da SS e os custos que ficaram, relativamente ao pagamento de subsídios por morte ou aos feridos nessas guerras é uma obrigação de todos e não apenas dos contribuintes da SS. Se aumentarmos a idade da reforma, cerceamos a possibilidade dos jovens virem a ocupar os lugares que seriam deixados vagos pelos mais velhos.
Assim, os nossos jovens têm muito poucas possibilidades de encontrar um emprego, mesmo depois de dezenas de anos de escolaridade obrigatória e até depois de vários anos na universidade. Ocupam-se então tirando sucessivos cursos que de nada lhes serve enquanto vêem os anos passar sem poderem criar uma vida independente por não terem meios próprios de subsistência e assim vão começando a envelhecer. Há apenas uma vantagem: não contam entretanto nas estatísticas de desemprego.... Entretanto, os mais velhos são obrigados a continuar a trabalhar e a descontar para a SS, enquanto esperam por uma reforma que nunca mais chega e ao invés, o mais natural é que a morte chegue primeiro. Não devemos esquecer-nos que ainda não há muitos anos foi dada uma bonificação (20%) aos mais velhos que ainda não tinham idade legal para aceder à reforma. A idade da reforma é em Portugal já bastante alta e deveria até ser reduzida para libertar empregos para os mais jovens.
Além disso, falta provar que a esperança de vida ainda esteja a aumentar neste momento em Portugal. As estatísticas referem-se sempre a acontecimentos que já passaram e são o resultado das políticas na saúde no pós-25 de Abril. Extrapolar para o futuro é abusivo: o futuro o dirá.
Também haveria que repensar o financiamento da SS, mas isso são assuntos que tratarei à parte.
Baixa Natalidade
Portugal está a definhar devido à alta do preço dos combustíveis, mas principalmente devido à "Globalização Selvagem" a que a UE decidiu aderir, levando consigo Portugal nessa aventura. A economia portuguesa continua sem conseguir produzir o suficiente para pagar as despesas sempre crescentes do Estado, mesmo com o congelamento dos salários e de admissões na função pública, por isso os nossos Governantes continuam a fazer mais cortes na Segurança Social, à imagem do que se faz um pouco por toda a UE. Só que em Portugal o problema é muito mais complicado, porque não há por onde cortar numa SS que não respondia ainda convenientemente às necessidades básicas da sua população, nem sequer para com aqueles que para ela descontaram. Mesmo assim, os nossos Governantes degradam os apoios na saúde e ameaçam aumentar a idade da reforma, que, nalguns casos aumentou já, para poupar algum dinheiro no sector. Para justificar a medida repetem constantemente os seguintes dois argumentos:
Argumento 1: a substituição da actual população activa (os trabalhadores) está em risco dada a fraca natalidade, pelo que teremos de aceitar a trabalhar até idades mais avançadas: Esta necessidade é falsa, aliás, a baixa natalidade também acontece noutros países já há muito tempo e a sua população mantém um bem estar bem superior ao atingido em Portugal, que está agora rapidamente a recuar. A ser verdade a afirmação, então como é que esses países têm conseguido sobreviver? Exemplo: Luxemburgo, França, Alemanha, Holanda, etc... Não é novidade que os países mais desenvolvidos têm em geral uma reduzida natalidade, por razões que também seriam fáceis de entender. Porém, a eventual falta de mão de obra pode ser e é facilmente suprida com a aceitação de imigrantes, embora isso deva ser feito de forma ordenada e selectiva, de acordo com as necessidades de cada país. Os imigrantes que se destinem à pratica de crimes ou à mendicidade devem ser excluídos! Ou será que não? A reposição da força de trabalho com recurso aos nossos filhos, embora louvável, implica um investimento de vinte ou mais anos: entretanto, tanto os pais como o país terão que prestar-lhes cuidados vários: alimentação, vestuário, lazer, saúde, educação e formação profissional. Quanto aos trabalhadores imigrantes, esses custos foram suportados pelos seus pais e pelos países de origem, por isso, vêm ‘prontinhos’ pra trabalhar e, só por isso, ficam mais económicos ao país de acolhimento, aliás, não temos nós já cerca de um milhão de imigrantes? Se o nosso país necessitar e quiser poderão vir mais, não faltarão candidatos enquanto mantivermos o euro como moeda ou, pelo menos, enquanto pertencermos à UE seremos um país atractivo. Portugal já tem uma taxa de desemprego alta e com tendência para subir, por isso, julgo inconveniente que a imigração para o nosso país continue a fazer-se de forma anárquica. Aliás, a taxa de desemprego deve ser superior à das estatísticas, por não considerar os desempregados que já desistiram de registar-se nos Centros de Emprego: ou porque já não têm direito a qualquer subsídio; ou porque já perderam a esperança de encontrar um emprego. Quando jovens, continuam simplesmente a viver à custa dos pais até que, por influência de meses e anos de ócio e dos companheiros em idêntica situação, alguns acabam por cair na vida marginal, mais ou menos violenta. Muitas mulheres já casadas que ficam no desemprego e outras que casam antes de o conseguir acabam por conformar-se com a condição de ‘doméstica’, mesmo depois longos anos de investimento dos pais e do próprio país, tendo em vista um futuro profissional. Isto poderá ser também motivo de frustração pessoal. Diz-se que os nossos jovens já não querem trabalhar, mas será justo esperar-se que depois de tantos anos de estudo, por vezes, após uma licenciatura, aceitem um trabalho qualquer, como por exemplo: servente de pedreiro, varredor de ruas, distribuidor de publicidade, de bilhas de gás, de mobílias e outras mercadorias? Se aceitarem ficarão também bastante frustados nas suas legítimas expectativas criadas ao longo de anos e anos de estudo, pelo que o mais certo será continuarem à espera do emprego para o qual estudaram e se prepararam durante tantos anos. Não foi para o desempenho desses trabalhos que os pais e o próprio país investiram neles tanto dinheiro!
Qualquer trabalho é digno, mas indigna é situação que está ser oferecida aos jovens depois de lhes serem exigidos tantos anos de escolaridade mínima obrigatória para o exercício da mais modesta profissão e criadas expectativas vãs aos que vão mais além. Este fenómeno já acontecia há vinte ou trinta anos em França e na Alemanha quando para lá emigravam os nossos compatriotas. Havia já muitos nacionais desses países que recusavam os empregos mais modestos, os quais eram ocupados pela maioria dos portugueses. Quanto aos estrangeiros, independentemente da escolarização que possam possuir, a aceitação de um emprego modesto é muito mais fácil: 1º.) Consideram-no desde logo como temporário; 2º.) Os familiares e os amigos estão longe, não testemunham as condições de trabalho (e outras: habitação, alimentação, etc...) a que se sujeitam por cá; 3º.) São pagos em euros e quando regressarem aos seus países de origem, poderão converter essa moeda na do seu país e será então a altura de ‘começarem a viver’, e de realizarem os seus sonhos. Não devemos esquecer que o euro é uma moeda muito forte. Nós, que somos também um país de emigrantes temos experiência disso. O que faziam muitos dos nossos cidadãos nos países de acolhimento senão amealhar o suficiente, o mais rapidamente possível, para regressarem e construírem aqui, em Portugal, a sua casa e a sua independência financeira, através da criação em Portugal de um qualquer negócio: café, restaurante ou oficina?
Argumento 2: Há um aumento da esperança de vida, pelo que será necessário que trabalhemos e descontemos mais anos para a segurança social. Este facto é irrelevante, pois a estatística é favorecida pela grande baixa de mortalidade infantil que aconteceu realmente em Portugal nos últimos anos. O acesso à assistência na saúde pré-natal e infantil tem sido boa em Portugal, embora mostre já sinais de estar a piorar. Quem desconhece que ainda há meio século uma grande parte das crianças morria à nascença e durante a primeira e segunda infâncias. Algumas mães também não sobreviviam ao parto. Isto acontece ainda hoje nos países subdesenvolvidos. Acresce o facto de termos vivido em paz há várias décadas, o que reduz a mortalidade no país e aumenta o envelhecimento da nossa população. Há trinta anos tivemos as guerras no Ultramar. Mas, quer as crianças que morriam sem atingirem a idade adulta, quer os jovens adultos mortos durante essas guerras, pouco ou nada contribuíram para a sustentabilidade da SS e os custos que ficaram, relativamente ao pagamento de subsídios por morte ou aos feridos nessas guerras é uma obrigação de todos e não apenas dos contribuintes da SS. Se aumentarmos a idade da reforma, cerceamos a possibilidade dos jovens virem a ocupar os lugares que seriam deixados vagos pelos mais velhos.
Assim, os nossos jovens têm muito poucas possibilidades de encontrar um emprego, mesmo depois de dezenas de anos de escolaridade obrigatória e até depois de vários anos na universidade. Ocupam-se então tirando sucessivos cursos que de nada lhes serve enquanto vêem os anos passar sem poderem criar uma vida independente por não terem meios próprios de subsistência e assim vão começando a envelhecer. Há apenas uma vantagem: não contam entretanto nas estatísticas de desemprego.... Entretanto, os mais velhos são obrigados a continuar a trabalhar e a descontar para a SS, enquanto esperam por uma reforma que nunca mais chega e ao invés, o mais natural é que a morte chegue primeiro. Não devemos esquecer-nos que ainda não há muitos anos foi dada uma bonificação (20%) aos mais velhos que ainda não tinham idade legal para aceder à reforma. A idade da reforma é em Portugal já bastante alta e deveria até ser reduzida para libertar empregos para os mais jovens.
Além disso, falta provar que a esperança de vida ainda esteja a aumentar neste momento em Portugal. As estatísticas referem-se sempre a acontecimentos que já passaram e são o resultado das políticas na saúde no pós-25 de Abril. Extrapolar para o futuro é abusivo: o futuro o dirá.
Também haveria que repensar o financiamento da SS, mas isso são assuntos que tratarei à parte.
Ainda a propósito de "Esperança de vida"
Será que a "Esperança de vida" está ainda a aumentar em Portugal neste momento? Eu não acredito!
A assistência na saúde pré-natal e infantil foi boa em Portugal, por isso deu-se nos últimos anos em Portugal um aumento da esperança de vida, de devido à grande redução da mortalidade infantil, por isso a esperança de vida pré-natal e infantil subiu em Portugal na escala internacional nos anos ainda recentes.
Além disso, Portugal tem nos últimos anos vivido em paz, o que provocou também um aumento do envelhecimento da população portuguesa.
Houve durante alguns anos uma melhoria nos cuidados de saúde à população em geral, que se terá reflectido numa maior esperança de vida, mas os cuidados de saúde estão agora a degradar-se muito, pelo será de esperar que aconteça agora o contrário: Fecham-se Centros de Saúde, Hospitais e Maternidades, reduzem-se os horários de funcionamento dos "Serviços de Atendimento Permanente" ou fecham-se até alguns, mesmo com a sobrecarga dos que ficam. Cada vez há menos médicos nos centros de saúde e nos hospitais, assim como enfermeiros, auxiliares, etc... Os que se reformam não são substituídos. A avaliação médica aos doentes nos centros de saúde é cada vez mais superficial e visual. As verbas disponíveis para os exames auxiliares de diagnóstico são bastante reduzidas. Assim, os exames mais esclarecedores sobre as queixas dos doentes ficam por fazer ou são feitos já tardiamente. Agora vão ser criadas taxas de internamento...O estado reduz agora a sua função sobre a saúde dos portugueses num país cujos cidadãos têm em geral fracos recursos económicos para se socorrerem da medicina privada, também ela muito cara para o rendimento mediano dos portugueses.
Nem sequer estamos num país, como nos EUA, em que, quando nasce uma criança, uma das primeiras coisas a fazer por um cidadão comum é um seguro se saúde. Este sistema exclui à partida os cidadãos de muito baixos recursos, que ficam completamente desprotegidos. Mas, mesmo que se quisesse introduzir esse sistema, há que ter em conta que grande parte da população já reformada, ou com bastantes anos de descontos para o actual sistema público, já não poderão transitar para outro sistema e até tiveram os seus descontos para este sistema (ex: "Caixa de Previdência"). Será que estas mudanças farão aumentar a esperança de vida em Portugal? Não! Sou forçado a concluir que a esperança de vida deverá estar agora a diminuir.
A esperança de vida também está directamente relacionada com o estrato sociala que se pertence:é maior quanto mais alto for o estrato social, porque: tem mais rápido acesso aos cuidados de saúde; melhores cuidados de saúde; pode beneficiar mais facilmente dos avanços da ciência médica em Portugal ou no estrangeiro. Esta população desempenha funções que não exigem tanta robustez física e em locais mais salubres, onde também habita.Por isso, a esperança de vida deverá aumentar para os estratos sociais mais altos e diminuir para os mais baixos.
A actual esperança de vida dos portugueses só constará nas futuras estatísticas e a que é agora conhecida reflecte o que se passou em Portugal no pós 25 de Abril até ao fim do período tratado. Quanto ao que está a acontecer hoje só mais tarde será conhecido
Por essa ordem de idéias, ou seja, aborto até o bebe ser capaz de sobreviver fora do útero materno, porque não ir mais além e defender o "aborto", em vez de IVG poderia ser IVV (Interrupção voluntária da Vida) até aos 3 anos de idade? Afinal, um bebe sozinho não sobrevive! Precisa dos cuidados de outras pessoas, até aos seis meses só come, chora, dorme e caga! Porque não, em caso de problemas sociais, financeiros ou outros dos pais, simplesmente matá-lo porque ainda não é autosuficiente?
Meu caro, escolhe outro motivo. O problema aqui não é religioso, os católicos não defendem a vida por princípios religiosos, mas sim por princípios morais. A vida, seja de quem for, católico, Jeová ou ateu ou o que seja, é algo que se deve defender a todo o custo, sem ser sequer relevante a religião que se professa. A Igreja também condena o roubo, e no entanto a proibição de roubar está em lei. E não é só para os católicos, é para todos. É o mesmo para a defesa da vida. Já agora, quem seria capaz de condenar um homem por roubar um frango para dar de comer aos seus filhos famintos? Espero que poucos. Vamos então despenalizar o roubo, digamos, aí até aos 50 euros? Meu caro, aqui é que está a diferença. Eu também acho que não devem ser realizados os julgamentos mediáticos que são feitos às mães, mas liberalizar é a resposta? Eu digo que não, e gostava de ver outras pessoas a pensar sem preconceitos sobre o mesmo assunto.
Obrigado
Respondendo ao comentário das 6:37M,
Quero pedir-lhe que reveja os comentários que fiz, em nenhum defendi o assassinato de crianças, mas de fetos até um prazo éticamente aceitável, a definir, não por mim, mas por especialistas da medicina e não pelos teólogos.
Digo mais, se é Cristão, vote “SIM”
Aceito que um Padre aconselhe os seus paroquianos a não praticarem o aborto em qualquer circunstancia, porque a ética cristã o impede e um verdadeiro cristão não deverá fazê-lo. Eu só aceitaria que a minha mulher o fizesse em caso de mal formação ou risco da sua própria vida, mas haverá pessoas que não o fariam em qualquer circunstância, conformar-se-iam aos desígnios de Deus.
Não sou ateu, acredito em Deus e na mensagem de Cristo, embora não siga nenhuma religião nem nenhum partido político. Há que ter em conta que Portugal é um país livre, multirracial e que a a sua população inclui cada vez mais imigrantes, com outras culturas e outros credos. O livre aborto, feito dentro de um prazo aceitável, definido por critérios médicos, deve ser despenalizado. Por isso, mesmo que você seja Católico e seja incapaz de praticar um aborto deixe passar a lei e vote SIM! Até porque ninguém será obrigado a fazê-lo se não o desejar.
A minha mulher usa o DIU, porque achamos que o sexo é para ser desfrutado e não destinado apenas à procriação, mas respeitamos quem assim não pensa...
Porém, é tempo de mudar, diria mesmo, já se perdeu demasiado tempo e assim quem ganha são as clínicas espanholas, as inglesas, para além das "parteiras de vão de escada" com risco de vida e de prisão de muitas mulheres.
As posições partidárias baseiam-se em estratégias eleitorais, e, como estamos num país maioritariamente católico, é difícil para alguns partidos abandonar as posições tradicionalistas, mas estão a fazê-lo na medida do possível.
Com 10 semanas o que existe é um feto e não uma criança. Diz-se que mesmo assim há vida logo que há a fecundação. Não! A vida já existe antes da própria fecundação, no espermatozoide e em qualquer célula, incluindo no óvulo feminino.
Quando um católico vota “SIM” está apenas a dar liberdade de escolha aos outros cidadãos, ou seja, a fazer o mesmo que Deus fez ao dar liberdade ao Homem para proceder bem ou mal, conforme a sua consciência, de contrário o “Céu” teria sido construído na Terra e não haveria crime, guerras, burlas, tribunais, juízes,....
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