domingo, dezembro 31, 2006

A morte de Saddam

Impressionou-me muito ver as fotografias da execução de Saddam no Portugal Diário...a serenidade e bravura deste perante a morte, a comparação entre as situações de "todo-poderoso" num país e aquela fragilidade de um condenado à morte, imaginar os sentimentos de regozijo de quem assim se vingou e a raiva que terá provocado em quem gostava dele e sobretudo o identificava com um Iraque não dominado por estrangeiros, olhar para ele e ver um homem como eu de certa idade como eu um dia terei, etc.
Apetece-me escrever "Dá-lhe Deus eterno descanso. Entre os esplendores da luz perpétua descanse em paz" e assalta-me a dúvida...que resposta em vida foi ele dando a Deus quando o viu face a face (veja-se o livro "O Primeiro Dia" de João César das Neves, editado pela Principia)? Onde estará ele hoje?
Isto foi o que vi na RR. Transcrevo porque subscrevo que em condição alguma se pode admitir a Pena de Morte.

Na Rádio Renascença
Reacções à execução de Saddam Hussein


Em português, o Bispo das Forças Armadas condenou, em declarações à RR, a execução de Saddam,
defendendo que qualquer “assassinato” é um crime.“Seja Saddam Hussein, seja Pinochet, seja Estaline, sejam as vítimas de Guantanamo, ninguém pode matar e,
mesmo em legítima defesa, as circunstâncias humanas e jurídicas são tão apertadas, que matar é [quase sempre] um crime de guerra”.Reafirmando a oposição da Igreja Católica à pena de morte, Frederico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, disse já esta manhã
que o enforcamento do antigo líder iraquiano pode suscitar sentimentos de vingança no Iraque e pode abrir caminho a mais violência.A pena de morte é ainda condenada pela secção portuguesa da Amnistia Internacional, segundo a qual a morte de Saddam Hussein
nada provocou em prol da justiça – Cláudia Pedra recorda que o antigo ditador ainda não tinha sido julgado pela morte de cinco mil curdos.Entre as várias reacções já recolhidas pela Renascença consta ainda a da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos
Human Rights Watch, que lamenta o desfecho do julgamento de Saddam. Outra condenação ao enforcamento surgiu da União Europeia, que considera a execução de Saddam Hussein um acto de barbárie,
que pode vir a tornar o antigo ditador num mártir.Numa primeira reacção dos “25”, Louis Michel, comissário para o Desenvolvimento, disse hoje de manhã à agência Reuters
que a pena de morte não é compatível com a democracia e que a sua existência é contra os valores da UE.Pelo contrário, os Estados Unidos saudaram a execução do antigo Presidente iraquiano. Num comunicado da Casa Branca –
que foi, aliás, das primeiras reacções internacionais conhecidas – Bush considera que o enforcamento é um marco importante
na história do Iraque.O Presidente norte-americano reconhece, porém, que não será o suficiente para terminar já com a violência que ainda se vive no país.No Reino Unido, reage a ministra dos Negócios Estrangeiros, Margaret Beckett, que felicitou o julgamento e a sentença do
ex-Presidente iraquiano, pelos crimes cometidos ao seu próprio povo. Recorde-se que Saddam Hussein foi enforcado hoje, perto das 3h00 (hora de Lisboa), em resultado de um julgamento levado a cabo
por um Tribunal Especial iraquiano patrocinado pelos Estados Unidos. A pena de morte é ainda condenada pela secção portuguesa
da Amnistia Internacional, segundo a qual a morte de Saddam Hussein nada provocou em prol da justiça – Cláudia Pedra recorda que
o antigo ditador ainda não tinha sido julgado pela morte de cinco mil curdos.

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