sábado, abril 28, 2012

Na morte de Miguel Portas



Tenho andado muito impressionado com a morte de Miguel Portas. A razão mais próxima é ditada pela amizade pelo irmão Paulo de quem fui colega muitos anos no Colégio São João de Brito e com quem depois me fui cruzando na política, sobretudo em momentos relacionados com as questões fracturantes.

A outra razão é que há nesta morte um coro de simpatia, admiração e saudade, que vai muito além daquele habitual coro de dar por bom ou melhor do que era, aqueles que morrem. Um dos sinais dessa diferença é que esse mesmo "coro" conta com vozes de todos os quadrantes (isto é, não o celebram a ele só os "do seu clube", mas também adversários de todos os azimutes). Outro sinal é que mais do que a história política a laude de Miguel Portas assenta muito na própria humanidade (defeitos incluídos em artigos de alguns dos seus amigos mais próximos) e na forma como combatia e na dúvida que não deixou em ninguém de que o fazia pelo bem comum assim como o entendia.

Impossivel quando ainda não passou um ano evitar a analogia com o que se passou com Maria José Nogueira Pinto. Ambos tão diferentes nas opções, caminhos e histórias pessoais, mas tendo em comum essa forma de ser e estar (e, também, curiosamente, origem no mesmo meio social).

Uma última nota. Na Sábado transcrevem esta frase retirada do Expresso de 23 de Julho de 2011: "Ao chegar ao fim da vida, quero poder olhar para trás e dizer: 'terei feito algumas asneiras, mas no conjunto posso partir, lá para onde for, com tranquilidade'". Agora que já chegou onde Deus sempre o esperou na Sua infinita Misericórdia que surpresa e encantamento não serão os seus...;-)

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