domingo, dezembro 17, 2006

O Aborto e as pessoas com Deficiência

Notícia recebida da Ecclesia:

Aborto não é um direito reprodutivo

Intervenção da Santa Sé na ONU. A Santa Sé defendeu na Assembleia Geral d a ONU que o aborto não está incluído "no direito à saúde reprodutiva", desde logo porque consiste num comportamento que impede precisamente a reprodução.
O Arcebispo Celestino Migliore, Núncio nas Nações Unidas, assinalou que "a Santa Sé entende o acesso à saúde reprodutiva como um conceito holístico, que não considera o aborto ou o acesso ao aborto como uma dimensão desses temos".
Este responsável falava na sessão que discutiu a convenção dos Direitos das pessoas com deficiência, agora adoptada pela ONU, mas que a Santa Sé não assinou. Segundo D. Migliore, o texto peca por prever o aborto para casos em que se detectam anomalias no feto.
"É certamente trágico que, na mesma Convenção criada para proteger pessoas com deficiências, que se tenha como condição para o aborto ou a sua oferta a existência de uma deficiência no feto", assinalou.
Para o representante vaticano, o uso dos direitos das pessoas com deficiência "não pode servir para negar o direito à vida das pessoas que ainda não nasceram". A atenção da comunidade internacional deve ir, isso sim, para as situações em que a deficiência de uma pessoa "serve como base para lhe negar um serviço de saúde".
A delegação da Santa Sé considera que os aspectos positivos desta Convenção "apenas serão concretizados quando na implementação e provisão legais, a nível nacional, todas as partes respeitarem o artigo 10º, sobre o direito à vida para as pessoas com deficiência".
Para o Arcebispo Migliore, é lamentável que "as vidas das pessoas com deficiência sejam desvalorizadas ou entendidas como uma diminuição na dignidade e no valor da pessoa"..
Internacional Octávio Carmo 14/12/2006 15:07 1656 Caracteres

4 comentários:

Anónimo disse...

Quero lá saber da opinião da Santa Sé, do Bispo ou do Padre: O aborto é um assunto de toda a população e os não cristãos estão em Portugal sob uma ditadura em que prevalece a visão cristã.

Aceito que um Padre aconselhe os seus paroquianos a não praticarem o aborto em qualquer circunstancia, porque a ética cristã o impede e um verdadeiro cristão não deverá fazê-lo em toda e qualquer circunstância, incluido em caso de saber que vai nascer uma criança deficiente: Foi o destino de Deus e uma provação para aqueles pais. Mas impor esta visão aos restantes cidadãos é abusivo e absurdo.

É tempo de mudar, diria mesmo já se perdeu demasiado tempo e com a actual situação quem ganha são as clínicas espanholas, as inglesas, para além das "parteiras de vão de escada" com risco de vida e de prisão para a mulher.

Concordo com a despenalização civil do livre aborto, desde que seja feito dentro de um prazo aceitável, definido por critérios médicos, mas nunca religiosos.

Mesmo que você, como cristão, seja incapaz de praticar um aborto deixe passar a lei e vote SIM! Até porque ninguém será obrigado a fazê-lo se não o desejar.

De contrário, está a impor o seu ponto de vista, que, embora respeitável, se sobrepõe ao de outras pessoas que pensam de forma diferente e terão até uma religião diferente.

Não pense que é o detentor de toda a verdade, senão também não deverá criticar certas práticas de outras religiões.

Lembro ainda que a igreja católica apostólica romana também tem sido contra todos os métodos de prevenção da gravidez, incluindo o uso de preservativos, pílulas, DIU, e outros, de onde se deduz que para um verdadeiro católico a prática de sexo destina-se apenas à procriação e, não havendo abstinência, os filhos virão, naturalmente, a pouco e pouco, talvez um por cada ano, enquanto a mulher estiver em idade fértil. São filosofias (...) que deverão ser aceites por quem com elas concordar.

As posições partidárias baseiam-se em estratégias eleitorais, e, como estamos num país maioritariamente católico é difícil para alguns partidos abandonar as posições tradicionalistas, mas estão a fazê-lo na medida do possível.

Dizer-se que existe uma criança logo que o espermatozoide entra em contacto com o óvulo é abusivo! Aí há um óvulo fecundado, depois um feto (ou proto criança) e finalmente uma criança. Com 10 semanas trata-se apenas de um feto e se o seu desenvolvimento parasse aí, não chegava a haver criança, mas um aborto expontâneo. Também se diz que ali já há vida. Pois há! a vida há antes da fecundação, no próprio espermatozoide (parece um girino! nunca viu?). A sua maioria morre ingloriamente.

Já pensou no ridículo que seria se pretendessemos levar até às últimas consequências a defesa da vida?!

Anónimo disse...

Correcção do 1º. parágrafo

deve ler:
Quero lá saber da opinião da Santa Sé, do Bispo ou do Padre: O aborto é um assunto de toda a população e não só dos cristãos. Portugal está sob uma ditadura moral em que prevalece a visão cristã."b

Pedro Morgado disse...

Acho que se dá demasiada importância ao que a Santa Sé..
O que dizem é relevante para os crentes. Mas Portugal não é só um país de crentes e como tal as decisões da República devem estar à margem da opiniões da Igreja Católica.

Edinilson de Sousa Matias disse...

Não justifica matar uma pessoa que não veio ao mundo,só por ter uma má formação no útero de uma mulher. Devemos ter respeito pela obra mais preciosa que é o ser humano, na própria Palavra Deus diz, nós somos o templo do Espírito Santo. A exemplo de Maria toda mãe sonha em ter um filho saudável, o que é impossível para ciência é possível para DEUS. A palavra da Santa Sé não restringe apenas para os 1 Bilhão e 400 milhões de católicos espalhados pelo mundo, como também para as outras correntes cristãs que seguem a palavra que Jesus nos deixou como herança. Conheço mulheres perseverantes que discrentes pelos médicos ao dizerem que a gestação era de risco e durante a gestação nasceu um bebê perfeito e com saúde. Nós cristãos devemos colocar a fé em prática, porque é a partir de milagres que ela acontece.