quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Na "despedida" do Papa Bento XVI




Na "despedida" do Papa todas as palavras são supérfulas e o melhor mesmo é como o fez aqui o Pedro Aguiar Pinto, deixar as palavras que ontem proferiu Bento XVI na Audiência Geral:

Discurso de despedida do Papa Bento XVI na sua última Audiência

Venerados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio!
Ilustres Autoridades!
Queridos irmãos e irmãs!
Agradeço-vos por terem vindo em tão grande número para esta minha última Audiência geral. Obrigado do coração! Estou realmente tocado! E vejo a Igreja viva! E penso que devemos também dizer um obrigado ao Criador pelo belo tempo que nos deu mesmo agora ainda no Inverno.

Como o apóstolo Paulo no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto no meu coração o dever de agradecer sobretudo a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu Povo. Neste momento a minha alma expande-se para abraçar toda a Igreja espalhada no mundo; e dou graças a Deus pelas "notícias" que nestes anos de ministério petrino pude receber sobre a fé no Senhor Jesus Cristo, e da caridade que circula no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e da esperança que nos abre e nos orienta para a vida em plenitude, rumo à pátria do Céu.

Sinto que levo todos na oração, um presente que é aquele de Deus, onde acolho cada encontro, cada viagem, cada visita pastoral. Tudo e todos acolho na oração para confiá-los ao Senhor: para que tenhamos plena consciência da sua vontade, com toda sabedoria e inteligência espiritual, e para que possamos agir de maneira digna a Ele, ao seu amor, levando frutos em cada boa obra (cfr Col 1,9-10).

Neste momento, há em mim uma grande confiança, porque sei, todos nós sabemos, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e renova, traz frutos, onde quer que a comunidade de crentes o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e vive na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria.

Quando, em 19 de Abril, há quase oito anos, aceitei assumir o ministério petrino, tive a firme certeza que sempre me acompanhou: esta certeza da vida da Igreja, da Palavra de Deus. Naquele momento, como já expressei muitas vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedes isto? É um peso grande este que me coloca sobre as ombros, mas se Tu mo pedes, à tua palavra lançarei as redes, seguro de que Tu me guiarás, mesmo com todas as minhas fraquezas. E oito anos depois posso dizer que o Senhor me guiou, esteve próximo a mim, pude perceber quotidianamente a Sua presença. Foi uma parte do caminho da Igreja que teve momentos de alegria e de luz, mas também momentos difíceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos na barca no mar da Galileia: o Senhor deu-nos tantos dias de sol e de leve brisa, dias nos quais a pesca foi abundante; houve momentos também nos quais as águas estavam agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja, e o Senhor parecia dormir. Mas sempre soube que naquela barca está o Senhor e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é Sua. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também através dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi, e é uma certeza, que nada pode ofuscar. E é por isto que hoje o meu coração está cheio de agradecimento a Deus porque não fez nunca faltar a toda a Igreja e também a mim o seu consolo, a sua luz, o seu amor.

Estamos no Ano da Fé, que desejei para reforçar a nossa fé em Deus num contexto que parece colocá-Lo cada vez mais em segundo plano. Gostaria de convidar todos a renovar a firme confiança no Senhor, a confiar-nos como crianças nos braços de Deus, certo de que aqueles braços nos sustentam sempre e são aquilo que nos permite caminhar a cada dia, mesmo no cansaço. Gostaria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que doou o seu Filho por nós e que nos mostrou o seu amor sem limites. Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. Numa bela oração para recitar-se quotidianamente de manhã diz-se: "Adoro-te, meu Deus, e te amo com todo o coração. Agradeço-te por me teres criado, feito cristão…". Sim, estamos contentes pelo dom da fé; é o bem mais precioso, que ninguém pode nos tirar! Agradeçamos ao Senhor por isto todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus ama-nos, mas espera que nós também o amemos!

Mas não é somente a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho à frente da barca de Pedro, mesmo que seja a sua primeira responsabilidade. Eu nunca me senti sozinho no levar a alegria e o peso do ministério petrino; o Senhor colocou tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram e me foram próximas. Antes de tudo vós, queridos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de Estado que me acompanhou com fidelidade nestes anos; a Secretaria de Estado e toda a Cúria Romana, como também todos aqueles que, nos vários sectores, prestaram o seu serviço à Santa Sé: são muitas caras que não aparecem, permanecem na sombra, mas no silêncio, na dedicação quotidiana, com espírito de fé e humildade foram para mim um apoio seguro e confiável. Um pensamento especial à Igreja de Roma, a minha Diocese! Não posso esquecer os Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio, as pessoas consagradas e todo o Povo de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre percebi grande atenção e profundo afecto; mas também quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Levei cada um de vós diariamente na oração, com um coração de pai.

Gostaria que a minha saudação e o meu agradecimento alcançasse todos: o coração de um Papa expande-se ao mundo inteiro. E gostaria de expressar a minha gratidão ao Corpo Diplomático junto à Santa Sé, que torna presente a grande família das Nações. Aqui penso também em todos aqueles que trabalham para uma boa comunicação, a quem agradeço pelo seu importante serviço.

Neste ponto gostaria de agradecer verdadeiramente de coração às muitas pessoas pessoas que em todo o mundo, nas últimas semanas, me enviaram sinais comoventes de atenção, de amizade e de oração. Sim, o Papa não está nunca sozinho, agora experimento isso mais uma vez de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantas pessoas se sentem muito próximas a ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo – dos chefes de Estado, dos líderes religiosos, de representantes do mundo da cultura, etc. Mas recebo muitas cartas de pessoas simples que me escrevem simplesmente do seu coração e me fazem sentir o seu afecto, que nasce do estar junto de Cristo Jesus, na Igreja. Estas pessoas não me escrevem como se escreve, por exemplo, a um príncipe ou a uma grande personagem que não se conhece. Escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de uma ligação familiar muito afetuosa. Aqui pode-se tocar com a mão o que é a Igreja – não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que une todos nós. Experimentar a Igreja deste modo e poder quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, em um tempo no qual tantos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja é viva hoje!

Nestes últimos meses, senti que as minhas forças estavam a diminuir e pedi a Deus com insistência, na oração, para me iluminar com a sua luz, de modo a tomar a decisão mais justa não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também inovação, mas com profunda serenidade na alma. Amar a Igreja significa também ter coragem de fazer escolhas difíceis, sofrer, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio.

Aqui, permitam-me voltar mais uma vez a 19 de Abril de 2005. A gravidade desta decisão está no facto de daí em diante eu estar empenhado sempre e para sempre no Senhor. Sempre – quem assume o ministério petrino já não tem mais privacidade alguma. Pertence sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida vem, por assim dizer, totalmente privada da dimensão privada. Pude experimentar, e experimento-o precisamente agora, que se recebe a própria vida quando se doa a vida. Antes disse que muitas pessoas que amam o Senhor amam também o Sucessor de São Pedro e estão afeiçoadas a ele; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs, filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa comunhão; porque não pertence mais a si mesmo, pertence a todos e todos lhe pertencem.

O "sempre" é também um "para sempre" – não há mais um retornar ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício activo do ministério não revoga isto. Não retorno à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a Cruz, mas estou de modo novo junto ao Senhor Crucificado. Não carrego mais o poder do ofício para o governo da Igreja, mas no serviço da oração estou, por assim dizer, no recinto de São Pedro. São Bento, cujo nome levo como Papa, será para mim de grande exemplo nisto. Ele mostrou-nos o caminho para uma vida que, activa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus.

Agradeço a todos e a cada um também pelo respeito e pela compreensão com o qual me acolheram nesta decisão tão importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja com a oração e a reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à Sua Esposa que tentei viver até agora a cada dia e que quero viver sempre. Peço-vos para lembrarem-se de mim diante de Deus e, sobretudo, para rezarem pelos Cardeais, chamados a uma tarefa tão importante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro: o Senhor o acompanhe com a Sua luz e a força do Seu Espírito.

Invoquemos a materna intercessão da Virgem Maria Mãe de Deus e da Igreja para que acompanhe cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a ela nos confiemos, com profunda confiança.

Queridos amigos! Deus guia a sua Igreja, apoia-a mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Não percamos nunca esta visão de Fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a alegre certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está próximo a nós e acolhe-nos com o seu amor. Obrigado!

Tradução obtida no blog Senza (link aqui ao lado na lista de visitas recomendadas)

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

A última audiência de Bento XVI: Obrigado!




Foi de facto um banho de multidão na Audiência de hoje, a última do seu pontificado. Mas o facto não mereceria especial destaque não fora o caso de que constituiu uma imagem viva, humana e vibrante, da gratidão que grassa em toda a cristandade (e até fora dela) pela grandeza de homem, grandeza de Papa, grandeza de pessoa totalmente tomada, agarrada*, por Cristo!

Esta foi a sua saudação em português:


Renascença V+Ver todos os videos
O último adeus do Papa em português


Rádio RenasceçaMais informação sobre este video


O texto respectivo está aqui no site do Vaticano aqui, mas recomendo antes o leiam no Blog Povo do meu amigo Pedro Aguiar Pinto que tem uma impressionante e indispensável colectânea de artigos sobre a resignação de Bento XVI.

Mais duas notas:

- A Bola publicou uma série de fotografias da audiência de hoje que vale a pena ver e
- O mais importante de hoje ainda não referi: um discurso ou uma homília, na primeira pessoa, um testemunho de Fé e História, amor à Igreja e a Jesus, de confiança nEle, de convicção de que Deus é quem governa a Igreja, que ama o seu povo, amando cada um de nós, de gratidão a todos desde os seus colaboradores ao mais distante de cada um de nós (tem a esse propósito uma parte belísssima que refere a familiaridade na Fé de quem lhe escreve), um estrondo de "manifesto" que estou morto por conseguir ter nas minhas mãos e ler e reler vezes sem conta. Comovente e entusiasmante!

OBRIGADO BENTO XVI!

* Ver a esse propósito a carta de Julian Carrón, sucessor de D. Giussani na condução do movimento Comunhão e Libertação (cujo site português foi renovado) ao jornal italiano la República.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Berlusconi ou de como a realidade tem muita força




É verdade que a personagem abunda em limites e não é difícil elencar-lhe defeitos e fazer troça de muitas das suas histórias. Como dizia alguém há uns tempos (no fim do seu último governo) "começa a tornar-se difícil defender o Berlusca”…Mas daí a chamar-lhe comediante, equiparando-o a Beppe Grillo, vai uma grande distância, que hoje com ligeireza é ultrapassada no editorial do Público.

No fundo uma manifestação mais daquela mentalidade de esquerda que não permite entender nada e que induz os maiores enganos e depois estas estranhas surpresas, como muito bem o diz hoje o editorial do Corriere della Sera onde é feito um impressionante mea-culpa do mainstream mediático, cultural, político e europeu. As principais citações desse artigo estão aqui na Tempi a mais segura forma de seguir o que se passa a par do Facebook de Silvio Berlusconi.

O artigo é muito clarividente e prenuncia já, explicita ou implicitamente, o que vai acontecer nos tempos próximos: o insulto ao centro-direita italiano, o lançar de culpas ao eleitorado (que não soube votar bem, isto é, na esquerda [tipo, como diz a malta nova agora, referendo europeu]), o recomeço das campanhas pessoais contra Berlusconi e o reactivar dos processos judiciais, em vez de se reconhecer que há em Itália um povo que se reconhece, com liberdade (esta palavra tão usada mas cuja realidade é tão temidas pela esquerda), no centro-direita, que pede menos impostos, mais liberdade (económica, política, religiosa), respeito pelos valores e tradições que fizeram a Europa, a defesa da Vida e da Família nos planos político e legislativo, etc. E que apesar da perda de tempo dos 18 anos de governo de Berlusconi (salvo a bem sucedida experiência na Lombardia) não desiste de exigir o que necessita às suas lideranças e tem bem claro que a esquerda não é nem nunca foi a solução para problema nenhum, nem sequer os seus, como se vê pela amostra e nos resultados de Beppe Grillo (um caminho que não leva a lado nenhum, de um moralismo insuportável [quanto tempo iremos esperar pela derrocada do “a honestidade vai ficar na moda”…], mas que é uma forma de protesto extrema que nasce da incapacidade dos políticos responderem às necessidades dos povos).

A propósito do que se passou vale também muito a pena ler este artigo sobre a eleição ou não de alguns católicos de referência na política italiana, este sobre os grandes perdedores da noite (de Di Pietro, o juiz das Mãos Limpas que estilhaçou o sistema político italiano há vinte anos atrás, a Fini, ingloriamente desaparecido na sopa morna do centro de Monti) e este de Giuliano Ferrara, director do Il Foglio, que explica sabiamente que Berlusconi não é uma excrescência a eliminar mas uma pessoa que, com todos os seus defeitos (uma frase quase inevitavelmente associada ao seu nome…), “construiu uma maioria capaz de superar o horizonte de todos os erros e todas as loucuras (incluindo as suas)” e que Berlusconi é uma parte de Itália "e sem esta, não se governa".

Quanto ao futuro? Deus o dirá. Mas uma coisa é certa: passa por Berlusconi e passa bem. E para o centro-direita em Portugal fica mais um exemplo de como um povo que sabe de onde vem e ao que vai, necessita lideranças fortes, determinadas e sem medo do politicamente correcto. Dêem a esse povo em Portugal primárias nos partidos para escolha dos candidatos, círculos uninominais e voto de preferência num círculo nacional, e verão como é possível de facto e correspondente às expectativas de todos (esquerda e direita) um sistema mais democrático, políticas sufragadas e políticos sindicáveis, premiáveis e castigáveis…
Nota irresistível: coitadas daquelas miúdas do Femen…tanto frio para nada…


segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Eleições em Itália: tudo em aberto



Vejo os sites das rádios e pelos vistos ainda está tudo em aberto. Di-lo a Renascença e omite-o cuidadosamente a TSF (ainda devem estar a recobrar do trauma...). Estando tudo em aberto é também cedo para embandeirar em arco com aquela que pode ter sido a grande surpresa para o wishful thinking das esquerdas, da generalidade da comunicação social e toda a comunidade europeia de bem-pensantes e politicamente correctos: o bom resultado do Partido da Liberdade de Berlusconi.

Correndo neste momento também eu o risco de tomar desejos por realidades (saber-me-ia muito bem ver a derrota dos juizes que o derrubaram, da imprensa que tentou destrui-lo a maior velocidade do que os limites do próprio o permitiriam bem como todos os que colaboraram em tirá-lo do poder da forma menos democrática de o fazer) reservo-me para amanhã...

E entretanto seguirei o desfecho no site da Tempi, revista de referência e que é a que melhor noticia a presença pública dos católicos em Itália.


sábado, fevereiro 23, 2013

Facturas, Fisco, Bom-Senso e Estado de Direito




Vale a pena ir aqui ao site da Renascença e ouvir a Ministra da Justiça a explicar porque é que ninguém pode ser revistado à saída de casas comerciais ou no Público de hoje ler a notícia intitulada "Ministra garante que clientes não podem ser multados por causa das facturas". Ou seja: bom senso e estado de direito.

Realmente espanta que numa equipe como a das Finanças, onde às vezes até há é prudência e cálculo em excesso, se tenha deixado que se instalasse esta confusão numa matéria em que à partida se percebia só podia gerar equívocos e descrédito...embora em abono da verdade também se reconheça que quem lá está, olha para as facturas que tem para pagar, para a caixa vazia, e percebe-se às vezes lhes dê um amoque...

Lei do Álcool: as incongruências da mentalidade comum




Confesso que, apesar de sempre apreciar quem se envolve em tarefas de empenho cívico e participação política, não me identifico com Albino Almeida (fotografia acima), o actual presidente da Confap pela simples razão porque em matérias fundamentais para as famílias portuguesas, não tenho ideia se tenha empenhado, nem às suas direcções. Refiro-me ás matérias da liberdade de educação, da educação sexual, defesa da Família e da Vida, etc.

Daí que hoje o tome como exemplo das incongruências da mentalidade comum quando referindo-se à nova lei do álcool diz "A proibição não é o único caminho, mas é um sinal importante e dissuassor. Perdeu-se aqui uma oportunidade histórica". Pena a CONFAP não se tenha lembrado disso quando se discutiu a descriminalização do consumo de drogas ou a despenalização do aborto até às 10 semanas (neste momento lembremo-nos já estamos, a esta data, com 105 mil abortos desses desde a lei de 2007...!). Ambas as questões interessando na Educação já que a descriminalização disseminou o consumo de drogas nas camadas estudantis (primeiro com as drogas "leves" e agora com as sintéticas das smart shops) e o aborto retira todos os anos 20 mil novas crianças ao sistema de ensino (provocando desemprego de professores, funcionários das escolas, educadoras de infância, fabricantes de produtos para essa camada, etc.).

Notas finais: por muitos anos que passem continua dificil entrar na cabeça de João Goulão, presidente do serviço oficial SICAD, e um dos principais responsáveis pela descriminalização do consumo de drogas e consequente aumento do mesmo. Nas drogas é a favor da liberdade do consumo, no álcool é proibicionista e radical mesmo, já que com ele nem aos 16 anos se poderia beber cerveja ou vinho...! Vá lá a gente entendê-lo(s)!

Ao que parece na nova lei não haverá álcool nas estações de serviço nas auto-estradas e fora das localidades. Ainda bem que me previnem...é da maneira que, com excepção da Quaresma; não me apanham lá e regresso às estradas nacionais, ao Leitão na Bairrada, etc...lol!





sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Visita do Cardeal Dolan a uma histórica comunidade evangélica






Das coisas mais bonitas que tenho testemunhado nos últimos anos (pessoalmente em Portugal e nos Estados Unidos, por leitura e obervação em muitos outros lados)  é a amizade que tem crescido entre os católicos e os cristãos evangélicos e a unidade que temos vivido em diversas campanhas públicas e iniciativas comuns.
Tem sido uma beleza testemunhar o amor a Jesus que anima os nossos irmãos evangélicos, a força da sua convicção e a abertura e afecto que manifestam à Igreja Católica e ao Papa. O que me tem levado a concluir que o Ecumenismo que necessitamos não é nem doutrinal nem organizativo, mas sim de nos frequentarmos uns aos outros, cultivarmos a nossa amizade e por amor a Cristo pormo-nos juntos a caminho.
A esse propósito recebi este email de um amigo (dirigente de uma associação de defesa da Vida) dirigido aos seus amigos evangélicos e que explica as razões pelas quais vale a pena ver este belíssimo video e o contexto desta visita do Cardeal Dolan de Nova Iorque a uma comunidade evangélica:

"Aos meus amigos evangélicos deixo aqui um vídeo de um visita que o Cardeal Dolan fez em Agosto de 2012 a uma das comunidades evangélicas mais antigas do mundo, Woodcrest Bruderhof, com origem na Alemanha. Vejam como ele está à vontade com os cristãos não católicos, na refeição e na tertúlia que se segue, como os anima a serem consequentes com a sua fé, e em particular, ao falar da defesa da vida e como ele nos anima a estarmos todos juntos, católicos e evangélicos, nesta luta. Vale a pena ver este vídeo até ao fim e pedia para que rezem também para que o novo Papa seja um exemplo e um modelo de Cristo para toda a Cristandade."

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Miguel Relvas ontem no ISCTE



O que aconteceu ontem a Miguel Relvas no ISCTE (o vídeo está aqui) é completamente intolerável pelo que representa de violação da liberdade de expressão e negação de qualquer debate político saudável em Portugal. Não se contesta o direito de oposicionistas ao Governo frequentarem qualquer tipo de encontro público e neste, de acordo com as regras da respectiva organização, pariciparem no debate, colocarem questões (até as mais agrestes) e manifestarem com respeito pelas regras democráticas a sua oposição. Mas fazerem-no como fizeram, impedindo o Ministro de falar, perseguindo-o pelos corredores e obstruindo a realização do encontro da TVI, é completamente inadmissível.

Uma vez mais (a experiência de muitos anos para alguma coisa há-de servir bem como o ter vivido os anos quentes do PREC em oposição à tentativa comunista de tomada do poder) Miguel Relvas esteve bem, sereno e com frontalidade e paciência. Como bem esteve a sua segurança (contida e eficaz), salvo no ponto de se ter percebido andaram completamente à nora para encontrarem uma saída segura, o que não corresponde à ideia que me faço da competência das forças de segurança...

Com episódios como este (onde se cruzou a oposição ao governo com a aversão a Relvas e à sua história pessoal) diminuem cada vez mais as possibilidades de qualquer pessoa pensar em empenhar-se seriamente na vida política, assumir cargos de responsabilidade e sujeitar-se ao ritmo exigente, alucinante e muito empenhativo (com sacrificio da vida pessoal e familiar), do serviço da causa pública. Isto dito, como já algumas vezes o sublinhei, com total liberdade já que não tenho quaisquer relações politicas ou partidárias ou pessoais com o visado por estas acções de protesto. Mas percebo claramente que defender a liberdade de um, é defender a liberdade de todos.

Notas finais: muito bem o comunicado do Governo que se seguiu a estes incidentes. Não só na determinação como na solidariedade com um dos seus membros. E, pode ser me engane, mas esta radicalização violenta da oposição ao governo vai fazer mais pela unidade do centro-direita do que a débil actuação das respectivas direcção partidárias. Ao povo destes partidos estava a fazer falta que fosse evidente a diferença com a esquerda. Esta "agressão" e a incapacidade de dar e debater razões ajuda a tornar claro o que nos separa.

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Miguel Relvas e Grândola Vila Morena




Vi hoje de manhã algumas imagens sobre o encontro de ontem, do Clube dos Pensadores com Miguel Relvas, no Porto. A reportagem daquele clube e encontro está aqui.

Parece-me que Relvas esteve bem a enfrentar uma parte da audiência, claramente hostil, que depois de entoar o Grândola, Vila Morena, se dividiu entre o insulto (uma atitude muito pouco inteligente) e as perguntas acutilantes mesmo se às vezes na fronteira entre a provocação e a ofensa. A tudo isso Miguel Relvas reagiu bem, juntando-se ao coro, ou respondendo taco a taco.

Devo confessar que sempre me deu um gozo particular enfrentar audiências hostis porque dá a possibilidade de lhes dizer aquilo que em circunstâncias normais não estariam dispostos a ouvir, desfazer alguns mitos, entrar em contacto com sectores que em circunstâncias normais não aconteceria tal e desmontar os argumentos mais básicos. No fim, muitas vezes, se acaba rodeado de respeito e simpatia. E, também é verdade que o desabafo é um direito constitucional...;-)

Concluindo: deste episódio o Ministro saiu-se bem e a má-criação pura e simples saiu-se mal, deixando má imagem de uma contestação que é natural exista e que tem de ter também democraticamente o seu espaço. E em 2015 quem quiser pôr este Governo na rua terá a sua oportunidade. Até lá, vão (a oposição) ter que se acomodar...

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Duas Petições (Defender o Futuro e Acabar com o Aborto Gratuito): propósitos e desafios

O jornal i de hoje tem duas páginas extensas sobre a Petição Defender o Futuro. Também a Ecclesia há quatro dias noticiou a entrega na Assembleia da República da Petição Acabar com o Aborto Gratuito. Duas petições, um mesmo propósito e diferentes desafios.

O propósito é o de revelar uma vez mais que não está encerrada, em Portugal, a discussão das leis fracturantes. E que quando, como foi o caso, se tentou abafar a discussão pública (nomeadamente o parlamento chumbando esta e esta Iniciativa Popular de Referendo), mais tarde ou mais cedo, pela força das coisas, o assunto volta à baila. Desse ponto de vista tem especial importância a petição Defender o Futuro como gestos de democracia e valorização da participação cívica. Mas também a Acabar com o Aborto Gratuito como gesto de cidadania a pedir responsabilidades à actual maioria governamental pela inexplicável cortina de silêncio sobre a questão do financiamento do aborto.

Os desafios pode-se dizer são distintos embora se cruzem na questão comum: a do aborto.

O desafio da Defender o Futuro é dirigido ao centro-direita em Portugal e no sentido de que assuma a sua tradição e raiz, retome as posições então manifestadas (na votação de cada uma dessas leis) e honre o compromisso político que tomou com o Presidente da República cuja eleição e reeleição tomou como sua na altura própria.

O desafio da Acabar com o Aborto Gratuito, subscrita por defensores e adversários da actual lei do aborto, é dirigido ao Governo para que tenha finalmente o bom senso de terminar com o irrazoável e injusto financiamento estatal do aborto pelo SNS e pela Segurança Social, mas também àqueles sectores do Sim que vem revelando um enorme desencanto com a lei por que se bateram.

Aconteça o que acontecer a partir de agora, os desafios estão lançados e as circunstâncias daquelas leis não serão mais as mesmas. Ao centro-direita em Portugal de compreender o alcance e importância destas duas petições. A sociedade civil portuguesa fez o que lhe competia. Aos políticos agora de honrarem as suas obrigações.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

O Fisco, as facturas e Francisco José Viegas



Pode ser que não seja nos exactos termos em que Francisco José Viegas o expressa, mas a anunciada intenção do Fisco de estar à porta das casas comerciais a verificar se pedimos factura (de uma pastilha elástica, por exemplo...!) não só revela uma atitude totalitária na "melhor" (futura...?) tradição do Big Brother, como é absolutamente intolerável e dificilmente justificável. Era só o que faltava!!!

Acresce que tenho sérias dúvidas que a ofensiva ditatorial do Fisco sobre casas comerciais de reduzida dimensão (cafés, restaurantes, mercearias, bancas de mercado, etc.) não só seja completamente inútil do ponto de vista de aumento da receita fiscal, como esteja na origem do desolador panorama com que nos deparamos todos os dias: lojas e lojas a fechar, pessoas lançadas no desemprego e a nossa vida mais dificil e complicada.

Pelas almas (este é um apelo ao Fisco): parem! Sob risco de quem vai acabar desempregado são os próprios funcionários das Finanças, por não restar actividade económica para fiscalizar e tributar...parem, pelas almas! Deixem-nos viver, por favor!


quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Bibó Porto (cidade e clube, claro)!




A minha família (Pinheiro Torres) é do Porto. Desde que nasci que vou com regularidade ao Porto: reuniões e visitas a familiares, encontro com amigos e, até, por ocasiões políticas. Também no Porto namorei três anos com a minha mulher. E nesta cidade está o meu clube desde que eu nasci: o Futebol Clube do Porto. Assim nascido em Lisboa, há já cinquenta anos, pela conjugação desta história e de praticamente todas as férias passadas no Minho, sempre me considerei do Norte, apesar de viver contente em Lisboa.

Razões suficientes para que tenha hoje recebido por email com agrado e aqui reproduza este Elogio do Porto (cuja melhor definição é de facto esta maravilhosa canção do Rui Veloso) de que desconheço o respetivo autor:

"   O Porto é uma das Cidades mais antigas do Mundo!

     Tem a 3ª mais bela Livraria do Mundo - Lello!

     Tem o 6º mais belo Café do Mundo - Majestic!

     Tem um dos mais perfeitos e inteligentes edifícios do Mundo - Burgo!

     Tem uma das melhores salas sonorizadas do Mundo - Casa da Música!

     Tem o único Parque citadino do Mundo ligado ao Mar - Parque Ocidental
     da Cidade com quase 80 ha!

     Tem uma das maiores construções em ferro do Mundo - Ponte D. Luíz I !

     Tem um dos maiores arcos em betão do Mundo - Ponte da Arrábida!

     Tem uma das maiores Torres do Mundo construídas em granito -
     Clérigos!

     Tem o quinto melhor aeroporto do mundo na sua categoria.

     Tem um dos melhores e maiores portos artificiais do Mundo - Leixões!

     Tem dois Pulitzers - com três prémios - de Arquitectura: Álvaro Siza e Souto Moura.

     Tem o presidente do clube desportivo com mais títulos no Mundo - Pinto da Costa!

     Tem o atleta com mais títulos conquistados mundialmente - Victor Baía!

     Tem a atleta com mais títulos conquistados mundialmente - Rosa Mota!

     Deu o nome ao melhor vinho do Mundo - o Porto.

     Foi portuense umas das maiores violoncelistas do Mundo - Guilhermina Suggia.

     Tem a Estação Ferroviária de São Bento considerada a 16ª mais bela Estação do Mundo!

     Foi o Porto que deu o nome a Portugal, o primeiro País do Mundo com as fronteiras definidas   desde 1267!

     É a única Cidade no mundo com 4 especilidades gastronómicas únicas no mundo criadas no seu seio: Francesinhas, Bacalhau à Brás, Bacalhau à Zé do Pipo e as Tripas à Moda do Porto, criadas no séc. XV.

     Possui uma das mais conceituadas universidades do Mundo - a Universidade do Porto.

     Nele nasceu o mais antigo e um dos mais conceituados cineastas do Mundo - Manoel de Oliveira.

     E finalmente, o Porto foi considerado o melhor destino 2012 e 2013 do Mundo!

     E bibó PORTO !!!!!!
"




quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Casamento homossexual em França

Podem dar as voltas que quiserem, mas como genialmente o evocaram há uns anos (numa sensibilização por ocasião eleitoral) os meus amigos do Blog O Inimputável:



A frase que tem este belíssimo poster é:

Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe casamento entre duas pessoas de sexo diferente.

Verdadeiro com leis ou sem elas.

terça-feira, fevereiro 12, 2013

Viva o Papa! (ainda a resignação de Bento XVI)



Assim como na fotografia acima, na Jornada Mundial da Juventude em Madrid, em 2011, somos milhões (de facto biliões), cujo sentimento unânime é este: gratidão, admiração, afeição, ao Papa Bento XVI. Multiplicam-se por isso as iniciativas (como esta) de expressão desta gratidão, mas sobretudo e providencialmente quando amanhã começa a Quaresma, a oração em acção de graças por este grande Papa, em petição ao Espírito Santo pelo novo que aí virá. Uma oração em que sabemos teremos a companhia de Bento XVI como ele mesmo nos diz nas suas declarações de ontem. Porque essa é a nossa certeza inabalável: Jesus conduz a Sua Igreja.

Das razões para percebermos a grandeza do que ontem aconteceu, ultrapassada a primeira perplexidade e confusão de sentimentos, fala muitissimo bem o Zé Maria Duque aqui, no Blog Samurais de Cristo. Descreve o que me aconteceu e também o juízo que fomos ajudados a fazer pela companhia da Igreja (amigos, padres com quem temos relação mais próxima, leituras e declarações daqueles em que confiamos ou que admiramos). De entre todas as ajudas destacaria esta (o comunicado de imprensa de Comunhão e Libertação com as declarações do Padre Julian Carrón que sucedeu na condução do movimento a D. Luigi Giussani, ambos em fotografia aqui em baixo). 



segunda-feira, fevereiro 11, 2013

A resignação do Papa Bento XVI

Aquilo que eu percebo do que se está a passar é que nada mais nos é pedido de que viver a Quaresma, ainda mais a sério, em oração profunda e petição ferverosa. Dando graças a Deus pela confiança em que Ele conduz a Sua Igreja.
Nota: o Papa tem exactamente a mesma idade do meu pai (85 anos) já que nascido exactamente no mesmo dia e ano (16 de Abril de 1927).
A notícia completa está aqui no site da RR (com possibilidade ter respostas a todas as outras normais questões que se colocam) e abaixo:



Bento XVI anuncia resignação por motivos de idade
Inserido em 11-02-2013 11:05
Bento XVI anunciou hoje a resignação ao pontificado durante um consistório. (Em actualização)

O Papa anunciou hoje a resignação ao pontificado, a partir do dia 28 de Fevereiro.

O Vaticano dará mais explicações na próxima hora mas a Renascença já obteve confirmação oficial desta notícia.

Bento XVI fez o anúncio aos cardeais reunidos em Roma para um consistório.

O Papa anunciou que resigna por motivos de idade e por não se encontrar com força para exercer de forma idónea o seu ministério: "Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino."

"Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro", disse ainda o Papa.

A notícia apanhou o mundo de surpresa, uma vez que não havia indicações neste sentido nos últimos tempos. É muito raro um Papa resignar ao pontificado, o último caso foi o do Papa Gregório XII, em 1415. O Cardeal Angelo Sodano, actual número dois do Vaticano, disse mesmo que o anúncio foi como um "raio fulminante num céu sereno".

No mesmo anúncio, feito esta segunda-feira de manhã, o Papa diz ainda que deve ser convocado um conclave para eleger o seu sucessor. "A partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice."

Bento XVI agradece ainda a todos os que o ajudaram até esta altura: "Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus."

(Notícia em actualização)


sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Cortes na despesa do Estado

Já aqui me referi ao assunto reproduzindo o artigo de minha modesta autoria que saiu no jornal Público. Aí se encontram muitas sugestões (e explicadas) para cortes na despesa do Estado.

Como na altura o artigo no que respeita a leis a rever e custos a poupar, fazia referência à Petição Defender o Futuro (notícias de ontem e hoje no Expresso e no Correio da Manhã) foi só num post scriptum que fiz menção à Lei de Protecção das Crianças e Jovens e á grande injustiça e inexplicável orientação da actuação da Segurança Social que ao abrigo daquela lei tem vindo progressivamente a retirar cada vez mais filhos às famílias estando disponível para gastar com o acolhimento dessas crianças entre 700 a 3.500 euros mensais (conforme numa instituição particular ou em estabelecimento do Estado) e não a empregar o mínimo de recursos em ajudar essas famílias a sair da pobreza (causa maior dessas retiradas) podendo assim conservar os seus filhos com elas.

É por isso que aguardo com expectativa a reunião de amanhã do Conselho de Ministros (da qual se espera decisões concretas sobre o corte de 4 mil milhões na despesa do Estado). Para verificar se o Governo está ou não interessado em ter mais Estado Social com menor custo no Orçamento...disso serão sinais indesmentíveis quer o fim da injustiça acima (a esse propósito vale a pena apoiar e acompanhar a iniciativa cívica Mães para Sempre) quer o fim da subsidiação do aborto legal, pondo termo á isenção de taxas moderadoras e também à concessão a 100% de licença de parentalidade de entre 15 e 30 dias. A ver vamos, de que é capaz este desvitalizado centro-direita que temos em Portugal...

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Fernando Ulrich e o escândalo do bom-senso


Como já havia acontecido com as declarações de Isabel Jonet anda por aí um grande escândalo com algumas afirmações de Fernando Ulrich. É uma sina: a mentalidade comum e o politicamente correcto detestam a verdade e o bom senso...! No entanto se todas essas "virgens ofendidas" dedicassem uns minutos a tentar perceber o que foi dito, vencendo o preconceito e a embirração com banqueiros, concluiriam que muito ganharíamos todos com o mesmo realismo que presidiu às palavras do CEO do BPI. E não incorreriam no rídiculo, como alguns deputados, há dois dias atrás no parlamento, de pedir a sua demissão (uma vez que o lugar de Ulrich, salvo a comissão de algum crime ou comportamento sancionável pelas autoridades de supervisão, depende unica e exclusivamente dos seus patrões, isto é, os accionistas do banco...).

No jornal i veio ontem a reportagem abaixo que me parece ajuda a entender o que foi dito, além de revelar a formação, categoria e carácter de Fernando Ulrich:

Fernando Ulrich. “Não me arrependo de nada do que disse”

Por Sandra Almeida Simões, publicado em 6 Fev 2013 - 03:10 | Actualizado há 1 dia 8 horas
Deputados exigiram ao CEO um pedido de desculpa e pediram a sua demissão. Ulrich não alterou o discurso
 
  • ulrich bpi
    Presidente do BPI lançou outra farpa que fez correr muita tinta: “Se os sem-abrigo aguentam, porque é que nós não aguentamos?”
    manuel de almeida/lusa
“Não tive intenção de ofender ninguém, mas sim mostrar respeito. É um enorme sofrimento que os sem-abrigo passam e que eu também posso passar”. Foi desta forma que Fernando Ulrich, CEO do BPI, negou ontem no parlamento que as suas declarações na semana passada tenham sido ofensivas. “Pelo contrário, na minha cabeça era um sinal de respeito pelas pessoas que viveram nessa situação tão dramática”, afirmou Ulrich.

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Não bebas, fuma um charro, recicla e aborta




No Público de hoje há uma entrevista com Fernando Leal, Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, sobre a nova lei do álcool. Das virtudes e defeitos dessa nova lei não me ocuparei por ora, embora esteja convencido que vem aí mais uma vaga de fascismo sanitário, como aconteceu já com o tabaco e não dá sinais de abrandar, com total desrespeito das liberdades individuais e do comércio.

O que mais me escandaliza porém é que vejo regimes mais duros e severos para os consumos de tabaco e álcool do que para as drogas "leves ou duras". No fundo uma situação equivalente aos regimes actuais para a poluição e o aborto. Muito pesados no primeiro caso, despenalizado até ás dez semanas no segundo caso...

Não tivera eu filhos e diria que tanta contradição e absurdo só se atura mesmo como se propõem o cavalheiro da imagem acima...;-)

Forças Armadas, duplo uso e Serviço Militar Obrigatório




Noticia hoje o Publico que o Governo quer criar unidade militar de ajuda de emergência sem mais meios, isto é, socorrendo-se do que já existe. A proposta consta da revisão do Conceito Estratégico da Defesa Nacional que presentemente se discute no parlamento. No fundo um seguimento do princípio do "duplo uso" das Forças Armadas: nas acções militares "strictu sensu" e também em missões civis (que não se segurança interna) conforme as necessidades.

Parece-me isto muito bem. E pena tenho que tenham passado gerações pelo Serviço Militar Obrigatório sem que esse duplo uso tivesse tido lugar fazendo com que quem tivesse na altura uma visão mais limitada e incompleta das razões do SMO pudesse ter encontrado um horizonte de utilidade e serviço que os teria confortado e entusiasmado. Mas está-se sempre a tempo de corrigir rumo.

Como se está sempre a tempo e com alegria constato o debate está reaberto de voltar a por em cima da mesa a hipótese do retorno do Serviço Militar Obrigatório, uma instituição preciosa de integração social, educação das gerações e aprendisagem de muitos e variados misteres. Ao longo da minha vida profisisonal tenho constatado, com as inevitáveis excepções, uma grande diferença entre quem fez o SMO e quem não o fez. Uma diferença de mentalidade, de comportamento e de atitude. E essa diferença atribuo-a, sem dúvida, à convivência que as pessoas tiveram ou não com as virtudes militares, a vida comunitária e uma experiência de dificuldade e superação. Já aqui suscitei o tema e constato a discussão não morreu. Prossigamos pois com coragem na mesma.


segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Angola suspende actividades da IURD




Como se pode presumir (sou católico, apostólico, romano) não tenho qualquer ligação com a IURD nem portuguesa nem angolana, mas a notícia de hoje no Público, de que as autoridades daquele país suspenderam a actividade da mesma e de mais seis outras confissões evangélicas, por causa de uma tragédia que ocorreu em Luanda, na última passagem de ano, deixa-me preocupado.

E deixa-me preocupado porque independentemente de todas as considerações que possam ser feitas sobre a idoneidade, seriedade, verdadeiras motivações e actuação, dessas franjas evangélicas (um mundo muito vasto e no qual muitas vezes este tipo de igrejas-seita são mal-vistas), o que está em causa é o princípio da liberdade religiosa, a primeira e mais fundamental das liberdades, sem a qual todas as outras não existem. E defender a liberdade dos outros, como tantas vezes já aqui escrevi, é defender a liberdade de todas e a minha (de católico) também. E isso independentemente de qualquer reconhecimento, retribuição ou consideração, por parte das mesmas em face da Igreja católica.

Outro assunto são toda a espécie de ilicitos que podem ser praticados em qualquer das confissões religiosas, respectivas igrejas e, em especial, ministros e responsáveis. Nesse ponto há que fazer respeitar a lei e sancionar qualquer crime. Pois a actividade religiosa não pode revestir-se de nenhuma espécie de imunidade civil. Mas vejo com dificuldade que essa necessária sanção deva passar pela proibição da respectiva actividade na sua vertente religiosa...

domingo, fevereiro 03, 2013

A saída de Cabo Verde da CAN




Não pode senão ser motivo de desgosto a saída de Cabo Verde da CAN. Estavamos (refiro-me assim ao país da Morabeza não apenas por ser um PALOP, mas porque tenho com o mesmo relações profissionais e afectivas, que fazem me sinta já um bocadinho cabo-verdiano...) a fazer uma competição tão bonita que neste momento já nos era permitido sonhar com tudo...!

Por isso uso a palavra desgosto e não pena. Um sentimento, uma mágoa, de quem estima os seus, tem orgulho no seu trabalho, gostaria que gozassem mais alegrias,cujo resultado não corresponde ao que poderia ter sido, com um pouco mais de sorte e um golpe de génio...Mas enfim fica o principal: as alegrias vividas, o orgulho de um povo e uma nova fase para o futebol de Cabo Verde...!

Mariano Rajoy e o financiamento dos partidos




Não tenho motivos nenhuns para duvidar do primeiro-ministro Mariano Rajoy (em cima com a mulher) e por isso acredito acabe por sair por cima no escândalo que tem por alvo o Partido Popular espanhol por causa de matérias de financiamento partidário.

Tanto quanto percebi em Espanha as regras de financiamento dos partidos são semelhantes às nossas: proibição de empresas ou pessoas colectivas financiarem partidos, limites aos donativos individuais, fiscalização por órgãos independentes, etc. Já quanto à existência de financiamento público dos partidos, como em Portugal, não sei...?

Seja como for o problema acima como outros em Portugal resultam da supina estupidez e hipocrisia das regras com que se pretende, utopicamente, um mundo tão perfeito (no caso o mundo do financiamento partidário) que as pessoas não possam pecar (como dizia Eliot). Estupidez porque é sabido que quantas mais regras se criarem, mais possibilidades de infracção e menos transparência se obtêm (como se constata de supostos ou verdadeiros escândalos na matéria que com regularidade chegam ao conhecimento público).

Hipocrisia, entre outros exemplos, pelo seguinte: uma construtora está proíbida de dar donativos. Que se faz? Os donativos são dados pelo empreiteiro X, pela mulher do empreiteiro X, pela secretária do empreiteiro X, pelo filho do empreiteiro X e pelo cuidador do cão do empreiteiro X...! Não seria mil vezes preferível que a empresa do empreiteiro X pudesse dar o que bem entende, sem qualquer limite, ficando todos os eleitores ao conhecimento dos donativos da empresa do X e sendo possível ver um dia mais tarde se na lista de adjudicações do Governo apoiado pelo partido, financiado pelo empreiteiro X, se a empresa deste último teve mais e melhores adjudicações que os seus concorrentes...!?

Por fim: porque é que há-de existir financiamento público dos partidos...? Sendo cada um deles uma associação particular/privada, devem ser os seus membros a sustentar a sua actividade, e não os contribuintes todos que além de opções próprias tem mais e melhores destinos a dar aos seus impostos (sobretudo se começar a existir em Portugal a subsidiariedade fiscal, isto é a possibilidade de eu definir os destinatários dos meus impostos, em alguns dos sectores de actuação do Estado, como já acontece nos 5 por mil do IRS que se pode destinar a associações privadas). Além de que, nunca será de mais martelá-lo, as actuais regras de financiamento público, ao privilegiarem quem já está instalado no actual sistema político, funcionam como um poderoso travão à entrada de novos intervenientes na vida política...

(só de pensar que o financiamento público dos partidos nasceu de que "é melhor dar dinheiro público aos partidos, porque se não eles são corrompidos pelo financiamento privado", dá-me uns nervos que nascem da estupefacção, incompreensão e escândalo, com tudo o que está implicado na "razão" acima...!!)

Quem quiser saber mais sobre o tema tem a legislação portuguesa aqui.


sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Álcool e suicidios: e se em vez disso proibissem o aborto...?




No Público de hoje (de onde retirei a, não fossem agora 16h32, tentadora, fotografia acima...;-)  diz que o Governo tenciona avançar com a proibição de venda de álcool a menores de 18 anos. Ou seja mais uma daquelas medidas de fascismo sanitário em que a mentalidade dominante se compraz...entre outras "razões" estará a elevada taxa de suicidios em Portugal.

De acordo com os números que encontrei há cerca de 1.200 por ano (vi aqui e depois aqui embora haja também esta fonte). O que é de facto brutal porque quer dizer: 100 por mês, 3 por dia...! Duras que são estas tragédias (não apenas vistas em conjunto, mas sobretudo, uma a uma, humanidade a humanidade, família a família) não se comparam porém com as do aborto que recorde-se (números de 2011, os últimos disponíveis) são 20.000 por ano, 55 por dia, 2 por hora (se os abortadouros estivessem abertos 24 sobre 24 horas, quais campos de concentração de triste memória). Ou seja, em cada 6 gravidezes (outra vez números de 2011 porque 2012 já se sabe é pior) em Portugal acaba em aborto...

De onde a pergunta: se em vez de proibirem o álcool até aos 18 anos por causa dos suicidios (uma relação que está longe de ser garantida, antes a intuição e o bom senso, nos diriam que a inversa, sim, será verdadeira...?) proibissem mas é o aborto?