quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Miguel Relvas ontem no ISCTE



O que aconteceu ontem a Miguel Relvas no ISCTE (o vídeo está aqui) é completamente intolerável pelo que representa de violação da liberdade de expressão e negação de qualquer debate político saudável em Portugal. Não se contesta o direito de oposicionistas ao Governo frequentarem qualquer tipo de encontro público e neste, de acordo com as regras da respectiva organização, pariciparem no debate, colocarem questões (até as mais agrestes) e manifestarem com respeito pelas regras democráticas a sua oposição. Mas fazerem-no como fizeram, impedindo o Ministro de falar, perseguindo-o pelos corredores e obstruindo a realização do encontro da TVI, é completamente inadmissível.

Uma vez mais (a experiência de muitos anos para alguma coisa há-de servir bem como o ter vivido os anos quentes do PREC em oposição à tentativa comunista de tomada do poder) Miguel Relvas esteve bem, sereno e com frontalidade e paciência. Como bem esteve a sua segurança (contida e eficaz), salvo no ponto de se ter percebido andaram completamente à nora para encontrarem uma saída segura, o que não corresponde à ideia que me faço da competência das forças de segurança...

Com episódios como este (onde se cruzou a oposição ao governo com a aversão a Relvas e à sua história pessoal) diminuem cada vez mais as possibilidades de qualquer pessoa pensar em empenhar-se seriamente na vida política, assumir cargos de responsabilidade e sujeitar-se ao ritmo exigente, alucinante e muito empenhativo (com sacrificio da vida pessoal e familiar), do serviço da causa pública. Isto dito, como já algumas vezes o sublinhei, com total liberdade já que não tenho quaisquer relações politicas ou partidárias ou pessoais com o visado por estas acções de protesto. Mas percebo claramente que defender a liberdade de um, é defender a liberdade de todos.

Notas finais: muito bem o comunicado do Governo que se seguiu a estes incidentes. Não só na determinação como na solidariedade com um dos seus membros. E, pode ser me engane, mas esta radicalização violenta da oposição ao governo vai fazer mais pela unidade do centro-direita do que a débil actuação das respectivas direcção partidárias. Ao povo destes partidos estava a fazer falta que fosse evidente a diferença com a esquerda. Esta "agressão" e a incapacidade de dar e debater razões ajuda a tornar claro o que nos separa.

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