Por uma vez, de acordo...apesar do delírio do artigo de opinião principal ("O coração do problema") e do resmungo em defesa da APF...
Mas nessa mesma edição do Diário de Notícias (de 15 de Dezembro, estou a pôr papeis antigos em ordem...) observa Fernanda Câncio com muita razão que parte do escândalo com o livro de Carolina Salgado (no que se refere à revelação de factos da intimidade afectiva com Pinto da Costa) não tem paralelo com a tolerância com que iguais detalhes privados em outras biografias (nomeadamente de Maria Filomena Mónica) foram recebidos...ou seja, no fundo veio ao de cima a "consideração" em que se tem uma mulher que tenha sido alternadeira e o preconceito salta em todo o seu "esplendor"!
O que (e aqui o comentário é de minha lavra) me espanta sempre...afinal estamos numa época de modernidade e tudo é admissivel. Mas quando menos se espera os mais progressistas são tão preconceituosos como os conservadores mais obtusos...
Por uma vez de acordo...apesar de ser um portista doentio e por isso mantendo opinião de post anterior sobre o mesmo assunto :-)
Um Bom e Santo Ano de 2007 para todos!
Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
domingo, dezembro 31, 2006
Uma boa observação de Fernanda Câncio
A morte de Saddam
Impressionou-me muito ver as fotografias da execução de Saddam no Portugal Diário...a serenidade e bravura deste perante a morte, a comparação entre as situações de "todo-poderoso" num país e aquela fragilidade de um condenado à morte, imaginar os sentimentos de regozijo de quem assim se vingou e a raiva que terá provocado em quem gostava dele e sobretudo o identificava com um Iraque não dominado por estrangeiros, olhar para ele e ver um homem como eu de certa idade como eu um dia terei, etc.
Apetece-me escrever "Dá-lhe Deus eterno descanso. Entre os esplendores da luz perpétua descanse em paz" e assalta-me a dúvida...que resposta em vida foi ele dando a Deus quando o viu face a face (veja-se o livro "O Primeiro Dia" de João César das Neves, editado pela Principia)? Onde estará ele hoje?
Isto foi o que vi na RR. Transcrevo porque subscrevo que em condição alguma se pode admitir a Pena de Morte.
Na Rádio Renascença
Reacções à execução de Saddam Hussein
Em português, o Bispo das Forças Armadas condenou, em declarações à RR, a execução de Saddam,
defendendo que qualquer “assassinato” é um crime.“Seja Saddam Hussein, seja Pinochet, seja Estaline, sejam as vítimas de Guantanamo, ninguém pode matar e,
mesmo em legítima defesa, as circunstâncias humanas e jurídicas são tão apertadas, que matar é [quase sempre] um crime de guerra”.Reafirmando a oposição da Igreja Católica à pena de morte, Frederico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, disse já esta manhã
que o enforcamento do antigo líder iraquiano pode suscitar sentimentos de vingança no Iraque e pode abrir caminho a mais violência.A pena de morte é ainda condenada pela secção portuguesa da Amnistia Internacional, segundo a qual a morte de Saddam Hussein
nada provocou em prol da justiça – Cláudia Pedra recorda que o antigo ditador ainda não tinha sido julgado pela morte de cinco mil curdos.Entre as várias reacções já recolhidas pela Renascença consta ainda a da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos
Human Rights Watch, que lamenta o desfecho do julgamento de Saddam. Outra condenação ao enforcamento surgiu da União Europeia, que considera a execução de Saddam Hussein um acto de barbárie,
que pode vir a tornar o antigo ditador num mártir.Numa primeira reacção dos “25”, Louis Michel, comissário para o Desenvolvimento, disse hoje de manhã à agência Reuters
que a pena de morte não é compatível com a democracia e que a sua existência é contra os valores da UE.Pelo contrário, os Estados Unidos saudaram a execução do antigo Presidente iraquiano. Num comunicado da Casa Branca –
que foi, aliás, das primeiras reacções internacionais conhecidas – Bush considera que o enforcamento é um marco importante
na história do Iraque.O Presidente norte-americano reconhece, porém, que não será o suficiente para terminar já com a violência que ainda se vive no país.No Reino Unido, reage a ministra dos Negócios Estrangeiros, Margaret Beckett, que felicitou o julgamento e a sentença do
ex-Presidente iraquiano, pelos crimes cometidos ao seu próprio povo. Recorde-se que Saddam Hussein foi enforcado hoje, perto das 3h00 (hora de Lisboa), em resultado de um julgamento levado a cabo
por um Tribunal Especial iraquiano patrocinado pelos Estados Unidos. A pena de morte é ainda condenada pela secção portuguesa
da Amnistia Internacional, segundo a qual a morte de Saddam Hussein nada provocou em prol da justiça – Cláudia Pedra recorda que
o antigo ditador ainda não tinha sido julgado pela morte de cinco mil curdos.
Apetece-me escrever "Dá-lhe Deus eterno descanso. Entre os esplendores da luz perpétua descanse em paz" e assalta-me a dúvida...que resposta em vida foi ele dando a Deus quando o viu face a face (veja-se o livro "O Primeiro Dia" de João César das Neves, editado pela Principia)? Onde estará ele hoje?
Isto foi o que vi na RR. Transcrevo porque subscrevo que em condição alguma se pode admitir a Pena de Morte.
Na Rádio Renascença
Reacções à execução de Saddam Hussein
Em português, o Bispo das Forças Armadas condenou, em declarações à RR, a execução de Saddam,
defendendo que qualquer “assassinato” é um crime.“Seja Saddam Hussein, seja Pinochet, seja Estaline, sejam as vítimas de Guantanamo, ninguém pode matar e,
mesmo em legítima defesa, as circunstâncias humanas e jurídicas são tão apertadas, que matar é [quase sempre] um crime de guerra”.Reafirmando a oposição da Igreja Católica à pena de morte, Frederico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, disse já esta manhã
que o enforcamento do antigo líder iraquiano pode suscitar sentimentos de vingança no Iraque e pode abrir caminho a mais violência.A pena de morte é ainda condenada pela secção portuguesa da Amnistia Internacional, segundo a qual a morte de Saddam Hussein
nada provocou em prol da justiça – Cláudia Pedra recorda que o antigo ditador ainda não tinha sido julgado pela morte de cinco mil curdos.Entre as várias reacções já recolhidas pela Renascença consta ainda a da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos
Human Rights Watch, que lamenta o desfecho do julgamento de Saddam. Outra condenação ao enforcamento surgiu da União Europeia, que considera a execução de Saddam Hussein um acto de barbárie,
que pode vir a tornar o antigo ditador num mártir.Numa primeira reacção dos “25”, Louis Michel, comissário para o Desenvolvimento, disse hoje de manhã à agência Reuters
que a pena de morte não é compatível com a democracia e que a sua existência é contra os valores da UE.Pelo contrário, os Estados Unidos saudaram a execução do antigo Presidente iraquiano. Num comunicado da Casa Branca –
que foi, aliás, das primeiras reacções internacionais conhecidas – Bush considera que o enforcamento é um marco importante
na história do Iraque.O Presidente norte-americano reconhece, porém, que não será o suficiente para terminar já com a violência que ainda se vive no país.No Reino Unido, reage a ministra dos Negócios Estrangeiros, Margaret Beckett, que felicitou o julgamento e a sentença do
ex-Presidente iraquiano, pelos crimes cometidos ao seu próprio povo. Recorde-se que Saddam Hussein foi enforcado hoje, perto das 3h00 (hora de Lisboa), em resultado de um julgamento levado a cabo
por um Tribunal Especial iraquiano patrocinado pelos Estados Unidos. A pena de morte é ainda condenada pela secção portuguesa
da Amnistia Internacional, segundo a qual a morte de Saddam Hussein nada provocou em prol da justiça – Cláudia Pedra recorda que
o antigo ditador ainda não tinha sido julgado pela morte de cinco mil curdos.
sábado, dezembro 30, 2006
Referendo do aborto 2007
The Lord of the Rings: The Two Towers
Theoden: A great host, you say?
Aragorn: All Isengard is emptied.
Theoden: How many?
Aragorn: Ten thousand strong at least.
Theoden: Ten thousand?!?
Aragorn: It is an army bred for a single purpose: to destroy the world of men. They will be here by nightfall.
Theoden: Let them come.
:-)
Theoden: A great host, you say?
Aragorn: All Isengard is emptied.
Theoden: How many?
Aragorn: Ten thousand strong at least.
Theoden: Ten thousand?!?
Aragorn: It is an army bred for a single purpose: to destroy the world of men. They will be here by nightfall.
Theoden: Let them come.
:-)
sexta-feira, dezembro 29, 2006
O Nascimento de Cristo
Hoje foi dia deste filme, na companhia do Pároco de Vermoim da Maia. Bom filme.
Impressiona a figura de S. José: um homem que sem esperar nada, dá tudo. Homem de homem, Pai como um pai, Marido como marido era. Fica-se com vontade de ir à confissão, tal a distância entre o que aquele homem foi e é, e a pobreza da minha paternidade...
Impressiona também a relação de Nossa Senhora com o seu marido, feita de ternura, gratidão e companheirismo. Mas impressiona ainda mais perceber por que passou aquela adolescente, grávida sem estar casada, à espera de um filho que não era do prometido marido. A coragem, o medo, a vergonha e a certeza, a entrega e a fé, a amizade da prima Isabel (também ela a viver uma circunstância excepcional e sagrada), a relação com os pais. Tudo. Como não há-de Ela nos entender como entende e ser tão Mãe como é?
O resto está muito bem. Únicas notas dissonantes: falta espessura aos Reis Magos (perceber porque se puseram a caminho, que esperavam eles nos seus corações) e o ralhanço do anjo a Zacarias no Templo, soa a má-criação... :-)
Vão ver e levem a família.
Impressiona a figura de S. José: um homem que sem esperar nada, dá tudo. Homem de homem, Pai como um pai, Marido como marido era. Fica-se com vontade de ir à confissão, tal a distância entre o que aquele homem foi e é, e a pobreza da minha paternidade...
Impressiona também a relação de Nossa Senhora com o seu marido, feita de ternura, gratidão e companheirismo. Mas impressiona ainda mais perceber por que passou aquela adolescente, grávida sem estar casada, à espera de um filho que não era do prometido marido. A coragem, o medo, a vergonha e a certeza, a entrega e a fé, a amizade da prima Isabel (também ela a viver uma circunstância excepcional e sagrada), a relação com os pais. Tudo. Como não há-de Ela nos entender como entende e ser tão Mãe como é?
O resto está muito bem. Únicas notas dissonantes: falta espessura aos Reis Magos (perceber porque se puseram a caminho, que esperavam eles nos seus corações) e o ralhanço do anjo a Zacarias no Templo, soa a má-criação... :-)
Vão ver e levem a família.
O estudo da APF sobre os numeros do aborto
Diz-me uma amiga (empenhada numa das nossas associações de ajuda e acolhimento a grávidas em dificuldade) num sms: "Responsáveis pela educação sexual durante 20 anos, APF e entidades oficiais, assumem que descuido é responsável por aborto. O que andaram a fazer?".
A pergunta é justa, mas nunca ninguém deles terá coragem de a responder...
A pergunta é justa, mas nunca ninguém deles terá coragem de a responder...
Um ano especial: um filmão!
Fui ver o filme "Um ano especial" ("a good year"). Não sendo nada de especial, é um filmão!
Tem tudo: cenas de bolsa, paisagens lindas, uma casa encantadora (daquelas por que se deixa tudo), mulheres muito/muito bonitas, bom vinho tinto, humor, romance (que pode não ser a mesma coisa que amor, mas também não é só sexo...), memórias de infância, enfim...suspiro!
Vão ver que nem só de referendos do aborto, vive um homem (ou uma mulher)! :-)
Nota: não é por nada, mas acho que o Russel Crowe tem mesmo ar piroso, com aquele cabelinho penteado com risca ao meio...não percebo que graça lhe acham aquelas mulheres lindas do filme...Lol!
Tem tudo: cenas de bolsa, paisagens lindas, uma casa encantadora (daquelas por que se deixa tudo), mulheres muito/muito bonitas, bom vinho tinto, humor, romance (que pode não ser a mesma coisa que amor, mas também não é só sexo...), memórias de infância, enfim...suspiro!
Vão ver que nem só de referendos do aborto, vive um homem (ou uma mulher)! :-)
Nota: não é por nada, mas acho que o Russel Crowe tem mesmo ar piroso, com aquele cabelinho penteado com risca ao meio...não percebo que graça lhe acham aquelas mulheres lindas do filme...Lol!
Referendo do aborto: duas citações úteis
Uma é:
Um não dito com convicção é melhor e mais importante
que um sim dito meramente para agradar, ou,
pior ainda, para evitar complicações
(M. Gandhi)
Ou então:
A lei não pode obrigar um branco a amar-me. Mas pode impedi-lo de linchar-me.
(Martin Luther King)
Um não dito com convicção é melhor e mais importante
que um sim dito meramente para agradar, ou,
pior ainda, para evitar complicações
(M. Gandhi)
Ou então:
A lei não pode obrigar um branco a amar-me. Mas pode impedi-lo de linchar-me.
(Martin Luther King)
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Mensagem de Natal aos meus leitores
Não é da minha autoria, mas de um companheiro de lutas: o Joaquim Galvão. Diz assim:
Natal é a festa da natividade,
a festa da vida, da vida de Deus feito Homem,
da vida de Deus na vida dos homens.
Natal é a festa da natividade,
a festa da vida, na vida em familia,
da vida de familia, da familia geradora de vida.
Natal é a festa da natividade,
a festa da vida, da vida nascente,
da vida de amor, da vida solidária,
da vida repartida na vida de cada criança,
da vida de Jesus em cada pessoa.
Seja o dom da vida
a vossa PRENDA de NATAL
e então o Natal será a festa da natividade,
da natividade de Jesus nos nossos corações.
NATAL SEM NATIVIDADE,
NÃO OBRIGADA
Feliz Natal
Natal é a festa da natividade,
a festa da vida, da vida de Deus feito Homem,
da vida de Deus na vida dos homens.
Natal é a festa da natividade,
a festa da vida, na vida em familia,
da vida de familia, da familia geradora de vida.
Natal é a festa da natividade,
a festa da vida, da vida nascente,
da vida de amor, da vida solidária,
da vida repartida na vida de cada criança,
da vida de Jesus em cada pessoa.
Seja o dom da vida
a vossa PRENDA de NATAL
e então o Natal será a festa da natividade,
da natividade de Jesus nos nossos corações.
NATAL SEM NATIVIDADE,
NÃO OBRIGADA
Feliz Natal
terça-feira, dezembro 26, 2006
Aqui do Alto-Minho...
A escrever no meu portátil, sentado no sofá da sala, em frente à lareira, nesta casa do litoral minhoto, sinto-me como o Dr. Homem da revista do Diário Notícias... :-)
Como o invejo terminando os seus dias em Moledo e a escrever aquelas crónicas deliciosas!
Um dia também o farei.
O problema é que na altura (daqui a 30 anos) devem estar a Câncio, o Louçã, o cunhado Correia de Campos e companhia a tentarem o terceiro referendo do aborto, e lá tenho eu de estar em Lisboa...! :-(
Como o invejo terminando os seus dias em Moledo e a escrever aquelas crónicas deliciosas!
Um dia também o farei.
O problema é que na altura (daqui a 30 anos) devem estar a Câncio, o Louçã, o cunhado Correia de Campos e companhia a tentarem o terceiro referendo do aborto, e lá tenho eu de estar em Lisboa...! :-(
Situação do país: se calhar não vale a pena a preocupação...?
Pelo menos foi o que me ocorreu, quando, numa lista de correio electrónico da emigração, encontrei este texto:
"Há 135 anos, EÇA DE QUEIROZ escreveu. (Em 1871)
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza desse rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do atual governo ?
Não !
(Obs. Teria sido ele um "vidente do Futuro" ou de fato nada mudou em 135 anos ?) Manuel O. Pina"
É de ficar a pensar, ou não?
"Há 135 anos, EÇA DE QUEIROZ escreveu. (Em 1871)
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza desse rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do atual governo ?
Não !
(Obs. Teria sido ele um "vidente do Futuro" ou de fato nada mudou em 135 anos ?) Manuel O. Pina"
É de ficar a pensar, ou não?
Um "postal" da América Latina e o Natal
Da minha amiga Maria (também ela empenhada na luta contra o aborto livre no seu país, o Uruguai): uma simpática e cristã mensagem de Natal, que termina com esta frase de Pessoa:
"El valor de las cosas no está en el tiempo que duran, sino en la intensidad con que acontecen. Por eso existen momentos inolvidables, cosas inexplicables y personas incomparables". (Fernando Pessoa)
Apeteceu-me partilhar... :-)
E já que estamos em matéria de citações, ainda vai esta:
“When we were children we were grateful to those who filled our stockings at Christmas time. Why are we not grateful to God for filling our stockings with legs?” G.K. Chesterton
"El valor de las cosas no está en el tiempo que duran, sino en la intensidad con que acontecen. Por eso existen momentos inolvidables, cosas inexplicables y personas incomparables". (Fernando Pessoa)
Apeteceu-me partilhar... :-)
E já que estamos em matéria de citações, ainda vai esta:
“When we were children we were grateful to those who filled our stockings at Christmas time. Why are we not grateful to God for filling our stockings with legs?” G.K. Chesterton
Se duplicam os abortos legais...
Vejam o DN do passado dia 22 (sexta):
"O número de abortos legais realizados nos hospitais públicos, sobretudo os que se devem a malformações congénitas, têm crescido de forma continuada desde 1993 e aumentaram para quase o dobro de 2000 para 2005, dos 574 para os 906. Ao invés, os internamentos devido a complicações geradas pelas interrupções da gravidez (ilegais), pelo menos os que são assumidos claramente como tal, têm decrescido substancialmente, dos 2966 em 1992 para os 73."
Se isto se passa com os legais, imaginem o que não seria com o aborto livre até às 10 semanas, a simples pedido da mulher (e o pai?), sem necessidade de qualquer razão justificativa...!?
O que vale é que não é nessa direcção que as coisas estão a andar, como espero se concluano próximo dia 11 de Fevereiro.
"O número de abortos legais realizados nos hospitais públicos, sobretudo os que se devem a malformações congénitas, têm crescido de forma continuada desde 1993 e aumentaram para quase o dobro de 2000 para 2005, dos 574 para os 906. Ao invés, os internamentos devido a complicações geradas pelas interrupções da gravidez (ilegais), pelo menos os que são assumidos claramente como tal, têm decrescido substancialmente, dos 2966 em 1992 para os 73."
Se isto se passa com os legais, imaginem o que não seria com o aborto livre até às 10 semanas, a simples pedido da mulher (e o pai?), sem necessidade de qualquer razão justificativa...!?
O que vale é que não é nessa direcção que as coisas estão a andar, como espero se concluano próximo dia 11 de Fevereiro.
A Homília do Bispo do Porto
Não me apercebi bem porque quis aproveitar a fundo estes dias de Natal para estar com a família, mas ao que parece a homília de D. João Miranda, causou grande celeuma, por causa de uma referência feita na mesma à situação da roda na idade média.
Não percebo "so much ado about nothing"...!?
A comparação real da situação do aborto livre às 10 semanas é com a matança dos inocentes feita por Herodes, e nem essa imagem me parece dever criar celeuma. É a pura verdade dos factos. A comparação com a roda, se repararmos bem, até que é benigna...
Depois vejo este título espantoso do JN de hoje: "Homilia rejeitada pelo sim e pelo não".
Lê-se a noticia e as declarações do Não (Madalena Simas e eu) são:
"Do seu lado, Madalena Simas, da associação Mulheres em Acção, defensora do "Não" no referendo, entende a Roda dos meninos como "uma maneira de dizer sim à vida". Um pouco como a actual adopção, em que a criança é "salva, viveu, não foi abortada".Mas, independentemente das interpretações, entende António Pinheiro Torres, da Plataforma "Não Obrigado", "tudo o que seja um alerta para o atentado contra a vida é de saudar", pelo que as afirmações de D. João Miranda são "bem vindas". Tais como as do cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que aproveitou a mensagem de Natal dedicada à exclusão para considerar que o aborto, tenha os motivos que tiver, "é sempre negar um lugar a um ser humano".
Se isto é rejeitar, vou ali e já volto...!?
Não percebo "so much ado about nothing"...!?
A comparação real da situação do aborto livre às 10 semanas é com a matança dos inocentes feita por Herodes, e nem essa imagem me parece dever criar celeuma. É a pura verdade dos factos. A comparação com a roda, se repararmos bem, até que é benigna...
Depois vejo este título espantoso do JN de hoje: "Homilia rejeitada pelo sim e pelo não".
Lê-se a noticia e as declarações do Não (Madalena Simas e eu) são:
"Do seu lado, Madalena Simas, da associação Mulheres em Acção, defensora do "Não" no referendo, entende a Roda dos meninos como "uma maneira de dizer sim à vida". Um pouco como a actual adopção, em que a criança é "salva, viveu, não foi abortada".Mas, independentemente das interpretações, entende António Pinheiro Torres, da Plataforma "Não Obrigado", "tudo o que seja um alerta para o atentado contra a vida é de saudar", pelo que as afirmações de D. João Miranda são "bem vindas". Tais como as do cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que aproveitou a mensagem de Natal dedicada à exclusão para considerar que o aborto, tenha os motivos que tiver, "é sempre negar um lugar a um ser humano".
Se isto é rejeitar, vou ali e já volto...!?
Bispos condenam sinais de morte (Natal 2006)
Bispos condenam sinais de morte
A celebração do Natal foi ocasião para que a Igreja Católica em Portugal deixasse apelos em favor da vida humana
O Natal celebra o Nascimento de Jesus e é, para a Igreja, a maior celebração da vida. Por isso mesmo, as celebrações destes dias ficaram marcadas por vários apelos em defesa da vida humana e da família, em todas as circunstâncias.
O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, falou do tema na sua mensagem de Natal, na qual Lembrou as crianças sem família, os ex-reclusos, os idosos, os deficientes e os desempregados. Sobre o aborto, o Patriarca disse que “"sejam quais forem os motivos, é sempre negar um lugar a um ser humano".
“Não havia lugar para eles” foi o mote da mensagem, que abordou diversas situações actuais. A exclusão das crianças foi o tema dominante, tendo D. José Policarpo referido os casos de filhos de pais separados “divididos e disputados, sentem que não têm lugar no coração dos pais e das novas famílias”.
A mensagem foi, simbolicamente, gravada na Casa do Gaiato do Tojal, desde este ano administrada pelo Patriarcado, para lembrar os meninos que vivem em instituições por não terem parentes que cuidem deles e os eduquem.
Excluídos são também os idosos em que se procura dar um lugar “mas não se evita a solidão”. O Cardeal-Patriarca apelou à integração dos ex-reclusos salientando que a atenção a estes é “urgente” sem esquecer os que ficaram desempregados que, sentem “dramaticamente que não há lugar para eles”.
“Jesus nasceu em Belém porque não havia lugar para ele na cidade. A quantos O seguem e nos quais Ele infunde o seu espírito, convida-os a lutar contra todas as formas de exclusão na certeza que só o amor, a solidariedade ajudarão a encontrar lugar para aqueles a quem o negaram nem que seja na ternura e no nosso coração”, apelou.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, falou por seu lado da importância da família na sua homilia de Natal e criticou os “pseudo-sinais de modernidade”, numa alusão ao aborto. “Da parte da Igreja emprestamos a voz aos mais débeis e convidamos a sociedade a reparar em situações inadmissíveis em que muitas famílias apenas sobrevivem”, assinalou.
“A família necessita de políticas positivas que proporcionem a todos os seus membros uma vida verdadeiramente humana”, prosseguiu.
O Arcebispo de Braga lembrou que “há muitas vidas no limiar do indigno e do escandaloso”, desafiando a sociedade a encarar “os dramas reais e as perplexidades sofridas”.
No Porto, o Administrador Apostólico da Diocese, D. João Miranda comparou o aborto a práticas da Idade Média, frisando que o mesmo representa uma violação do mandamento "Não matarás" e significa mesmo o regresso ao "tempo dos expostos".
“Vamos acolher o Menino Jesus em nossos corações e n’Ele amar todas as crianças, mesmo aquelas que não conhecem pai nem mãe. Estamos a regressar ao tempo dos ‘expostos’, dos meninos da Roda dos Mosteiros da Idade Média”, lamentou.
Na homilia da Noite de Natal, o prelado disse que se torna necessário “descer à rua e ir ao encontro dos homens onde eles estão, ir sobretudo à procura dos que gritam justiça ou sofrem, no segredo, as pobrezas deste tempo”.
Sobre a próxima campanha referendária, este responsável assinalou que “vem aí um período de escolha da vida das crianças por nascer: a vida é o dom mais precioso que temos e ninguém pode dispor da vida própria, muito menos da vida alheia”.
"Todas as ‘interrupções’ naturais ou provocadas são actos ‘prematuros’, imaturos, antes do tempo…, são o fim de um processo que devia desaguar na vida", acrescentou.
D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, lembrou na "Missa fo Galo" que "o nascimento de uma criança é sempre um acontecimento importante".
"Uma criança é sempre muito importante para todos, pois ela anuncia e significa valores indispensáveis a todos os homens e a todo o mundo: paz, amor, simplicidade, alegria, verdade, vida", assinalou.
Já no dia 25, este prelado sublinhou que "precisamos de um tipo de Família que seja acolhedora da vida que é gerada, da vida que nasce, da vida que cresce, da vida que envelhece e da vida que morre para este mundo, abrindo-se para a vida nova no mundo novo – a Pátria celeste".
Na Noite de Natal, Bento XVI apelou ao respeito pela dignidade de "todas as crianças", nascidas e por nascer. "Deus ensina-nos o respeito com as crianças", disse o Papa na sua homilia, que foi também seguida por milhões de telespectadores em todo o mundo.
"A criança de Belém orienta o nosso olhar para todas as crianças que no mundo sofrem e são vítimas de abusos, tanto as que são nascidas como as que estão por nascer", sublinhou.
Nacional Agência Ecclesia 26/12/2006 13:00 4520 Caracteres
51 Natal
A celebração do Natal foi ocasião para que a Igreja Católica em Portugal deixasse apelos em favor da vida humana
O Natal celebra o Nascimento de Jesus e é, para a Igreja, a maior celebração da vida. Por isso mesmo, as celebrações destes dias ficaram marcadas por vários apelos em defesa da vida humana e da família, em todas as circunstâncias.
O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, falou do tema na sua mensagem de Natal, na qual Lembrou as crianças sem família, os ex-reclusos, os idosos, os deficientes e os desempregados. Sobre o aborto, o Patriarca disse que “"sejam quais forem os motivos, é sempre negar um lugar a um ser humano".
“Não havia lugar para eles” foi o mote da mensagem, que abordou diversas situações actuais. A exclusão das crianças foi o tema dominante, tendo D. José Policarpo referido os casos de filhos de pais separados “divididos e disputados, sentem que não têm lugar no coração dos pais e das novas famílias”.
A mensagem foi, simbolicamente, gravada na Casa do Gaiato do Tojal, desde este ano administrada pelo Patriarcado, para lembrar os meninos que vivem em instituições por não terem parentes que cuidem deles e os eduquem.
Excluídos são também os idosos em que se procura dar um lugar “mas não se evita a solidão”. O Cardeal-Patriarca apelou à integração dos ex-reclusos salientando que a atenção a estes é “urgente” sem esquecer os que ficaram desempregados que, sentem “dramaticamente que não há lugar para eles”.
“Jesus nasceu em Belém porque não havia lugar para ele na cidade. A quantos O seguem e nos quais Ele infunde o seu espírito, convida-os a lutar contra todas as formas de exclusão na certeza que só o amor, a solidariedade ajudarão a encontrar lugar para aqueles a quem o negaram nem que seja na ternura e no nosso coração”, apelou.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, falou por seu lado da importância da família na sua homilia de Natal e criticou os “pseudo-sinais de modernidade”, numa alusão ao aborto. “Da parte da Igreja emprestamos a voz aos mais débeis e convidamos a sociedade a reparar em situações inadmissíveis em que muitas famílias apenas sobrevivem”, assinalou.
“A família necessita de políticas positivas que proporcionem a todos os seus membros uma vida verdadeiramente humana”, prosseguiu.
O Arcebispo de Braga lembrou que “há muitas vidas no limiar do indigno e do escandaloso”, desafiando a sociedade a encarar “os dramas reais e as perplexidades sofridas”.
No Porto, o Administrador Apostólico da Diocese, D. João Miranda comparou o aborto a práticas da Idade Média, frisando que o mesmo representa uma violação do mandamento "Não matarás" e significa mesmo o regresso ao "tempo dos expostos".
“Vamos acolher o Menino Jesus em nossos corações e n’Ele amar todas as crianças, mesmo aquelas que não conhecem pai nem mãe. Estamos a regressar ao tempo dos ‘expostos’, dos meninos da Roda dos Mosteiros da Idade Média”, lamentou.
Na homilia da Noite de Natal, o prelado disse que se torna necessário “descer à rua e ir ao encontro dos homens onde eles estão, ir sobretudo à procura dos que gritam justiça ou sofrem, no segredo, as pobrezas deste tempo”.
Sobre a próxima campanha referendária, este responsável assinalou que “vem aí um período de escolha da vida das crianças por nascer: a vida é o dom mais precioso que temos e ninguém pode dispor da vida própria, muito menos da vida alheia”.
"Todas as ‘interrupções’ naturais ou provocadas são actos ‘prematuros’, imaturos, antes do tempo…, são o fim de um processo que devia desaguar na vida", acrescentou.
D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, lembrou na "Missa fo Galo" que "o nascimento de uma criança é sempre um acontecimento importante".
"Uma criança é sempre muito importante para todos, pois ela anuncia e significa valores indispensáveis a todos os homens e a todo o mundo: paz, amor, simplicidade, alegria, verdade, vida", assinalou.
Já no dia 25, este prelado sublinhou que "precisamos de um tipo de Família que seja acolhedora da vida que é gerada, da vida que nasce, da vida que cresce, da vida que envelhece e da vida que morre para este mundo, abrindo-se para a vida nova no mundo novo – a Pátria celeste".
Na Noite de Natal, Bento XVI apelou ao respeito pela dignidade de "todas as crianças", nascidas e por nascer. "Deus ensina-nos o respeito com as crianças", disse o Papa na sua homilia, que foi também seguida por milhões de telespectadores em todo o mundo.
"A criança de Belém orienta o nosso olhar para todas as crianças que no mundo sofrem e são vítimas de abusos, tanto as que são nascidas como as que estão por nascer", sublinhou.
Nacional Agência Ecclesia 26/12/2006 13:00 4520 Caracteres
51 Natal
terça-feira, dezembro 19, 2006
A RTP financia o FNUAP?
Recebi este mail de um amigo:
"Esta notícia saiu hoje no DN.
O "Dança Comigo" solidarizou-se com um dos fundos mais rico do Mundo?????????????????
Não era melhor esse dinheiro reverter a favor do défice da RTP? A notícia dizia:
"No entanto, durante a tarde televisiva o Dança Comigo, com cariz solidário a favor do serviço de pediatria do Instituto Português de Oncologia e do Fundo das Nações Unidas para a População, liderou o segmento, com 9,9% de audiência média e 34,8% de share."
Nota: o FNUAP é o Fundo das Nações Unidas para a População, aparentemente uma coisa boa, mas na realidade uma daquelas agências internacionais em que e de que vivem aquelas facções extremas que promovem o aborto e outros "disparates" do género. Razão pela qual os Estados Unidos lhe tem vindo a dificultar o financiamento.
Quando fui deputado, recebi-os no parlamento e confrontei-os nomeadamente com a distribuição de abortivos durante as crises humanitárias ou a colaboração dada à China na politica do filho único. As respostas às minhas perguntas confirmaram o alinhamento ideológico das pessoas que o dirigem...
Então não há em Portugal tanta instituição digna de receber apoio da RTP? Nomeadamente aquelas que promovem que haja nascimentos e não estas que os querem fazer desaparecer...
"Esta notícia saiu hoje no DN.
O "Dança Comigo" solidarizou-se com um dos fundos mais rico do Mundo?????????????????
Não era melhor esse dinheiro reverter a favor do défice da RTP? A notícia dizia:
"No entanto, durante a tarde televisiva o Dança Comigo, com cariz solidário a favor do serviço de pediatria do Instituto Português de Oncologia e do Fundo das Nações Unidas para a População, liderou o segmento, com 9,9% de audiência média e 34,8% de share."
Nota: o FNUAP é o Fundo das Nações Unidas para a População, aparentemente uma coisa boa, mas na realidade uma daquelas agências internacionais em que e de que vivem aquelas facções extremas que promovem o aborto e outros "disparates" do género. Razão pela qual os Estados Unidos lhe tem vindo a dificultar o financiamento.
Quando fui deputado, recebi-os no parlamento e confrontei-os nomeadamente com a distribuição de abortivos durante as crises humanitárias ou a colaboração dada à China na politica do filho único. As respostas às minhas perguntas confirmaram o alinhamento ideológico das pessoas que o dirigem...
Então não há em Portugal tanta instituição digna de receber apoio da RTP? Nomeadamente aquelas que promovem que haja nascimentos e não estas que os querem fazer desaparecer...
domingo, dezembro 17, 2006
O Aborto e as pessoas com Deficiência
Notícia recebida da Ecclesia:
Aborto não é um direito reprodutivo
Intervenção da Santa Sé na ONU. A Santa Sé defendeu na Assembleia Geral d a ONU que o aborto não está incluído "no direito à saúde reprodutiva", desde logo porque consiste num comportamento que impede precisamente a reprodução.
O Arcebispo Celestino Migliore, Núncio nas Nações Unidas, assinalou que "a Santa Sé entende o acesso à saúde reprodutiva como um conceito holístico, que não considera o aborto ou o acesso ao aborto como uma dimensão desses temos".
Este responsável falava na sessão que discutiu a convenção dos Direitos das pessoas com deficiência, agora adoptada pela ONU, mas que a Santa Sé não assinou. Segundo D. Migliore, o texto peca por prever o aborto para casos em que se detectam anomalias no feto.
"É certamente trágico que, na mesma Convenção criada para proteger pessoas com deficiências, que se tenha como condição para o aborto ou a sua oferta a existência de uma deficiência no feto", assinalou.
Para o representante vaticano, o uso dos direitos das pessoas com deficiência "não pode servir para negar o direito à vida das pessoas que ainda não nasceram". A atenção da comunidade internacional deve ir, isso sim, para as situações em que a deficiência de uma pessoa "serve como base para lhe negar um serviço de saúde".
A delegação da Santa Sé considera que os aspectos positivos desta Convenção "apenas serão concretizados quando na implementação e provisão legais, a nível nacional, todas as partes respeitarem o artigo 10º, sobre o direito à vida para as pessoas com deficiência".
Para o Arcebispo Migliore, é lamentável que "as vidas das pessoas com deficiência sejam desvalorizadas ou entendidas como uma diminuição na dignidade e no valor da pessoa"..
Internacional Octávio Carmo 14/12/2006 15:07 1656 Caracteres
Aborto não é um direito reprodutivo
Intervenção da Santa Sé na ONU. A Santa Sé defendeu na Assembleia Geral d a ONU que o aborto não está incluído "no direito à saúde reprodutiva", desde logo porque consiste num comportamento que impede precisamente a reprodução.
O Arcebispo Celestino Migliore, Núncio nas Nações Unidas, assinalou que "a Santa Sé entende o acesso à saúde reprodutiva como um conceito holístico, que não considera o aborto ou o acesso ao aborto como uma dimensão desses temos".
Este responsável falava na sessão que discutiu a convenção dos Direitos das pessoas com deficiência, agora adoptada pela ONU, mas que a Santa Sé não assinou. Segundo D. Migliore, o texto peca por prever o aborto para casos em que se detectam anomalias no feto.
"É certamente trágico que, na mesma Convenção criada para proteger pessoas com deficiências, que se tenha como condição para o aborto ou a sua oferta a existência de uma deficiência no feto", assinalou.
Para o representante vaticano, o uso dos direitos das pessoas com deficiência "não pode servir para negar o direito à vida das pessoas que ainda não nasceram". A atenção da comunidade internacional deve ir, isso sim, para as situações em que a deficiência de uma pessoa "serve como base para lhe negar um serviço de saúde".
A delegação da Santa Sé considera que os aspectos positivos desta Convenção "apenas serão concretizados quando na implementação e provisão legais, a nível nacional, todas as partes respeitarem o artigo 10º, sobre o direito à vida para as pessoas com deficiência".
Para o Arcebispo Migliore, é lamentável que "as vidas das pessoas com deficiência sejam desvalorizadas ou entendidas como uma diminuição na dignidade e no valor da pessoa"..
Internacional Octávio Carmo 14/12/2006 15:07 1656 Caracteres
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Aborto livre?: Não, Obrigada.
Vale a pena ir visitar o www.nao-obrigada.org e ver os cartazes que já sairam. Uma campanha moderna, inteligente e focada, como é necessário.
Pela nossa frente (da campanha do Não) temos oito semanas para, assinatura a assinatura (constituição dos grupos civicos) e pessoa a pessoa, conquistarmos as inteligências e os corações.
Para dia 11 confirmarmos em votos, o que desde 1998, já sabemos: que o desejo dos portugueses é que em Portugal a vida humana seja protegida.
Pela nossa frente (da campanha do Não) temos oito semanas para, assinatura a assinatura (constituição dos grupos civicos) e pessoa a pessoa, conquistarmos as inteligências e os corações.
Para dia 11 confirmarmos em votos, o que desde 1998, já sabemos: que o desejo dos portugueses é que em Portugal a vida humana seja protegida.
Abortar é matar um filho: a honestidade de Luísa Castel-Branco
É sempre de louvar quando alguém (como há em Julho de 2006 aconteceu com Odete Santos que na DNA disse [em resposta a uma pergunta sobre a humanidade do feto] "toda a gente sabe que dali não sai um pinto") do lado do Sim põe as coisas como elas são e honestamente não se esquiva ao debate.
É o caso de Luísa Castel-Branco que no Destak de 14 de Dezembro, diz: "Eu nunca faria um aborto, não me interessa minimamente a discussão médica ou religiosa de quando um feto passa a ser um ser humano. Tão simplesmente, para mim, é matar um filho e ponto final.".
Depois infelizmente segue pelo argumentário do Sim: mas isto é o que eu acho mas não obrigo ninguém, etc.
De qualquer das formas fica registada a honestidade e a verdade.
É o caso de Luísa Castel-Branco que no Destak de 14 de Dezembro, diz: "Eu nunca faria um aborto, não me interessa minimamente a discussão médica ou religiosa de quando um feto passa a ser um ser humano. Tão simplesmente, para mim, é matar um filho e ponto final.".
Depois infelizmente segue pelo argumentário do Sim: mas isto é o que eu acho mas não obrigo ninguém, etc.
De qualquer das formas fica registada a honestidade e a verdade.
domingo, dezembro 10, 2006
Os cristãos e Che Guevara
Recordado numa entrevista de D. Januário Torgal Ferreira à DNA em 8 de Abril de 2005:
"O que vos peço não é que passeis para o meu lado, mas que conservem o vosso carácter de cristãos. Ou seja, nunca vendam a alma. Não estou convosco, nem vocês comigo, mas vamos conversar"
Che Guevara
"O que vos peço não é que passeis para o meu lado, mas que conservem o vosso carácter de cristãos. Ou seja, nunca vendam a alma. Não estou convosco, nem vocês comigo, mas vamos conversar"
Che Guevara
Educação Sexual...
"A Educação Sexual começa em casa, depois na escola, e finalmente nos hoteis"... :-)
Disse-o o personagem "Bispo Tadeu sem Fortuna" dos Cromos TSF
E eu encontrei esta "pérola" na "Notícias" de 29 de Fevereiro de 2004. Continua actual. :-)
Disse-o o personagem "Bispo Tadeu sem Fortuna" dos Cromos TSF
E eu encontrei esta "pérola" na "Notícias" de 29 de Fevereiro de 2004. Continua actual. :-)
Carolina Salgado e Pinto da Costa
Partilho o juízo de Ferreira Fernandes, hoje, no Correio da Manhã. O chamado "kiss and tell" apesar do chamativo que pode ser para a nossa mentalidade coscuvilheira, continua a ser, o que sempre foi: uma deslealdade, impensável entre pessoas sérias...
Também me impresionou a constatação final do artigo: de como uma paixão pôde fragilizar um homem poderoso a este ponto.
E quanto ao futebol (sim, sou sócio do FCP há 44 anos) não me lixem. Os golos foram marcados, não foram defendidos pelos adversários, e as vitórias do Porto estão na televisão para quem as quiser ver. O resto é conversa!
Também me impresionou a constatação final do artigo: de como uma paixão pôde fragilizar um homem poderoso a este ponto.
E quanto ao futebol (sim, sou sócio do FCP há 44 anos) não me lixem. Os golos foram marcados, não foram defendidos pelos adversários, e as vitórias do Porto estão na televisão para quem as quiser ver. O resto é conversa!
sábado, dezembro 09, 2006
Aborto e femininismo: o Sim passou-se...!
Se não acreditam vejam esta noticia surrealista que saiu ontem no Público...não sei o que impressiona mais: se a negação da realidade, como ela é e se apresenta, ou a repugnância pela própria natureza...?
Leiam e juro que não fui eu que inventei!
Proibição de abortar é "uma manifestação profunda e cruel do poder patriarcal"
Numa tese de mestrado, Andreia Peniche advoga a interrupção voluntária da gravidez como um direito de uma cidadania que entenda as mulheres como seres humanos plenos. Uma abordagem radical sobre um tema que em Fevereiro de 2007 será referendado.
Por Ana Cristina Pereira
Propõe-se substituir um "discurso radicalizado mas simplista" por um "discurso radical mas complexo e transgressor". Traz uma "perspectiva crítica feminista", assente na ideia de que "a proibição do aborto [por opção da mulher] não é uma medida avulsa, mas integrada na lógica de dominação patriarcal". Para Andreia Peniche, autora de Superando a perspectiva do corpo como campo de batalha: dimensionar o aborto no campo dos direitos, "o aborto deve assumir-se como um direito da cidadania e democracia reconfiguradas".Não fez uma tese distanciada sobre um dos temas mais fracturantes na sociedade portuguesa. É uma activista da despenalização e militante do BE. Fez uma "investigação interessada", já que ambicionava "compreender uma realidade social no sentido de a transformar". E defendeu-a na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. A 4 de Fevereiro de 1998, a Assembleia da República descriminalizou o aborto a pedido da mulher até às dez semanas. A alteração legislativa foi congelada em virtude de um acordo celebrado entre os então líderes do PS (António Guterres) e do PSD (Marcelo Rebelo de Sousa). Desse entendimento, resultou o referendo de 28 de Julho que revogou o sentido do projecto-lei. A perspectiva pró-despenalização revelou-se perdedora, "porque pobre e simplista", reclama Peniche. "A alteração legislativa foi proposta como um direito que deveria ser reconhecido às mulheres, sem [contudo] entender a proibição como uma manifestação profunda e cruel do poder patriarcal: pela afirmação de uma cidadania mitigada para as mulheres e pela manutenção da heterodefinição das mulheres como identidades resultantes da sua função maternal." "A sociedade não se mexeu""A realidade pós-referendo parece ter demonstrado aquilo que os argumentos utilizados quer na Assembleia da República quer na campanha do referendo não conseguiram: o significado e o alcance da lei", acentua, numa alusão aos cinco julgamentos por aborto com direito a piquete de activistas como ela. "Fomos testemunhas de uma sociedade que se comoveu [com a possibilidade das mulheres serem presas], mas, quando pôde, não se mexeu".A tese encerra uma breve história da luta pelo direito ao aborto no Portugal democrático - recupera os movimentos, acções e reivindicações, lembra os julgamentos mediatizados, as iniciativas legislativas. Debruça-se, depois, sobre a interrupção voluntária da gravidez na comunidade internacional. E teoriza sobre "a via da emancipação na superação do patriarcado". Feitas as considerações epistemológicas e metodológicas, centra-se nos discursos proferidos durante a sessão parlamentar de 4 de Fevereiro. Analisa o conteúdo/discurso das actas, "procurando fazer emergir os discursos e argumentos utilizados pelos deputados e deputadas que serviram de sustentáculo à defesa da alteração ou manutenção legislativa". E tenta entender "que tipo de cidadania para as mulheres encerrava cada tipo de discurso". Na sessão são apresentados, discutidos e votados cinco projectos de lei ou resolução. Dois sobre descriminalização do aborto a pedido da mulher (PS e PCP), um sobre exclusão de ilicitude por razões económicas e sociais (António Braga e Eurico Figueiredo, deputados do PS), um sobre outorgação de personalidade jurídica ao embrião (CDS) e um sobre o referendo (PSD). "Apesar de se discutir uma alteração legislativa que poderá mudar a forma como as mulheres e a sua sexualidade são encaradas socialmente, os discursos não rompem com a representação das mulheres como seres de moralidade duvidosa ou ainda presos ao reino da infantilidade axiológica", indica, ao esmiuçar as propostas e os discursos (ver texto em baixo). Desconhecimento da teoria feminista"O tom geral do debate revela a completa ausência de conhecimento sobre a produção teórica feminista na reconceptualização das mulheres", aprecia Peniche. Os parlamentares "desconhecem o que são e pensam as mulheres na sua diversidade", o aborto é encarado "como algo intrinsecamente mau, o que faz das mulheres que a ele recorrem vítimas". A autora aponta "dificuldade em perceber as mulheres como seres autodeterminados e capazes de escolhas responsáveis e morais". E julga que, para os deputados e deputadas, "a maternidade é o centro da representação social das mulheres". "A única diferença é que para alguns a maternidade é um acto voluntário, um direito, e para outros é um determinismo."Compreende que os discursos espelham um "entendimento pobre da democracia e da cidadania" - uns consideram "as mulheres hierarquicamente inferiores ao feto" e outros "têm sobre elas um discurso ambíguo". Peniche admite que os defensores da alteração legislativa "de certa forma reconhecem a cidadania mitigada das mulheres". Contudo, não arriscam: a sua perspectiva "prevê o alargamento do conceito de cidadania sem fazer a sua crítica"."A ausência de poder e a derrogação do feminino transformam as mulheres e as suas subjectividades em assuntos específicos e em preciosismos de refinamento democrático", avalia a autora. "O regime democrático não inclui verdadeiramente as mulheres na cidadania. Reconhece-lhes direitos formais, mas não se transformou no sentido da igualdade."Na sua opinião, "para compreender o direito ao aborto como um direito emancipatório não basta alterar a lei, é necessária uma refundação da democracia e da cidadania que permita entender as mulheres, simbólica e praxicamente, como seres humanos plenos". "O aborto deve ser descriminalizado não apenas porque as mulheres são livres de tomar as suas decisões, mas também porque as suas acções devem ser reconhecidas e legitimadas como acções morais e responsáveis", conclui.
Leiam e juro que não fui eu que inventei!
Proibição de abortar é "uma manifestação profunda e cruel do poder patriarcal"
Numa tese de mestrado, Andreia Peniche advoga a interrupção voluntária da gravidez como um direito de uma cidadania que entenda as mulheres como seres humanos plenos. Uma abordagem radical sobre um tema que em Fevereiro de 2007 será referendado.
Por Ana Cristina Pereira
Propõe-se substituir um "discurso radicalizado mas simplista" por um "discurso radical mas complexo e transgressor". Traz uma "perspectiva crítica feminista", assente na ideia de que "a proibição do aborto [por opção da mulher] não é uma medida avulsa, mas integrada na lógica de dominação patriarcal". Para Andreia Peniche, autora de Superando a perspectiva do corpo como campo de batalha: dimensionar o aborto no campo dos direitos, "o aborto deve assumir-se como um direito da cidadania e democracia reconfiguradas".Não fez uma tese distanciada sobre um dos temas mais fracturantes na sociedade portuguesa. É uma activista da despenalização e militante do BE. Fez uma "investigação interessada", já que ambicionava "compreender uma realidade social no sentido de a transformar". E defendeu-a na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. A 4 de Fevereiro de 1998, a Assembleia da República descriminalizou o aborto a pedido da mulher até às dez semanas. A alteração legislativa foi congelada em virtude de um acordo celebrado entre os então líderes do PS (António Guterres) e do PSD (Marcelo Rebelo de Sousa). Desse entendimento, resultou o referendo de 28 de Julho que revogou o sentido do projecto-lei. A perspectiva pró-despenalização revelou-se perdedora, "porque pobre e simplista", reclama Peniche. "A alteração legislativa foi proposta como um direito que deveria ser reconhecido às mulheres, sem [contudo] entender a proibição como uma manifestação profunda e cruel do poder patriarcal: pela afirmação de uma cidadania mitigada para as mulheres e pela manutenção da heterodefinição das mulheres como identidades resultantes da sua função maternal." "A sociedade não se mexeu""A realidade pós-referendo parece ter demonstrado aquilo que os argumentos utilizados quer na Assembleia da República quer na campanha do referendo não conseguiram: o significado e o alcance da lei", acentua, numa alusão aos cinco julgamentos por aborto com direito a piquete de activistas como ela. "Fomos testemunhas de uma sociedade que se comoveu [com a possibilidade das mulheres serem presas], mas, quando pôde, não se mexeu".A tese encerra uma breve história da luta pelo direito ao aborto no Portugal democrático - recupera os movimentos, acções e reivindicações, lembra os julgamentos mediatizados, as iniciativas legislativas. Debruça-se, depois, sobre a interrupção voluntária da gravidez na comunidade internacional. E teoriza sobre "a via da emancipação na superação do patriarcado". Feitas as considerações epistemológicas e metodológicas, centra-se nos discursos proferidos durante a sessão parlamentar de 4 de Fevereiro. Analisa o conteúdo/discurso das actas, "procurando fazer emergir os discursos e argumentos utilizados pelos deputados e deputadas que serviram de sustentáculo à defesa da alteração ou manutenção legislativa". E tenta entender "que tipo de cidadania para as mulheres encerrava cada tipo de discurso". Na sessão são apresentados, discutidos e votados cinco projectos de lei ou resolução. Dois sobre descriminalização do aborto a pedido da mulher (PS e PCP), um sobre exclusão de ilicitude por razões económicas e sociais (António Braga e Eurico Figueiredo, deputados do PS), um sobre outorgação de personalidade jurídica ao embrião (CDS) e um sobre o referendo (PSD). "Apesar de se discutir uma alteração legislativa que poderá mudar a forma como as mulheres e a sua sexualidade são encaradas socialmente, os discursos não rompem com a representação das mulheres como seres de moralidade duvidosa ou ainda presos ao reino da infantilidade axiológica", indica, ao esmiuçar as propostas e os discursos (ver texto em baixo). Desconhecimento da teoria feminista"O tom geral do debate revela a completa ausência de conhecimento sobre a produção teórica feminista na reconceptualização das mulheres", aprecia Peniche. Os parlamentares "desconhecem o que são e pensam as mulheres na sua diversidade", o aborto é encarado "como algo intrinsecamente mau, o que faz das mulheres que a ele recorrem vítimas". A autora aponta "dificuldade em perceber as mulheres como seres autodeterminados e capazes de escolhas responsáveis e morais". E julga que, para os deputados e deputadas, "a maternidade é o centro da representação social das mulheres". "A única diferença é que para alguns a maternidade é um acto voluntário, um direito, e para outros é um determinismo."Compreende que os discursos espelham um "entendimento pobre da democracia e da cidadania" - uns consideram "as mulheres hierarquicamente inferiores ao feto" e outros "têm sobre elas um discurso ambíguo". Peniche admite que os defensores da alteração legislativa "de certa forma reconhecem a cidadania mitigada das mulheres". Contudo, não arriscam: a sua perspectiva "prevê o alargamento do conceito de cidadania sem fazer a sua crítica"."A ausência de poder e a derrogação do feminino transformam as mulheres e as suas subjectividades em assuntos específicos e em preciosismos de refinamento democrático", avalia a autora. "O regime democrático não inclui verdadeiramente as mulheres na cidadania. Reconhece-lhes direitos formais, mas não se transformou no sentido da igualdade."Na sua opinião, "para compreender o direito ao aborto como um direito emancipatório não basta alterar a lei, é necessária uma refundação da democracia e da cidadania que permita entender as mulheres, simbólica e praxicamente, como seres humanos plenos". "O aborto deve ser descriminalizado não apenas porque as mulheres são livres de tomar as suas decisões, mas também porque as suas acções devem ser reconhecidas e legitimadas como acções morais e responsáveis", conclui.
Ainda o aborto, os crucifixos e a perseguição religiosa
Esta gente é tão doente (a que pretende o banimento dos crucifixos) que me chegaram por mail estas sugestões de amigos meus "desejosos" que sejam consequentes aqueles que nos perseguem (aos cristãos, quando perseguem os símbolos da nossa fé):
Do Fernando: "vão ter que tirar da bandeira nacional as cinco chagas de Cristo".
Do Pedro: "Em calhando, no boletim de voto vai passar a ser proibido assinalar a nossa escolha com uma cruz....
Passará a ser uma vírgula, um ponto e vírgula, um ponto de exclamação, talvez uma clave de sol, ma não uma cruz".
Estão a perceber o rídiculo? :-)
Do Fernando: "vão ter que tirar da bandeira nacional as cinco chagas de Cristo".
Do Pedro: "Em calhando, no boletim de voto vai passar a ser proibido assinalar a nossa escolha com uma cruz....
Passará a ser uma vírgula, um ponto e vírgula, um ponto de exclamação, talvez uma clave de sol, ma não uma cruz".
Estão a perceber o rídiculo? :-)
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Aborto, Igreja e Crucifixos
A decisão da Comissão Nacional de Eleições, hoje noticiada, com pompa e gáudio, no Diário de Notícias (de que não podem existir crucifixos nos locais de voto porque, horror dos horrores, um eleitor qualquer, olhando para a cruz, pode ser compelido a votar Não, ou a mesma cruz, pode ser considerada como propaganda eleitoral), vem provar à saciedade que de algumas instituições não se pode esperar mais do que uma guerra à Igreja Católica. E que alguns dos seus membros são hoje, o que sempre foram e nos seus rituais secretos juram: uma adversidade misteriosa a Cristo e ao cristianismo.
O resto é conversa para enganar tolos...
Nota para quem não percebeu esta conversa: a queixa junto da CNE que determinou esta decisão, foi aí colocada pela Associação Laicidade e República (só o nome, diz tudo... :-), que desde há uns 3 ou 4 anos se dedica com pertinácia e muita animosidade a perseguir sacerdotes (como o Padre Lereno), os crentes da Igreja Católica (crucifixos nas escolas) e agora até os pobres eleitores portugueses.
O que me dá vontade de rir, é se o Sim ao aborto, acha que ganha alguma coisa com isto...! :-))))
O resto é conversa para enganar tolos...
Nota para quem não percebeu esta conversa: a queixa junto da CNE que determinou esta decisão, foi aí colocada pela Associação Laicidade e República (só o nome, diz tudo... :-), que desde há uns 3 ou 4 anos se dedica com pertinácia e muita animosidade a perseguir sacerdotes (como o Padre Lereno), os crentes da Igreja Católica (crucifixos nas escolas) e agora até os pobres eleitores portugueses.
O que me dá vontade de rir, é se o Sim ao aborto, acha que ganha alguma coisa com isto...! :-))))
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Carta de 38 personalidades muçulmanas ao Papa Bento XVI
Do Padre Nuno Serras Pereira recebi esta notícia de uma carta de 38 personalidades muçulmanas ao Papa. Alguma comunicação social, falou disto? Na! Estavam mais interessados em ver se corria mal a visita à Turquia, ou, cereja sobre o bolo, alguém tentava matar o Papa...
The Regensburg Effect: The Open Letter from 38 Muslims to the Pope
Instead of saying they are offended and demanding apologies, they express their respect for him and dialogue with him on faith and reason. They disagree on many points. But they also criticize those Muslims who want to impose, with violence, “utopian dreams in which the end justifies the means”by Sandro Magister ROMA, October 18, 2006 – One month after his lecture at the University of Regensburg, Benedict XVI received an “open letter” signed by 38 Muslim personalities from various countries and of different outlooks, which discusses point by point the views on Islam expressed by the pope in that lecture. The letter came to pope Joseph Ratzinger through the Vatican nunciature in Amman, to which it was delivered by one of the signatories, prince Ghazi bin Muhammad bin Talal, special advisor to the king of Jordan, Abdullah II. The complete text of the letter, in English, has been available since Sunday, October 15, on the website of “Islamica Magazine,” a periodical published in the Unites States that holds the copyright to this document. The letter is followed by the names and roles of the 38 main signatories, who may be joined by others. The authors of the letter welcome and appreciate without reservation the clarifications made by Benedict XVI after the wave of protests that issued from the Muslim world a few days after the lecture in Regensburg, and in particular the speech that the pope addressed to ambassadors from Muslim countries on September 25, and also the reference made by cardinal secretary of state Tarcisio Bertone, in a note issued on September 16, to the conciliar document “Nostra Aetate.” And not only that. They condemn with very strong words the assassination that took place in Somalia, in Muslim Mogadishu, of sister Leonella Sgorbati, thereby linking this to the protests that were at their peak at the time: “We must state that the murder on September 17th of an innocent Catholic nun in Somalia – and any other similar acts of wanton individual violence – 'in reaction to' the lecture at the University of Regensburg, is completely un-Islamic, and we totally condemn such acts.” The authors of the letter appreciate Benedict XVI’s desire for dialogue and take very seriously his theses. “Applaud” pope's “efforts to oppose the dominance of positivism and materialism in human life,” while contest him on other points, adding their reasons for their opposition. In this sense, the letter signed by the 38 – together with the preceding essay by Aref Ali Nayed, previewed by www.chiesa on October 4 – goes towards what the pope meant to accomplish with his audacious lecture in Regensburg: to encourage, within the Muslim world as well, public reflection that would separate faith from violence and link it to reason instead. Because, in the pope’s view, it is precisely the “reasonableness” of the faith that is the natural terrain of encounter between Christianity and the various other religions and cultures. A first point on which the letter from the 38 Muslims “reasons” with Benedict XVI concerns sura 2:256 of the Qur’an: “There is no compulsion in religion.” The authors of the letter assert that Mohammed formulated this commandment, not when he found himself “powerless and under threat” – which the pope maintains as “probable” in his lecture – but when he was in a position of strength, in Medina. And that he intended by this to appeal to Muslims, whenever they conquered a territory, “not to force another’s heart to believe.” A second point on which the letter dwells concerns the transcendence of God. That Muslim doctrine holds that God is “absolutely transcendent,” as the pope asserts, is in the judgment of the 38 signatories “a simplification which can be misleading.” The eleventh-century Muslim author to whom the pope refers - Ibn Hazm - is in their view “a worthy but very marginal figure, who belonged to the Zahiri school of jurisprudence which is followed by no one in the Islamic world today.” It is not true – they write – that “the will of God is not bound to any of our categories,” that the God of Islam is a “capricious” God, and far less so that he could delight in bloodshed. God has many names in Islam, and his “clemency and mercy” have the greatest prominence: they are present in the sacred formula that the Muslims recite every day. The third point is the use of reason. The authors of the letter write that Islamic thought has always wanted to avoid two extremes: the first is that of raising up analytic reason as the arbiter of truth, and the other is that of denying the capacity of the human intellect to address the ultimate questions. There is – they write – a harmony between the questions of human reason and the truths of Qur’anic revelation, “without sacrificing one for the other.” The fourth point is holy war. The 38 signatories of the letter recall that the word “jihad” properly means “struggle in the way of God,” which is not necessarily war. Even Christ used violence when he chased the merchants from the temple. They sum up in this way Islam’s three “authoritative and traditional” rules on war: – civilians are not approved targets; – religious creed alone cannot make a person the object of an attack; – Muslims can and must live peacefully beside their neighbors, although the legitimacy of self-defense and the maintenance of sovereignty remain valid principles. So if some Muslims – they write – have ignored such well-established teaching on the limits of war, preferring to this “utopian dreams where the end justifies the means, they have done so of their own accord and without the sanction of God, His Prophet, or the learned tradition.” The fourth point taken into consideration is forced conversion. As a political reality – write the authors of the letter – Islam certainly did spread in part by military conquest, “but the greater part of its expansion came as a result of preaching and missionary activity.” The commandment of the Qur’an, “no compulsion in religion,” must always hold true: the fact that some Muslims disobey this is “the exception that confirms the rule.” “We emphatically agree that forcing others to believe – if such a thing be truly possible at all – is not pleasing to God.” The fourth point: the “new” – and moreover “evil and inhuman” – things that Mohammed is imagined to have brought, according to Byzantine emperor Manuel II Paleologus as cited by Benedict XVI in the lecture in Regensburg. The 38 authors of the letter object that, according to Islamic doctrine, even before Mohammed “all the true prophets preached the same truth to different peoples at different times: the laws may be different, but the truth is unchanging.” The sixth point discussed: the “experts.” The authors of the letter refuse to acknowledge as reliable experts on Islam the scholars cited by Benedict XVI in the Regensburg lecture: Theodore Khoury and Roger Arnaldez. In order for a true religious and intercultural dialogue to be established – as the pope appealed in Cologne in August of 2005 – they issue a call to “listen to the actual voices of those we are dialoguing with, and not merely those of our own persuasion.” The seventh and last point: relations between Christianity and Islam. The authors of the letter point out that the tremendous following of the two religions – more than 55 percent of the world population – makes it such that the relationship between them is a decisive factor for peace. In Benedict XVI, they recognize an exceptionally influential role “in the direction of mutual understanding.” They cite with appreciation the words dedicated to Islam in the declaration “Nostra Aetate” of Vatican Council II. They cite with appreciation the words dedicated to Islam in the address delivered by John Paul II in Morocco in 1999, in the stadium of Casablanca filled with young Muslims. And they express their hope “to continue to build peaceful and friendly relationships based upon mutual respect, justice, and what is common in essence in our shared Abrahamic tradition, particularly ‘the two greatest commandments’ in Mark 12:29-31: ‘The Lord our God is Lord alone! You shall love the Lord your God with all your heart, with all your soul, with all your mind, and with all your strength. The second is this: You shall love your neighbor as yourself. There is no other commandment greater than these’.”
* * *
And here follows the alphabetic list of the 38 signatories, with their respective roles. It should be noted that they belong to many nations and to different currents of Islam – the Iranian ayatollah Muhammad Ali Taskhiri, for example, is a Shiite: 1. Abd Allah bin Mahfuz bin Bayyah, King Abd Al-Aziz University, Saudi Arabia; former vice-president and minister, Mauritania 2. Muhammad Said Ramadan Al-Buti, dean of Department of Religion, University of Damascus, Syria 3. Mustafa Cagrici, grand mufti of Istanbul, Turkey 4. Mustafa Ceric, grand mufti and head of ulema of Bosnia and Herzegovina 5. Ravil Gainutdin, grand mufti of Russia 6. Nedzad Grabus, grand mufti of Slovenia 7. Ali Mashhour bin Muhammad bin Salim bin Hafeez, imam of the Tarim Mosque and head of Fatwa Council, Tarim, Yemen 8. Umar bin Muhammad bin Salim bin Hafeez, dean of Dar Al-Mustafa, Tarim, Yemen 9. Farouq Hamadah, Mohammad V University, Morocco 10. Hamza Yusuf Hanson, founder and director of Zaytuna Institute, California, USA 11. Ahmad Badr Al-Din Hassoun, grad mufti of Syria 12. Izz Al-Din Ibrahim, advisor for cultural affairs, prime ministry, United Arab Emirates 13. Omar Jah, secretary of the Muslim Scholars Council, Gambia 14. Ali Zain Al-Abideen Al-Jifri, founder and director of Taba Institute, United Arab Emirates 15. Ali Jumuah, grand mufti of Egypt 16. Abla Mohammed Kahlawi, dean of Islamic and Arabic Studies, Al-Azhar University, Egypt 17. Mohammad Hashim Kamali, dean of the International Institute of Islamic Thought and Civilization, Malaysia 18. Nuh Ha Mim Keller, Aal Al-Bayt Institute for Islamic Thought, Jordan; Shaykh in the Shadhili Order, USA 19. Ahmad Al-Khalili, grand mufti of Oman 20. Ahmad Kubaisi, founder of the Ulema Organization, Iraq 21. Muhammad bin Muhammad Al-Mansouri, marja' of Zeidi Muslims, Yemen 22. Abu Bakr Ahmad Al-Milibari, secretary-general of the Ahl Al-Sunna Association, India 23. Abd Al-Kabir Al-Alawi Al-Mudghari, director-general of the Bayt Mal Al-Qods Al-Sharif Agency, former minister of religious affairs, Morocco 24. Ahmad Hasyim Muzadi, chairman of the Nahdat Al-Ulema, Indonesia 25. Seyyed Hossein Nasr, professor of Islamic studies, George Washington University, Washington DC, USA 26. Sevki Omerbasic, grand mufti of Croatia 27. Mohammad Abd Al-Ghaffar Al-Sharif, secretary-general of the ministry of religious affairs, Kuwait 28. Muhammad Alwani Al-Sharif, head of the European Academy of Islamic Culture and Sciences, Brussels, Belgium 29. Iqbal Sullam, vice general-secretary, Nahdat Al-Ulema, Indonesia 30. Tariq Sweidan, director-general of the Risalah Satellite Channel, Saudi Arabia 31. Ghazi bin Muhammad bin Talal, prince, chairman of the Aal Al-Bayt Institute for Islamic Thought, Jordan 32. Muhammad Ali Taskhiri, ayatollah, secretary-general of the World Assembly for Proximity of Islamic Schools of Thoughts, Iran 33. Naim Trnava, grand mufti of Kosovo 34. Abd Al-Aziz Uthman Al-Tweijri, director-general of the Islamic Educational, Scientific and Cultural Organization, Morocco 35. Muhammad Taqi Uthmani, vice president, Dar Al-Ulum, Karachi, Pakistan 36. Muhammad Al-Sadiq Muhammad Yusuf, grand mufti of Uzbekistan 37. Abd Al-Hakim Murad Winter, University of Cambridge, Divinity School, director of the Muslim Academic Trust, UK 38. Muamer Zukorli, mufti of Sanjak, Bosnia
* * *
It is worthwhile to recall that even the most authoritative leader of Shiite Islam, the Iraqi grand ayatollah Ali Al-Sistani, has expressed toward Benedict XVI the respect and attention that can also be found in the letter of the 38. And he did this much sooner. In the most violent days of the anti-papal protest that exploded in the Muslim world, representatives of Al-Sistani visited on two occasions the secretary of the Vatican nunciature in Baghdad, monsignor Thomas Hlim Sbib, to express his friendship toward Benedict XVI and his desire for a meeting with him in Rome. ___________
The complete text of the letter from the 38 Muslims to Benedict XVI, on the website of “Islamica Magazine”: > Open Letter to Pope Benedict XVI
The complete text of the lecture by Benedict XVI in Regensburg, in its definitive edition enhanced with bibliographical notes: > Faith, Reason and the University: Memories and Reflections
The first extensive reasoned critique of the papal “lectio” made by a Muslim theologian and philosopher, Aref Ali Nayed, previewed on October 4 by www.chiesa: > Two Muslim Scholars Comment on the Papal Lecture in Regensburg Its complete version on the English website www. masud.co.uk: > A Muslim’s Commentary on Benedict XVI’s “Faith, Reason and the University: Memories and Reflections”
The site www.masud.co.uk also hosts an analysis of the first year of Benedict XVI’s pontificate, written by one of the 38 signatories of the letter described above, Abd Al-Hakim Murad Winter. It is interesting to note the harmony between some of his criticisms and those of the Catholic anti-Ratzinger currents of “liberal” stamp: > Benedict XVI and Islam: the first year
Another of the 38 signatories of the letter, Seyyed Hossein Nasr, a professor at George Washington University, a Shiite and a member of an important Iranian family directly descended from Mohammed, is the father of Vali Nasr, author of the book "The Shia Revival," released this year in the United States and presented in this article from www.chiesa: > >From Lebanon to Central Asia, the Rise of Shia Muslims Ibn Hazm, the eleventh-century Muslim author cited by Benedict XVI in Regensburg, whom the 38 authors of the letter judge as a “very marginal figure” and “followed by no one,” is instead a central figure as a theologian, philosopher, legal expert, and poet in this book by Khaled Fouad Allam, an authoritative Italo-Algerian Muslim scholar, issued in the past few days in Italy: Khaled Fouad Allam, “La solitudine dell'Occidente [The Solitude of the West],” Rizzoli, Milan, 2006, 216 pp., 17 euros.
The Regensburg Effect: The Open Letter from 38 Muslims to the Pope
Instead of saying they are offended and demanding apologies, they express their respect for him and dialogue with him on faith and reason. They disagree on many points. But they also criticize those Muslims who want to impose, with violence, “utopian dreams in which the end justifies the means”by Sandro Magister ROMA, October 18, 2006 – One month after his lecture at the University of Regensburg, Benedict XVI received an “open letter” signed by 38 Muslim personalities from various countries and of different outlooks, which discusses point by point the views on Islam expressed by the pope in that lecture. The letter came to pope Joseph Ratzinger through the Vatican nunciature in Amman, to which it was delivered by one of the signatories, prince Ghazi bin Muhammad bin Talal, special advisor to the king of Jordan, Abdullah II. The complete text of the letter, in English, has been available since Sunday, October 15, on the website of “Islamica Magazine,” a periodical published in the Unites States that holds the copyright to this document. The letter is followed by the names and roles of the 38 main signatories, who may be joined by others. The authors of the letter welcome and appreciate without reservation the clarifications made by Benedict XVI after the wave of protests that issued from the Muslim world a few days after the lecture in Regensburg, and in particular the speech that the pope addressed to ambassadors from Muslim countries on September 25, and also the reference made by cardinal secretary of state Tarcisio Bertone, in a note issued on September 16, to the conciliar document “Nostra Aetate.” And not only that. They condemn with very strong words the assassination that took place in Somalia, in Muslim Mogadishu, of sister Leonella Sgorbati, thereby linking this to the protests that were at their peak at the time: “We must state that the murder on September 17th of an innocent Catholic nun in Somalia – and any other similar acts of wanton individual violence – 'in reaction to' the lecture at the University of Regensburg, is completely un-Islamic, and we totally condemn such acts.” The authors of the letter appreciate Benedict XVI’s desire for dialogue and take very seriously his theses. “Applaud” pope's “efforts to oppose the dominance of positivism and materialism in human life,” while contest him on other points, adding their reasons for their opposition. In this sense, the letter signed by the 38 – together with the preceding essay by Aref Ali Nayed, previewed by www.chiesa on October 4 – goes towards what the pope meant to accomplish with his audacious lecture in Regensburg: to encourage, within the Muslim world as well, public reflection that would separate faith from violence and link it to reason instead. Because, in the pope’s view, it is precisely the “reasonableness” of the faith that is the natural terrain of encounter between Christianity and the various other religions and cultures. A first point on which the letter from the 38 Muslims “reasons” with Benedict XVI concerns sura 2:256 of the Qur’an: “There is no compulsion in religion.” The authors of the letter assert that Mohammed formulated this commandment, not when he found himself “powerless and under threat” – which the pope maintains as “probable” in his lecture – but when he was in a position of strength, in Medina. And that he intended by this to appeal to Muslims, whenever they conquered a territory, “not to force another’s heart to believe.” A second point on which the letter dwells concerns the transcendence of God. That Muslim doctrine holds that God is “absolutely transcendent,” as the pope asserts, is in the judgment of the 38 signatories “a simplification which can be misleading.” The eleventh-century Muslim author to whom the pope refers - Ibn Hazm - is in their view “a worthy but very marginal figure, who belonged to the Zahiri school of jurisprudence which is followed by no one in the Islamic world today.” It is not true – they write – that “the will of God is not bound to any of our categories,” that the God of Islam is a “capricious” God, and far less so that he could delight in bloodshed. God has many names in Islam, and his “clemency and mercy” have the greatest prominence: they are present in the sacred formula that the Muslims recite every day. The third point is the use of reason. The authors of the letter write that Islamic thought has always wanted to avoid two extremes: the first is that of raising up analytic reason as the arbiter of truth, and the other is that of denying the capacity of the human intellect to address the ultimate questions. There is – they write – a harmony between the questions of human reason and the truths of Qur’anic revelation, “without sacrificing one for the other.” The fourth point is holy war. The 38 signatories of the letter recall that the word “jihad” properly means “struggle in the way of God,” which is not necessarily war. Even Christ used violence when he chased the merchants from the temple. They sum up in this way Islam’s three “authoritative and traditional” rules on war: – civilians are not approved targets; – religious creed alone cannot make a person the object of an attack; – Muslims can and must live peacefully beside their neighbors, although the legitimacy of self-defense and the maintenance of sovereignty remain valid principles. So if some Muslims – they write – have ignored such well-established teaching on the limits of war, preferring to this “utopian dreams where the end justifies the means, they have done so of their own accord and without the sanction of God, His Prophet, or the learned tradition.” The fourth point taken into consideration is forced conversion. As a political reality – write the authors of the letter – Islam certainly did spread in part by military conquest, “but the greater part of its expansion came as a result of preaching and missionary activity.” The commandment of the Qur’an, “no compulsion in religion,” must always hold true: the fact that some Muslims disobey this is “the exception that confirms the rule.” “We emphatically agree that forcing others to believe – if such a thing be truly possible at all – is not pleasing to God.” The fourth point: the “new” – and moreover “evil and inhuman” – things that Mohammed is imagined to have brought, according to Byzantine emperor Manuel II Paleologus as cited by Benedict XVI in the lecture in Regensburg. The 38 authors of the letter object that, according to Islamic doctrine, even before Mohammed “all the true prophets preached the same truth to different peoples at different times: the laws may be different, but the truth is unchanging.” The sixth point discussed: the “experts.” The authors of the letter refuse to acknowledge as reliable experts on Islam the scholars cited by Benedict XVI in the Regensburg lecture: Theodore Khoury and Roger Arnaldez. In order for a true religious and intercultural dialogue to be established – as the pope appealed in Cologne in August of 2005 – they issue a call to “listen to the actual voices of those we are dialoguing with, and not merely those of our own persuasion.” The seventh and last point: relations between Christianity and Islam. The authors of the letter point out that the tremendous following of the two religions – more than 55 percent of the world population – makes it such that the relationship between them is a decisive factor for peace. In Benedict XVI, they recognize an exceptionally influential role “in the direction of mutual understanding.” They cite with appreciation the words dedicated to Islam in the declaration “Nostra Aetate” of Vatican Council II. They cite with appreciation the words dedicated to Islam in the address delivered by John Paul II in Morocco in 1999, in the stadium of Casablanca filled with young Muslims. And they express their hope “to continue to build peaceful and friendly relationships based upon mutual respect, justice, and what is common in essence in our shared Abrahamic tradition, particularly ‘the two greatest commandments’ in Mark 12:29-31: ‘The Lord our God is Lord alone! You shall love the Lord your God with all your heart, with all your soul, with all your mind, and with all your strength. The second is this: You shall love your neighbor as yourself. There is no other commandment greater than these’.”
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And here follows the alphabetic list of the 38 signatories, with their respective roles. It should be noted that they belong to many nations and to different currents of Islam – the Iranian ayatollah Muhammad Ali Taskhiri, for example, is a Shiite: 1. Abd Allah bin Mahfuz bin Bayyah, King Abd Al-Aziz University, Saudi Arabia; former vice-president and minister, Mauritania 2. Muhammad Said Ramadan Al-Buti, dean of Department of Religion, University of Damascus, Syria 3. Mustafa Cagrici, grand mufti of Istanbul, Turkey 4. Mustafa Ceric, grand mufti and head of ulema of Bosnia and Herzegovina 5. Ravil Gainutdin, grand mufti of Russia 6. Nedzad Grabus, grand mufti of Slovenia 7. Ali Mashhour bin Muhammad bin Salim bin Hafeez, imam of the Tarim Mosque and head of Fatwa Council, Tarim, Yemen 8. Umar bin Muhammad bin Salim bin Hafeez, dean of Dar Al-Mustafa, Tarim, Yemen 9. Farouq Hamadah, Mohammad V University, Morocco 10. Hamza Yusuf Hanson, founder and director of Zaytuna Institute, California, USA 11. Ahmad Badr Al-Din Hassoun, grad mufti of Syria 12. Izz Al-Din Ibrahim, advisor for cultural affairs, prime ministry, United Arab Emirates 13. Omar Jah, secretary of the Muslim Scholars Council, Gambia 14. Ali Zain Al-Abideen Al-Jifri, founder and director of Taba Institute, United Arab Emirates 15. Ali Jumuah, grand mufti of Egypt 16. Abla Mohammed Kahlawi, dean of Islamic and Arabic Studies, Al-Azhar University, Egypt 17. Mohammad Hashim Kamali, dean of the International Institute of Islamic Thought and Civilization, Malaysia 18. Nuh Ha Mim Keller, Aal Al-Bayt Institute for Islamic Thought, Jordan; Shaykh in the Shadhili Order, USA 19. Ahmad Al-Khalili, grand mufti of Oman 20. Ahmad Kubaisi, founder of the Ulema Organization, Iraq 21. Muhammad bin Muhammad Al-Mansouri, marja' of Zeidi Muslims, Yemen 22. Abu Bakr Ahmad Al-Milibari, secretary-general of the Ahl Al-Sunna Association, India 23. Abd Al-Kabir Al-Alawi Al-Mudghari, director-general of the Bayt Mal Al-Qods Al-Sharif Agency, former minister of religious affairs, Morocco 24. Ahmad Hasyim Muzadi, chairman of the Nahdat Al-Ulema, Indonesia 25. Seyyed Hossein Nasr, professor of Islamic studies, George Washington University, Washington DC, USA 26. Sevki Omerbasic, grand mufti of Croatia 27. Mohammad Abd Al-Ghaffar Al-Sharif, secretary-general of the ministry of religious affairs, Kuwait 28. Muhammad Alwani Al-Sharif, head of the European Academy of Islamic Culture and Sciences, Brussels, Belgium 29. Iqbal Sullam, vice general-secretary, Nahdat Al-Ulema, Indonesia 30. Tariq Sweidan, director-general of the Risalah Satellite Channel, Saudi Arabia 31. Ghazi bin Muhammad bin Talal, prince, chairman of the Aal Al-Bayt Institute for Islamic Thought, Jordan 32. Muhammad Ali Taskhiri, ayatollah, secretary-general of the World Assembly for Proximity of Islamic Schools of Thoughts, Iran 33. Naim Trnava, grand mufti of Kosovo 34. Abd Al-Aziz Uthman Al-Tweijri, director-general of the Islamic Educational, Scientific and Cultural Organization, Morocco 35. Muhammad Taqi Uthmani, vice president, Dar Al-Ulum, Karachi, Pakistan 36. Muhammad Al-Sadiq Muhammad Yusuf, grand mufti of Uzbekistan 37. Abd Al-Hakim Murad Winter, University of Cambridge, Divinity School, director of the Muslim Academic Trust, UK 38. Muamer Zukorli, mufti of Sanjak, Bosnia
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It is worthwhile to recall that even the most authoritative leader of Shiite Islam, the Iraqi grand ayatollah Ali Al-Sistani, has expressed toward Benedict XVI the respect and attention that can also be found in the letter of the 38. And he did this much sooner. In the most violent days of the anti-papal protest that exploded in the Muslim world, representatives of Al-Sistani visited on two occasions the secretary of the Vatican nunciature in Baghdad, monsignor Thomas Hlim Sbib, to express his friendship toward Benedict XVI and his desire for a meeting with him in Rome. ___________
The complete text of the letter from the 38 Muslims to Benedict XVI, on the website of “Islamica Magazine”: > Open Letter to Pope Benedict XVI
The complete text of the lecture by Benedict XVI in Regensburg, in its definitive edition enhanced with bibliographical notes: > Faith, Reason and the University: Memories and Reflections
The first extensive reasoned critique of the papal “lectio” made by a Muslim theologian and philosopher, Aref Ali Nayed, previewed on October 4 by www.chiesa: > Two Muslim Scholars Comment on the Papal Lecture in Regensburg Its complete version on the English website www. masud.co.uk: > A Muslim’s Commentary on Benedict XVI’s “Faith, Reason and the University: Memories and Reflections”
The site www.masud.co.uk also hosts an analysis of the first year of Benedict XVI’s pontificate, written by one of the 38 signatories of the letter described above, Abd Al-Hakim Murad Winter. It is interesting to note the harmony between some of his criticisms and those of the Catholic anti-Ratzinger currents of “liberal” stamp: > Benedict XVI and Islam: the first year
Another of the 38 signatories of the letter, Seyyed Hossein Nasr, a professor at George Washington University, a Shiite and a member of an important Iranian family directly descended from Mohammed, is the father of Vali Nasr, author of the book "The Shia Revival," released this year in the United States and presented in this article from www.chiesa: > >From Lebanon to Central Asia, the Rise of Shia Muslims Ibn Hazm, the eleventh-century Muslim author cited by Benedict XVI in Regensburg, whom the 38 authors of the letter judge as a “very marginal figure” and “followed by no one,” is instead a central figure as a theologian, philosopher, legal expert, and poet in this book by Khaled Fouad Allam, an authoritative Italo-Algerian Muslim scholar, issued in the past few days in Italy: Khaled Fouad Allam, “La solitudine dell'Occidente [The Solitude of the West],” Rizzoli, Milan, 2006, 216 pp., 17 euros.
Aborto livre: Não Obrigada!
Hoje foi a apresentação da Plataforma Não Obrigada.
Ordenada, concorrida, leve e direito ao assunto. Um sucesso!
No fim, um desafio ao Governo: quando ganhar o Não, está disponível para gastar o dinheiro que reservou para as clinicas do aborto (espanholas) em politicas de apoio às mães que querem ter os seus filhos? No dia 12 de Fevereiro veremos...
Ouço a TSF às 19h00: nada sobre o acontecimento. Se fosse um grupo do sim...
Mas que esperar de uma rádio que durante toda a campanha do referendo da PMA ( www.referendo-pma.org ), 82 mil assinaturas, não organizou um fórum, sequer, sobre o tema do pedido de referendo...? Eu bem sei que não era uma petição da JS...
Isto é que é isenção! Hein?
Ordenada, concorrida, leve e direito ao assunto. Um sucesso!
No fim, um desafio ao Governo: quando ganhar o Não, está disponível para gastar o dinheiro que reservou para as clinicas do aborto (espanholas) em politicas de apoio às mães que querem ter os seus filhos? No dia 12 de Fevereiro veremos...
Ouço a TSF às 19h00: nada sobre o acontecimento. Se fosse um grupo do sim...
Mas que esperar de uma rádio que durante toda a campanha do referendo da PMA ( www.referendo-pma.org ), 82 mil assinaturas, não organizou um fórum, sequer, sobre o tema do pedido de referendo...? Eu bem sei que não era uma petição da JS...
Isto é que é isenção! Hein?
sexta-feira, dezembro 01, 2006
APFN: Demografia e Aborto
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
47000 nascimentos a menos!
O INE publicou hoje as estatísticas demográficas referentes a 2005, tendo-se registado 109 457 nascimentos, a que corresponde um índice sintético de fecundidade de 1.47, bem longe dos necessários 2.1 para que haja renovação de gerações.
Para que isso acontecesse, seriam necessários mais 47 000 nascimentos.
Como tal, o défice demográfico já ultrapassou os 900 000 jovens e crianças, razão pela qual têm sido fechadas escolas, vão ser encerradas universidades e não irá haver gente suficiente para pagar as pensões de reforma.
Os números hoje revelados confirmam o que a APFN tem vindo a afirmar: as projecções feitas pelo INE estão baseadas em valores errados, assim como os que foram assumidos no Relatório de Sustentabilidade de Segurança Social.
Estando o Governo, e bem, preocupado com os 6% de défice das finanças públicas, é de admirar não estar minimamente preocupado com o défice de mais de 40% de natalidade que Portugal tem vindo a registar nos últimos anos! Pelo contrário, até parece achar que há nascimentos a mais, estando tão empenhado em promover e financiar o aborto, em vez de, como seria natural, apoiar os pais e mães como acontece na esmagadora maioria dos países europeus.
A APFN insiste na necessidade de serem apresentadas, com urgência, projecções realistas da população, assim como de se recalcular o impacto dessas projecções realistas na (in)sustentabilidade da Segurança Social e, mesmo, das finanças públicas, como a Comissão Europeia já alertou.
30 de Novembro de 2006
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
47000 nascimentos a menos!
O INE publicou hoje as estatísticas demográficas referentes a 2005, tendo-se registado 109 457 nascimentos, a que corresponde um índice sintético de fecundidade de 1.47, bem longe dos necessários 2.1 para que haja renovação de gerações.
Para que isso acontecesse, seriam necessários mais 47 000 nascimentos.
Como tal, o défice demográfico já ultrapassou os 900 000 jovens e crianças, razão pela qual têm sido fechadas escolas, vão ser encerradas universidades e não irá haver gente suficiente para pagar as pensões de reforma.
Os números hoje revelados confirmam o que a APFN tem vindo a afirmar: as projecções feitas pelo INE estão baseadas em valores errados, assim como os que foram assumidos no Relatório de Sustentabilidade de Segurança Social.
Estando o Governo, e bem, preocupado com os 6% de défice das finanças públicas, é de admirar não estar minimamente preocupado com o défice de mais de 40% de natalidade que Portugal tem vindo a registar nos últimos anos! Pelo contrário, até parece achar que há nascimentos a mais, estando tão empenhado em promover e financiar o aborto, em vez de, como seria natural, apoiar os pais e mães como acontece na esmagadora maioria dos países europeus.
A APFN insiste na necessidade de serem apresentadas, com urgência, projecções realistas da população, assim como de se recalcular o impacto dessas projecções realistas na (in)sustentabilidade da Segurança Social e, mesmo, das finanças públicas, como a Comissão Europeia já alertou.
30 de Novembro de 2006
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
quarta-feira, novembro 29, 2006
Artigo sobre aborto ("Talvez") do Pedro Picoito
O artigo do Pedro Picoito que hoje saiu no Público é daqueles que dá "inveja" de não termos sido nós a escrevê-lo...! :-)
Parabéns Pedro!
Talvez
Pedro Picoito
Compreende-se que quem proclama não haver mais nenhuma solução [além da despenalização do aborto], mas nada faz para que haja, proclame também que antes das dez semanas não há vida humana. O que há então?
Em todas as campanhas do aborto, e já vamos na terceira, há sempre momentos em que a intolerância dos exaltados vem ao de cima. Do lado do "sim" no próximo referendo, o texto de Madalena Barbosa "A prisão e o aborto" (PÚBLICO, 22/11/06) é um desses momentos. Não vou perder muito tempo com os impropérios da autora, "especialista em igualdade de género" (novo título, ao que parece, das feministas radicais de sempre). Lembro apenas a insinuação grotesca de que "os movimentos pró-vida têm boas estratégias, importadas talvez dos Estados Unidos, onde usaram o terrorismo para tentar acabar com os direitos das mulheres" através de "centenas de atentados bombistas e assassinatos". Seria matéria para os tribunais e não para os jornais. Mas os argumentos em defesa da liberalização do aborto merecem resposta, sobretudo por serem tão repetidos. Comecemos pelo princípio. "O aborto é mau" e quem o faz "renuncia por vezes a uma criança que até desejaria ter, se pudesse". Mas não pode porque, com filhos, "não arranja emprego, não progride na carreira, vai trabalhar mais por menos remuneração, não tem casas apropriadas, não tem creches, não tem tempo para estudar, não pode fazer os horários extraordinários que agora exigem aos técnicos licenciados". Sabendo embora que há mais mulheres do que as licenciadas, concordo inteiramente. Vejo tudo isso em minha casa. O que eu não vejo é a mesma energia por parte dos defensores do "sim" para combater os males que tão oportunamente denunciam. Não conheço estudos de "especialistas em igualdade de género" sobre a discriminação das mães no mercado de trabalho. Não recordo nenhuma iniciativa legislativa dos partidos que propõem a liberalização do aborto para diminuir o IRC sobre as fraldas. Não vislumbro a mais leve preocupação do Governo em cobrir o país com uma boa rede de escolas e maternidades. Pelo contrário: só vislumbro a óbvia solicitude em fechá-las, ao mesmo tempo que anuncia ir comparticipar abortos em clínicas privadas. Para estes paladinos dos direitos das mulheres, o aborto é a única solução, o anticonceptivo que nunca falha. Nada mais têm a oferecer-lhes além do "aborto nas primeiras dez semanas, quando a vida humana ainda não o é". Compreende-se que quem proclama não haver mais nenhuma solução, mas nada faz para que haja, proclame também que antes das dez semanas não há vida humana. O que há então? Vida piscícola, já que o feto vive dentro de água? E por que súbito milagre, decretado pela Assembleia da República, passa a haver vida humana depois das dez semanas? Estes malabarismos conceptuais mostram bem o que procura o "sim" no referendo: a liberalização do aborto e não a sua despenalização. Leia-se a pergunta que vai a votos. As únicas condições para permitir a prática de aborto até às dez semanas são a "opção da mulher" e a realização da cirurgia "em estabelecimento legalmente autorizado", público ou particular. O aborto passa a ser totalmente livre e, mais do que isso, um negócio subsidiado pelos nossos impostos. No intuito de desviar as atenções de coisas tão óbvias, os defensores da liberalização costumam invocar o aborto clandestino, por um lado, e as "marcas psíquicas de uma gravidez forçada", por outro. Omitem, porém, as marcas - psíquicas e não só - que um aborto, clandestino ou legal, deixa sempre nas mulheres. E omitem que em todos os países que abriram as portas à liberalização o número total de abortos aumentou exponencialmente. Há hoje uma alarmante quantidade de dados empíricos que provam isso. E isso é o que devemos discutir, não os "talvezes" delirantes de uma "especialista em igualdade de género". Quando o nível desce da inverdade dos factos para a calúnia das pessoas, já não é o aborto, ou a vida, ou os direitos das mulheres que estão em causa, mas a mera possibilidade de convivência democrática. Talvez Madalena Barbosa não queira esse debate. Talvez não queira a liberalização do aborto, mas a do insulto. Talvez queira apenas eliminar a diferença - primeiro a de género, depois a de opinião. Talvez.
Apoiante da Plataforma Não Obrigada e membro do Blogue do Não
Parabéns Pedro!
Talvez
Pedro Picoito
Compreende-se que quem proclama não haver mais nenhuma solução [além da despenalização do aborto], mas nada faz para que haja, proclame também que antes das dez semanas não há vida humana. O que há então?
Em todas as campanhas do aborto, e já vamos na terceira, há sempre momentos em que a intolerância dos exaltados vem ao de cima. Do lado do "sim" no próximo referendo, o texto de Madalena Barbosa "A prisão e o aborto" (PÚBLICO, 22/11/06) é um desses momentos. Não vou perder muito tempo com os impropérios da autora, "especialista em igualdade de género" (novo título, ao que parece, das feministas radicais de sempre). Lembro apenas a insinuação grotesca de que "os movimentos pró-vida têm boas estratégias, importadas talvez dos Estados Unidos, onde usaram o terrorismo para tentar acabar com os direitos das mulheres" através de "centenas de atentados bombistas e assassinatos". Seria matéria para os tribunais e não para os jornais. Mas os argumentos em defesa da liberalização do aborto merecem resposta, sobretudo por serem tão repetidos. Comecemos pelo princípio. "O aborto é mau" e quem o faz "renuncia por vezes a uma criança que até desejaria ter, se pudesse". Mas não pode porque, com filhos, "não arranja emprego, não progride na carreira, vai trabalhar mais por menos remuneração, não tem casas apropriadas, não tem creches, não tem tempo para estudar, não pode fazer os horários extraordinários que agora exigem aos técnicos licenciados". Sabendo embora que há mais mulheres do que as licenciadas, concordo inteiramente. Vejo tudo isso em minha casa. O que eu não vejo é a mesma energia por parte dos defensores do "sim" para combater os males que tão oportunamente denunciam. Não conheço estudos de "especialistas em igualdade de género" sobre a discriminação das mães no mercado de trabalho. Não recordo nenhuma iniciativa legislativa dos partidos que propõem a liberalização do aborto para diminuir o IRC sobre as fraldas. Não vislumbro a mais leve preocupação do Governo em cobrir o país com uma boa rede de escolas e maternidades. Pelo contrário: só vislumbro a óbvia solicitude em fechá-las, ao mesmo tempo que anuncia ir comparticipar abortos em clínicas privadas. Para estes paladinos dos direitos das mulheres, o aborto é a única solução, o anticonceptivo que nunca falha. Nada mais têm a oferecer-lhes além do "aborto nas primeiras dez semanas, quando a vida humana ainda não o é". Compreende-se que quem proclama não haver mais nenhuma solução, mas nada faz para que haja, proclame também que antes das dez semanas não há vida humana. O que há então? Vida piscícola, já que o feto vive dentro de água? E por que súbito milagre, decretado pela Assembleia da República, passa a haver vida humana depois das dez semanas? Estes malabarismos conceptuais mostram bem o que procura o "sim" no referendo: a liberalização do aborto e não a sua despenalização. Leia-se a pergunta que vai a votos. As únicas condições para permitir a prática de aborto até às dez semanas são a "opção da mulher" e a realização da cirurgia "em estabelecimento legalmente autorizado", público ou particular. O aborto passa a ser totalmente livre e, mais do que isso, um negócio subsidiado pelos nossos impostos. No intuito de desviar as atenções de coisas tão óbvias, os defensores da liberalização costumam invocar o aborto clandestino, por um lado, e as "marcas psíquicas de uma gravidez forçada", por outro. Omitem, porém, as marcas - psíquicas e não só - que um aborto, clandestino ou legal, deixa sempre nas mulheres. E omitem que em todos os países que abriram as portas à liberalização o número total de abortos aumentou exponencialmente. Há hoje uma alarmante quantidade de dados empíricos que provam isso. E isso é o que devemos discutir, não os "talvezes" delirantes de uma "especialista em igualdade de género". Quando o nível desce da inverdade dos factos para a calúnia das pessoas, já não é o aborto, ou a vida, ou os direitos das mulheres que estão em causa, mas a mera possibilidade de convivência democrática. Talvez Madalena Barbosa não queira esse debate. Talvez não queira a liberalização do aborto, mas a do insulto. Talvez queira apenas eliminar a diferença - primeiro a de género, depois a de opinião. Talvez.
Apoiante da Plataforma Não Obrigada e membro do Blogue do Não
Depois de algum tempo sem escrever...
Recebi variadissimas mensagens a lamentar a minha desaparição deste Blog...além de ficar contente com o facto de que sintam a minha falta (faz sempre bem ao ego...! :-)...devo informar que a preparação da campanha do Não para o eventual (mas parece que quase certo) referendo do aborto, fez-me retornar àquela terra das noites de poucas horas e aos dias em que é um milagre conseguir trabalhar...
No meio disso tudo, o Blog ficou para trás.
Mas as saudades já eram muitas e por isso "here we go again!". Em todos os sentidos...
No meio disso tudo, o Blog ficou para trás.
Mas as saudades já eram muitas e por isso "here we go again!". Em todos os sentidos...
terça-feira, outubro 24, 2006
Nota do Patriarca de Lisboa sobre o aborto
Posição do Patriarca de Lisboa sobre o aborto
D. José Policarpo esclarece declarações à comunicação social
COMUNICADO
D. JOSÉ DA CRUZ POLICARPO, CARDEAL-PATRIARCA DE LISBOA, ESCLARECE POSIÇÃO QUANTO AO ABORTO
As minhas respostas à comunicação social, que me interpelou sobre a hipótese de um novo referendo sobre o aborto, foram incorrectamente utilizadas por alguns meios de comunicação e mesmo por forças políticas e parecem ter gerado confusão e mesmo indignação em algumas pessoas. Parece-me, pois, necessário retomar as afirmações aí feitas, com uma clareza que não permita interpretações ambíguas ou desviadas.
1. Comecei por afirmar, o que parece que ninguém ouviu, que a doutrina da Igreja sobre esta matéria, não mudou e nunca mudará. De facto, desde o seu início, a Igreja condenou o aborto, porque considera que desde o primeiro momento da concepção, existe um ser humano, com toda a sua dignidade, com direito a existir e a ser protegido.
2. Afirmei, de facto, que a “condenação do aborto não é uma questão religiosa, mas de ética fundamental”. Trata-se, de facto, de um valor universal, o direito à vida, exigência da moral natural. Com esta afirmação não foi minha intenção negar a sua dimensão religiosa. A mensagem bíblica assumiu, como preceito da moral religiosa este valor universal, dando-lhe a densidade do cumprimento da vontade de Deus. Não é só por se ser católico que se é contra o aborto; basta respeitar a vida e este é, em si mesmo, um valor ético universal.É claro que o respeito pela vida é uma exigência da moral cristã, porque está incluído no quinto mandamento da Lei de Deus: “Não matarás”. Porque é um preceito da moral cristã, violá-lo é um pecado grave. Mas o Decálogo, estabelecido, pela primeira vez no Antigo Testamento, por Moisés, consagrou como Lei do Povo de Deus, alguns dos valores humanos universais, que interpelam a consciência mesmo de quem não é religioso. E de facto, na presente circunstância, há muitos homens e mulheres que, não sendo crentes, são contra o aborto porque defendem a dignidade da vida, desde o seu início.Se a condenação do aborto fosse só exigência da moral religiosa, os defensores do aborto poderiam argumentar, e já o fazem, que as Leis de um Estado laico não devem proteger os preceitos religiosos; basta-lhes respeitar a liberdade de consciência. De facto não lembraria a ninguém exigir de uma Lei do Estado que afirmasse, por exemplo, que os católicos têm obrigação de ir à missa ao Domingo. Se nós lutamos por uma Lei do Estado que defenda a vida humana desde o seu início é porque se trata de um valor universal, de ética natural e não apenas de um preceito da moral religiosa.
3. À pergunta se a Igreja se iria empenhar nesta campanha, comecei por clarificar o sentido em que usavam a palavra “Igreja”, se referida a todos os fiéis, se apenas aos Bispos. Isto porque, muito frequentemente, os jornalistas quando falam da Igreja se referem só aos Bispos e Sacerdotes. Esclarecida esta questão, aproveitei para exprimir aquilo que penso ser o papel complementar dos leigos e da Hierarquia numa possível campanha a preparar o referendo. Devo dizer, agora, para clarificar o meu pensamento, que essa possível campanha deveria ser, sobretudo, um período de esclarecimento das consciências. Mas porque a proposta de leis liberalizantes da prática do aborto se tornou numa causa partidária, a campanha pode cair, na linguagem e nos métodos, numa vulgar campanha política.Fique claro que todos os membros da Igreja e todos os que defendem a vida são chamados a participar nesse debate esclarecedor das consciências. Compete aos leigos organizar e dinamizar uma campanha, no concreto da sua metodologia. O papel dos pastores é apoiar, e iluminar as consciências com a proclamação da doutrina da Igreja, anunciando o Evangelho da Vida. Aos Sacerdotes da nossa Diocese eu peço que se empenhem nesta proclamação da doutrina da Igreja sobre a vida, mas que saibam sabiamente marcar a diferença entre o seu ministério de anunciadores da verdade, e as acções de campanha, necessárias e legítimas no seu lugar próprio. Mas os leigos poderão contar com todo o nosso apoio nesta luta por uma Lei que respeite a vida.
4. Não fiz a apologia do abstencionismo. Aconselhar a abstenção não será, concerteza, a orientação dos Bispos portugueses perante um possível referendo. A questão que me foi posta é outra: e os que têm dúvidas, como deverão votar?Esta questão da dignidade da vida humana, desde o seu início, é hoje tão clara, mesmo do ponto de vista científico, que um dos objectivos a conseguir, durante o período de debate e esclarecimento é, pelo menos, lançar a dúvida em muitos que, talvez sem terem aprofundado a questão, estão inclinados a dizer “sim” à proposta de Lei referendada. Penso sobretudo no eleitorado mais jovem. Foi-me perguntado o que aconselharia a esses que duvidavam. A minha resposta é clara: se não têm coragem de votar “não”, que pelo menos se abstenham.
5. Àqueles que interpretaram abusivamente as minhas respostas ou, porque não as entenderam, ficaram confusos, aqui fica, com clareza, o meu pensamento. Mais uma vez se aplica a frase de Jesus: “A verdade nos libertará”.
Lisboa, 19 de Outubro de 2006
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca.
Documentos D. José Policarpo 19/10/2006 16:28 5160 Caracteres
Copyright© Agência Ecclesia
D. José Policarpo esclarece declarações à comunicação social
COMUNICADO
D. JOSÉ DA CRUZ POLICARPO, CARDEAL-PATRIARCA DE LISBOA, ESCLARECE POSIÇÃO QUANTO AO ABORTO
As minhas respostas à comunicação social, que me interpelou sobre a hipótese de um novo referendo sobre o aborto, foram incorrectamente utilizadas por alguns meios de comunicação e mesmo por forças políticas e parecem ter gerado confusão e mesmo indignação em algumas pessoas. Parece-me, pois, necessário retomar as afirmações aí feitas, com uma clareza que não permita interpretações ambíguas ou desviadas.
1. Comecei por afirmar, o que parece que ninguém ouviu, que a doutrina da Igreja sobre esta matéria, não mudou e nunca mudará. De facto, desde o seu início, a Igreja condenou o aborto, porque considera que desde o primeiro momento da concepção, existe um ser humano, com toda a sua dignidade, com direito a existir e a ser protegido.
2. Afirmei, de facto, que a “condenação do aborto não é uma questão religiosa, mas de ética fundamental”. Trata-se, de facto, de um valor universal, o direito à vida, exigência da moral natural. Com esta afirmação não foi minha intenção negar a sua dimensão religiosa. A mensagem bíblica assumiu, como preceito da moral religiosa este valor universal, dando-lhe a densidade do cumprimento da vontade de Deus. Não é só por se ser católico que se é contra o aborto; basta respeitar a vida e este é, em si mesmo, um valor ético universal.É claro que o respeito pela vida é uma exigência da moral cristã, porque está incluído no quinto mandamento da Lei de Deus: “Não matarás”. Porque é um preceito da moral cristã, violá-lo é um pecado grave. Mas o Decálogo, estabelecido, pela primeira vez no Antigo Testamento, por Moisés, consagrou como Lei do Povo de Deus, alguns dos valores humanos universais, que interpelam a consciência mesmo de quem não é religioso. E de facto, na presente circunstância, há muitos homens e mulheres que, não sendo crentes, são contra o aborto porque defendem a dignidade da vida, desde o seu início.Se a condenação do aborto fosse só exigência da moral religiosa, os defensores do aborto poderiam argumentar, e já o fazem, que as Leis de um Estado laico não devem proteger os preceitos religiosos; basta-lhes respeitar a liberdade de consciência. De facto não lembraria a ninguém exigir de uma Lei do Estado que afirmasse, por exemplo, que os católicos têm obrigação de ir à missa ao Domingo. Se nós lutamos por uma Lei do Estado que defenda a vida humana desde o seu início é porque se trata de um valor universal, de ética natural e não apenas de um preceito da moral religiosa.
3. À pergunta se a Igreja se iria empenhar nesta campanha, comecei por clarificar o sentido em que usavam a palavra “Igreja”, se referida a todos os fiéis, se apenas aos Bispos. Isto porque, muito frequentemente, os jornalistas quando falam da Igreja se referem só aos Bispos e Sacerdotes. Esclarecida esta questão, aproveitei para exprimir aquilo que penso ser o papel complementar dos leigos e da Hierarquia numa possível campanha a preparar o referendo. Devo dizer, agora, para clarificar o meu pensamento, que essa possível campanha deveria ser, sobretudo, um período de esclarecimento das consciências. Mas porque a proposta de leis liberalizantes da prática do aborto se tornou numa causa partidária, a campanha pode cair, na linguagem e nos métodos, numa vulgar campanha política.Fique claro que todos os membros da Igreja e todos os que defendem a vida são chamados a participar nesse debate esclarecedor das consciências. Compete aos leigos organizar e dinamizar uma campanha, no concreto da sua metodologia. O papel dos pastores é apoiar, e iluminar as consciências com a proclamação da doutrina da Igreja, anunciando o Evangelho da Vida. Aos Sacerdotes da nossa Diocese eu peço que se empenhem nesta proclamação da doutrina da Igreja sobre a vida, mas que saibam sabiamente marcar a diferença entre o seu ministério de anunciadores da verdade, e as acções de campanha, necessárias e legítimas no seu lugar próprio. Mas os leigos poderão contar com todo o nosso apoio nesta luta por uma Lei que respeite a vida.
4. Não fiz a apologia do abstencionismo. Aconselhar a abstenção não será, concerteza, a orientação dos Bispos portugueses perante um possível referendo. A questão que me foi posta é outra: e os que têm dúvidas, como deverão votar?Esta questão da dignidade da vida humana, desde o seu início, é hoje tão clara, mesmo do ponto de vista científico, que um dos objectivos a conseguir, durante o período de debate e esclarecimento é, pelo menos, lançar a dúvida em muitos que, talvez sem terem aprofundado a questão, estão inclinados a dizer “sim” à proposta de Lei referendada. Penso sobretudo no eleitorado mais jovem. Foi-me perguntado o que aconselharia a esses que duvidavam. A minha resposta é clara: se não têm coragem de votar “não”, que pelo menos se abstenham.
5. Àqueles que interpretaram abusivamente as minhas respostas ou, porque não as entenderam, ficaram confusos, aqui fica, com clareza, o meu pensamento. Mais uma vez se aplica a frase de Jesus: “A verdade nos libertará”.
Lisboa, 19 de Outubro de 2006
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca.
Documentos D. José Policarpo 19/10/2006 16:28 5160 Caracteres
Copyright© Agência Ecclesia
Razões para escolher a Vida-Nota dos Bispos portugueses
Razões para escolher a vida
Nota Pastoral do Conselho Permanente Conferência Episcopal Portuguesa sobreo referendo ao aborto
1. A Assembleia da República decidiu sujeitar, mais uma vez, a referendo popular o alargamento das condições legais para a interrupção voluntária da gravidez, acto vulgarmente designado por aborto voluntário. Esta proposta já foi rejeitada em referendo anterior, embora a percentagem de opiniões expressas não tivesse sido suficiente para tornar a escolha do eleitorado constitucionalmente irreversível, o que foi aproveitado pelos defensores do alargamento legal do aborto voluntário.
Nós, Bispos Católicos, sentimos perplexidade acerca desta situação. Antes de mais porque acreditamos, como o fez a Igreja desde os primeiros séculos,que a vida humana, com toda a sua dignidade, existe desde o primeiro momento da concepção. Porque consideramos a vida humana um valor absoluto,a defender e a promover em todas as circunstâncias, achamos que ela não é referendável e que nenhuma lei permissiva respeita os valores éticos fundamentais acerca da Vida, o que se aplica também à Lei já aprovada. Uma hipotética vitória do “não” no próximo referendo não significa a nossa concordância com a Lei vigente.
2. Para os fiéis católicos o aborto provocado é um pecado grave porque é uma violação do 5º Mandamento da Lei de Deus, “não matarás”, e é-o mesmo quando legalmente permitido. Mas este mandamento limita-se a exprimir um valor da lei natural, fundamento de uma ética universal. O aborto não é, pois, uma questão exclusivamente da moral religiosa; ele agride valores universais de respeito pela vida. Para os crentes acresce o facto de, na Sua Lei, Deus ter confirmado que esse valor universal é Sua vontade.
Não podemos, pois, deixar de dizer aos fiéis católicos que devem votar“não” e ajudar a esclarecer outras pessoas sobre a dignidade da vida humana, desde o seu primeiro momento. O período de debate e esclarecimento que antecede o referendo não é uma qualquer campanha política, mas sim um período de esclarecimento das consciências. A escolha no dia do referendo é uma opção de consciência, que não deve ser influenciada por políticas e correntes de opinião. Nós, os Bispos, não entramos em campanhas de tipo político, mas não podemos deixar de contribuir para o esclarecimento das consciências. Pensamos particularmente nos jovens, muitos dos quais votam pela primeira vez e para quem a vida é uma paixão e tem de ser uma descoberta.
Assim enunciamos, de modo simples, as razões para votar “não” e escolher aVida:
1ª. O ser humano está todo presente desde o início da vida, quando ela é apenas embrião. E esta é hoje uma certeza confirmada pela Ciência: todas as características e potencialidades do ser humano estão presentes no embrião.A vida é, a partir desse momento, um processo de desenvolvimento e realização progressiva, que só acabará na morte natural. O aborto provocado, sejam quais forem as razões que levam a ele, é sempre uma violência injusta contra um ser humano, que nenhuma razão justifica eticamente.
2ª. A legalização não é o caminho adequado para resolver o drama do “aborto clandestino”, que acrescenta aos traumas espirituais no coração da mulher-mãe que interrompe a sua gravidez, os riscos de saúde inerentes à precariedade das situações em que consuma esse acto. Não somos insensíveis a esse drama; na confidencialidade do nosso ministério conhecemos-lhe dimensões que mais ninguém conhece. A luta contra este drama social deve empenhar todos e passa por um planeamento equilibrado da fecundidade, por um apoio decisivo às mulheres para quem a maternidade é difícil, pela dissuasão de todos os que intervêm lateralmente no processo, frequentemente com meros fins lucrativos.
3ª. Não se trata de uma mera “despenalização”, mas sim de uma“liberalização legalizada”, pois cria-se um direito cívico, de recurso às instituições públicas de saúde, preparadas para defender a vida e pagas com dinheiro de todos os cidadãos. “Penalizar” ou “despenalizar” o aborto clandestino, é uma questão de Direito Penal. Nunca fizemos disso uma prioridade na nossa defesa da vida,porque pensamos que as mulheres que passam por essa provação precisam mais de um tratamento social do que penal. Elas precisam de ser ajudadas e não condenadas; foi a atitude de Jesus perante a mulher surpreendida em adultério: “alguém te condenou?... Eu também não te condeno. Vai e doravante não tornes a pecar”. Mas nem todas as mulheres que abortam estão nas mesmas circunstâncias e há outros intervenientes no aborto que merecem ser julgados. É que tirar a vida a um ser humano é, em si mesmo, criminoso.
4ª. O aborto não é um direito da mulher. Ninguém tem direito de decidir se um ser humano vive ou não vive, mesmo que seja a mãe que o acolheu no seu ventre. A mulher tem o direito de decidir se concebe ou não. Mas desde que uma vida foi gerada no seu seio, é outro ser humano, em relação ao qual tem particular obrigação de o proteger e defender.
5ª. O aborto não é uma questão política, mas de direitos fundamentais. O respeito pela vida é o principal fundamento da ética, e está profundamente impresso na nossa cultura. É função das leis promoverem a prática desse respeito pela vida. A lei sobre a qual os portugueses vão ser consultados em referendo, a ser aprovada, significa a degenerescência da própria lei. Seria mais um caso em que aquilo que é legal não é moral.
3. Pedimos a todos os fiéis católicos e a quantos partilham connosco esta visão da vida, que se empenhem neste esclarecimento das consciências.Façam-no com serenidade, com respeito e com um grande amor à vida. E encorajamos as pessoas e instituições que já se dedicam generosamente às mães em dificuldade e às próprias crianças que conseguiram nascer.
Lisboa, 19 de Outubro de 2006
Nota Pastoral do Conselho Permanente Conferência Episcopal Portuguesa sobreo referendo ao aborto
1. A Assembleia da República decidiu sujeitar, mais uma vez, a referendo popular o alargamento das condições legais para a interrupção voluntária da gravidez, acto vulgarmente designado por aborto voluntário. Esta proposta já foi rejeitada em referendo anterior, embora a percentagem de opiniões expressas não tivesse sido suficiente para tornar a escolha do eleitorado constitucionalmente irreversível, o que foi aproveitado pelos defensores do alargamento legal do aborto voluntário.
Nós, Bispos Católicos, sentimos perplexidade acerca desta situação. Antes de mais porque acreditamos, como o fez a Igreja desde os primeiros séculos,que a vida humana, com toda a sua dignidade, existe desde o primeiro momento da concepção. Porque consideramos a vida humana um valor absoluto,a defender e a promover em todas as circunstâncias, achamos que ela não é referendável e que nenhuma lei permissiva respeita os valores éticos fundamentais acerca da Vida, o que se aplica também à Lei já aprovada. Uma hipotética vitória do “não” no próximo referendo não significa a nossa concordância com a Lei vigente.
2. Para os fiéis católicos o aborto provocado é um pecado grave porque é uma violação do 5º Mandamento da Lei de Deus, “não matarás”, e é-o mesmo quando legalmente permitido. Mas este mandamento limita-se a exprimir um valor da lei natural, fundamento de uma ética universal. O aborto não é, pois, uma questão exclusivamente da moral religiosa; ele agride valores universais de respeito pela vida. Para os crentes acresce o facto de, na Sua Lei, Deus ter confirmado que esse valor universal é Sua vontade.
Não podemos, pois, deixar de dizer aos fiéis católicos que devem votar“não” e ajudar a esclarecer outras pessoas sobre a dignidade da vida humana, desde o seu primeiro momento. O período de debate e esclarecimento que antecede o referendo não é uma qualquer campanha política, mas sim um período de esclarecimento das consciências. A escolha no dia do referendo é uma opção de consciência, que não deve ser influenciada por políticas e correntes de opinião. Nós, os Bispos, não entramos em campanhas de tipo político, mas não podemos deixar de contribuir para o esclarecimento das consciências. Pensamos particularmente nos jovens, muitos dos quais votam pela primeira vez e para quem a vida é uma paixão e tem de ser uma descoberta.
Assim enunciamos, de modo simples, as razões para votar “não” e escolher aVida:
1ª. O ser humano está todo presente desde o início da vida, quando ela é apenas embrião. E esta é hoje uma certeza confirmada pela Ciência: todas as características e potencialidades do ser humano estão presentes no embrião.A vida é, a partir desse momento, um processo de desenvolvimento e realização progressiva, que só acabará na morte natural. O aborto provocado, sejam quais forem as razões que levam a ele, é sempre uma violência injusta contra um ser humano, que nenhuma razão justifica eticamente.
2ª. A legalização não é o caminho adequado para resolver o drama do “aborto clandestino”, que acrescenta aos traumas espirituais no coração da mulher-mãe que interrompe a sua gravidez, os riscos de saúde inerentes à precariedade das situações em que consuma esse acto. Não somos insensíveis a esse drama; na confidencialidade do nosso ministério conhecemos-lhe dimensões que mais ninguém conhece. A luta contra este drama social deve empenhar todos e passa por um planeamento equilibrado da fecundidade, por um apoio decisivo às mulheres para quem a maternidade é difícil, pela dissuasão de todos os que intervêm lateralmente no processo, frequentemente com meros fins lucrativos.
3ª. Não se trata de uma mera “despenalização”, mas sim de uma“liberalização legalizada”, pois cria-se um direito cívico, de recurso às instituições públicas de saúde, preparadas para defender a vida e pagas com dinheiro de todos os cidadãos. “Penalizar” ou “despenalizar” o aborto clandestino, é uma questão de Direito Penal. Nunca fizemos disso uma prioridade na nossa defesa da vida,porque pensamos que as mulheres que passam por essa provação precisam mais de um tratamento social do que penal. Elas precisam de ser ajudadas e não condenadas; foi a atitude de Jesus perante a mulher surpreendida em adultério: “alguém te condenou?... Eu também não te condeno. Vai e doravante não tornes a pecar”. Mas nem todas as mulheres que abortam estão nas mesmas circunstâncias e há outros intervenientes no aborto que merecem ser julgados. É que tirar a vida a um ser humano é, em si mesmo, criminoso.
4ª. O aborto não é um direito da mulher. Ninguém tem direito de decidir se um ser humano vive ou não vive, mesmo que seja a mãe que o acolheu no seu ventre. A mulher tem o direito de decidir se concebe ou não. Mas desde que uma vida foi gerada no seu seio, é outro ser humano, em relação ao qual tem particular obrigação de o proteger e defender.
5ª. O aborto não é uma questão política, mas de direitos fundamentais. O respeito pela vida é o principal fundamento da ética, e está profundamente impresso na nossa cultura. É função das leis promoverem a prática desse respeito pela vida. A lei sobre a qual os portugueses vão ser consultados em referendo, a ser aprovada, significa a degenerescência da própria lei. Seria mais um caso em que aquilo que é legal não é moral.
3. Pedimos a todos os fiéis católicos e a quantos partilham connosco esta visão da vida, que se empenhem neste esclarecimento das consciências.Façam-no com serenidade, com respeito e com um grande amor à vida. E encorajamos as pessoas e instituições que já se dedicam generosamente às mães em dificuldade e às próprias crianças que conseguiram nascer.
Lisboa, 19 de Outubro de 2006
quarta-feira, outubro 18, 2006
"Volver" ou como o melhor de Deus são as mulheres
Na passada segunda-feira fui ver o "Volver" do Almodovar. Um filmaço com um ambiente profundamente espanhol, algumas notas características da modernidade introduzida pela movida, uma trama inteligente e, sempre um espanto!, Penélope Cruz, no seu melhor.
Mas acima de tudo, um hino às mulheres, rochas e ancoradouros da vida, clareza no juízo e na determinação, capacidade de aguentar e seguir em frente, amor e misericórdia. Um espectáculo!
"Volver" ou como o melhor de Deus são as mulheres!
Mas acima de tudo, um hino às mulheres, rochas e ancoradouros da vida, clareza no juízo e na determinação, capacidade de aguentar e seguir em frente, amor e misericórdia. Um espectáculo!
"Volver" ou como o melhor de Deus são as mulheres!
Quase metade dos espanhóis favoráveis a uma união entre Portugal e Espanha
Além de recordar o Embaixador Franco Nogueira cuja grande preocupação em final de vida era precisamente esta situação (o que prova que afinal os pessimistas por antecipação, nem sempre são uns exagerados, como às vezes os consideramos...), cá para mim isto cheira-me a combinação entre Zapatero e Sócrates...como o povo não os segue no aborto, no casamento dos homossexuais, na eutanásia, e em outros temas de eleição da cultura da morte (como tão bem a definiu José António Saraiva, no Sol do passado Sábado), toca de juntar os dois países, para ver se é desta que há uma maioria de gente favorável a tão "fascinante e mobilizadora agenda"... :-)
"É uma percentagem maior do que os 28 por cento de portugueses que defendem o mesmo. Quase metade dos espanhóis é favorável a uma união entre Portugal e Espanha 18.10.2006 - 09h14 PÚBLICO
São mais os espanhóis do que os portugueses que veriam com bons olhos uma eventual união entre os dois países vizinhos. Quase metade dos espanhóis contra pouco mais de um quarto dos portugueses.
Uma sondagem publicada ontem pela revista espanhola Tiempo revela que 45,6 por cento dos espanhóis são favoráveis à fusão. Destes, a maioria (43,4 por cento) defende que o novo país deve ter um velho nome - Espanha -, ao passo que 39,4 por cento chamar-lhe-iam Ibéria; e a esmagadora maioria (80 por cento) defende que a capital deve manter-se em Madrid, contra apenas 3,3 por cento que favorecem Lisboa. Cerca de metade dos inquiridos defende a manutenção do actual regime monárquico espanhol contra 30,2 por cento favorável a uma República. A sondagem revela que o apoio à união entre os dois países é particularmente elevada entre a população mais jovem, dos 18 aos 24 anos, com mais de metade (50,8 por cento) a mostrar-se favorável a essa opção. Esta sondagem surge poucas semanas depois de uma visita presidencial de Cavaco Silva a Espanha e de uma sondagem publicada pelo semanário português Sol que indicava que 28 por cento dos portugueses são a favor de uma integração de Portugal e Espanha num único Estado. Esta revelação teve, porventura, mais eco do outro lado da fronteira do que cá, suscitando artigos de opinião na imprensa espanhola e até uma reportagem no telejornal da TVE sobre como as tabuletas comerciais (em português) teriam de ser alteradas (para castelhano), se tal fusão se concretizasse...Para ilustrar uma hipotética união ibérica, a revista Tiempo publica uma reportagem realizada nas aldeias vizinhas de Rionor de Bragança (Portugal) e Rihinor de Castilla (Espanha), separadas apenas por um rio.
"É uma percentagem maior do que os 28 por cento de portugueses que defendem o mesmo. Quase metade dos espanhóis é favorável a uma união entre Portugal e Espanha 18.10.2006 - 09h14 PÚBLICO
São mais os espanhóis do que os portugueses que veriam com bons olhos uma eventual união entre os dois países vizinhos. Quase metade dos espanhóis contra pouco mais de um quarto dos portugueses.
Uma sondagem publicada ontem pela revista espanhola Tiempo revela que 45,6 por cento dos espanhóis são favoráveis à fusão. Destes, a maioria (43,4 por cento) defende que o novo país deve ter um velho nome - Espanha -, ao passo que 39,4 por cento chamar-lhe-iam Ibéria; e a esmagadora maioria (80 por cento) defende que a capital deve manter-se em Madrid, contra apenas 3,3 por cento que favorecem Lisboa. Cerca de metade dos inquiridos defende a manutenção do actual regime monárquico espanhol contra 30,2 por cento favorável a uma República. A sondagem revela que o apoio à união entre os dois países é particularmente elevada entre a população mais jovem, dos 18 aos 24 anos, com mais de metade (50,8 por cento) a mostrar-se favorável a essa opção. Esta sondagem surge poucas semanas depois de uma visita presidencial de Cavaco Silva a Espanha e de uma sondagem publicada pelo semanário português Sol que indicava que 28 por cento dos portugueses são a favor de uma integração de Portugal e Espanha num único Estado. Esta revelação teve, porventura, mais eco do outro lado da fronteira do que cá, suscitando artigos de opinião na imprensa espanhola e até uma reportagem no telejornal da TVE sobre como as tabuletas comerciais (em português) teriam de ser alteradas (para castelhano), se tal fusão se concretizasse...Para ilustrar uma hipotética união ibérica, a revista Tiempo publica uma reportagem realizada nas aldeias vizinhas de Rionor de Bragança (Portugal) e Rihinor de Castilla (Espanha), separadas apenas por um rio.
terça-feira, outubro 17, 2006
Aborto: a batalha das palavras (um artigo de Vaz Patto)
A BATALHA DAS PALAVRAS
As “batalhas” do aborto parece que começam por questões semânticas, pelas palavras. Afinal, no referendo que se aproxima, está em discussão a despenalização e descriminalização do aborto, ou, antes, a sua legalização e liberalização?
Os partidários do sim preferem falar em descriminalização, ou mesmo em simples despenalização, e não em legalização ou liberalização. É provável que a pergunta a submeter a referendo venha a ser formulada desse modo. Mas não estará, antes, em causa a legalização e liberalização do aborto?
Compreende-se a preferência dos partidários do sim pelas expressões descriminalização e despenalização. Têm uma conotação mais moderada e menos radical, e poderão ir de encontro ao sentir de muitas pessoas que afirmam que «são contra o aborto, mas não querem que as mulheres sejam penalizadas». Estas pessoas poderão defender a despenalização, mas, porque «são contra o aborto», não aceitarão que o Estado passe a colaborar activamente na sua prática. Ora, no referendo não está em jogo apenas (e sobretudo) a despenalização ou descriminalização do aborto (esta poderia verificar-se sem que o aborto passasse a ser lícito, a ter cobertura legal e a ser realizado com a colaboração activa do Estado), está em jogo a sua legalização e liberalização.
Se vencer o sim, o aborto realizado até às dez semanas de gravidez por vontade da mulher passará a ser lícito, passará a ter cobertura legal e passará a ser praticado com a colaboração activa do Estado (o Ministro da Saúde até tem lamentado o facto de, actualmente, se realizarem nos hospitais públicos abortos em número que considera reduzido). Daí que se deva falar em legalização.
E, no que se refere a tal período da gravidez, essa licitude não depende da verificação de qualquer pressuposto para além da simples vontade da mulher. Deixará de vigorar um regime de “indicações”, como se verifica no regime legal vigente, em que a licitude do aborto não depende da simples vontade da mulher, mas da verificação de alguma das seguintes situações: perigo para a vida da mulher, grave perigo para a saúde da mulher, malformação ou doença grave e incurável do nascituro ou gravidez resultante de violação. Não estaremos perante um alargamento a outro tipo de “indicações” (razões sócio-económicas, por exemplo, como se verifica na legislação italiana ou outras). Estaremos perante um regime de aborto livre ou aborto a pedido. Daí que se deva falar em liberalização.
Alguns exemplos poderão ajudar-nos a compreender estas distinções entre descriminalização (ou despenalização) e legalização (ou liberalização).
Nem todas as condutas ilícitas são crimes. A falta de pagamento de dívidas, por exemplo, não é crime, mas não deixa de ser uma conduta ilícita. Os crimes são condutas ilícitas particularmente graves, porque atingem valores fundamentais e estruturantes da vida comunitária.
Há alguns anos, foi descriminalizado (e despenalizado) o consumo de droga. Mas isso não tornou o consumo de droga uma conduta lícita. O consumo de droga passou a ser considerado uma contra-ordenação, uma infracção menos grave do que um crime, sancionada com coima (e não com pena). O consumo de droga não passou a ser livre, a venda de droga não passou a ser livre, nem o Governo passou a fornecer droga a quem o queira. Isto porque o consumo de droga não foi legalizado ou liberalizado. Mas tal sucederá com o aborto até às dez semanas, se vencer o sim. O Estado passará a garantir a sua prática livre, e até em instituições públicas ou com o recurso a financiamento público.
Também foi descriminalizada a emissão de cheque sem provisão em determinadas circunstâncias (quanto aos chamados cheques “pré-datados” ou aos cheques de reduzido valor). Isso não significa que a emissão de cheque sem provisão nessas circunstâncias tenha passado a ser lícita (não foi legalizada). Não deixa de haver uma responsabilidade civil, uma obrigação de indemnização que recai sobre a pessoa que emite o cheque.
O exercício da prostituição também está descriminalizado e despenalizado. Mas esta actividade não tem actualmente entre nós (ao contrário do que se verifica na Holanda) cobertura legal e a exploração da prostituição (o proxenetismo ou “lenocínio”) é criminalizada. Há, por isso, quem defenda a legalização dessa actividade entre nós, que é, assim, diferente da sua descriminalização e despenalização.
Outros esclarecimentos se impõem, ainda.
Parece que os partidários do sim preferem, agora, falar em despenalização, e não em descriminalização. E que a pergunta a submeter a referendo incluirá a primeira dessas expressões. Compreende-se que assim seja, pelas razões atrás invocadas. A expressão é ainda mais suave, inegavelmente. Mas não é correcta (é, para este efeito, ainda menos correcta do que descriminalização) .
Embora, normalmente, descriminalização e despenalização coincidam (como nos exemplos atrás referidos), porque ao crime corresponde, em princípio, uma pena, poderia verificar-se uma despenalização sem descriminalização. O Código Penal prevê, nalgumas situações, a dispensa de pena quando se verifica a prática de um crime. Na proposta de alteração do regime penal do aborto em tempos sugerida pelo Prof. Freitas do Amaral, o aborto continuaria a ser crime (uma conduta objectivamente censurável como tal definida pela Lei), mas estaria, em regra, excluída a culpa da mulher, por se verificar uma situação de “estado de necessidade desculpante”, o que afastaria a aplicação de qualquer pena. Mas não é nada disto que se verifica na proposta a submeter a referendo. De acordo com essa proposta, o aborto realizado, por vontade da mulher grávida, nas primeiras dez semanas de gravidez e em estabelecimento legalmente autorizado, será descriminalizado.
Importa também esclarecer que não são necessárias a descriminalização e despenalização do aborto para evitar a prisão, e até o julgamento, das mulheres que abortam.
Quanto à prisão, esta é, no nosso sistema penal, um último recurso (não o primeiro, nem o principal). Não há notícia de mulheres condenadas por aborto em pena de prisão. Em relação a muitos outros crimes (injúrias, difamação, condução ilegal, condução em estado de embriaguez) está prevista a pena de prisão, mas esta não se aplica na prática, sobretudo quando se trata de uma primeira condenação. E mesmo o julgamento dessas mulheres pode ser evitado, através do recurso à suspensão provisória do processo.
No fundo, o essencial da questão a discutir no referendo não reside na realização de julgamentos das mulheres que abortam (estes podem ser evitados no actual quadro legal). E não reside sequer na criminalização ou descriminalização do aborto. Reside, antes, na sua legalização e liberalização. Reside em saber se o Estado deve facilitar e colaborar activamente na prática do aborto ou se, pelo contrário, deve colaborar activamente na criação de condições que favoreçam a maternidade e a paternidade, alternativas ao aborto que todos reconhecerão como mais saudáveis e mais portadoras de felicidade para a mulher, o homem e a criança.
Pedro Vaz Patto
As “batalhas” do aborto parece que começam por questões semânticas, pelas palavras. Afinal, no referendo que se aproxima, está em discussão a despenalização e descriminalização do aborto, ou, antes, a sua legalização e liberalização?
Os partidários do sim preferem falar em descriminalização, ou mesmo em simples despenalização, e não em legalização ou liberalização. É provável que a pergunta a submeter a referendo venha a ser formulada desse modo. Mas não estará, antes, em causa a legalização e liberalização do aborto?
Compreende-se a preferência dos partidários do sim pelas expressões descriminalização e despenalização. Têm uma conotação mais moderada e menos radical, e poderão ir de encontro ao sentir de muitas pessoas que afirmam que «são contra o aborto, mas não querem que as mulheres sejam penalizadas». Estas pessoas poderão defender a despenalização, mas, porque «são contra o aborto», não aceitarão que o Estado passe a colaborar activamente na sua prática. Ora, no referendo não está em jogo apenas (e sobretudo) a despenalização ou descriminalização do aborto (esta poderia verificar-se sem que o aborto passasse a ser lícito, a ter cobertura legal e a ser realizado com a colaboração activa do Estado), está em jogo a sua legalização e liberalização.
Se vencer o sim, o aborto realizado até às dez semanas de gravidez por vontade da mulher passará a ser lícito, passará a ter cobertura legal e passará a ser praticado com a colaboração activa do Estado (o Ministro da Saúde até tem lamentado o facto de, actualmente, se realizarem nos hospitais públicos abortos em número que considera reduzido). Daí que se deva falar em legalização.
E, no que se refere a tal período da gravidez, essa licitude não depende da verificação de qualquer pressuposto para além da simples vontade da mulher. Deixará de vigorar um regime de “indicações”, como se verifica no regime legal vigente, em que a licitude do aborto não depende da simples vontade da mulher, mas da verificação de alguma das seguintes situações: perigo para a vida da mulher, grave perigo para a saúde da mulher, malformação ou doença grave e incurável do nascituro ou gravidez resultante de violação. Não estaremos perante um alargamento a outro tipo de “indicações” (razões sócio-económicas, por exemplo, como se verifica na legislação italiana ou outras). Estaremos perante um regime de aborto livre ou aborto a pedido. Daí que se deva falar em liberalização.
Alguns exemplos poderão ajudar-nos a compreender estas distinções entre descriminalização (ou despenalização) e legalização (ou liberalização).
Nem todas as condutas ilícitas são crimes. A falta de pagamento de dívidas, por exemplo, não é crime, mas não deixa de ser uma conduta ilícita. Os crimes são condutas ilícitas particularmente graves, porque atingem valores fundamentais e estruturantes da vida comunitária.
Há alguns anos, foi descriminalizado (e despenalizado) o consumo de droga. Mas isso não tornou o consumo de droga uma conduta lícita. O consumo de droga passou a ser considerado uma contra-ordenação, uma infracção menos grave do que um crime, sancionada com coima (e não com pena). O consumo de droga não passou a ser livre, a venda de droga não passou a ser livre, nem o Governo passou a fornecer droga a quem o queira. Isto porque o consumo de droga não foi legalizado ou liberalizado. Mas tal sucederá com o aborto até às dez semanas, se vencer o sim. O Estado passará a garantir a sua prática livre, e até em instituições públicas ou com o recurso a financiamento público.
Também foi descriminalizada a emissão de cheque sem provisão em determinadas circunstâncias (quanto aos chamados cheques “pré-datados” ou aos cheques de reduzido valor). Isso não significa que a emissão de cheque sem provisão nessas circunstâncias tenha passado a ser lícita (não foi legalizada). Não deixa de haver uma responsabilidade civil, uma obrigação de indemnização que recai sobre a pessoa que emite o cheque.
O exercício da prostituição também está descriminalizado e despenalizado. Mas esta actividade não tem actualmente entre nós (ao contrário do que se verifica na Holanda) cobertura legal e a exploração da prostituição (o proxenetismo ou “lenocínio”) é criminalizada. Há, por isso, quem defenda a legalização dessa actividade entre nós, que é, assim, diferente da sua descriminalização e despenalização.
Outros esclarecimentos se impõem, ainda.
Parece que os partidários do sim preferem, agora, falar em despenalização, e não em descriminalização. E que a pergunta a submeter a referendo incluirá a primeira dessas expressões. Compreende-se que assim seja, pelas razões atrás invocadas. A expressão é ainda mais suave, inegavelmente. Mas não é correcta (é, para este efeito, ainda menos correcta do que descriminalização) .
Embora, normalmente, descriminalização e despenalização coincidam (como nos exemplos atrás referidos), porque ao crime corresponde, em princípio, uma pena, poderia verificar-se uma despenalização sem descriminalização. O Código Penal prevê, nalgumas situações, a dispensa de pena quando se verifica a prática de um crime. Na proposta de alteração do regime penal do aborto em tempos sugerida pelo Prof. Freitas do Amaral, o aborto continuaria a ser crime (uma conduta objectivamente censurável como tal definida pela Lei), mas estaria, em regra, excluída a culpa da mulher, por se verificar uma situação de “estado de necessidade desculpante”, o que afastaria a aplicação de qualquer pena. Mas não é nada disto que se verifica na proposta a submeter a referendo. De acordo com essa proposta, o aborto realizado, por vontade da mulher grávida, nas primeiras dez semanas de gravidez e em estabelecimento legalmente autorizado, será descriminalizado.
Importa também esclarecer que não são necessárias a descriminalização e despenalização do aborto para evitar a prisão, e até o julgamento, das mulheres que abortam.
Quanto à prisão, esta é, no nosso sistema penal, um último recurso (não o primeiro, nem o principal). Não há notícia de mulheres condenadas por aborto em pena de prisão. Em relação a muitos outros crimes (injúrias, difamação, condução ilegal, condução em estado de embriaguez) está prevista a pena de prisão, mas esta não se aplica na prática, sobretudo quando se trata de uma primeira condenação. E mesmo o julgamento dessas mulheres pode ser evitado, através do recurso à suspensão provisória do processo.
No fundo, o essencial da questão a discutir no referendo não reside na realização de julgamentos das mulheres que abortam (estes podem ser evitados no actual quadro legal). E não reside sequer na criminalização ou descriminalização do aborto. Reside, antes, na sua legalização e liberalização. Reside em saber se o Estado deve facilitar e colaborar activamente na prática do aborto ou se, pelo contrário, deve colaborar activamente na criação de condições que favoreçam a maternidade e a paternidade, alternativas ao aborto que todos reconhecerão como mais saudáveis e mais portadoras de felicidade para a mulher, o homem e a criança.
Pedro Vaz Patto
segunda-feira, outubro 16, 2006
A propósito do debate do aborto...
"... tempo virá em que os nossos descendentes se surpreenderão por não sabermos coisas que são tão óbvias para eles..."
[ Séneca, Questões Naturais, Livro VII, Séc. I ]
[ Séneca, Questões Naturais, Livro VII, Séc. I ]
sábado, outubro 14, 2006
Estão a chegar, outra vez, tempos dificieis para nós cristãos!
British Airways proíbe funcionária de usar crucifixo
A transportadora aérea British Airways proibiu uma empregada de usar um crucifixo durante o serviço, escreve hoje o jornal Daily Mail.
De acordo com o jornal, Nadia Eweida, 55 anos, que trabalha nos serviços de facturação da companhia no Terminal 4 do aeroporto londrino de Heathrow, foi enviada para casa em Setembro por se recusar a retirar a cruz.
Eweida, que trabalhou para a transportadora aérea durante os últimos sete anos, vai proceder judicialmente contra o seu empregador por discriminação religiosa, após ter sido suspensa do emprego durante duas semanas por transgredir o código de vestuário da companhia.
«Não vou ocultar a minha crença em Jesus. A British Airways permite às muçulmanas o uso de um lenço, aos sikh usarem turbante e outros símbolos religiosos», disse a funcionária.
«Só aos cristãos se proíbe exprimir a sua fé. Sou uma empregada fiel e conscienciosa da British Airways, mas defendo os direitos dos cidadãos», acrescentou Eweida, uma mulher filha de pai egípcio e mãe inglesa«.
Um porta-voz da transportadora confirmou hoje o caso, embora considerando »inadequado examiná-lo em detalhe«.
»A British Airways admite que os empregados uniformizados possam usar joalharia, incluindo símbolos religiosos. Mas a nossa política é que esses artigos só podem ser levados sob o uniforme, não sendo, pois, uma proibição«, explicou.
»Esta regra, acrescentou a mesma fonte, é aplicada a todas as jóias e também aos símbolos religiosos, não se refere especificamente à cruz«, disse.
Nadia Eweida, residente em Twickenham (sul de Londres), recebeu o apoio do seu sindicato (TGWU) e de mais de duas centenas de colegas que assinaram uma carta de solidariedade.
O parlamentar Vince Cable, deputado pelo distrito de Twickenham, também exprimiu a sua solidariedade com Eweida ao classificar de »incompreensível« a decisão da British Airways.
Diário Digital / Lusa
14-10-2006 15:54:00
A transportadora aérea British Airways proibiu uma empregada de usar um crucifixo durante o serviço, escreve hoje o jornal Daily Mail.
De acordo com o jornal, Nadia Eweida, 55 anos, que trabalha nos serviços de facturação da companhia no Terminal 4 do aeroporto londrino de Heathrow, foi enviada para casa em Setembro por se recusar a retirar a cruz.
Eweida, que trabalhou para a transportadora aérea durante os últimos sete anos, vai proceder judicialmente contra o seu empregador por discriminação religiosa, após ter sido suspensa do emprego durante duas semanas por transgredir o código de vestuário da companhia.
«Não vou ocultar a minha crença em Jesus. A British Airways permite às muçulmanas o uso de um lenço, aos sikh usarem turbante e outros símbolos religiosos», disse a funcionária.
«Só aos cristãos se proíbe exprimir a sua fé. Sou uma empregada fiel e conscienciosa da British Airways, mas defendo os direitos dos cidadãos», acrescentou Eweida, uma mulher filha de pai egípcio e mãe inglesa«.
Um porta-voz da transportadora confirmou hoje o caso, embora considerando »inadequado examiná-lo em detalhe«.
»A British Airways admite que os empregados uniformizados possam usar joalharia, incluindo símbolos religiosos. Mas a nossa política é que esses artigos só podem ser levados sob o uniforme, não sendo, pois, uma proibição«, explicou.
»Esta regra, acrescentou a mesma fonte, é aplicada a todas as jóias e também aos símbolos religiosos, não se refere especificamente à cruz«, disse.
Nadia Eweida, residente em Twickenham (sul de Londres), recebeu o apoio do seu sindicato (TGWU) e de mais de duas centenas de colegas que assinaram uma carta de solidariedade.
O parlamentar Vince Cable, deputado pelo distrito de Twickenham, também exprimiu a sua solidariedade com Eweida ao classificar de »incompreensível« a decisão da British Airways.
Diário Digital / Lusa
14-10-2006 15:54:00
quinta-feira, outubro 12, 2006
Desliguem a Televisão, pelas almas!
Hoje em dia não há praticamente conferência que eu dê em que, independentemente do tema, não recomende às pessoas que desliguem a Televisão, nunca a tenham acesa ao jantar e as que tiverem a mais da que está na sala, as deitem rapidamente fora.
Este texto, entre outros, explica porquê.
Desconheço o autor pois me chegou por mail, sem essa referência.
TELEVISOR
A professora Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redacção e nessa redacção o que eles gostavam que Deus fizesse por eles.
À noite, ao corrigir as redacções, ela deparou-se com uma que a deixou muito emocionada.
O marido, ao entrar em casa viu-a a chorar e pergunta: "O que aconteceu?"
Ela respondeu: "Leia".
Era a redacção de um menino.
"Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me num televisor. Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive aTV da minha casa.Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao meu redor...Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser ouvido seminterrupções e sem perguntas.Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona.
Ter a companhia do meu pai quando chega a casa, mesmo que esteja cansado.E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez deme ignorar. E ainda que os meus irmãos "briguem" para estar comigo.
Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo.E, por fim, que eu possa divertir todos.
Senhor, não te peço muito...Só quero viver o que vive qualquer televisor!"
Naquele momento, o marido de Ana Maria disse: "Meu Deus, coitado desse menino. Que descuido o desses pais".
E ela responde-lhe: "Essa redacção é do nosso filho".
Este texto, entre outros, explica porquê.
Desconheço o autor pois me chegou por mail, sem essa referência.
TELEVISOR
A professora Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redacção e nessa redacção o que eles gostavam que Deus fizesse por eles.
À noite, ao corrigir as redacções, ela deparou-se com uma que a deixou muito emocionada.
O marido, ao entrar em casa viu-a a chorar e pergunta: "O que aconteceu?"
Ela respondeu: "Leia".
Era a redacção de um menino.
"Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me num televisor. Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive aTV da minha casa.Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao meu redor...Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser ouvido seminterrupções e sem perguntas.Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona.
Ter a companhia do meu pai quando chega a casa, mesmo que esteja cansado.E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez deme ignorar. E ainda que os meus irmãos "briguem" para estar comigo.
Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo.E, por fim, que eu possa divertir todos.
Senhor, não te peço muito...Só quero viver o que vive qualquer televisor!"
Naquele momento, o marido de Ana Maria disse: "Meu Deus, coitado desse menino. Que descuido o desses pais".
E ela responde-lhe: "Essa redacção é do nosso filho".
sexta-feira, outubro 06, 2006
O panfleto de Coimbra: a nossa resposta
Algumas notas sobre o que se passou em Coimbra (ecos na TSF e no DN: a Pastoral da Família da Diocese de Coimbra publicou um folheto em que apela à defesa da Vida e usa duas imagens: a barriga de uma grávida e uma fotografia de um bébé, que os abortistas identificam como filho de uma jornalista a favor do sim ao aborto):
1. Os nossos amigos de Coimbra não confirmaram se tratasse da imagem que os "da tolerância" (viu-se...) dizem ser. Ou pelo menos que seja possível identificar pela fotografia o bébé exacto. No entanto reconhecem que o eventual lapso é lamentável.
Estando fora do assunto reconheço que a confirmarem-se os factos se trata de um "azar" do "caraças"... :-)
Mas por outro, não deixa de ter a sua graça: faz com que os abortistas possam pensar, olhando para os seus filhos, o que significa realmente o aborto: a supressão de uma vida humana, a morte de um bébé, na barriga da mãe.
2. É impressionante ver com os abortistas se recusam a olhar de frente a realidade! A comparação entre um bébé na barriga da mãe e depois cá fora, não só é legítima (era só o que faltava que a censura regressasse 30 anos depois do 25 de Abril!) como inteiramente razoável. Esse é o ponto fulcral do debate (e aquele que mais dói aos abortistas): o facto de que "como toda a gente sabe, dali não sai um pinto", como muito bem disse no Diário de Notícias, em Julho de 2006, a deputada Odete Santos.
O comunicado dos nossos amigos de Coimbra é este:
Um grupo de cidadãos favoráveis à legalização do aborto a pedido acusou a “Diocese de Coimbra” de organizar uma campanha contra a despenalização do aborto e de usar indevidamente a foto de um bebé num panfleto.
Perante isto cumpre esclarecer o seguinte:
1. O panfleto em causa foi concebido por um grupo de leigos de Coimbra que há anos se dedica, em regime de voluntariado e com larga autonomia, ao anúncio do Evangelho na área da Família. Foi distribuído, há meses, a propósito da “Semana da Vida”.
2. O panfleto coloca lado a lado uma barriga de grávida e uma criança recém-nascida, salientando deste modo a continuidade da vida dentro e fora do útero materno.
3. Ainda que a imagem do bebé não permita a identificação pública da criança, o eventual lapso na produção deste panfleto é lamentável.
4. O Serviço da Vida vai prosseguir as suas actividades em prol da defesa da vida humana desde a concepção à morte natural.
Coimbra, 4 de Outubro de 2006
O Serviço da Vida do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar de Coimbra
1. Os nossos amigos de Coimbra não confirmaram se tratasse da imagem que os "da tolerância" (viu-se...) dizem ser. Ou pelo menos que seja possível identificar pela fotografia o bébé exacto. No entanto reconhecem que o eventual lapso é lamentável.
Estando fora do assunto reconheço que a confirmarem-se os factos se trata de um "azar" do "caraças"... :-)
Mas por outro, não deixa de ter a sua graça: faz com que os abortistas possam pensar, olhando para os seus filhos, o que significa realmente o aborto: a supressão de uma vida humana, a morte de um bébé, na barriga da mãe.
2. É impressionante ver com os abortistas se recusam a olhar de frente a realidade! A comparação entre um bébé na barriga da mãe e depois cá fora, não só é legítima (era só o que faltava que a censura regressasse 30 anos depois do 25 de Abril!) como inteiramente razoável. Esse é o ponto fulcral do debate (e aquele que mais dói aos abortistas): o facto de que "como toda a gente sabe, dali não sai um pinto", como muito bem disse no Diário de Notícias, em Julho de 2006, a deputada Odete Santos.
O comunicado dos nossos amigos de Coimbra é este:
Um grupo de cidadãos favoráveis à legalização do aborto a pedido acusou a “Diocese de Coimbra” de organizar uma campanha contra a despenalização do aborto e de usar indevidamente a foto de um bebé num panfleto.
Perante isto cumpre esclarecer o seguinte:
1. O panfleto em causa foi concebido por um grupo de leigos de Coimbra que há anos se dedica, em regime de voluntariado e com larga autonomia, ao anúncio do Evangelho na área da Família. Foi distribuído, há meses, a propósito da “Semana da Vida”.
2. O panfleto coloca lado a lado uma barriga de grávida e uma criança recém-nascida, salientando deste modo a continuidade da vida dentro e fora do útero materno.
3. Ainda que a imagem do bebé não permita a identificação pública da criança, o eventual lapso na produção deste panfleto é lamentável.
4. O Serviço da Vida vai prosseguir as suas actividades em prol da defesa da vida humana desde a concepção à morte natural.
Coimbra, 4 de Outubro de 2006
O Serviço da Vida do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar de Coimbra
segunda-feira, outubro 02, 2006
Sobre a "malandrice de ser deputado" (um artigo de Luís Cirilo)
Luís Cirilo foi meu colega deputado por Braga, nas listas do PSD, e, depois, Governador Civil de Braga. No "Diário do Minho" e muito recentemente, publicou este artigo, que me parece bem feito e tem o valor de ser um testemunho que subscrevo.
Às sugestões dele apenas acrescento a de que se pudesse na lista do partido em que se pretende votar, manifestar a nossa preferência pessoal (isto é: "voto neste senhor que está na lista deste partido"). Era o fim de quem obtém o seu lugar à custa de bem manobrar junto das direcções partidárias, uma possibilidade muito interessante de se poder responsabilizar a pessoa e também de lhe dar a liberdade e independência que hoje, nos grupos parlamentares, não existe.
Leiam pois:
A “Malandrice” e os “Malandros”
Uma vez mais o PSD e o PS procuram um entendimento à volta da reforma da Lei Eleitoral.
São conhecidas, e vêm de trás, as tentativas de ambos os partidos, e as resistências que CSD, PCP e BE lhes opõe, quanto a uma alteração significativa de uma Lei, que em bom rigor, quer na vertente autárquica quer legislativa se vem mostrando desadequada da evolução dos tempos.
Os dois maiores partidos, de acordo em quase tudo o que é essencial, procuram uma modernização da Lei que confirme a sua importância de grandes partidos, reduzindo os outros à quase insignificância, enquanto estes, percebendo bem o que o futuro lhes reserva com essa alteração, se têm batido contra ela com todas as suas forças.
No fundo, sejamos claros, cada um luta pelos seus interesses.
O que é perfeitamente normal.
Contudo, um dos pontos que tem impedido (felizmente digo eu) o acordo prende-se com a redução do número de deputados.
Que o PSD defende de há muito e que o PS tem contrariado.
Já fui deputado, já não sou, pelo que não sendo parte minimamente interessada na questão, a não ser como cidadão e político com interesse pelo que se vai desenrolando no país, estou à vontade para falar da matéria.
Frontalmente digo, com toda a clareza, que esta questão da redução de número de deputados é uma das “banhas da cobra” que mais me aborrece e indigna no conjunto das pseudo reformas para o sistema político.
Criou-se na opinião pública - porque dizer mal dos deputados e do parlamento é fácil e é moda - a ideia de que aquilo é tudo uma malandrice, cheia de vícios e malandros.
Vai daí, e num cavalgar da onda muito parecido como o populismo mais rasca que se possa imaginar, aparecem logo os moralistas, os grandes reformadores de coisa nenhuma a advogar que reduzindo-se aos malandros diminui-se à malandrice e se torna o sistema politico mais eficaz e operacional.
Mentira!
Em primeiro lugar, o rácio entre deputados e eleitores, seguido em Portugal, nem é dos mais elevados da União Europeia onde existem países em que a proporção de deputados é mais elevada.
Em segundo lugar, num tempo em que a política e os políticos não gozam da melhor imagem, é um erro proceder a uma inequívoca cedência às modas e opiniões sem nenhuma sustentação válida que a fundamente.
Em terceiro lugar, falta explicar onde pretendem fazer essa redução; em Beja, Portalegre, Bragança onde quase já não há deputados e onde, se calhar, nessa matéria era bem necessária uma discriminação positiva?
Em quarto lugar, dando de barato que essa redução se faria em Lisboa e Porto, alguém já explicou quais a medidas que pretende tomar para evitar que uma praga de “paraquedistas”, sem lugar nesses círculos, se abata sobre Braga, Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, etc.
Em quinto lugar, e porque já lá estive tempo suficiente para o saber, existe na Assembleia da Republica e nos círculos eleitorais trabalho suficiente para ocupar, e bem, os 230 deputados que actualmente têm lá assento.
Existem pois, do meu ponto de vista, razões suficientes para a “fúria reformadora” do sistema político se orientar noutras direcções, no que aos deputados concerne.
Por exemplo:
· Círculos uninominais
· Limitação de mandatos também para os deputados
· Proibição de candidatura por um circulo (dos actuais ou dos uninominais) por quem nele não resida há pelo menos dois anos.
· Criação de condições efectivas de trabalho nos círculos eleitorais.
· Actualização condigna de estatuto e remuneração dos deputados a par da obrigatoriedade de exercício do cargo em exclusividade.
Entre outras em que vale a pena pensar.
Agora num tempo em que parece que no reduzir (seja nos deputados, seja nos clubes nas Ligas profissionais de futebol, seja nas vias férreas em actividade, entre outros exemplos em que se resiste com dificuldade à tentação da …ironia) está a panaceia para todos os males, também eu aqui quero deixar a minha opinião sobre aquilo em que se devia reduzir o número de deputados até à… extinção!
Para não virem já os “Torquemadazinhos” do costume acusarem que estou em profunda e grave divergência com o partido.
· Deputados que não põem os pés no parlamento.
· Deputados que só lá vão assinar o livro de presenças e desaparecem a caminho das suas vidas profissionais.
· Deputados que se candidatam por um círculo onde não residem e, uma vez eleitos, nunca mais lá aparecem.
· Deputados que embora residam no círculo por onde foram eleitos, não tem nenhum tipo de trabalho político seja no círculo seja no parlamento.
· Os que fazem do parlamento um part time bem remunerado
· Os que passam os dias nos escritórios de advogados, gabinetes de engenheiros, ateliers de arquitectos, ou nas suas empresas em vez de exercerem o cargo para que foram eleitos e pelo qual são remunerados por todos nós.
Aí sim, sou frontalmente a favor da redução do número de deputados “desses”, porque são verdadeiros tumores do sistema político que urge extirpar.
Até porque há muitos e bons deputados, que se fartam de trabalhar, e não merecem ser confundidos com quem tem essa visão e esse procedimento perante um cargo que é nobre e exige responsabilidade, mais que não seja porque lhes é confiado pelo povo, o tal povo que se comprometeram a representar e defender.
Às sugestões dele apenas acrescento a de que se pudesse na lista do partido em que se pretende votar, manifestar a nossa preferência pessoal (isto é: "voto neste senhor que está na lista deste partido"). Era o fim de quem obtém o seu lugar à custa de bem manobrar junto das direcções partidárias, uma possibilidade muito interessante de se poder responsabilizar a pessoa e também de lhe dar a liberdade e independência que hoje, nos grupos parlamentares, não existe.
Leiam pois:
A “Malandrice” e os “Malandros”
Uma vez mais o PSD e o PS procuram um entendimento à volta da reforma da Lei Eleitoral.
São conhecidas, e vêm de trás, as tentativas de ambos os partidos, e as resistências que CSD, PCP e BE lhes opõe, quanto a uma alteração significativa de uma Lei, que em bom rigor, quer na vertente autárquica quer legislativa se vem mostrando desadequada da evolução dos tempos.
Os dois maiores partidos, de acordo em quase tudo o que é essencial, procuram uma modernização da Lei que confirme a sua importância de grandes partidos, reduzindo os outros à quase insignificância, enquanto estes, percebendo bem o que o futuro lhes reserva com essa alteração, se têm batido contra ela com todas as suas forças.
No fundo, sejamos claros, cada um luta pelos seus interesses.
O que é perfeitamente normal.
Contudo, um dos pontos que tem impedido (felizmente digo eu) o acordo prende-se com a redução do número de deputados.
Que o PSD defende de há muito e que o PS tem contrariado.
Já fui deputado, já não sou, pelo que não sendo parte minimamente interessada na questão, a não ser como cidadão e político com interesse pelo que se vai desenrolando no país, estou à vontade para falar da matéria.
Frontalmente digo, com toda a clareza, que esta questão da redução de número de deputados é uma das “banhas da cobra” que mais me aborrece e indigna no conjunto das pseudo reformas para o sistema político.
Criou-se na opinião pública - porque dizer mal dos deputados e do parlamento é fácil e é moda - a ideia de que aquilo é tudo uma malandrice, cheia de vícios e malandros.
Vai daí, e num cavalgar da onda muito parecido como o populismo mais rasca que se possa imaginar, aparecem logo os moralistas, os grandes reformadores de coisa nenhuma a advogar que reduzindo-se aos malandros diminui-se à malandrice e se torna o sistema politico mais eficaz e operacional.
Mentira!
Em primeiro lugar, o rácio entre deputados e eleitores, seguido em Portugal, nem é dos mais elevados da União Europeia onde existem países em que a proporção de deputados é mais elevada.
Em segundo lugar, num tempo em que a política e os políticos não gozam da melhor imagem, é um erro proceder a uma inequívoca cedência às modas e opiniões sem nenhuma sustentação válida que a fundamente.
Em terceiro lugar, falta explicar onde pretendem fazer essa redução; em Beja, Portalegre, Bragança onde quase já não há deputados e onde, se calhar, nessa matéria era bem necessária uma discriminação positiva?
Em quarto lugar, dando de barato que essa redução se faria em Lisboa e Porto, alguém já explicou quais a medidas que pretende tomar para evitar que uma praga de “paraquedistas”, sem lugar nesses círculos, se abata sobre Braga, Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, etc.
Em quinto lugar, e porque já lá estive tempo suficiente para o saber, existe na Assembleia da Republica e nos círculos eleitorais trabalho suficiente para ocupar, e bem, os 230 deputados que actualmente têm lá assento.
Existem pois, do meu ponto de vista, razões suficientes para a “fúria reformadora” do sistema político se orientar noutras direcções, no que aos deputados concerne.
Por exemplo:
· Círculos uninominais
· Limitação de mandatos também para os deputados
· Proibição de candidatura por um circulo (dos actuais ou dos uninominais) por quem nele não resida há pelo menos dois anos.
· Criação de condições efectivas de trabalho nos círculos eleitorais.
· Actualização condigna de estatuto e remuneração dos deputados a par da obrigatoriedade de exercício do cargo em exclusividade.
Entre outras em que vale a pena pensar.
Agora num tempo em que parece que no reduzir (seja nos deputados, seja nos clubes nas Ligas profissionais de futebol, seja nas vias férreas em actividade, entre outros exemplos em que se resiste com dificuldade à tentação da …ironia) está a panaceia para todos os males, também eu aqui quero deixar a minha opinião sobre aquilo em que se devia reduzir o número de deputados até à… extinção!
Para não virem já os “Torquemadazinhos” do costume acusarem que estou em profunda e grave divergência com o partido.
· Deputados que não põem os pés no parlamento.
· Deputados que só lá vão assinar o livro de presenças e desaparecem a caminho das suas vidas profissionais.
· Deputados que se candidatam por um círculo onde não residem e, uma vez eleitos, nunca mais lá aparecem.
· Deputados que embora residam no círculo por onde foram eleitos, não tem nenhum tipo de trabalho político seja no círculo seja no parlamento.
· Os que fazem do parlamento um part time bem remunerado
· Os que passam os dias nos escritórios de advogados, gabinetes de engenheiros, ateliers de arquitectos, ou nas suas empresas em vez de exercerem o cargo para que foram eleitos e pelo qual são remunerados por todos nós.
Aí sim, sou frontalmente a favor da redução do número de deputados “desses”, porque são verdadeiros tumores do sistema político que urge extirpar.
Até porque há muitos e bons deputados, que se fartam de trabalhar, e não merecem ser confundidos com quem tem essa visão e esse procedimento perante um cargo que é nobre e exige responsabilidade, mais que não seja porque lhes é confiado pelo povo, o tal povo que se comprometeram a representar e defender.
sexta-feira, setembro 29, 2006
Homofobia: um estudo "cíentifico"..
Título do Destak de hoje (com chamada de primeira página): "Homofobia nas escolas está a levar os jovens ao desespero".
Depois lê-se o artigo (que se baseia em informações da Rede Exaqueo) e conclui-se:
- entre Fevereiro e Setembro (sete meses) esta associação recebeu 20 queixas de discriminação (uma média alucinante de três por mês...) e
- o estudo baseia-se em 20 (sim, vinte) entrevistas, das quais 17 a estudantes e 3 a professores...
O artigo conclui com a informação de que o jornal não obteve do Ministério da Educação declarações sobre "o que vai fazer"...
Palavras para quê? Ou já se percebeu como a homossexualidade se vai fazendo cultura e ai de quem a considere menos desejável?
Depois lê-se o artigo (que se baseia em informações da Rede Exaqueo) e conclui-se:
- entre Fevereiro e Setembro (sete meses) esta associação recebeu 20 queixas de discriminação (uma média alucinante de três por mês...) e
- o estudo baseia-se em 20 (sim, vinte) entrevistas, das quais 17 a estudantes e 3 a professores...
O artigo conclui com a informação de que o jornal não obteve do Ministério da Educação declarações sobre "o que vai fazer"...
Palavras para quê? Ou já se percebeu como a homossexualidade se vai fazendo cultura e ai de quem a considere menos desejável?
quarta-feira, setembro 27, 2006
Referendo PMA: a audição de ontem na AR
Ausente de Lisboa por três dias num óptimo retiro que me deu muita consolação, não pude estar presente na audição que teve lugar ontem na AR e que é assim noticiada pela RR (ver abaixo). Do que me contaram, três notas apenas:
1- os promotores desta lei da PMA mentem com um descaramento quase assinalável. Quando se lhe são postas objecções à lei (deficiente previsão do consentimento informado, existência da barriga de aluguer, porta de saída para a clonagem reprodutiva, etc.) respondem com o ar mais cândido do mundo: "não, veja bem, isso não está [ou está, conforme a objecção] na lei! Mas então, acha que não pensámos nisso...não somos inconscientes...as pessoas são boas e honestas(principalmente se forem médicos da moda e cientistas de papel passado [e por isso isentos do "pecado original"...])!". MAS A VERDADE É QUE MENTEM! AS OBJECÇÕES COLOCADAS NA AUDIÇÃO NÃO PARTEM DA IMAGINAÇÃO DE NINGUÉM, MAS DA LETRA DA LEI APROVADA! Mas como esta gente é perita na manipulação da comunicação social, que, também, por defeito ou feitio desconfia de quem está contra a mentalidade dominante e sobretudo é demasiado preguiçosa para ir verificar o texto da lei, passam sempre incólumes...é impressionante!
2- na agenda "moral" pelo menos temos uma direita (PP e PSD) que é de fazer chorar as pedras... tal a pobreza franciscana...onde havia oportunidade de fazer oposição à maioria socialista, não o fazem, acreditam piamente no que a esquerda lhes diz de nós ou do que fazemos [ainda não percebeu que sobre esses assuntos em concreto sabemos mais do que ninguém (peço desculpa pela sinceridade mas é assim mesmo)] e, às vezes, parecem uns bonecos manipulados pelo BE...se o regresso do poder depender de capacidades cuja performance seja a manifestada em assuntos destes, bem podem esperar uns bons anos...! :-)
3- que força tem um genuíno movimento popular, feito por gente desconhecida, mas bem e tranquila na sua pele! :-) E como se pode ir longe assim...!
A notícia é esta:
A lei, a denúncia e o referendo
Afinal, a lei sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA) prevê a clonagem. A denúncia partiu do movimento pró-referendo que invoca normas imperativas que impedem a clonagem reprodutiva.
26-09-2006/21:15
O movimento mostra-se contra o diploma promulgado este Verão pelo Presidente Cavaco Silva.
"A lei portuguesa, ao contrário do que diz a declaração sobre o genoma humano das Nações Unidas, que proíbe, de facto, a reprodução clonada, esta nossa lei vem abrir uma porta, em termos civilizacionais, gravíssima", disse Isilda Pegado.
O artigo em causa é - diz - ambíguo, tal como outros relativos ao recurso a dadores externos ao casal e à chamada barriga de aluguer.
A petição, com mais de 80 mil assinaturas, deverá ser agendada para debate em plenário, onde a maioria de esquerda deverá, em princípio, travar o referendo sobre a PMA.
Para João Semedo, do Bloco de Esquerda, o tema já foi suficientemente debatido, é tempo de seguir em frente.
"Há momentos para fechar determinadas legislações, achamos este o momento adequado. Achamos que o pior seria manter e fazer perdurar o vazio legal existente no tempo anterior à aprovação desta lei", disse.
De novo o pedido para a viabilização de um referendo à procriação medicamente assistida. Ainda em aberto a possibilidade de solicitar a fiscalização sucessiva do diploma por alegadas inconstitucionalidades.
1- os promotores desta lei da PMA mentem com um descaramento quase assinalável. Quando se lhe são postas objecções à lei (deficiente previsão do consentimento informado, existência da barriga de aluguer, porta de saída para a clonagem reprodutiva, etc.) respondem com o ar mais cândido do mundo: "não, veja bem, isso não está [ou está, conforme a objecção] na lei! Mas então, acha que não pensámos nisso...não somos inconscientes...as pessoas são boas e honestas(principalmente se forem médicos da moda e cientistas de papel passado [e por isso isentos do "pecado original"...])!". MAS A VERDADE É QUE MENTEM! AS OBJECÇÕES COLOCADAS NA AUDIÇÃO NÃO PARTEM DA IMAGINAÇÃO DE NINGUÉM, MAS DA LETRA DA LEI APROVADA! Mas como esta gente é perita na manipulação da comunicação social, que, também, por defeito ou feitio desconfia de quem está contra a mentalidade dominante e sobretudo é demasiado preguiçosa para ir verificar o texto da lei, passam sempre incólumes...é impressionante!
2- na agenda "moral" pelo menos temos uma direita (PP e PSD) que é de fazer chorar as pedras... tal a pobreza franciscana...onde havia oportunidade de fazer oposição à maioria socialista, não o fazem, acreditam piamente no que a esquerda lhes diz de nós ou do que fazemos [ainda não percebeu que sobre esses assuntos em concreto sabemos mais do que ninguém (peço desculpa pela sinceridade mas é assim mesmo)] e, às vezes, parecem uns bonecos manipulados pelo BE...se o regresso do poder depender de capacidades cuja performance seja a manifestada em assuntos destes, bem podem esperar uns bons anos...! :-)
3- que força tem um genuíno movimento popular, feito por gente desconhecida, mas bem e tranquila na sua pele! :-) E como se pode ir longe assim...!
A notícia é esta:
A lei, a denúncia e o referendo
Afinal, a lei sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA) prevê a clonagem. A denúncia partiu do movimento pró-referendo que invoca normas imperativas que impedem a clonagem reprodutiva.
26-09-2006/21:15
O movimento mostra-se contra o diploma promulgado este Verão pelo Presidente Cavaco Silva.
"A lei portuguesa, ao contrário do que diz a declaração sobre o genoma humano das Nações Unidas, que proíbe, de facto, a reprodução clonada, esta nossa lei vem abrir uma porta, em termos civilizacionais, gravíssima", disse Isilda Pegado.
O artigo em causa é - diz - ambíguo, tal como outros relativos ao recurso a dadores externos ao casal e à chamada barriga de aluguer.
A petição, com mais de 80 mil assinaturas, deverá ser agendada para debate em plenário, onde a maioria de esquerda deverá, em princípio, travar o referendo sobre a PMA.
Para João Semedo, do Bloco de Esquerda, o tema já foi suficientemente debatido, é tempo de seguir em frente.
"Há momentos para fechar determinadas legislações, achamos este o momento adequado. Achamos que o pior seria manter e fazer perdurar o vazio legal existente no tempo anterior à aprovação desta lei", disse.
De novo o pedido para a viabilização de um referendo à procriação medicamente assistida. Ainda em aberto a possibilidade de solicitar a fiscalização sucessiva do diploma por alegadas inconstitucionalidades.
domingo, setembro 24, 2006
Sustentabilidade da Segurança Social: excelente comunicado da APFN
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Comunicado
(in)Sustentabilidade(s)
Está em franco debate público a questão da (in)Sustentabilidade da Segurança Social, com propostas de solução a saltarem de vários lados, desde Governo (que iniciou, e bem, a discussão), partidos políticos, movimentos, "opinion makers", etc.
Infelizmente, este debate tem enfermado por uma gigantesca cegueira colectiva, uma vez que apenas o Primeiro-Ministro (além da APFN) trouxe a questão da dramática baixa taxa de natalidade para a mesa no passado dia 27 de Abril (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Abr2006/apfn3.htm), ao referir, na Assembleia da República:
"4 - Em quarto lugar, as políticas públicas não podem continuar alheias aos problemas da evolução dramática da natalidade. Precisamos de mais incentivos à recuperação da natalidade. E a Segurança Social deverá aqui desempenhar um papel, no contexto de uma política mais alargada para a família. É por essa razão que proporemos que a taxa contributiva dos trabalhadores varie, ainda que moderadamente, em função do número de filhos. Afinal, é da riqueza criada pelas futuras gerações de trabalhadores que resultará a garantia dos rendimentos na velhice dos futuros pensionistas. Não há, evidentemente, soluções mágicas para este problema. Mas esta é, sem dúvida, uma mudança justa e que aponta no bom sentido.""
Pior: as propostas do Governo de "incentivos à natalidade" foram chumbadas no Conselho de Concertação Social, que acordou em debater as outras questões, adiando para "mais tarde" a discussão sobre os referidos "incentivos"! É como tentar evitar-se que um navio que está a meter água vá ao fundo adiando-se para "mais tarde" a reparação dos rombos!
Como se isto não bastasse, parece que se está a ignorar que não é apenas uma questão da Segurança Social, mas de (in)sustentabilidade do próprio país!
Da mesma maneira que um número crescente de escolas se têm tornado insustentáveis por falta de alunos (e fecham) e maternidades se tornaram insustentáveis por falta de bebés (e fecham), o país não será sustentável com a continuada redução de população activa derivada do cada vez maior défice de natalidade.
O dramatismo da questão deriva de:
1 - Para que haja renovação de gerações, isto é, tudo "continue na mesma", não piore ainda mais, é necessário que nasçam 2,1 filhos por mulher em idade fértil (índice sintético de fertilidade), e desde 1982 que tal não acontece, pelo que o actual "buraco demográfico" já ultrapassa o número de 900.000 crianças e jovens;
2 - Nos últimos anos, esse índice é de 1,4. Fazendo umas contas simples, é necessário aumentá-lo em 0,7, ou seja, "apenas" 50%. Por outras palavrras, uma em cada duas mulheres tem que ser "convencida" a ter mais um filho...
3 - Uma vez que o número anual de nascimentos já é de pouco menos de 110.000, isto quer dizer que, nos últimos anos, têm nascido menos 55.000 bebés por ano, ou seja, 6 por hora, razão simples que tem levado a fechar maternidades porque, sem nascimentos, não servem para nada... Sempre é mais barato continuarem a fazer rotundas...
4 - Isto irá fazer com que a próxima geração venha a ser sobrecarregadíssima para suportar a geração actual e o mais natural é que ela não esteja para isso, e até terá razão em o fazer... dada pela geração actual que, não só estourou com os recursos deixados pela geração anterior, como ainda está a fazer tudo por passar uma enorme dívida à seguinte, pela primeira vez em menor número que a anterior.
Uma vez que esta situação se deve a uma forte cultura anti-natalista que tem vindo a ser imposta nas últimas dezenas de anos, e enquanto o tal "mais tarde" não chega, a APFN:
1 - Apela a todos quantos já estão preocupados com a (in)sustentabilidade do Sistema da Segurança Social, assim como do crescente número de encerramento de escolas e maternidades , para colaborarem activamente na denúncia do défice de natalidade e se empenharem na neutralização da cultura anti-natalista;
2 - Apela ao Primeiro-Ministro para explicar e explicitar melhor as suas preocupações, sobretudo a todos os membros do seu Governo e aos deputados da maioria, para que passe a ser preocupação de todos;
3 - Sejam tomadas já medidas de neutralização da cultura anti-natalista, designadamente o cancelamento de todas as acções em curso que possam vir a ter efeitos negativos na taxa de natalidade e que, a partir de agora, sejam simplesmente chumbadas todas as acções ou promoções/apoios de acções que também se estima possam vir a ter esse efeito;
4 - Que, na qualificação de livros escolares, sejam eliminados todos os que ainda falam de "bomba demográfica", o fantasma que foi acenado nos anos 70 para impor a actual cultura anti-natalista, e que se revelou num dramático "flop".
5 - Que seja solicitado ao INE uma urgente análise da situação e previsão realista do cenário demográfico nos próximos 10, 20, 30, 40 e 50 anos, usando, pela primeira vez, valores realistas e verosímeis, ao contrário do que sempre fez.
6 - Que o Governo e Associação Nacional de Municípios estimulem o lançamento a nível nacional das medidas positivas que alguns municípios têm vindo a tomar, e que a APFN sempre promoveu, que consiste simplesmente em adoptar para as pessoas aquilo que, com sucesso, já é há muito obrigatório relativamente aos lobos, cegonhas, águias reais, morcegos rabudos e outros "pássaros, passarinhos, passaroucos, aves de gaiola e cucos", porque a ecologia também deve ser aplicada aos humanos, que se regem pelas mesmas leis da mesma Natureza.
21 de Setembro de 2006
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
Rua 3A à Urbanização da AmeixoeiraÁrea 3, Lote 1, Loja A1750-084 LisboaTel: 217 552 603 - 919259666 - 917 219 197Fax: 217 552 604
Para saber mais:
Sobre a APFN, visite o nosso site;
Sobre o nosso programa "Primavera APFN" para combater o Inverno Demográfico, clique aqui;
Sobre as nossas propostas para "Autarquias Amigas da Família", clique aqui;
Sobre as nossas propostas para uma política familiar nacional, consulte o nosso caderno " Família - Semente do Futuro";
Sobre o Plano +famili@, clique aqui;
Sobre a resposta da sociedade civil ao nosso desafio para que ser mais custe menos, veja as facilidades para sócios da APFN;
Sobre como aderir ao Plano +famili@, oferecendo facilidades às famílias numerosas, veja como contactar-nos.
Se tem 3 ou mais filhos, concorda com os nossos Princípios e Estatutos e deseja ser sócio,
já pode inscrever- se pela internet
Comunicado
(in)Sustentabilidade(s)
Está em franco debate público a questão da (in)Sustentabilidade da Segurança Social, com propostas de solução a saltarem de vários lados, desde Governo (que iniciou, e bem, a discussão), partidos políticos, movimentos, "opinion makers", etc.
Infelizmente, este debate tem enfermado por uma gigantesca cegueira colectiva, uma vez que apenas o Primeiro-Ministro (além da APFN) trouxe a questão da dramática baixa taxa de natalidade para a mesa no passado dia 27 de Abril (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Abr2006/apfn3.htm), ao referir, na Assembleia da República:
"4 - Em quarto lugar, as políticas públicas não podem continuar alheias aos problemas da evolução dramática da natalidade. Precisamos de mais incentivos à recuperação da natalidade. E a Segurança Social deverá aqui desempenhar um papel, no contexto de uma política mais alargada para a família. É por essa razão que proporemos que a taxa contributiva dos trabalhadores varie, ainda que moderadamente, em função do número de filhos. Afinal, é da riqueza criada pelas futuras gerações de trabalhadores que resultará a garantia dos rendimentos na velhice dos futuros pensionistas. Não há, evidentemente, soluções mágicas para este problema. Mas esta é, sem dúvida, uma mudança justa e que aponta no bom sentido.""
Pior: as propostas do Governo de "incentivos à natalidade" foram chumbadas no Conselho de Concertação Social, que acordou em debater as outras questões, adiando para "mais tarde" a discussão sobre os referidos "incentivos"! É como tentar evitar-se que um navio que está a meter água vá ao fundo adiando-se para "mais tarde" a reparação dos rombos!
Como se isto não bastasse, parece que se está a ignorar que não é apenas uma questão da Segurança Social, mas de (in)sustentabilidade do próprio país!
Da mesma maneira que um número crescente de escolas se têm tornado insustentáveis por falta de alunos (e fecham) e maternidades se tornaram insustentáveis por falta de bebés (e fecham), o país não será sustentável com a continuada redução de população activa derivada do cada vez maior défice de natalidade.
O dramatismo da questão deriva de:
1 - Para que haja renovação de gerações, isto é, tudo "continue na mesma", não piore ainda mais, é necessário que nasçam 2,1 filhos por mulher em idade fértil (índice sintético de fertilidade), e desde 1982 que tal não acontece, pelo que o actual "buraco demográfico" já ultrapassa o número de 900.000 crianças e jovens;
2 - Nos últimos anos, esse índice é de 1,4. Fazendo umas contas simples, é necessário aumentá-lo em 0,7, ou seja, "apenas" 50%. Por outras palavrras, uma em cada duas mulheres tem que ser "convencida" a ter mais um filho...
3 - Uma vez que o número anual de nascimentos já é de pouco menos de 110.000, isto quer dizer que, nos últimos anos, têm nascido menos 55.000 bebés por ano, ou seja, 6 por hora, razão simples que tem levado a fechar maternidades porque, sem nascimentos, não servem para nada... Sempre é mais barato continuarem a fazer rotundas...
4 - Isto irá fazer com que a próxima geração venha a ser sobrecarregadíssima para suportar a geração actual e o mais natural é que ela não esteja para isso, e até terá razão em o fazer... dada pela geração actual que, não só estourou com os recursos deixados pela geração anterior, como ainda está a fazer tudo por passar uma enorme dívida à seguinte, pela primeira vez em menor número que a anterior.
Uma vez que esta situação se deve a uma forte cultura anti-natalista que tem vindo a ser imposta nas últimas dezenas de anos, e enquanto o tal "mais tarde" não chega, a APFN:
1 - Apela a todos quantos já estão preocupados com a (in)sustentabilidade do Sistema da Segurança Social, assim como do crescente número de encerramento de escolas e maternidades , para colaborarem activamente na denúncia do défice de natalidade e se empenharem na neutralização da cultura anti-natalista;
2 - Apela ao Primeiro-Ministro para explicar e explicitar melhor as suas preocupações, sobretudo a todos os membros do seu Governo e aos deputados da maioria, para que passe a ser preocupação de todos;
3 - Sejam tomadas já medidas de neutralização da cultura anti-natalista, designadamente o cancelamento de todas as acções em curso que possam vir a ter efeitos negativos na taxa de natalidade e que, a partir de agora, sejam simplesmente chumbadas todas as acções ou promoções/apoios de acções que também se estima possam vir a ter esse efeito;
4 - Que, na qualificação de livros escolares, sejam eliminados todos os que ainda falam de "bomba demográfica", o fantasma que foi acenado nos anos 70 para impor a actual cultura anti-natalista, e que se revelou num dramático "flop".
5 - Que seja solicitado ao INE uma urgente análise da situação e previsão realista do cenário demográfico nos próximos 10, 20, 30, 40 e 50 anos, usando, pela primeira vez, valores realistas e verosímeis, ao contrário do que sempre fez.
6 - Que o Governo e Associação Nacional de Municípios estimulem o lançamento a nível nacional das medidas positivas que alguns municípios têm vindo a tomar, e que a APFN sempre promoveu, que consiste simplesmente em adoptar para as pessoas aquilo que, com sucesso, já é há muito obrigatório relativamente aos lobos, cegonhas, águias reais, morcegos rabudos e outros "pássaros, passarinhos, passaroucos, aves de gaiola e cucos", porque a ecologia também deve ser aplicada aos humanos, que se regem pelas mesmas leis da mesma Natureza.
21 de Setembro de 2006
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