“ Viva la muerte” terá sido o grito de um general nacionalista, durante a guerra civil de Espanha, num encontro em que estava presente o escritor e poeta Miguel de Unamuno.
Esse grito vem-me à memória quando releio a notícia do Público de dia 11 de Junho sobre o pedido formulado pelo Hospital Padre Américo (pobre Santo! O que não terá ele sofrido, no céu, quando soube disto!), em Penafiel, para a introdução em Portugal e nos abortos legais praticados nesse estabelecimento, da famosa pílula abortiva.
Trata-se da RU-486 que tantas mortes tem provocado desde a sua criação e que é um dos “fármacos” de eleição de um barco de triste memória.
Na verdade não consigo ver nesse gesto (e em outros) senão uma “embriaguez com a morte” que infelizmente acaba por assaltar aquelas pessoas para quem a vida humana (de um ou de vários, de todos ou apenas de uma certa classe) tem diferentes gradações na estima pela sua dignidade e no respeito pela sua existência…
O juízo é forte. Mas vejam bem. Primeiro vem o aborto nos “casos especiais”, depois o alargamento dos prazos (para 10 ou 12 semanas) de fininho e depois de grosso (basta olhar para parte dessa Europa fora). Segue-se a Eutanásia, primeiro para os velhinhos, depois para as crianças (como hoje em dia na Holanda). Pelo meio selecciona-se o filho a ter na procriação artificial e utiliza-se os embriões “sobrantes” para investigação científica…
Um dia, e não falta muito, os vindouros perguntar-se-ão como foi isto possível, como nós nos perguntamos quando revemos os campos nazis e os massacres das revoluções e governos comunistas.
Mas nesse dia recordar-se-ão também todos aqueles que sempre e em todas as circunstâncias gritaram “Viva la Vida!”.
Nota: neste hospital fazem-se por ano 7 abortos legais. A encomenda ao Ministério da Saúde é de 300 pílulas…! “Capisce”?
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