sábado, março 24, 2012

Congresso do PSD: alguns discursos

O de Pedro Passos Coelho: há uma diferença no homem. Bem ilustrada com o facto de pela primeira vez desde sempre o Governo não ter dado números sobre a greve. Por respeito por quem a fez e não se sujeitando a discussão dos mesmos. Quem quis trabalhou (apesar de alguns o terem querido e não conseguido por causa de outros grevistas...) e quem não quis fez greve. O Governo e o país seguiram em frente.
Depois, tem coragem. Descrevendo as dificuldades ilustra com exemplo da Madeira não receando o desconforto que poderia haver e ao mesmo tempo abraçando Alberto João Jardim com uma história bem humorada. É outra marca dele a humanidade.
E depois a meio de um bom discurso salta a marca do PPD/PSD e que de fora é tão desconhecida embora compreensivelmente dados os disparates que às vezes se vê acontecer no grupo parlamentar e na sua fracção BE...refiro-me àquela parte do discurso em que fala da pessoa como o centro da política, do predominio da realidade sobre a ideologia, de que não compete ao Estado inventar a felicidade da pessoa, mas a esta procurá-la livremente (mais tarde Carlos Coelho retomaria o tema de forma também muito feliz).
Depois deste discurso vem Aguiar Branco que com frontalidade desmonta a boataria à volta da proposta do novo programa do partido e que como alma boa e militante dedicado que é há 38 anos que é coloca o assunto no lugar denunciando bem a atitude prima-donna de tantos políticos. Muito bom.
Desde então é espantoso olhar para o conteúdo dos discursos (o assunto recordo é o novo programa do partido) de Marco António, Carlos Coelho, Ricardo Baptista Leite, Rui Machete (um grande senhor!), anónimos dedicados. Discursos recheados de referência ao valor da instituição familiar, da dignidade humana, da subsidiariedade, da iniciativa individual, do primado da pessoa face ao Estado, e até o reconhecimento da matriz democrata-cristã (sic) do gene partidário do PPD/PSD.
Enfim, um consolo para a alma, um conforto quanto ao estado ideológico do partido, uma injecção de esperança quanto ao futuro e à razão que assiste a quem se espanta com a deriva esquerdista que por vezes atinge o partido no seu topo.

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